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NotíciasTranscrição
00:00Olá, sejam muito bem-vindos ao Narrativas Antagonista Fato do Dia, Janja na ONU.
00:24Bom, nossa, Dia Internacional da Mulher, hein? Peraí, nós vamos falar de tudo isso, de todos os lados.
00:34Como assim todos os lados? Você que já é fã do Narrativas Antagonista, já faz parte desta família, tá ligado.
00:42Já deixa o seu like, compartilha esse vídeo, fala, ó, Narrativas tá de volta, papapá, vai falando pra todo mundo.
00:48Segunda, sexta, cinco da tarde, você que tá aqui pela primeira vez, seja muito bem-vindo.
00:53Vou te falar como é que o Narrativas Antagonista te ajuda a exercitar o seu cérebro.
00:59A gente apresenta pra você, primeiro, os fatos, só os fatos.
01:03Depois, eu trago a narrativa da esquerda, a narrativa da direita e aí, no final, a minha opinião.
01:12E, é claro, eu peço a sua opinião, os comentários ficam aqui abertos pra você poder opinar à vontade.
01:19Combinado? Vamos lá pro fato do dia.
01:23Fato do dia, Janja na ONU.
01:30Anúncio feito no Dia Internacional da Mulher?
01:33Que história é essa?
01:35Vamos pôr partes.
01:38Janja foi indicada por Lula para ir numa comitiva oficial à ONU.
01:44Não foi feito antes com outras primeiras damas.
01:49Mas vamos recapitular tudo desse 8 de janeiro.
01:52Nesse 8 de janeiro, a nossa primeira dama, dona Janja, fez um vídeo especial para todas as mulheres que a gente vai ver aqui.
02:01Nesse 8 de março, dia de muitos significados para nós mulheres, eu quero falar da potência política de transformação, de cultivar afeto entre nós.
02:12Quero falar do quão essencial é abraçar e acolher, em todos os sentidos, as mulheres que estão ao nosso redor.
02:19Em casa, no trabalho, na escola, nos grupos de amigas e nos nossos lugares de fé.
02:25Afinal, não existe luta sem coletividade.
02:28E não existe luta sem efeito.
02:30Cultivar o afeto nos nutre, dando força para batalhar por autonomia financeira, por uma política de cuidado, por equidade de direitos, por igualdade salarial e pela representatividade feminina nos espaços de decisão e poder.
02:43Principalmente pelo fim da misoginia, é na luta que a gente se encontra, mas é no abraço que a gente se fortalece.
02:51E não só no abraço físico, abraçar outra mulher também está na cumplicidade, na escuta, no olhar afetuoso, está no cuidado e no fortalecimento de laços, de ideias e ideais.
03:05Como diz Cora Coralina, nada do que vivemos tem sentido se não tocarmos o coração das pessoas.
03:11Por isso, no dia de hoje, vamos nos abraçar nesse entrelaço de reconhecimento da nossa história e de nossas lutas até aqui.
03:21Recebo o meu abraço carinhoso.
03:24Seguimos de mãos dadas, nos fortalecendo com carinho e construindo um país mais justo, mais solidário para todas.
03:31Vamos abraçar todo mundo?
03:34Pois é, esta semana vou trazer aqui para vocês uma notícia do Antagonista, que foi feito pelo Alexandre Borges.
03:43Alexandre Borges trouxe o relatório da ONU que expõe os crimes sexuais e torturas em série do Hamas.
03:53A ONU agora reconhece que a tortura sexual e o estupro em série foram utilizados como arma de guerra pelo Hamas.
04:07Isso é algo que muita gente comentou e que não tem a ver com que lado você está.
04:15Tem a ver com mulheres.
04:17A nossa primeira dama, Dona Janja, não comentou.
04:23Nosso presidente da república também não comentou.
04:27Porém, aconteceu uma outra coisa.
04:30A gente teve uma pequena mudança ali na lei eleitoral.
04:38Sempre os julgamentos eleitorais são relacionados a pessoas que concorrem nas eleições, que concorrem nos pleitos.
04:50Então, se você tem uma notícia falsa, uma difamação, briga entre candidato que apareceu mais do que o outro, enfim, envolve eles.
05:01A justiça eleitoral é para isso.
05:04E aí, a gente tem uma novidade agora.
05:07Janja.
05:09Quem falou mal da Janja durante as eleições?
05:13Uma ex-comentarista da Rádio Jovem Pan, Pietra Bertolazzi, fez comentário sobre a Janja.
05:23Isso foi parar no TSE.
05:26E isso rendeu uma condenação.
05:29Vamos ouvir a explicação do ministro Alexandre de Moraes.
05:32Paulista e paulistano é de uma tristeza muito grande, que foi a degradação total, num determinado momento,
05:41de uma das grandes e tradicionais rádios do estado de São Paulo, que foi a Jovem Pan,
05:50que num determinado momento, e aqui, exatamente um desses momentos,
05:57contratou influencers para fingirem que eram jornalistas.
06:02E essas influências, e uma delas é a pessoa que proferiu as palavras,
06:13dia e noite praticava discurso de ódio, dia e noite discurso ofensivo contra os outros candidatos,
06:22contra a justiça eleitoral, numa clara campanha sobre repetícia.
06:31E aqui, pedindo todas as vezes, a eminente relator, ao ministro Cássio, ao ministro Raul, ao ministro Isabel Galotti,
06:41aqui, na minha percepção, não resta nenhuma dúvida que era uma campanha negativa descarada.
06:51descarada porque, ao ofender a mulher do candidato, ou do então candidato e hoje o presidente da República,
07:01o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao ofender a hoje primeira-dama Janja,
07:08a ofensa realizada partia da ideia de uma pauta de costumes e de um discurso de ódio em relação a determinadas opções
07:24de um lado político em relação a pauta de costumes, exatamente para colocar no programa de rádio,
07:35colocar a preferência dessa rádio, dessa comentarista, sobre um candidato que adotava uma pauta,
07:44uma posição em relação a pauta de costumes.
07:46É muito claro isso. São duas pautas aqui discutidas.
07:52A questão das drogas,
07:55e nem falou que a atual primeira-dama era maconheira, falou maconhista,
08:03maconhenta e maconhista,
08:07termos que criou também, porque era muito genial essa influência.
08:12Então, tratavam uma pauta de costumes, a questão da liberação ou não das drogas,
08:21e a outra, a questão da orientação de gênero.
08:26Há um trecho em que fala,
08:30enquanto você tem ali a Janja abraçando o Pablo Vittar e fumando maconha,
08:36fazendo sei lá o quê, você tem uma mulher impecável representando a direita.
08:43Duas pautas de costume, duas pautas que eram levantadas nas eleições,
08:51marcando exatamente aqui uma crítica a um determinado lado político
08:57e o seu apoio a outro lado político.
09:01E ainda continuou, a utilizão drogas tem o apoio de maconhistas
09:07e de pessoas perdidas na vida.
09:12É discurso de ódio, discurso preconceituoso,
09:15e um discurso de ódio, discurso preconceituoso,
09:19visando apoiar um dos candidatos.
09:22Para não ser assintosa no sentido de citar o candidato,
09:26citou e fez a comparação em relação à então Primeira-Dama
09:32e à possível Primeira-Dama.
09:35Mas, num determinado momento, como citado pelo ministro Floriano,
09:40colocou o nome do candidato Lula no programa.
09:47Esse evento do Lula que teve, você vê ali,
09:50Daniela Mercury, Martelli, um monte de artista maconhista,
09:54ali que não sabe para onde vai, de onde vem,
09:58com uma ânsia enorme por brilho fácil, blá, blá, blá, blá.
10:01Então, aqui era uma crítica a duas posições
10:06que um determinado campo político, naquela eleição, adotava.
10:12Ou seja, a questão das drogas, da maconha,
10:16da descriminalização e a questão da não discriminação de gênero.
10:24Eu não vejo como afastar isso do campo eleitoral.
10:31Entendo a preocupação do eminente ministro Castro,
10:34do ministro Raul, da ministra Isabel.
10:36Não me parece que qualquer ofensa à mulher de um candidato
10:41tenha que ser tratada pela justiça eleitoral.
10:44Obviamente, nós não devemos estender a competência da justiça eleitoral
10:50automaticamente para qualquer ofensa à mulher de todos os candidatos.
10:55Imagine, todos os candidatos a prefeito, todos os candidatos a vereadores.
10:59Mas se houver essa conexão direta com as eleições,
11:04com pautas defendidas por candidatos e, consequentemente,
11:09um discurso discriminatório, um discurso de ódio,
11:13direcionando ou tentando direcionar o eleitor,
11:17a eleitora para um ou outro candidato,
11:19aí me parece realmente que a competência é da justiça eleitoral.
11:25Então, pedindo novamente, Vênia, ao relator, ao ministro Raul,
11:29ao ministro Isabel, eu acompanho a divergência inaugurada
11:33pelo ministro Floriano e proclamo o resultado.
11:37Presidente, antes de...
11:38Então, o tribunal, por maioria, preliminarmente,
11:43fixou a competência da justiça eleitoral para análise da matéria
11:46nos termos do voto do ministro Floriano de Azevedo Marques,
11:50vencidos o relator e o ministro Raul Araújo.
11:53No mérito, por maioria, deu provimento ao recurso
11:57e julgou procedente à representação para condenar as representadas
12:02ao pagamento individual de multa no valor de 30 mil reais
12:07para cada um dos representados, nos termos do voto do relator.
12:12Vencido parcialmente o ministro Raul Araújo,
12:16que fixava a multa no valor de 10 mil reais,
12:19e vencida a ministra Isabel Galotti, que negava provimento ao recurso.
12:23Quem acompanhou as eleições sabe que a militância realmente
12:28pesou a mão com as primeiras damas.
12:33Foi baixaria mesmo, foi baixaria.
12:36Foram mesmo para cima da...
12:38Eu nem acho que essa foi a pior.
12:41Nem acho.
12:42Teve muita baixaria.
12:43Agora, para cima da Michele Bolsonaro também teve.
12:46Muita baixaria, mas muita.
12:48Até para cima da Laurinha teve, né?
12:52Não temos notícia de condenação semelhante,
12:56mas também não temos notícia de tentativa de condenação semelhante,
13:00ou seja, aguardemos as cenas dos próximos capítulos
13:05para ver se as primeiras damas estão ganhando
13:08um lugar diferente na história do Brasil.
13:11Janja reclamou essa semana, num evento com a ministra Carmen Lúcia,
13:18que no STF tem pouca mulher.
13:21Toda vez que eu chego em algum evento lá no Supremo,
13:24eu vou direto para ela.
13:25Porque eu sempre entro naquela sala, é uma sala muito masculina,
13:29e aquilo me incomoda muito.
13:31E aí eu sempre busco a ministra Carmen lá para a gente ficar conversando.
13:36Na verdade, vou me socorrer na ministra Carmen.
13:38Eu espero, realmente, é um espaço muito difícil,
13:43mas eu espero que aquele espaço também seja um espaço de mais mulheres.
13:48Vamos lembrar que o STF tinha mais uma mulher,
13:54e foi o marido de dona Janja, o presidente Lula,
13:59que indicou um homem para a vaga de uma mulher.
14:03Agora vamos ao negócio da ONU, que ele vem nesse contexto todo.
14:07O presidente Lula, no dia de ontem,
14:13emitiu um decreto oficial no Diário Oficial da União.
14:17Eu vou ler para vocês.
14:18O presidente da República, no uso da atribuição que lhe confere à Constituição,
14:24resolve designar Rosângela Lula da Silva, socióloga,
14:30para participar da 68ª sessão da Comissão sobre a Situação da Mulher da Organização das Nações Unidas,
14:39com ONU, no período de 9 a 16 de março de 2024,
14:45inclusive trânsito em Nova Iorque, Estados Unidos da América.
14:50Muito interessante que ele não coloca que ela é a primeira dama que está sendo designada para isso.
14:59Por quê? Porque não pode.
15:01Porque primeira dama não é um cargo oficial do governo.
15:07Sabia disso?
15:07Não faz parte do governo.
15:10A gente, às vezes, fica pensando com a cabeça dos Estados Unidos,
15:12lá faz, lá é um cargo oficial.
15:14E qual que é a diferença de ser cargo oficial ou não?
15:17Cargo oficial você tem deveres, né?
15:19Você tem deveres, você é cobrado,
15:23você tem de prestar contas não só ao povo,
15:25mas também aos órgãos de controle, aos órgãos de transparência.
15:29E no Brasil não existe esse cargo oficial.
15:33A gente tem o título primeira dama
15:35e muitas vezes as primeiras damas têm cargos
15:39que são dados a elas, mas que são outros cargos,
15:43porque o de primeira dama não existe.
15:44Já se falou muitas vezes em regulamentar,
15:47essa história nunca foi para frente.
15:49Quem eram as indicadas antes?
15:51Agora foram indicadas mulheres dessa área mesmo,
15:55que são aí ou do Ministério das Mulheres
15:58ou representantes da sociedade civil
16:00que trabalham na defesa dos direitos das mulheres.
16:04A gente já teve, por exemplo, no ano passado quem foi?
16:07Foi a diretora do Departamento de Políticas de Enfrentamento
16:12à Violência contra as Mulheres do Ministério dos Direitos Humanos.
16:16Ou seja, as mulheres que fizeram uma carreira profissional
16:22nessa área de enfrentamento da violência contra a mulher
16:26são as que são indicadas para ir à ONU
16:32representar o Brasil nesse tipo de conferência.
16:36Também houve anos em que foram comissões de deputadas e senadoras
16:42que trabalham com a questão da mulher,
16:44representantes da sociedade civil, várias,
16:46mas não é nunca assim aleatório.
16:48É sempre alguém que é de uma instituição,
16:53é sempre alguém que representa esse trabalho,
16:56que tem um ativismo já reconhecido nessa área.
17:00E agora a gente tem essa novidade,
17:02Janja, integrando uma comitiva oficial do Brasil.
17:07O que você acha?
17:08Calma.
17:10Antes de você me dizer, vamos para as narrativas.
17:16Feliz Dia da Mulher
17:18é finalmente um 8 de março em que a gente tem uma alegria, né?
17:23A gente já veio de Bela, recatada e do lar.
17:28Vocês lembram?
17:29Mulher do tema, que vergonha.
17:31Mulher ajudadora do marido,
17:35Michele Bolsonaro.
17:37E agora, finalmente, nós temos uma mulher empoderada
17:41que nos representa.
17:44Lula indicou Janja para representar o Brasil na ONU.
17:51Ou seja, ela não é ajudadora do marido.
17:54Ela não é do lar.
17:56Ela é empoderada.
17:59Ela é uma mulher como a mulher brasileira quer ser.
18:03E é claro que as recalcadas vão chorar.
18:07Aliás, chora mais porque está pouco.
18:11Elas vão chorar por quê?
18:12Porque elas não aguentam.
18:14Vê uma mulher igual a Janja, elas morrem de inveja.
18:18Elas são mal comidas.
18:20Elas estão velhas, estão com plástica mal feita.
18:24E aí ficam querendo despejar todo esse shade,
18:28todo esse recalque na nossa primeira dama,
18:31que está lindíssima, que está plena,
18:35que é a primeira dama que o Brasil sempre quis.
18:38Então, olha, finalmente um presente digno
18:41de Dia da Mulher,
18:43que é a primeira dama que realmente representa a mulher brasileira.
18:51A deslumbrança está indo para Nova York agora.
18:55Não precisa mais nem do Lula.
18:57Não precisa nem mais carregar, tirar colo, fingir, né?
19:01Está indo lá só ela mesmo.
19:03Já virou a ditadura.
19:05Começou com a ditadura da toga,
19:07agora já virou a ditadura mesmo.
19:09Para ir nas coisas do governo tem que ter cargo, tem que ter preparo.
19:14Não.
19:14O Lula manda.
19:15Ai, vai minha mulher.
19:17Daqui a pouco manda um filho.
19:19Manda um enteado.
19:20Viramos que é uma monarquia já.
19:23Uma bagunça generalizada.
19:24Essa mulher, gente, essa mulher vai fazer turismo.
19:28Essa mulher está indo bater perna em Nova York.
19:30Uma deslumbrada.
19:33Olha, e a gente pagando isso, né?
19:35E a gente pagando.
19:37Agora, eu quero me conforme ao seguinte.
19:38Nós já tivemos uma primeira dama como Michelle Bolsonaro.
19:41Aí, eu quero saber do pessoal que fez o L, dos isentões,
19:48quando é que vai ver se me é a culpa?
19:51Porque não era tudo igual?
19:53O Lula e Bolsonaro não era tudo a mesma coisa?
19:56Agora, vai explicar para a mulherada no Dia Internacional da Mulher
19:59que tem que entubar essa deslumbranja viajando às nossas custas?
20:04Se é tudo a mesma coisa?
20:06Enfim, estamos aí, né?
20:08Rumo à ditadura, rumo à perda dos direitos das mulheres.
20:13É o governo do PT.
20:15Faz o L agora, galera.
20:16Escreve aí cartinha para a democracia.
20:19Vocês estão felizes com o que a gente tem?
20:25Bom, e qual é a minha opinião?
20:29A minha opinião é que o Lula indicar a Janja
20:33para ir à ONU representando o Brasil justo no 8 de março
20:37é um tapa na cara das mulheres profissionais brasileiras, assim, com força.
20:47Talvez a Janja seja o maior projeto de dissonância cognitiva do PT.
20:54O que é dissonância cognitiva?
20:56É quando a realidade que está diante de você, ela não coincide com as suas crenças.
21:05E aí, as pessoas têm dois caminhos.
21:08Ou reconhecer que as suas crenças estão erradas,
21:12ou fingir que as duas coisas são compatíveis e compactuar com algo que é contrário ao que elas pregam.
21:20Isso, a dissonância cognitiva é um termo da psicologia social.
21:25É uma arma muito efetiva, ultimamente, nas mãos de políticos.
21:30Porque quanto mais você se compromete com ações que são contrárias ao seu discurso,
21:37mais você fica refém de um grupo político.
21:40E não tem para onde ir, porque você vai radicalizando.
21:42O que é que a gente vê no caso da primeira-dama?
21:46Ela faz a dissonância cognitiva com o feminismo e com a luta pelos direitos das mulheres.
21:53Primeiro porque já começa de que primeira-dama e feminismo são incompatíveis.
21:59Não são compatíveis.
22:00Não existe isso de primeira-dama feminista.
22:03Ou bem a primeira-dama, ou bem a feminista.
22:06A dona Ruth Cardoso dizia isso muito bem, falava sobre isso com muita profundidade,
22:12que ela, sendo uma feminista, não se sentia à vontade naquele lugar,
22:17porque ela sabia que era contra esses princípios que ela pregou a vida toda.
22:22E a gente tem, no governo Lula, um projeto de tirar a mulher do espaço público e do espaço de poder
22:33que está sendo feito de uma forma avassaladora.
22:37No STF ele vai lá, tira a mulher e bota o homem.
22:42Quando começou o governo, o presidente da Caixa Mulher e não sei quem, Mulher e Ministra Mulher,
22:47tira a mulher e bota o homem.
22:48Tira a mulher e bota o homem.
22:50Tira a mulher e bota o homem.
22:52O Lula está sistematicamente retirando o espaço da mulher na política brasileira e enfiando o homem.
22:59Enquanto isso, aparece a Janja fazendo a dissonância, fazendo um discurso como se fosse o oposto.
23:09E a gente vê, como resultado dessa dissonância cognitiva, grupos e feministas que fizeram L,
23:18ficam com vergonha e calam a boca e aí falam, ah, mas e o Bolsonaro?
23:24Como se não estivesse sendo erodido o espaço da mulher neste governo?
23:29Então, a gente começa na política a ver a abertura de um precedente perigoso.
23:37Talvez será que a gente está entrando numa era da Evita Peron brasileira?
23:43E eu não falo só da Janja.
23:46Eu falo de várias situações, por outras razões,
23:50mas situações em que a mulher que está no espaço político
23:55não é a que lutou para isso.
24:00Não é a que fez uma carreira política como homens fazem.
24:04É aquela que o homem que está ali indica porque é casada com ele por alguma circunstância.
24:10Aí temos Janja.
24:12Bolsonaro inelegível?
24:14Michele.
24:17O que está acontecendo com Moro?
24:19Rosângela.
24:20Nós vamos entrar numa era de Evita Peron brasileira por N razões?
24:25Um porque quer, porque faz insonância cognitiva.
24:28O outro porque foi impedido.
24:30O outro porque está para ser impedido.
24:32Como é que vai ser?
24:34Existe uma questão que nós, mulheres, precisamos estar atentas, que é o seguinte.
24:38Se piscou um segundo, o direito da mulher some.
24:42Isso não é paranoia.
24:44A história inteira as mulheres não têm direitos.
24:47A gente tem direitos de 100 anos para cá.
24:49É muito novo.
24:50Tudo que é mudança incomoda.
24:53Vamos ver o seguinte.
24:5450 anos atrás, o que era o Irã?
24:57O Irã era um lugar que você vivia igual em São Paulo.
25:00Tinha o mesmo tipo de vida, a mulher.
25:03Piscou revolução islâmica.
25:05Hoje é lícito matar uma mulher porque ela não usa véu.
25:09Paquistão idem.
25:10Não sei se vocês sabem.
25:11Vocês sabem que a Rússia, em 2017, revogou a lei de violência doméstica?
25:15Agora, a lei só é aplicada se bater tanto na mulher que tem aqui para o hospital.
25:20E é multa, tá?
25:21E é multa, tá?
25:22A pena.
25:23A gente piscou, é um segundo para ter um retrocesso.
25:29E o que nós estamos vendo agora no espaço político é um retrocesso a olhos vistos.
25:35Primeiro porque a gente tem, na situação da guerra, uma manipulação ideológica perversa em que as lideranças feministas estão calando diante do estupro como arma de guerra.
25:48Porque enfia coisas de Israel, Palestina, no mesmo folclore ideológico estão calando.
25:54E se elas vão calar no caso das mulheres israelenses, elas vão calar no nosso também.
25:58Como estão calando?
26:00E a gente está vendo um retrocesso que é o seguinte.
26:04No lugar das mulheres que se esforçaram durante décadas e que fizeram carreira política, estão sendo enfiadas às esposas.
26:14Como se fazia há 50 anos atrás.
26:17Nós vamos aceitar esse tapa na cara ou nós vamos ter vergonha na cara?
26:24Essa é a pergunta que eu deixo no ar nesse Dia Internacional da Mulher.
26:27Beijo para todas vocês, mulheres.
26:37Bom, Narrativas Antagonista vai ficando por aqui.
26:42Espero que vocês tenham gostado, principalmente a mulherada.
26:47Sobre mulheres em Israel, recomendo o documentário Israel em Guerra.
26:52O primeiro capítulo, eu falo sobre isso, dos 10 capítulos.
26:56Quatro são exclusivamente sobre mulheres.
27:01Recomendo muito que vocês vejam.
27:04A questão da mulher não é mimimi, não é chororô.
27:08É uma mudança cultural muito recente na história da humanidade.
27:12Eu sei que tem homens maravilhosos que também lutam pela causa da mulher.
27:16Quero agradecer a esses homens que respeitam a gente, que estão junto com a gente, que são parceiraços para que a gente possa evoluir.
27:26E é preciso haver essa parceria para que a mulher tenha espaço.
27:30Enfim, eu vou ficando por aqui.
27:32Eu volto na próxima segunda-feira, às 5 horas da tarde.
27:36Um final de semana excelente para você e para a sua família.
27:39Não esquece de deixar o meu like, de compartilhar esse vídeo com alguém.
27:44Beijo.
27:45Ótimo fim de semana.
27:46Até segunda.
27:46Transcrição e Legendas por Quintena Coelho
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