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O deputado do PL Carlos Jordy afirmou que a foto que baseou a operação da Polícia Federal contra ele, no âmbito das investigações sobre o 8 de janeiro, foi adulterada pelo próprio militante bolsonarista e pivô da ação, Carlos Victor de Carvalho, conhecido como CVC. Felipe Moura Brasil e Carlos Graieb comentam:

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Transcrição
00:00Então vamos falar do Carlos Jordi, o deputado do PL afirmou que a foto...
00:03Olha essa história, prestem atenção nessa história,
00:07porque ela é muito ilustrativa do Hospício Nacional para tudo
00:13e vem ver essa história, para vocês verem o efeito dominó de uma maluquice.
00:19É que, claro, um termo mais abrangente, depois a gente especifica.
00:23O deputado do PL, Carlos Jordi, afirmou que a foto que baseou a operação da PF contra ele
00:28no âmbito das investigações sobre o 8 de janeiro,
00:31foi adulterada pelo próprio militante bolsonarista e pivô da ação Carlos Vítor de Carvalho,
00:38conhecido como CBC. São as iniciais do nome.
00:41O líder da oposição na Câmara, Jordi, publicou um vídeo em suas redes sociais
00:45citando registros que apontam que CBC estava em campos dos Goitacazes,
00:49no interior do Rio de Janeiro, no dia da invasão às sedes dos três poderes.
00:54Deixa eu só explicar uma coisa. O Antagonista, a gente já tinha publicado
00:59que a defesa desses alvos, o CBC e do Jordi, já tinha contestado a alegação da PF
01:09de que o CBC estava em Brasília no 8 de 1, mostrando a localização do celular dele
01:18em campos dos Goitacazes, em vários pontos, e aí você pensa assim,
01:23tá, mas a localização do celular, o cara pode ter dado o celular para alguém
01:26para depois de qualquer coisa fingir que estava lá, mas estava em Brasília.
01:29Mas não, porque eles pegaram imagem de câmera de segurança
01:32do local onde o celular estava apontando que ele estava,
01:37e aí mostrando de fato que ele estava lá.
01:39Então isso já era um material de contestação por parte da defesa
01:44em relação ao apontamento da PF, que entendeu, por uma foto,
01:48que é a protagonista aqui dessa história,
01:51que o CBC estava em Brasília quando ele não estava.
01:53Então vamos acompanhar as palavras do Jordi.
01:58Essa é a foto mostrada no Jornal Nacional e que consta no processo.
02:03E essa é a foto original, de uma postagem de 12 de janeiro de 2019.
02:09CVC postou a foto da posse presidencial do Bolsonaro,
02:14realizada no dia 1º de janeiro de 2019.
02:18Ele apenas postou alguns dias depois.
02:21E o juiz compreendeu a adulteração e determinou sua soltura,
02:26até porque ele não poderia estar em Brasília com o GPS dele
02:29demonstrando que ele saiu de casa em campos às 10h59.
02:33No dia 8 de janeiro de 2023, CVC saiu de sua casa na rua Durval de Souza,
02:40às 10h59, passando pelo Parque do Prado, às 11h26,
02:45visitando o CIEP 057, às 11h49,
02:49passou no Superbom ao meio-dia e depois voltou à sua casa ao meio-dia e sete.
02:56Câmeras registraram quando CVC, sua noiva e sua mãe
03:00pararam em um terreno de sua propriedade na beira da estrada
03:03em que será construída uma casa.
03:05O registro é de 8 de janeiro de 2023, às 11h06,
03:11feito pela Câmara da Construtora responsável pelo empreendimento.
03:17Muito bem, a gente separou o print das duas fotos
03:19que aparecem no vídeo do Carlos Jordi.
03:22Pode colocar na tela, produção?
03:24Para a gente explicar de uma maneira mais clara.
03:26Então, vocês vejam que na primeira foto, que é a foto original,
03:32tem ali dois adesivos, um na camisa do CVC e outro na camisa do sujeito
03:37que está ali atrás dele, de boné e óculos escuros.
03:41Óculos, os dois estão.
03:43E na segunda foto, que é a foto adulterada,
03:47não tem esse adesivo, que é um elemento que indica
03:51que essa foto foi tirada, na verdade, na posse de Jair Bolsonaro,
03:55ainda em 2019.
03:58Agora é que chega o começo do hospício.
04:02Por que esse elemento foi tirado da foto?
04:07Até o Kim Kataguay chegou a criticar a TV Globo,
04:10porque a TV Globo exibiu a foto já adulterada,
04:14porque é a foto que a PF levou em consideração
04:16para, enfim, fazer essa associação entre o CVC e o Jordi
04:21relacionados ao caso de 8 de janeiro.
04:26Só que quem adulterou essa imagem?
04:30Vamos colocar aí o Carlos Jordi em coletiva na quarta-feira 24,
04:34explicando a burrice do aliado dele.
04:37Pode soltar.
04:38Um diálogo totalmente distorcido,
04:43sem nada que pudesse realmente dizer que eu tinha alguma relação,
04:47e uma foto que dizia,
04:50mostrava que o CVC estaria no 8 de janeiro,
04:53que foi uma foto adulterada.
04:56Adulterada por ele próprio,
04:57de uma infantilidade, uma imaturidade,
04:59uma burrice da parte dele,
05:01que nós descobrimos agora há pouco,
05:02que foi ele, de fato, que fez isso.
05:05Mas a burrice ainda não é punida no nosso ordenamento jurídico.
05:08A burrice não é punida ainda no ordenamento jurídico.
05:15Ele tem o direito de ser burro,
05:17de manipular uma foto
05:18para tentar parecer para os demais bolsonaristas
05:22que ele é valentão e estava lá no 8 de janeiro,
05:26que ele também era um invasor,
05:29que ele também estava lutando pela pátria.
05:32Olha só, olha só essa cadeia de acontecimentos.
05:35Graebi,
05:35o sujeito quer parecer que estava no 8 de 1,
05:39quando não é uma coisa muito bacana você estar lá.
05:43Então, ele adultera uma foto
05:45da posse do Bolsonaro
05:47para fazer parecer ao seu grupinho
05:50que ele é valentão e estava lá.
05:52Aí a Polícia Federal pega aquela foto adulterada,
05:55aparentemente não percebe que está adulterada,
05:57ou se percebe, não fala,
05:58mas aqui, enfim,
05:59não vou fazer uma acusação sem saber.
06:00vamos dar o benefício da dúvida.
06:04E associa ali o CVC com o Carlos Jordi,
06:08porque há uma mensagem entre eles
06:10que colocaria o Jordi numa posição de hierárquica superior,
06:14já que o CVC pede instruções ao Carlos Jordi,
06:17e pede para o Alexandre de Moraes uma operação.
06:21E o Alexandre de Moraes autoriza a operação contra o Carlos Jordi.
06:26Então, vai lá ter busca, apreensão nos endereços do Carlos Jordi,
06:31gabinete, tudo isso que o Valdemar aí está reclamando agora.
06:35E aí, vem uma reportagem na emissora de TV.
06:39A TV Globo mostra lá, olha,
06:41a PF solicitou essa operação com base nessa foto,
06:46aí mostra a foto adulterada.
06:48E aí, depois, então,
06:50se descobre que foi o próprio militante que adulterou.
06:53E o Carlos Jordi, alvo da operação, até para se safar,
06:57estava apontando, olha, é burrice dele.
06:59Só que a burrice não é para ser motivo de uma operação como essa.
07:05Grego, resumo, por favor.
07:07É o circo nacional.
07:09É uma maluquice inacreditável, né?
07:13Realmente.
07:14Olha só.
07:16Duas hipóteses, ambas muito ruins para a PF.
07:19Primeiro, a PF fez uma investigação ruim,
07:25frouxa, vagabunda,
07:28e botou uma foto adulterada como se fosse de prova.
07:35Né?
07:36Não pode acontecer uma coisa disso, desse tipo.
07:39Não pode acontecer uma coisa desse tipo
07:42numa ação que vai levar o fulano para a cadeia,
07:45que vai autorizar a batida no escritório de um deputado federal,
07:52no gabinete, perdão.
07:53Líder da oposição.
07:55Líder da oposição.
07:57Num documento que tem este peso,
08:01num inquérito que tem esse peso,
08:03não é admissível a entrada de uma informação falsa como essa,
08:08e que levou uma semana para ser desmascarada como falsa.
08:14Isso é um erro gravíssimo, uma falha gravíssima.
08:18No mínimo.
08:20Daí tem outra hipótese,
08:21que daí já vira, realmente, já entramos no mundo
08:25do perigo da manipulação,
08:30da bandidagem oficial.
08:34Que seja, como você disse,
08:38a PF sabia e, mesmo assim,
08:39passou por cima do conhecimento.
08:42É, vamos fingir que não sabe, né?
08:43Deixa eu só fazer um parênteses muito rápido, Graeber,
08:45porque eu acho importante que, às vezes,
08:47a gente faz críticas, a gente debocha,
08:50a gente ironiza,
08:51mas a gente aqui sempre busca extrair uma lição
08:54que possa servir para uma mudança
08:58capaz de impedir episódios como esse.
09:00Então, assim, eu estava pensando isso mais cedo.
09:03Você falou muito bem
09:05que a PF não poderia ter cometido esse erro,
09:08mas, assim, o que faria com que a PF
09:10não cometesse esse erro?
09:11Quer dizer, o que faltou nisso?
09:13Quer dizer, faltou perícia.
09:16Se você junta uma prova
09:17ao conjunto probatório
09:19que vai basear uma operação,
09:22pelo menos um pedido de que ela seja feita,
09:24essa prova,
09:25ela, numa corporação como a Polícia Federal
09:27de um país,
09:28ela precisa ser minimamente examinada
09:32e, ainda mais,
09:34esse que é o ponto também importante,
09:36na época em que nós vivemos.
09:38Nós estamos vivendo num momento do mundo
09:41em que as tecnologias avançaram
09:43e a manipulação de imagem está popularizada.
09:48Qualquer um da sua casa do celular
09:49consegue manipular imagens.
09:52como é que a Polícia Federal
09:53de um país
09:54não tem uma capacidade
09:57ou uma estrutura
09:59ou uma equipe
10:00ou, pelo menos,
10:01não aciona
10:02essa estrutura
10:03e essa equipe
10:04para validar
10:06aquela prova
10:07ou para, pelo menos,
10:09colocar em questão.
10:11Essa prova,
10:12não temos certeza
10:13se ela está adulterada ou não,
10:15mas ela vai ser juntada aqui
10:16e depois nós vamos ouvir as pessoas,
10:18vamos tentar coletar outros elementos.
10:20Então, parece que isso não existe
10:22nessa investigação, pelo menos.
10:25E, se existe na Polícia Federal,
10:27está muito mal aproveitado.
10:28Perdão.
10:29Não, é perfeito.
10:31O único acréscimo que eu faço
10:32a essa sua observação
10:35é que, dado este caso,
10:38a prova não tinha que ser
10:39maximamente avaliada.
10:43Claro, claro.
10:44A Polícia Federal
10:45tinha que levar em consideração
10:47as consequências
10:48policiais e políticas
10:53de tudo isso.
10:55Policiais no sentido
10:56de poder levar a gente
10:59para a cadeia
10:59e políticas no sentido
11:01de forçar,
11:03de legitimar
11:05uma busca e apreensão
11:07dentro do gabinete
11:08de um parlamentar
11:09que é chefe da oposição.
11:12Ou seja,
11:13é o tipo de descuido
11:14descuido
11:14que é inaceitável.
11:17Inaceitável,
11:18na minha opinião.
11:19Sempre, óbvio.
11:20Claro.
11:21É nosso.
11:21Bom,
11:22então vamos considerar
11:24essas duas hipóteses.
11:27Quero crer
11:28que seja um caso
11:29de erro,
11:30um erro indesculpável
11:32e não um caso
11:33de deliberada manipulação
11:36de informação pela PF.
11:38Dos dois jeitos, é ruim.
11:41A minha segunda observação
11:42é o seguinte, Felipe.
11:43A acusação contra o Jordi,
11:49aquilo que está sendo investigado
11:51a respeito do Jordi,
11:52não depende necessariamente
11:54da presença do CVC
11:56em Brasília.
11:59Aquilo que está sendo investigado
12:01na essência
12:02é a possibilidade
12:03de que o Jordi
12:04e o CVC
12:05tenham financiado
12:07a ida de pessoas
12:09do Rio de Janeiro
12:10para Brasília.
12:10é óbvio
12:14que,
12:16dada esta
12:16aparente burrada
12:18da PF,
12:20toda a linha
12:20de raciocínio
12:21fica
12:22desacreditada.
12:26Fica desacreditada.
12:28A investigação toda
12:29fica desacreditada.
12:30Mas eu volto
12:31a este ponto.
12:33Na essência,
12:34a questão é
12:35estes dois senhores
12:37financiaram a ida
12:38de manifestantes
12:39para Brasília
12:40e não
12:41o CVC estava
12:43em Brasília.
12:45É tudo muito ruim.
12:47A investigação
12:48da PF
12:49foi jogada
12:50ali no chão.
12:51Vai ser difícil
12:52reerguer esse treco.
12:54mas a base
12:57do raciocínio
12:58não foi destruída
13:00como quer
13:01fazer crer o Jordi.
13:04É,
13:05e é preciso
13:05separar aqui
13:06uma coisa que
13:07muitas vezes
13:07no debate público
13:08não se separa.
13:09A gente não está
13:09dizendo que o Jordi
13:10não atuou
13:11insuflando
13:12uma reação
13:13que
13:14nós sempre
13:16analisamos
13:16como irresponsável.
13:17porque a gente
13:20está falando
13:20da reação
13:21genérica.
13:22Agora,
13:23para você
13:24decretar ali,
13:25para você
13:25aprovar uma
13:26operação
13:27contra ele,
13:28você precisa ter
13:29indícios mínimos
13:30de que ele
13:31especificamente
13:32financiou
13:34a invasão
13:35do prédio
13:36dos três poderes.
13:37Porque você
13:38participar,
13:39por exemplo,
13:40da organização
13:41de um ato
13:42político,
13:43de uma
13:45manifestação,
13:46é legítimo.
13:47Então,
13:47se você não tem
13:48um elemento
13:48que seja
13:51realmente
13:51indicativo
13:52de que ele
13:54atuou
13:55na orquestração
13:56de um crime,
13:58você não pode
14:00fazer uma
14:01operação de busca
14:02assim,
14:03dessa maneira,
14:03um ano depois,
14:04quando o sujeito
14:05é líder da oposição,
14:06você tem que ter
14:06um mínimo.
14:08E
14:08é muito
14:10difícil
14:10de montar
14:11essa
14:12tese
14:13de que existia
14:14ali um conjunto
14:15probatório suficiente,
14:16um conjunto
14:17de indícios
14:17suficientes
14:18para que
14:19houvesse
14:19essa
14:20operação
14:21de buscas.
14:22de buscas.
14:23Música
14:23Música
14:24Música
14:25A CIDADE NO BRASIL

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