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Transcrição
00:00Olá, eu sou o Wilson Lima e nessa edição do Cruzoé Entrevista estou com o presidente do PSDB,
00:18Marconi Pirillo, ex-governador de Goiás, e que assumiu recentemente a executiva nacional da
00:25sigla. Presidente, obrigado pela atenção, obrigado por ter atendido ao nosso convite aqui
00:30de O Antagonista e Revista Cruzoé.
00:34Prazer é meu, Wilson, estar com vocês, Cruzoé, Antagonista, e com todos os internautas, enfim,
00:41todos os telespectadores.
00:44Presidente, eu quero começar com uma pergunta que ela parece óbvia, mas ela é uma pergunta
00:48necessária. O PSDB, ele polarizava com o PT até 2014, depois o partido, ele caiu em declínio.
01:01Como tirar o partido dessa situação para que o partido volte a polarizar, a protagonizar
01:08as principais, as eleições nos próximos anos? É possível você resgatar o PSDB dessa espécie
01:16de buraco, né? É quase um ostracismo político?
01:22Eu acho que é possível, sim. A gente precisa ter projeto claro, foco claro, ideias, forças
01:30claras. Preciso ter, enfim, uma nova carta de princípios, um novo programa que possa não
01:40só criar esperança, mas também gerar confiança e credibilidade, enfim, convencer as pessoas.
01:50O PSDB convenceu o Brasil com voto para presidente e governadores em pelo menos 15 estados importantes,
02:00apresentando bons projetos e fazendo boas gestões. Eu acho que ninguém pode discutir ou duvidar
02:09ou questionar que as gestões do PSDB, em vários aspectos, não tenham sido gestões convincentes
02:17do ponto de vista de qualidade, do ponto de vista de entrega. Agora, o PSDB cometeu muitos erros.
02:23Na eleição de 18, por exemplo, um dos erros foi subestimar o PT. O PSDB, em 18, polarizou com o Bolsonaro,
02:33quis polarizar com o Bolsonaro, atacou o Bolsonaro. E, na minha opinião, o alvo era o PT.
02:40À medida que a gente tomou essa decisão e nos equivocamos, a medida que o PSDB errou em 18,
02:48permitiu que Bolsonaro e Lula polarizassem as eleições, Bolsonaro ocupou um espaço que era nosso
02:55até então. E o PSDB não se reencontrou mais. Depois vem em 20, 22, com todo o equívoco das prévias,
03:04embora a prévia seja um instrumento democrático, moderno, diferente, que conta com a participação de todos,
03:12mas o Instituto das Prévias foi muito danoso para o PSDB. Nós nos dividimos praticamente ao meio.
03:19O João Dória, que foi o candidato escolhido pelas prévias, depois alegando que faltou apoio, desistiu.
03:27E ele argumenta, e agora deu uma entrevista recentemente dizendo isso.
03:31E o Leite, que era o candidato que, na minha opinião, poderia ter ocupado esse espaço,
03:36não teve a guarida do partido quando o Dória desistiu.
03:40Eu defendi fervorosamente que o Leite viesse como candidato.
03:45Ele tinha sido desincompatibilizado, estava, portanto, apto a ser candidato.
03:50E acho que foi um equívoco que o PSDB cometeu em não ter candidato pela primeira vez na história
03:57do Brasil, desde a redemocratização e desde a primeira eleição presidencial em 89.
04:04Agora, presidente, falando sobre o Eduardo Leite, tem duas questões aqui que eu acho que,
04:08a partir dessa sua resposta, que são importantes.
04:10Para 2026, o Eduardo Leite seria um quadro?
04:15O senhor defende que o Eduardo Leite seja candidato pelo PSDB à presidência da República em 2026?
04:21Lógico, ainda faltam vários anos, mas o cenário hoje seria, do PSDB, lançar o Leite como candidato para 2026?
04:29Na verdade, isso não falta muito tempo, não.
04:34Eu acho que, em menos de dois anos, a gente já terá no Brasil um cenário bastante definido em relação a 2026.
04:42É muito rápido esse processo político.
04:45O Leite tem dois anos a mais para consolidar o governo dele,
04:49como um governo de entregas, um governo corajoso que enfrentou reformas,
04:56que enfrentou dificuldades estruturais, como déficit previdenciário, déficit financeiro.
05:02E, em que pese isso tudo, o Leite, o Eduardo Leite, reuniu algumas credenciais,
05:10algumas características fundamentais para se ter o passaporte para uma pré-candidatura,
05:16para uma candidatura presidencial.
05:18Ele é jovem ainda, moderno, faz um governo eficiente, um governo austero.
05:25Ele, Eduardo Leite, é um governador austero, é um governador moderno,
05:30um governador que procurou se cercar de bons e competentes auxiliares,
05:35e é um governador também atento às questões do povo do Rio Grande do Sul.
05:40Todo o Brasil acompanhou agora as tragédias da enchente no Rio Grande e também do furacão.
05:47O Leite não saiu das cidades, ele não desgrudou do problema.
05:53Ele estava lá, apesar da falta de dinheiro, das dificuldades financeiras e fiscais,
05:59ele estava lá dando assistência, dando apoio e, ao mesmo tempo, também sinalizando com recursos
06:05para ajudar as famílias mais atingidas a superar o desafio.
06:09Então, assim, é um governador presente, é um governador que está respondendo às demandas do Rio Grande,
06:16e a maior prova disso é que, depois de muitos anos com reeleição,
06:20foi o primeiro governador a ser reeleito, mesmo tendo saído nove meses antes,
06:26mas foi o primeiro governador reeleito de um Estado muito politizado e muito polarizado,
06:32como é o caso do Rio Grande.
06:33É, porque o Rio Grande do Sul, de fato, sempre teve essa dicotomia entre petistas e não petistas, né?
06:39Então, lá é muito... Esse é um cenário bem consistente lá no Rio Grande do Sul.
06:45Agora, o senhor falou também sobre o João Dória e falou sobre as prévias do ano de 2022.
06:49Há ainda alguma mágoa em relação ao João Dória?
06:52Quer dizer, o partido ainda sente que, nossa, o Dória, ele fez, fez, fez,
06:56e quase que o Dória afundou o partido. Há esse sentimento ou águas passadas?
07:00Vamos olhar para frente.
07:03É, eu acho que a gente tem que olhar para frente.
07:06Eu acho que o instrumento das prévias, que poderia ter sido uma demonstração de força do PSDB,
07:14que poderia ter sido um show de democracia interna, democracia partida,
07:18um exemplo, aliás, para os outros partidos e para os outros países,
07:21acabou dividindo para valer o partido.
07:23E se alguma coisa de ruim ficou, foi isso.
07:27Muitas críticas em relação à forma como as prévias se deram, etc.
07:31Mas não adianta ficar chorando o passado.
07:34Isso tudo foi muito ruim para a imagem do partido, para o próprio partido,
07:39para as candidaturas que entraram no processo eleitoral no ano passado,
07:44como foi o caso da minha.
07:45Mas eu não tenho dúvida que é hora de olhar para frente.
07:49Corrigiram os erros do passado, foram muitos.
07:51E a maior prova disso é que em função dos erros de 18 e os erros de 22,
07:56nós reduzimos a nossa bancada, que já foi muito forte, a 14 deputados, com a federação 19 deputados.
08:03A bancada dos senadores é dois senadores.
08:05E hoje a gente tem que trabalhar duro para, de novo, começar a atrair parlamentares para a nossa base, para o nosso partido.
08:15Acho que um dos caminhos será federar com mais algum outro partido, com mais alguns partidos,
08:21ou eventualmente até fazer fusão.
08:24Mas eu acho que muitas medidas terão que ser tomadas aqui para frente.
08:27E eu fui senador conjunto com 13, com outros 12 senadores.
08:31Nós éramos 13.
08:33Era uma bancada muito atuante, na época, na oposição ao governo Lula, ao segundo governo Lula.
08:38E nós fizemos um trabalho de fôlego.
08:42Nós fomos visivos na votação da CPMF e em muitas outras matérias que foram importantes para o país.
08:48Agora, presidente, o senhor falou agora há pouco que é necessário que uma possibilidade seria uma eventual fusão
08:55ou mesmo você federar o PSDB com outros partidos.
08:59Eu queria lhe perguntar de forma muito objetiva.
09:01Essas alternativas estão sendo tratadas pela cúpula do PSDB?
09:06Segundo ponto, quais são os partidos em que, se de fato tivermos um processo de fusão ou mesmo de federação,
09:14já há alguma conversa?
09:15Falou-se muito do Cidadania no passado, ainda há essa conversa com o Cidadania.
09:19Tem outros partidos aí nessa roda de conversas, não?
09:25Olha, o então presidente Bruno Araújo começou essas conversações há dois, três anos atrás.
09:33O presidente Eduardo Leite, na sua presidência durante este ano, também conversou com vários partidos.
09:40E eu agora, depois de assumir a presidência, já conversei com seis presidentes de partido.
09:46Com o Cidadania, a gente tem uma federação já homologada nas eleições do ano, consolidada nas eleições do ano passado.
09:54Essa federação continua.
09:56Tivemos recentemente uma conversa excelente com o presidente do Cidadania e já estabelecemos uma comissão,
10:04composta de dois membros do PSDB e dois do Cidadania, para discutir e dirimir eventuais divergências em alguns estados.
10:12Já conversei, fiz uma visita, tive uma boa conversa com a presidenta do Podemos, deputada Renata Abreu.
10:18Eu pretendo ter conversa com o presidente do MDB, deputado Baleia Rossi, e conversei com vários outros presidentes.
10:26Nós vamos procurar convergências com partidos de centro, partidos que tenham características semelhantes às nossas,
10:34para que a gente possa ter uma federação ou um partido com uma boa musculatura.
10:40O senhor falou basicamente aqui de dois partidos importantes, Podemos e MDB, MDB do Baleia Rossi e o Podemos da Renata Abreu.
10:52Podemos que é um partido que nasceu independente, um partido que cresce a cada ano, inclusive tem uma bancada robusta no Senado,
10:58mas não tem uma bancada tão robusta assim na Câmara. O MDB já é o contrário, tem uma bancada robusta ali na Câmara
11:05e no Senado tem uma bancada ali intermediária. Mas há chances concretas de o PSDB se federar com o MDB e com o Podemos?
11:13Há pelo menos algum protocolo de intenção nesse sentido ou, por enquanto, ainda é sonho?
11:20Eu acho que, por enquanto, um pouco em relação ao MDB no campo da idealização, no campo das discussões, das escaramuças,
11:32e no caso do Podemos já bastante avançado, inclusive critérios e tal.
11:36Isso tudo vai depender muito do desejo das bancadas, do Senado e Câmara e também nos palanques regionais.
11:44Eu, como presidente da Executiva, vou ouvir todo mundo o tempo todo, vou conversar com todo mundo.
11:50Agora, passos terão que ser dados e nós daremos esses passos concretos, no sentido de dar conforto às nossas bancadas
11:57e aos nossos palanques regionais. Eu não vejo problema nenhum em avançar nessas discussões.
12:02Acho que elas serão muito necessárias, tanto para nós, quanto para os partidos com os quais nós estamos conversando.
12:08É bom lembrar, só para quem nos acompanha, que o Instituto da Federação, ele foi, ele começou, ele estreou nas últimas eleições,
12:17então, para a gente explicar rapidamente, o presidente, por favor, me conhece ou cometer algum equívoco,
12:22ela é uma espécie de consórcio partidário. Então, assim, os partidos não necessariamente se fundem.
12:27Na Federação, você tem um conglomerado de partidos que ele é contabilizado para fins de votação proporcional,
12:33e os partidos, eles têm uma atuação própria, mas cada partido tem só a unidade partidária.
12:39Assim, essa é a diferença. Na fusão, não. Na fusão, todo mundo se junta, vira uma outra sigla.
12:43Então, essa é basicamente a diferença entre a fusão e a Federação.
12:47Presidente, fusão, tem alguma conversa ou não?
12:53Tem partidos que desejam fusão com o PSDB.
12:56No PSDB, essa discussão ainda não foi aprofundada, acho que nem foi, de certo modo, iniciada.
13:05Mas é um tema que certamente terá que ser avaliado, e repito, bancadas e líderes regionais,
13:13e fundamentalmente pela executiva.
13:16Agora, a Federação, eu vejo um campo muito aberto por parte do PSDB,
13:21especialmente após as eleições municipais.
13:26Presidente, sobre eleições municipais,
13:30eu conversando com o presidente de outros partidos,
13:33eles me falam sempre de números altíssimos, né?
13:36O MDB quer eleger mil prefeitos, o PL quer eleger mil e quinhentos prefeitos,
13:41o PT fala de 600, 400 a 600.
13:45É muito partido, é muito candidato para pouca prefeitura,
13:48o país só tem 5.500 prefeituras.
13:51Qual é a expectativa do PSDB?
13:53De forma concreta, qual é o número que o PSDB está projetando para 2024?
13:59Quantos prefeitos só acreditam que o partido terá condições de eleger no ano que vem?
14:04Bom, por essas contas aí não sobra nada para a gente.
14:07Mas eu percebo que sempre os partidos procuram projetar números acima da realidade.
14:15Nós temos uma história muito marcante no país,
14:21com o plano real, com as reformas, telecomunicações,
14:24lei de responsabilidade fiscal, programas sociais inovadores, etc., etc.
14:30Programa de medicamentos genéticos, saúde da família,
14:33o PSDB é uma história.
14:34E nós temos uma história nos estados.
14:37Nós temos pelo menos 10, 12 estados onde o PSDB é muito forte.
14:41foi forte no passado, tem força no presente e, na minha opinião,
14:46terá mais força ainda no futuro.
14:49Nós vamos mirar nesses estados,
14:53vamos drenar nossos esforços e focar nesses estados.
14:58E eu acho que em estados onde a gente tem governador,
15:01prefeitos de capitais, ex-governadores que têm força política,
15:04senadores, deputados, nós temos condições de, pelo menos,
15:08manter o número de prefeitos que a gente elegeu.
15:12Mas aí você pode perguntar,
15:13mas o PSDB perdeu prefeitos em São Paulo,
15:16perdeu prefeitos em outros estados.
15:18É verdade.
15:19Só que a cada eleição a gente tem uma história diferente.
15:23Eu vejo hoje com muito mais possibilidades,
15:27a gente elegeu, por exemplo, em Goiás,
15:29mais prefeitos do que elegemos anteriormente.
15:31Em estados como São Paulo, por exemplo,
15:35vários prefeitos deixaram a sigla.
15:38Mas tem um monte de ex-prefeitos absolutamente qualificados
15:42que vão disputar.
15:44Disputar por conta do legado do partido,
15:46por conta da história deles no partido
15:47e por conta do que o partido ainda poderá fazer para São Paulo.
15:51E por aí vai.
15:52Em Minas é a mesma coisa, no Ceará,
15:55no Paraná, no Rio Grande, em Pernambuco,
15:58em Mato Grosso do Sul,
15:59na Paraíba, no Rio Grande do Norte,
16:03em Mato Grosso, enfim,
16:06em uma série de estados alagoas,
16:09o partido tem no Pará,
16:11na região norte a gente tem força em vários estados,
16:14Amazonas, então, Rondônia.
16:16Nós vamos buscar boas candidaturas,
16:20Santa Catarina, Espírito Santo,
16:22vamos buscar boas candidaturas
16:23em cidades onde a gente tenha reais condições de competir,
16:27de competitividade.
16:29Agora, não temos,
16:30não vamos ficar com números mirabolantes,
16:33fora da realidade.
16:34Nós vamos trabalhar com números concretos.
16:37E eu imagino que a gente possa partir
16:39de um patamar que seja igual ao que a gente tem hoje.
16:42De preferência, melhor ao número
16:45e à qualidade do que a gente tem hoje.
16:46É, seria um patamar de aproximadamente
16:493,400 e 500 prefeitos,
16:51se não me engano, não é, presidente?
16:52Se não me engano.
16:52É, eu acho que é por aí.
16:54É difícil fazer esse tipo de diagnóstico,
16:58de prospecção,
16:59até de adivinhação,
17:01para uma eleição que será no ano que vem,
17:04e nós vamos agora nos preparar para ela,
17:07de forma profissional,
17:08usando a experiência que a gente tem,
17:10que nós todos temos.
17:12Nós temos políticos no PSDB
17:13que têm experiência de 30, 40 anos,
17:15como é o meu caso,
17:17e também de trabalho realizado em seus estados.
17:23Presidente, e só para a gente encerrar essa conversa,
17:25quando a gente fala de política,
17:28há sempre um ponto
17:32que se trata da renovação.
17:36Temos aí o PSDB, tem o Eduardo Leite,
17:39que parece que é o grande nome do partido
17:40para os próximos anos.
17:41O senhor também assume com essa missão
17:44de dar um novo frescor para o PSDB.
17:48Como dar um frescor para o partido?
17:51Principalmente depois de tudo que aconteceu na Lava Jato,
17:54e de certa forma,
17:56ali tem o grupo do deputado federal Aécio Neves,
17:59que sempre quando se fala de PSDB,
18:02se fala de 2014,
18:03se fala da associação dele com a Lava Jato,
18:05e que ainda tem essa,
18:07em algumas,
18:08ainda tem um resquício um pouco
18:09de tudo que aconteceu nos últimos anos.
18:13Como se fala de renovação,
18:14tendo ainda esse passivo para se equacionar, presidente?
18:17Olha, infelizmente,
18:21a gente tem na política,
18:22e não é agora,
18:24desde que política é política,
18:25preconceito em relação a alguns temas,
18:27alguns tabus,
18:28ou em relação a algumas narrativas.
18:31Infelizmente,
18:32e sobretudo com o advento da internet,
18:34das redes sociais,
18:36as narrativas falsas,
18:38as fakes,
18:39ganharam muita musculatura.
18:41isso acaba
18:43numa tentativa de destruir biografias,
18:47de falar no que ouviu falar,
18:50sem que tenha qualquer evidência,
18:51ou qualquer prova material, concreta.
18:54Isso acabou,
18:56e também de uma forma muito irresponsável,
19:00descrescente,
19:01absurda,
19:03tragando pessoas,
19:05homens, mulheres,
19:07com força política,
19:08com história,
19:09com legado,
19:09com tradição,
19:11com credibilidade em seus estados,
19:15acabou jogando muito isso aí na lama,
19:19e isso foi ruim para o Brasil,
19:21para a democracia brasileira.
19:23Passados alguns anos,
19:24o Aécio, por exemplo,
19:25foi inocentado de tudo,
19:27mas ficou aí essa sujeira toda
19:30que tentaram fazer com ele,
19:32e ele é uma pessoa que fez um belo governo,
19:34dois belos governos em Minas,
19:36o PSDB teve três governos,
19:38de muitas realizações em Minas,
19:40ele foi um excelente presidente da Câmara,
19:42quase ganhou a presidência,
19:43e assim aconteceu com vários de nós,
19:46que foi essa tentativa
19:48da criminalização irresponsável da política.
19:53O pior é o seguinte,
19:54quando se tem uma notícia
19:56contra um político,
19:58todas as manchetes,
20:00estampam a coisa
20:02como se fosse um crime efetivamente cometido.
20:04Depois que é comprovado
20:07que não houve o crime,
20:08o que se fala
20:09ou a resposta
20:12é infinitamente menor
20:13do que aquilo que foi noticiado.
20:15Então,
20:16não é fácil você
20:18ser congressista,
20:19você estar na vida pública
20:21e ser candidato
20:22a cada dois,
20:23a cada quatro anos.
20:25Muitas autoridades desse país
20:26não são eleitas,
20:28e elas vivem
20:29sob uma certa couraça
20:30de proteção,
20:31de tranquilidade,
20:32de estabilidade.
20:33Os políticos não,
20:34os políticos são
20:35as principais vidraças
20:37das instituições brasileiras.
20:40E o político,
20:42mesmo depois
20:42de absorvido
20:43de uma acusação
20:44infundada,
20:46mentirosa,
20:47leviana,
20:47cretina,
20:49em função de uma
20:49narrativa falsa,
20:51ele tem que ficar
20:51provando o tempo inteiro
20:53que ele é correto,
20:55honesto,
20:55que ele é probo,
20:56que ele não fez nada de errado.
20:58Então, assim,
20:58não é fácil
20:59você estar
21:01na vida pública
21:02vivendo uma situação
21:04como essa.
21:04E isso acaba dando lugar
21:06a que, por isso,
21:07que não tem nenhuma
21:08responsabilidade
21:09com a vida pública,
21:11com o eleitorado,
21:14com o cidadão brasileiro,
21:15com a diminuição
21:16das desigualdades
21:18regionais,
21:19sociais,
21:20permaneçam
21:21na política
21:22vivendo
21:23do tomalá da cá.
21:24ou seja,
21:25quanto mais ele tem
21:26os políticos
21:27que têm
21:28nitidez ideológica,
21:30que têm nitidez
21:31em relação
21:32às suas posições,
21:33vão ficando
21:34de lado.
21:35Esses políticos
21:36que não têm
21:36preocupação com nada
21:37vão ganhando força,
21:39porque vivem
21:40a sombra
21:40de qualquer governo
21:41e, ao mesmo tempo,
21:43têm condições
21:44de levar
21:45as verbas públicas,
21:47os cargos,
21:48os empregos,
21:49para seus estados,
21:50seus municípios.
21:51Isso vai retroalimentando
21:53a política
21:54tal como ela está hoje.
21:5530 partidos,
21:56isso é uma vergonha.
21:58Nós tínhamos
21:58que ter no Brasil
22:00seis partidos
22:01no máximo
22:01para que a gente
22:02tivesse fidelidade
22:03partidária,
22:04responsabilidade
22:06partidária
22:06em relação
22:07às posições
22:07que são adotadas.
22:09Isso não acontece
22:10porque a gente tem
22:11um sistema político
22:12completamente desandado,
22:15completamente fora
22:15da realidade mundial,
22:17completamente equivocado
22:18para não dizer
22:19um sistema político
22:20que favorece
22:22as desigualdades,
22:23que favorece
22:24os ilícitos,
22:25que favorece
22:26as contradições,
22:27que favorece
22:28fundamentalmente
22:30o erro.
22:31E, agora,
22:33de repente,
22:33quem procura
22:34fazer a boa política
22:35fica na vala comum
22:37quando é citado
22:39numa delação
22:40mentirosa,
22:41quando é citado
22:42em algum episódio
22:44que o seu eleitor
22:45acaba não perdoando
22:46porque sabe
22:47que acreditou
22:48nesse político
22:49porque o considerável
22:51considera correto.
22:52Agora,
22:52os que não são
22:53considerados corretos
22:54é que comanda
22:55hoje o Brasil.
22:58Em falta de correção,
23:00presidente,
23:01aí eu vou
23:02para encerrar
23:03de fato.
23:05O PSDB
23:06sempre foi,
23:07eu vou começar
23:08pelo começo,
23:09eu vou terminar
23:09pelo começo.
23:11O PSDB
23:11sempre se colocou
23:12como antagonista
23:13do PT,
23:14como o partido
23:15que sempre combateu
23:16o PT.
23:17Hoje o PT
23:17está de volta
23:18ao poder
23:19depois de
23:20seis anos
23:21afastados.
23:22Estou somando aqui
23:22os quatro anos
23:23do governo Bolsonaro
23:24mais os dois anos
23:25do governo Michel Temer.
23:27Como é que o PSDB
23:28vai fazer?
23:31Qual vai ser
23:32a postura do PSDB
23:33em relação
23:34ao governo Lula?
23:35Como é que vai ser
23:36esse embate,
23:37esse enfrentamento?
23:39E
23:39eu vou
23:40além.
23:42Como fazer
23:42esse enfrentamento
23:43sabendo que
23:44no outro polo,
23:46mesmo no polo
23:46da direita,
23:48há ali uma base
23:48parlamentar,
23:49que ela é uma base
23:50parlamentar estridente,
23:52que tem repercussão
23:53nas redes sociais
23:53e que consegue fazer
23:55muito barulho
23:56e como o senhor falou
23:57agora há pouco,
23:58que com o tempo
23:59acabou ocupando
24:00espaço que em um passado
24:01não muito distante
24:02era do PSDB.
24:03Qual é a fórmula?
24:04Tem fórmula?
24:06Você acabou
24:07fazendo esse diagnóstico
24:10e dando essa fórmula
24:11aí na sua própria
24:11introdução.
24:12o fato é que
24:14o partido
24:15que fez oposição
24:16ao PT
24:16e vice-versa
24:17nos últimos 30 anos
24:18foi o PSDB.
24:20Com uma diferença.
24:21Entra governo,
24:22sai governo.
24:24O PSDB nunca
24:24esteve dentro
24:25de governo,
24:26salvo o Michel Temer,
24:28que a gente participou
24:29durante um tempo
24:30e eu acho que
24:30teria que participar mesmo,
24:32acho que valeu a pena
24:32ter participado,
24:34mas
24:34o PSDB
24:36sempre ficou
24:37na oposição
24:38e muitas vezes
24:39não foi compreendido
24:40por isso,
24:42ao contrário,
24:42mas sempre votou
24:43a favor de matérias,
24:45a favor da reforma,
24:46sempre votou a favor
24:47de reformas estruturantes
24:48de defesa do Estado,
24:49da gestão,
24:51da redução de gastos,
24:52de políticas sociais.
24:53O PSDB
24:54nunca foi contra o Brasil.
24:56Se você pegar
24:57o histórico
24:58das votações
24:59do PT,
25:00você verá
25:01que o PT
25:01foi contra
25:02constituintes,
25:03foi contra o plano real,
25:05foi contra
25:05a lei de responsabilidade fiscal,
25:08foi contra o Fundef,
25:09foi contra
25:10uma série
25:11de políticas públicas
25:12que hoje
25:13são fundamentais
25:14e que estão
25:15incorporadas
25:16à cultura brasileira,
25:17à cultura política brasileira.
25:18Nós não,
25:19nós nunca fizemos isso,
25:20talvez
25:21paguemos um preço alto
25:23hoje
25:24por termos
25:25posições responsáveis,
25:27posições consequentes,
25:29mas eu estou
25:30convencido
25:31de que o PSDB
25:32pode e deve
25:33voltar
25:34a ser protagonista
25:36na política brasileira.
25:37Temos,
25:37como já disse,
25:38excelentes quadros,
25:39você citou o Eduardo,
25:41nós temos a governadora
25:42Raquel Lira,
25:43o governador Riedel,
25:44três jovens
25:45talentosos
25:46e competentes
25:46governadores
25:47na atualidade,
25:48temos vários
25:49ex-governadores
25:49que já serviram
25:50ao país
25:51no passado
25:51e temos o Fernando Henrique
25:53que é o nosso
25:54grande referencial,
25:55nosso grande farol
25:56na política
25:57e no partido.
25:58Acho que a gente pode
26:00desde que a gente
26:01tenha
26:01um posicionamento.
26:03Quando a gente
26:03fala que o PSDB
26:05é oposição
26:06nítida,
26:07isso não significa
26:08ser oposição
26:09ao Brasil
26:10e nem
26:11ser oposição
26:12oportunística.
26:14Nós somos oposição
26:15porque fomos levados
26:17à oposição
26:17à medida
26:18em que ficamos,
26:20perdemos as eleições
26:20presidenciais,
26:22mas isso não significa
26:22que a gente tenha
26:23que ser oposição
26:24ao país.
26:25Eu acho,
26:26por exemplo,
26:26que os governadores
26:27do partido
26:28precisam se preocupar
26:30com a governabilidade
26:30de seus estados,
26:32precisam fazer
26:32todas as parcerias
26:33com o governo federal,
26:35com os governos municipais,
26:37têm todo o direito
26:37de se relacionarem
26:39e de fazerem
26:40todas as,
26:41estabelecerem
26:42todas as convergências
26:43e sinergias
26:44com o poder central
26:45e também
26:45com os municípios.
26:47Agora,
26:48tem posições
26:50que o PSDB
26:51pontualmente
26:51vai se colocar
26:52de maneira antagônica,
26:54de maneira diferente.
26:55Recentemente,
26:56eu assinei
26:57uma nota
26:57pelo partido,
26:59escrevi uma nota
27:00e divulguei,
27:01condenando
27:02o governo brasileiro
27:03por não ter adotado
27:04até agora,
27:05até aqui,
27:05uma postura
27:06mais rigorosa,
27:08mais forte
27:08em relação
27:09a essa possibilidade
27:11de intervenção
27:12da Venezuela
27:12na soberania
27:14da Guiana.
27:15A Venezuela
27:16é dirigida
27:17por um ditador,
27:17todos nós sabemos disso.
27:19Então,
27:20nesses pontos,
27:21eu assinei
27:21uma outra nota também
27:22falando do custo Brasil
27:24que hoje esgarça
27:26a indústria brasileira,
27:27que empobrece
27:28a indústria brasileira,
27:29o comércio brasileiro.
27:30Isso vai minando
27:32o emprego,
27:33vai corroendo o emprego.
27:35Também já me manifestei
27:36em relação ao gasto público.
27:38Não dá para a gente
27:38concordar com o governo,
27:40tem 40 ministérios
27:41e isso acontece
27:43para acomodar
27:44uma base
27:45no Congresso Nacional
27:47e interesses
27:48também políticos
27:49e um gasto público
27:51que não para de crescer.
27:53A gente vê aí
27:53o esforço
27:54do Banco Central,
27:55o esforço
27:55do próprio Ministro da Fazenda,
27:57mas a gente
27:57não percebe
27:58uma vontade política
28:00no sentido de conter
28:00o gasto público.
28:03Eu já brinquei
28:04em outras entrevistas
28:05e costumo brincar,
28:06lembrando de ter ouvido
28:08isso da boca
28:09desse brasileiro,
28:11grande brasileiro
28:11chamado Jorge Gerdau,
28:13que gasto público
28:15é como cortar a unha,
28:17tem que cortar diariamente,
28:19porque senão cresce
28:19e acaba nos levando
28:22e poderá nos levar
28:23a uma situação
28:24como infelizmente acontece
28:26com o nosso vizinho país,
28:27argentina,
28:28inflação altíssima,
28:30estratosférica,
28:31juros altíssimos.
28:32Nós não queremos
28:33que o Brasil...
28:34Então, o PSDB
28:34fará esse contraponto
28:37vigilante,
28:38colocando,
28:39pontuando,
28:40sem entrar
28:42em questões pessoais.
28:43Nós não vamos ficar
28:44entrando em questões
28:44pessoais,
28:45mas não,
28:46no debate político mesmo,
28:48no sentido
28:49de engrandecer o país.
28:50Todo governo
28:51deveria agradecer
28:52aos partidos
28:54que fazem oposição
28:55de verdade,
28:57oposição séria,
28:58construtiva,
28:59verdadeira,
29:00que busque acrescentar
29:02ao país e ao povo.
29:03Está certo.
29:07Ex-presidente do PSDB,
29:09novo presidente do PSDB,
29:10ex-governador
29:11Marconi Pirillo.
29:13A propósito,
29:14eu ia encerrar,
29:15mas me bateu
29:15uma curiosidade aqui.
29:18O senhor,
29:19como bom goiano,
29:20hoje,
29:20o Caiato,
29:21hoje é o governador
29:22de Goiás,
29:23e o União
29:24já está falando
29:25que o Caiato
29:26pode ser
29:26um possível candidato
29:28à presidência
29:29da República.
29:29O Caiato
29:31pode atrapalhar
29:31os planos
29:32do PSDB
29:33em 26
29:33ou por enquanto
29:35não?
29:37Não,
29:38eu espero que não.
29:39Até porque
29:40ele procura
29:41passar uma imagem
29:42ao Brasil
29:43que não condiz
29:44à realidade.
29:46Quem mora
29:46aqui em Goiás
29:47sabe o que eu estou dizendo.
29:49Não há nada
29:49que possa
29:50mostrar
29:51um Caiato
29:53como possível
29:53candidato
29:54à presidência
29:54da República.
29:55Ele até agora
29:56mudou nomes
29:57nos programas
29:58nossos,
29:58das obras nossas,
30:00se apropria
30:00de coisas
30:01que nós fizemos
30:01e não há nada
30:03em canto algum
30:03que possa ter sido,
30:05que possa ficar
30:06como legado.
30:07Infelizmente,
30:08a não ser uma obra
30:08que ele está querendo
30:09fazer em Goiás,
30:10em Goiânia,
30:11sem licitação,
30:13sem obedecer
30:13à Constituição Federal.
30:15Se tem uma coisa
30:16fácil de fazer
30:17é contrapor
30:18ao governo
30:19aqui de Goiás.
30:21Ele carece
30:22de responsabilidade
30:23legal
30:25de respeito
30:26à Constituição
30:27e é um governo
30:28muito carente
30:29de realizações.
30:30Bom,
30:31ele vende uma coisa
30:32e nós vamos
30:33falar da realidade.
30:34Eu não gosto
30:35de ficar entrando
30:35em escudo
30:36de política local,
30:37regional,
30:38paroquial,
30:39mas se provocou,
30:40você perguntou,
30:41eu estou disposto
30:42a debater,
30:42inclusive,
30:43um antagonista
30:43com ele,
30:44se for necessário,
30:45especificamente
30:46sobre Goiás,
30:47porque eu acho
30:48que ele não tem
30:48nenhuma estatura
30:49para sequer
30:50pleitear uma eleição
30:52em nível nacional.
30:53está certo,
30:56seria um bom debate.
30:57Presidente,
30:58obrigado pela atenção,
30:59obrigado pela entrevista,
31:00espero contar
31:01com a sua participação
31:02em outras entrevistas,
31:04em outras intervenções
31:04aqui na revista
31:05Cruzoé e também
31:06em um antagonista.
31:07Boa tarde,
31:07professor.
31:10Boa tarde,
31:10obrigado, Wilson,
31:11um abraço
31:11a todos os internautas
31:13do antagonista
31:14da Cruzoé.
31:14paz.

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