O ministro Luís Roberto Barroso assumiu a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) estendendo uma bandeira branca ao Congresso Nacional e sambando com Diogo Nogueira. Seu show só não fez mais barulho que a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, a maior derrotada da semana, junto com o Flamengo de Jorge Sampaoli, que acabou demitido, como Marcelle Decothé, ex-assessora especial que atacou a torcida do campeão São Paulo e a língua portuguesa.
A semana teve ainda o depoimento do incomodado general Augusto Heleno à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro. O ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) não conseguiu esconder a impaciência com as perguntas dos parlamentares, e sobrou até palavrão para a relatora da comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA).
Outro destaque da CPMI foi o deputado Abílio Brunini (PL-MT), que tumultuou os trabalhos mais uma vez e acabou expulso de uma reunião pelo presidente Arthur Maia (União-BA). Brunini ainda esperneou, dizendo que Maia é tigrão com ele e tchutchuca com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, que não entregou os vídeos do circuito interno de segurança do ministério à comissão.
Destaque também para a mobilização da oposição contra a descriminalização do aborto, cujo julgamento no STF foi pautado pela ministra Rosa Weber antes de se aposentar. O voto de Weber, favorável à descriminalização da interrupção da gravidez até a 12ª semana de gestação, levou os deputados de direita a encampar a aprovação do Estatuto do Nascituro, enquanto o senador Rogério Marinho (PL-RN) reuniu 45 assinaturas para propor um plebiscito sobre o assunto.
O risco de descriminalização do aborto levou também o desembargador aposentado Sebastião Coelho da Silva, que enfrentou os ministros do STF durante o julgamento dos réus do 8 de janeiro, a puxar uma manifestação em favor da vida no dia 12 de outubro, Dia das Crianças. Ou "criances", como diria a assessora demitida do Ministério da Igualdade Racial.
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00:00Eu vou arrumar a cana, ops, mentira, tu falha, gente.
00:19E quando o senhor esteve no Palácio do Alvorada, lá em dezembro de 2022, o senhor sai no seu veículo e alguma pessoa pergunta se o bandido subiria a rampa.
00:28Mais de uma vez, assim como em todas as outras manifestações, eles fazem claramente, se referindo ao então presidente Lula.
00:36O senhor diz não. O que o senhor quis dizer com isso?
00:40Bom, eu até hoje continuo achando que bandido não sobe a rampa.
00:44Certo.
00:45Eu sempre disse pra vocês que não tinha conversa com o Centrão, que a minha conversa era com o partido político.
00:58Disse várias vezes, digo de novo e repetirei tantas vezes quantas forem necessárias, que sou patriota e por isso não me calei.
01:12Porém, em momento algum pensei que ser patriota pudesse vir a ser sinônimo de golpista e que passasse a ser considerado como tipo penal.
01:21No GSI permaneceu o DNA bolsonarista do general Heleno.
01:27Essa foi uma frase infeliz, pronunciada, eu nem sei por quem, em algum jornal que publicou.
01:35Não ficou DNA bolsonarista do general Heleno porque eu jamais tratei de política com os meus servidores.
01:44Tem algumas pessoas no YouTube, né? Agora estão agredindo a vossa excelência e me agredindo.
01:51Não, mas eu já tomei providência. Estou pedindo pra plantar tudo.
01:55O doutor João já vai encaminhar pra polícia civil pra abrir inquérito e vamos responsabilizar todos os canalhas que tentam atacar essa CPI.
02:04Há de voltar o tempo das gentilezas. Vivemos um tempo de muitas ferocidades, um tempo de pessoas odiantas, de pessoas não apenas intolerantes, mas muitas vezes tornando os outros intoleráveis.
02:29Alguns disseram até que eu seria infiltrada da esquerda. Um absurdo, pois a infiltração pressupõe a facilitação por parte de quem comanda o infiltrado.
02:39Nesse caso, então, por que ainda estou presa?
02:42Na sua opinião, as eleições brasileiras agora em 2022 foram fraudadas?
02:48Já tem o resultado das eleições. Já tem um novo presidente da república.
02:52Pô, não posso dizer que foram fraudadas. Foram examinadas.
02:55Você mudou de ideia, né? Muito obrigada, presidente.
02:57Ela fala as coisas que ela acha que estão na minha cabeça. Porra, é pra ficar puto, né? Puta que...
03:03Nós estamos apresentando hoje, protocolando aqui no Senado da República, um decreto legislativo com 45 assinaturas dos senhores senadores,
03:13que representa mais do que a maioria absoluta da casa, onde nós propomos uma consulta à população através de plebiscito.
03:20Infelizmente, as informações que nos chegam é de que uma vez encerrada esta CPI, haverá uma nova escalada de violência e terror no meio rural.
03:32A senhora não acredita na honestidade do ministro Alexandre de Moraes, que presidiu o TSE?
03:46Eu não vou responder.
03:48A história de Vossa Excelência, ministro Luiz Roberto Barroso, é lastro seguro da dignidade que marca a posse que ora participamos, e mais que isso, celebramos.
03:58Eu tenho um convite especial a fazer. Dia 12 de outubro, vamos às ruas, em defesa das famílias, das liberdades e das nossas crianças.
04:10Um país não é feito de nós e eles. Somos um só povo. Do pluralismo das ideias, como é próprio de uma sociedade livre e aberta.
04:19Se fazer a opção de veto em relação àqueles. Por mais que eu discorde. Tem situações lá que é de interesse da administração pública.
04:27Mas se é a opção deles vetar, não há nenhum impacto com relação ao núcleo central que interessa, nesse momento, que é a questão do marco temporal, a segurança jurídica.
04:38A senhora não acredita na lisura da eleição?
04:41Eu tenho o direito de não confiar.
04:44Eu estou perguntando se a senhora acredita ou não na lisura das eleições.
04:47Não, eu tenho o direito de duvidar de um voto que não é auditável.
04:53O senhor se reconhece como poder moderador?
04:57Sim.
04:58Sim? Não tem na Constituição de 88 esse poder moderador.
05:03Isso é fora da realidade.
05:05Isso é um terraplanismo constitucional.
05:08O senhor assumiu a função de ajudante de ordens de frota no último ano em que ele esteve como ministro do Exército, em 1977?
05:19Isso não está no escopo da minha convocação aqui.
05:23General, eu determino as perguntas.
05:26Responde se eu quiser.
05:28Exatamente.
05:29Responda se ou não, ou vou ficar em silêncio.
05:31Não, vou ficar em silêncio.
05:32Ok, muito bem.
05:33Comigo, comigo, o Arthur Maia foi tigrão ao pedir para que eu saísse da sala.
05:42Mas é tchutchuca com o Flávio Dino.
05:45Todos os deputados aqui ganham uns bons salários, todo mundo aqui ganha bem.
05:50E chega aqui a casa legislativa do país.
05:54É por isso que quando vai avaliar a casa, os deputados, a nossa avaliação cai lá para baixo.
06:16Não é melhor eu voltar para o meu estado para fazer minhas coisas por lá?
06:19Porque os deputados dão motivo.
06:22Nós já estamos acostumados ao comportamento do deputado.
06:27Deputado Evair, por favor, a polícia legislativa, por favor, para ajudar a acalmar os ânimos.
06:35Pátria amada, Brasil.
06:51Deputado Evair, por favor, a polícia legislativa, por favor, a polícia legislativa, por favor, a polícia legislativa.