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NotíciasTranscrição
00:00E o presidente do Tribunal Supremo Popular de Cuba, Rubem Remigio Ferro,
00:06disse nessa quinta-feira que a pena de morte serve como defesa da revolução.
00:12Eu achei isso na imprensa internacional, fui procurar o vídeo, coloquei no meu Twitter
00:17e trouxe aqui para a pauta e o Duda fez apurações nesse sentido.
00:21Ele deu a declaração ao presidente do Supremo Tribunal Cubano
00:25durante discurso na Assembleia Nacional do Poder Popular de Cuba.
00:29Tudo lá é popular, eles botam, não é, entre aspas,
00:34porque é um regime autoritário, ditatorial, como a gente sempre coloca.
00:39Agora os nomes das instituições, é até curioso, sempre tem a palavra popular.
00:45Então até o Supremo Tribunal Federal, Supremo Tribunal,
00:49Supremo Tribunal Federal aqui no Brasil, o STF, ele é popular, entre aspas, também.
00:54Então é Supremo Tribunal Popular. Vamos acompanhar.
00:57O Código Penal também tem entrevista a pena de morte por razões.
01:01Nós temos que ter aí como um elemento de defesa de nossa sociedade,
01:06como defesa de nosso Estado, de nossa revolução,
01:09frente às gravíssimas amenazas em que permanentemente vivimos.
01:14vivimos e também para lá atrás.
01:16Ele acha, Johanna?
01:20Muito bem. Só traduzindo aqui o que ele disse,
01:22eu acabei pulando, né, pudei de assunto, Duda,
01:25tem a capa da Cruz Oé sobre o Morro,
01:27mas depois a gente volta a falar disso.
01:29O que que disse, portanto, o presidente do Supremo Tribunal Cubano?
01:33Abra o aspas, traduzindo.
01:34O Código Penal, de Cuba, evidentemente,
01:37também prevê a pena de morte.
01:39Precisamos dela como um elemento de defesa da nossa sociedade,
01:43do nosso Estado, da nossa revolução,
01:46frente às gravíssimas ameaças nas quais constantemente vivemos.
01:50E também para a tranquilidade do cidadão.
01:53Fecho aspas aí.
01:54Foi isso que o Rubem Remir Guioferro disse nesse discurso.
02:01E eu até registrei que o Código Penal de Cuba
02:04mantém a pena de morte para 24 crimes.
02:08São 14 contra a segurança do Estado,
02:11isso que é sempre muito vago.
02:13Oito específicos de terrorismo
02:15e também há alguns itens ali que dão margem à perseguição.
02:21Um contra a saúde pública, que envolve drogas,
02:23e um de homicídio.
02:25Então, entre esses dois primeiros tipos,
02:26segurança do Estado e terrorismo,
02:28você tem ali auxílio ao inimigo e espionagem, por exemplo.
02:32Quer dizer, você tem uma possibilidade aberta
02:36de se executar por fuzilamento
02:38quem o regime autoritário, evidentemente,
02:42considerar um espião,
02:43considerar que está auxiliando o inimigo,
02:45considerar que está tentando contra a segurança
02:47com toda a abrangência que isso supõe.
02:50E, Duda, há uma novidade aí,
02:53que estão querendo mudar, adaptar.
02:55O que é também feito oficialmente
02:59e de maneira velada?
03:00Boa noite, bem-vindo mais ou mais.
03:01Boa noite, Felipe.
03:03Bom, temos uma novidade.
03:06O Rubem faz esse discurso,
03:08em seguida a Assembleia
03:10aprova um código penal militar
03:12que tem ali a pena de morte.
03:14Mas Cuba, e ano passado,
03:18teve o Código Penal Civil
03:21e também, é o que você comentou,
03:23que agora expandiram os crimes
03:26que podem ter pena de morte.
03:29Mas vamos lá.
03:30Cuba sempre teve pena de morte.
03:33Aliás, um discurso clássico do Che Guevara na ONU,
03:37ele fala,
03:37Fuzilamos e seguiremos fuzilando
03:39enquanto for necessário.
03:41Exatamente.
03:43E, desde então,
03:44já são 3.800 pessoas executadas.
03:48O que não acontece
03:51nos últimos 20 anos
03:52é uma execução formal,
03:56mesmo em julgamentos sumários,
03:59que é o que aconteceu sempre.
04:01Isso não tem tido nos últimos 20 anos,
04:05porque em 2003 a gente tem um caso
04:08que um grupo de pessoas,
04:11são dezenas de pessoas,
04:12eles roubam uma lancha,
04:14vão para os Estados Unidos,
04:16a gasolina acaba no meio do caminho
04:17e aí todos são acusados.
04:21Inclusive, você citou aqui
04:22o caso de terrorismo.
04:24Terrorismo porque eles dizem
04:25que eles estavam ali
04:26a serviço dos Estados Unidos
04:28e...
04:30Constrói uma narrativa.
04:31Constrói uma narrativa.
04:33Então, assim, de 2003,
04:35desse caso até hoje,
04:37nós não tivemos esses casos
04:39de execuções da pena de morte
04:42pelo governo,
04:44porque isso, obviamente,
04:45quando acontece,
04:47todo mundo reclama.
04:48É a União Europeia,
04:50é a Anistia Internacional,
04:53é a Human Rights Watch,
04:54o Brasil não, tá?
04:55Mas, assim, vários outros.
04:56Mas, Cuba,
04:59a gente também tem que lembrar,
05:01tem matado,
05:05assassinado pessoas
05:06de maneira clandestina.
05:08Então, por exemplo,
05:09um caso que ficou muito conhecido
05:11é em 2012,
05:13um dissidente,
05:14que era o Oswaldo Pajá
05:15e o Arold Senen,
05:18eu acho que é,
05:18eles estavam num carro
05:20e eles sofrem um acidente de carro,
05:22os dois morrem.
05:24Toda a investigação
05:26do que aconteceu,
05:27tudo isso é montado
05:29num teatro
05:29e a Comissão Interamericana
05:32de Direitos Humanos
05:33da OEA
05:34vai dizer
05:35que o que aconteceu ali
05:36foi provocado
05:37por agentes de segurança.
05:39Então,
05:40é uma execução,
05:42é uma pena de morte,
05:43mas
05:43que não é oficial,
05:47né?
05:48É uma execução clandestina
05:50nesse caso aí.
05:54E outra coisa
05:54que é interessante a gente citar
05:56é por que
05:56que está acontecendo isso
05:58agora, né?
05:59Quer dizer,
05:59por que Cuba,
06:00Cuba, então,
06:01sempre teve essa pena de morte,
06:04sempre executou
06:06os dissidentes
06:07de maneira velada,
06:09ou não,
06:10mas por que
06:11que o Rubem
06:12está falando nisso
06:13e por que esses códigos novos
06:14ameaçando a população?
06:18Dia 11 de julho de 2021,
06:21nós tivemos aqueles
06:21protestos massivos,
06:24milhares de pessoas
06:26foram para as ruas,
06:27gravando tudo com celular
06:28e pedindo o fim
06:31da ditadura militar.
06:32E isso é uma coisa
06:33completamente fora
06:35do que sempre aconteceu
06:37em Cuba, né?
06:38A ditadura cubana
06:40sempre foi muito temerosa
06:42com qualquer manifestação
06:44na rua.
06:45Então,
06:46isso que aconteceu,
06:47que foi assim,
06:48de todas as cidades,
06:50um monte de gente,
06:52isso deixou muito claro
06:53que a ditadura,
06:55que os cubanos
06:56não querem a ditadura,
06:58não gostam
06:59e que se tiverem
07:00uma oportunidade
07:01vão mudar de regime.
07:02então,
07:03desde então,
07:04a ditadura
07:05tem criado
07:07mecanismo
07:08para assustar
07:09e amedrontar
07:10cada vez mais
07:11a população, né?
07:12Desde prender
07:14e torturar
07:15um monte de gente,
07:17adolescentes,
07:18a gente escreveu
07:18muito sobre isso
07:20aqui na Cruzoé,
07:21e agora
07:22essa questão
07:23de ameaçar
07:25com pena de morte.
07:27E a outra coisa
07:28é que
07:30está acabando
07:32o que se fala
07:33aí da geração
07:34revolucionária, né?
07:35Que são
07:36os cubanos
07:39que participaram
07:40da Revolução,
07:42que hoje
07:42tem idade avançada,
07:44então,
07:44Raul Castro
07:45está com 92 anos
07:46e a hora
07:48que essa turma
07:48toda morrer
07:49por morte natural,
07:51os outros
07:53é que vão ter
07:54que assumir.
07:55E o Miguel
07:56Dias Canel,
07:56e...
07:57Lembrando que
07:58Fidel Castro
07:59ficou no poder
07:59durante cerca
08:01de 50 anos,
08:02o irmão dele
08:03é o Raul Castro,
08:04que está
08:05aí no final
08:06da vida,
08:07e agora
08:08o Dias Canel
08:08é que é
08:09o ditador cubano.
08:10É,
08:10mas o Raul Castro
08:11está ali por trás
08:13dando esse apoio
08:13para o Miguel
08:14Dias Canel.
08:15Sim.
08:15Então,
08:15a hora que o Raul
08:16não estiver mais ali...
08:17Como sempre teve
08:18para o Fidel, né?
08:19Exato.
08:20A hora que não tiver
08:21mais essa geração
08:22revolucionária,
08:24há uma insegurança
08:25muito grande
08:25no regime
08:26de até que ponto
08:27que os cubanos
08:27vão topar
08:28seguir obedecendo
08:30esse Miguel
08:33Dias Canel,
08:33que os cubanos
08:34chamam de Canelo,
08:35né?
08:35Canelo
08:35é um nome comum
08:37para cachorro
08:38em Cuba,
08:38quer dizer,
08:38o cachorro
08:39que sempre obedece
08:40o Raul Castro.
08:42Então,
08:43o regime
08:43está com medo
08:44e, por isso,
08:45está assustando,
08:46amedrontando
08:47a população.
08:48E,
08:49Duda,
08:49você estava falando,
08:50e eu me lembrei,
08:51e é bom citar,
08:52porque tem gente
08:54aí das novas gerações,
08:55pessoal de 20,
08:5630 anos,
08:57que não acompanha,
08:59mas ouve falar,
09:00às vezes,
09:00até na faculdade,
09:02pessoal das áreas
09:03humanas,
09:04do José Saramago,
09:06e eu me lembro
09:06quando ele rompeu,
09:08rompeu,
09:09assim,
09:10com a ditadura cubana,
09:12e ele escreveu
09:13uma carta,
09:14e ele foi muito
09:15criticado,
09:15e isso aconteceu
09:16justamente quando
09:18a ditadura cubana
09:19fuzilou três pessoas
09:20que estavam tentando
09:21fugir de Cuba de barco.
09:23E aí,
09:24quem quiser procurar,
09:25pode procurar a carta
09:26de José Saramago,
09:27aí no Google,
09:28vocês vão achar rapidinho,
09:29os jornais brasileiros
09:30publicaram a tradução,
09:32e ele começa falando,
09:33ele começa com a mesma expressão
09:34que ele termina a carta,
09:35ele fala assim,
09:36até aqui cheguei.
09:38É curioso que ele tenha
09:39chegado até 2003,
09:41no apoio a um regime
09:43que já fuzilava
09:44há muito tempo,
09:44lembrando que o discurso
09:45do Che Guevara na ONU,
09:47citado aqui,
09:49lembrado pelo Duda Teixeira,
09:50foi em 1964,
09:5164.
09:53Então,
09:53a gente está falando
09:54de 2003,
09:55ele fala,
09:56até aqui cheguei,
09:56de agora em diante,
09:57Cuba seguirá seu caminho,
09:58e eu fico onde estou.
10:00Aí ele começa a filosofar
10:01um pouco sobre discordar,
10:03é isso,
10:03é aquilo e tal,
10:04e no final ele fala,
10:05agora chegam os fuzilamentos,
10:08sequestrar um barco
10:09ou um avião
10:09é um crime severamente punível
10:11em qualquer país do mundo,
10:13mas não se condenam
10:14à morte os sequestradores,
10:16sobretudo ao terem em conta
10:17que não houve vítima,
10:18não houve vítimas.
10:20Cuba não ganhou
10:20nenhuma heróica batalha
10:22fuzilando esses três homens,
10:24mas sim perdeu
10:24minha confiança,
10:26fraudou minhas esperanças,
10:27destruiu minhas ilusões,
10:30até aqui cheguei.
10:31Foi assim que José Saramago,
10:33autor de livros famosos,
10:35estudados,
10:35ensaios sobre a cegueira,
10:37as intermitências da morte,
10:39o Evangelho segundo Jesus Cristo,
10:41depois o ensaio sobre a lucidez,
10:43tem uma vasta obra aí,
10:45autor premiado, etc.,
10:47mas estava ali reconhecendo
10:49que Cuba tinha fuzilado
10:51três dissidentes,
10:52como eles gostam de chamar,
10:54e finalmente,
10:55então,
10:55ele perdeu a confiança,
10:56fraudou esperança,
10:58destruiu ilusões,
10:59estava muito iludido demais,
11:00tardiamente,
11:02foi muito criticado
11:03por aqueles que já eram
11:04antigos críticos do regime,
11:06embora todos tenham reconhecido
11:07que antes tarde do que nunca,
11:09né, Duda?
11:09E esse caso da lancha,
11:13enfim,
11:13também é uma questão
11:14muito sensível para o regime.
11:16Quando acontece
11:17que são três homens
11:18que são condenados
11:19à pena capital em 2003,
11:24nessas mesmas semanas
11:26acontecem outros dois casos parecidos,
11:28então,
11:29o regime acho que queria dar
11:31uma lição, né,
11:33forte para impedir
11:34que isso continuasse acontecendo,
11:36que os cubanos roubassem
11:37todos os barcos disponíveis
11:39sendo que já tem pouco barco lá, né?
11:43Felipe,
11:43eu fui para Cuba uma vez
11:45e eu lembro que
11:46eu fui numa praia
11:47e na praia você tinha
11:49uma fortificação,
11:52como se fosse ali
11:54um farol militar
11:55e você tinha um monte de
11:58militar com binóculo
12:01olhando a praia dos dois lados.
12:03E aí você fala,
12:04puxa, mas o que está acontecendo aqui?
12:06O que essas pessoas estão aqui?
12:08E aí os cubanos me explicaram,
12:10não, assim,
12:11a gente está numa situação
12:12de fronteira,
12:13mas qual que é o problema aqui?
12:15Não, é que é o seguinte,
12:16se vier alguém com um barco,
12:18imediatamente o militar
12:19vai lá e pega, né,
12:20e não deixa.
12:22Então, enfim,
12:23é o que a gente realmente espera
12:26de uma ilha prisão,
12:29coisa que os cubanos
12:30não querem
12:31e adorariam mudar
12:33esse regime que está lá.
12:34E aí
12:39E aí
12:40E aí
12:40E aí
12:40E aí
12:40E aí
12:41E aí
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