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  • 25/06/2025
Francisco Rosabal fala sobre a experiência trabalhando por Cuba em dois países diferentes.

Assista ao episódio 11 do Latitude na íntegra: https://youtu.be/WBJ7ysTMDnk

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Transcrição
00:00Francisco, você também atuou na Venezuela antes de vir aqui para o Brasil, não foi isso?
00:05Sim.
00:06Lá essas regras que tinham que ser seguidas, era mais rígido que aqui?
00:13Era muito mais rígido que aqui.
00:15Até porque a experiência com Venezuela, a gente estava abrindo um mercado, por falar de algum modo,
00:21um pouco mais radical.
00:23A gente prestou serviço para as diferentes países do mundo.
00:26Porém, não estão aliados com Cuba assim.
00:30Existia a questão econômica, porém um forte aliado ali era Chávez com Fila Castro, Chávez com Raul, na época.
00:37Então era um país que eles precisavam ter um impacto do ponto de vista da política.
00:44A gente precisava impactar o povo venezuelano em questão da saúde.
00:49Não só saúde, foi uma missão para esporte, foi uma missão para cultura, foi uma missão para médicos lá.
00:58Então tinha muita gente lá.
01:00Muita gente lá, cubanos.
01:02E as regras lá estavam muito, muito mais radicais e muito mais bizarras.
01:07Vou contar uma anécdota aqui.
01:09Bem simples.
01:10Eu tinha uma namorada lá, que ela era técnica de optometria.
01:17Pessoas que têm que ver com a vista.
01:19E o irmão dele estava lá.
01:23O irmão, ele desertou da missão.
01:27Era uma missão de missões médicas.
01:29Interessante que você fala, desertou é um termo mais para as forças armadas.
01:33Isso, é uma nomenclatura quando um militar abandona as forças.
01:37Então é um termo muito usado em Cuba também, quando um médico sai do programa.
01:42Ele deserta.
01:43Isso, ele desertou.
01:45Então ele saiu do programa.
01:47E imediatamente, minha coordenadora lá, a dona da clínica onde eu trabalhava, ela me
01:54chamou e me falou assim, você precisa parar seu namoro com essa moça.
02:00Porque o irmão dela abandonou a missão cubana e isso vai trazer problemas.
02:08E era assim que funcionava.
02:10Eu tinha um amigo de quarto, se ele abandonava a missão, eu era analisado, chamado, para
02:16falar porque que essa pessoa tinha abandonado, porque que essa pessoa, o que que eu sabia
02:21que ele não tinha falado.
02:22E muitas vezes, muitos médicos foram mandados para Cuba só pelo companheiro de quarto abandonar.
02:29Nossa.
02:30Então o contato com o venezuelano, os opositores, era nulo, não podia ter.
02:35A saída, depois da saída da tarde, também era proibido.
02:38Você não podia ir para uma festa, não podia ir para uma balada, enfim.
02:43Você não podia se manifestar em conta do governo de Chaves, menos do governo de Cuba, radicalmente.
02:49Mas isso muda a relação que você tem com o teu companheiro de quarto, né?
02:53Total.
02:54É uma relação intermediada pela ditadura cubana.
02:58Mesmo a relação entre os companheiros de quarto, tem até a ditadura cubana ali no
03:02meio, né?
03:02No caso, também a venezuelana.
03:04É um relacionamento interpersonal, pessoal de casal.
03:08Agora, no Brasil, você contou para a gente que você precisava deixar claro para os pacientes
03:15que, olha, eu estou aqui graças a Dilma.
03:17Eu estou aqui te atendendo, mas a Dilma...
03:19A mensagem subliminar era essa.
03:21Não era falar assim...
03:22Não era explícito, né?
03:23Eu estava aqui pelo PT, mas o paciente tinha, de certa forma, a gente tinha que entender
03:29de alguma forma que a gente estava lá por eles.
03:30E lá na Venezuela, qual que era a mensagem subliminar?
03:33Não, a mensagem era clara.
03:35A gente está aqui porque, por governo de Chávez, se Chávez não fosse trazido a gente,
03:40vocês estavam praticamente em vários problemas da saúde, do esporte, da cultura.
03:45Lá era assim.
03:46Era uma questão política mesmo.
03:47Tá.
03:48De bater nas portas, dia da eleição, e você falava, vamos lá, que você vai botar
03:51para o Chávez, eu conto com o seu voto, e por aí vai.
03:55Os médicos na Venezuela eram médicos políticos de cara.
03:58Mas explicitamente políticos, né?
04:00Explicitamente, explicitamente.
04:01Os médicos faziam campanha.
04:03Sim, sim.
04:04Batia na porta mesmo?
04:05É, batia na porta.
04:06A gente fazia multirões da saúde, né?
04:10A gente ia lá, feria pressão, dar um suporte em algumas doenças crônicas.
04:15Fantástico isso.
04:16Porém, com um viés político por trás, nítido e claro.
04:20A gente está aqui porque você vai botar em Chávez.
04:23Se não, a gente não estava aqui.
04:25Domingo, 10 horas da manhã.
04:27Era assim que funcionava.
04:46E aí, a gente está aqui.

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