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Quem já caiu, tem medo ou anda inseguro deve procurar avaliação médica para prevenir acidentes.
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Transcrição
00:00Vamos para o nosso bate-papo do dia, para a nossa conversa.
00:03Você aí de casa que está assistindo a gente, é idoso?
00:06Tem algum idoso aí na sua casa?
00:08Então presta bem atenção que eu vou te fazer três perguntas.
00:12Caiu nos últimos 12 meses?
00:15Sofreu alguma queda no último ano em casa, na rua?
00:19Tem medo de cair o idoso que mora aí com você ou você que está ouvindo a gente?
00:25Sente instabilidade ao caminhar?
00:27Ah, às vezes aquela perna um pouco trêmula, aquele medo, aquele receio.
00:32Bom, se a resposta for sim para qualquer uma dessas perguntas que eu acabei de fazer,
00:38é hora de ligar o sinal de alerta.
00:40As quedas em idosos, pessoal, são mais comuns do que a gente imagina
00:44e podem afetar gravemente a mobilidade, claro, e a qualidade de vida,
00:50porque às vezes a recuperação é longa, é demorada.
00:53Vamos conversar aqui, deixa eu sentar na nossa mesa de café da manhã,
00:57que eu estou super bem acompanhada aqui.
01:00Eu estou com o doutor Igor Vasconcelos, que é médico ortopedista.
01:04Bom dia, doutor Igor.
01:05Bom dia, é um prazer compartilhar com vocês aqui essa manhã.
01:08Que bom, um prazer é todo nosso.
01:10Estou aqui também, gente, com a dona Zilda.
01:12Bem-vinda, dona Zilda.
01:14Obrigada.
01:14Bom dia, bom dia, bom dia.
01:17Estou com a filha da dona Zilda, a Rovena também, bem-vinda, Rovena.
01:21Pessoal, a gente está aqui para esse bate-papo porque a dona Zilda deu um susto em todo mundo, né, recentemente.
01:27Conta pra gente o que aconteceu, dona Zilda.
01:30A senhora caiu, estava em casa, estava no sítio, né, você estava me adiantando.
01:35Eu estava na chácara e eu, Rovena e meu marido estavam longe de mim.
01:47Eu fui ao banheiro, né, que tem um banheiro na casa, em cima, mas tem escada.
01:52E tem um banheiro embaixo.
01:55Eu fui ao banheiro e quando eu fui atrás deles, tinha um relevo, embaixo de um pé de cajá, que eu pisei ali e caí.
02:09Eu gritei demais, gritei, Rovena, Rovena, mas gritei.
02:14Quanto mais que eu pude gritar, eu gritava.
02:17Aí ela saiu correndo, eu falei, caí, Rovena, caí, Rovena.
02:21Ela falou, então levanta, mãe.
02:22Eu falei, não consigo.
02:23Não conseguia levantar, não consigo.
02:25Não, de jeito nenhum, eu falei, não consigo.
02:28Aí meu marido chegou, né, ela e ele.
02:32Ele colocou o carro pertinho de mim e os dois me colocaram no carro.
02:36Nossa, precisaram levantar a senhora.
02:39Me levantar, não levantava, não.
02:41O que a senhora sentia?
02:43Muita dor.
02:45Onde que doeu, dona Zilda?
02:47Aqui, sem tudo.
02:49A senhora caiu de lateral, você estava me contando, né?
02:51Está, é, de lado, em cima da perna.
02:54Meu Deus, já tinha caído assim alguma outra vez, dona Zilda?
02:57Nunca, primeira vez.
02:59Que seja a última, se Deus quiser.
03:00Que seja a última, se Deus quiser, é verdade.
03:02Mas e aí, dona Zilda, a senhora foi socorrida, né?
03:05Sua filha, seu esposo, levou a senhora para o médico?
03:08Para o hospital.
03:09Para o hospital.
03:09E qual foi o diagnóstico?
03:12O que aconteceu com a senhora?
03:13Primeiro, me levaram para o...
03:16Não, foi para o Bezerra, mãe.
03:18Foi para o Antônio Bezerra de Faria.
03:23Aí, me levaram para tirar o RAI-X.
03:27RAI-X, né?
03:28Aí, confirmou que eu tinha fraturado o FEMU.
03:32Nossa, dona Zilda.
03:35Fraturou o FEMU.
03:36Rovena, imagina o desespero de vocês em casa, né?
03:39Ah, caiu, você vê a pessoa pedindo ajuda ali e você imagina, ah, uma queda, escorregou,
03:43acontece, né?
03:45Qualquer um pode acontecer.
03:46Porque na hora que a gente escutou ela gritando, eu vi que ela estava caída e falei, pai, ela
03:53caiu.
03:54A gente, a princípio, a gente achou que tivesse tudo bem.
03:58E ela falou assim, tentei levantar, não consegui, estou sentindo muita dor.
04:02E aí, a gente já ficou assim, não sabia que tinha sido o FEMU, mas alguma coisa,
04:06ruim tinha acontecido.
04:08E aí, naquele desespero, eu e meu pai tentamos socorrer.
04:11A gente, na hora, não lembrou de ligar para a SAMU, nem nada, né?
04:14No desespero assim, a gente só quer ajudar.
04:16Sim, só quer ajudar.
04:17Ele pegou o carro, tentou manobrar o mais próximo dela e ele pegando de um lado e o do outro,
04:22e ela sentindo dor, porque qualquer movimento sentia muita dor.
04:26E dali, a gente já foi direto para o hospital, chegando lá, as técnicas, os primeiros já
04:35pegaram ela, já levaram para o raio-x, que logo constatou que tinha sido fratura.
04:40E a gente já imaginava que tinha sido algo, uma fratura mesmo, só não sabia do que.
04:44Do que que era.
04:45E até foi o doutor Igor, né, que ele logo falou assim, ó, tem que operar, né?
04:50Teve que fazer cirurgia, então.
04:52É, cirurgia.
04:53Não tinha outra forma de tentar curar o FEMU, né?
04:58Tinha só com cirurgia, é uma cirurgia que é delicada, pela idade.
05:02E aí foi o, assim, aí do desespero começou a entrar a preocupação, né?
05:07Lógico, lógico.
05:07Porque sempre cirurgia em idos é muito complicado, a gente tinha muito medo, né, de ter uma
05:14complicação, que não tem jeito, né?
05:16Mas aí, graças a Deus, ela fez o tempo lá, fez os exames, que estava tudo bem, podia
05:21operar, operou e, assim, na mesma semana, ela caiu no sábado, operou numa quarta, teve
05:27alta no domingo.
05:28Oh, que coisa boa.
05:29Isso.
05:29E aí, na semana seguinte, até o doutor Igor já tinha liberado ela para fazer já
05:33fisioterapia, já podia fazer.
05:35Que bom.
05:36Então, a gente já já vai voltar a falar com vocês sobre esse processo de recuperação
05:40que é super longo, né, doutor Igor?
05:43O senhor que atendeu aqui a dona Zilda, é, dona Zilda nunca tinha caído e aí me leva
05:49uma primeira queda tão grave como essa, né?
05:53Mas quando a gente vê a dona Zilda, assim, ela ativa, né, fazer as coisas dentro de casa,
05:59é, o que que é, qual que é a principal causa?
06:02A gente pode apontar aí os principais motivos para que os idosos, assim como a dona Zilda,
06:09caiam, assim, dentro de casa, uma queda simples que acabou sendo grave, né?
06:12Sim, vamos lá.
06:14Então, só para ressaltar a importância da família junto, né?
06:17Verdade.
06:18Olha que importância, ela caiu na chácara, né?
06:21E se não tivesse ninguém perto?
06:23Nossa.
06:24Então, olha que importante a família estar junto, ter um acompanhante dos idosos, né,
06:28sempre cuidando e isso é fundamental para o processo, né, de cuidado e tratamento do
06:34idoso.
06:35Agora, vamos lá.
06:35Para falar em relação à queda, né, a gente tem inúmeros fatores, alguns relacionados
06:40ao ambiente e alguns relacionados ao paciente.
06:44Para a gente falar em relação ao ambiente, a gente tem diversos fatores, igual você mesmo
06:48comentou, o tapete, né, aquele tapete que fica lá no chão da sala, ele pode embolar
06:52no pé, o famoso chinelo de dedo, né, que alguns idosos adoram aquele chinelinho de dedo,
06:57mas ele pode ser muito perigoso porque ele não estabiliza o calcânio e aí pode predispor
07:02uma queda, a gente tem os pets, eu adoro pets, eu mesmo tenho lá de 30, uma bola de pelo
07:08de 30 quilos, mas eles podem muitas vezes entrelaçar as nossas pernas, derrubar a gente
07:14no chão, ou então eles cochilam ali atrás da gente, a gente levanta e não percebe, então
07:18quem tem pet em casa tem que ficar muito atento.
07:21E a maioria das quedas acontecem em ambientes familiares, ambientes comuns, é dentro da casa,
07:27na própria escada de casa, é no banheiro, aquele piso escorregadio, né, a gente também
07:32tem as escadas que não tem um antiderrapante, sabe, então é fundamental proteger ali as
07:39escadas com as fitas antiderrapantes, o corrimão.
07:42Tem que ter um corrimão.
07:43Isso.
07:44Outro detalhe também é o ambiente escuro, sabe, muitas vezes o paciente, muitas vezes
07:51o idoso ou quem já tá com uma diabetes compensada, acorda no meio da noite pra fazer aquele xixizinho
07:56da noite e aí acorda no quarto escuro e aí o que que pode acontecer?
08:01Uma queda.
08:01Uma queda.
08:02E aí é importante ter uma luminária ao lado da cama, um interruptor próximo à cama
08:06pra que a pessoa possa levantar, né, no ambiente claro, com segurança.
08:10Então isso a gente falou das coisas do ambiente.
08:13E aí também tem os fatores relacionados ao paciente, né.
08:17Muitas vezes o paciente ou ele tem uma sequela de AVC, por exemplo, então ele já tem uma
08:21fraqueza naquela perna, aí já fica mais fragilizado.
08:24Com certeza.
08:25Muitas vezes a gente atende o paciente também, ele chega lá com aquela lista cheia de remédio,
08:29sabe, você nem sabe mais pra que que tá usando aquele remédio, só vai renovando a
08:33receita, renovando e vai tomando e não tem aquele acompanhamento próximo do médico.
08:37Então a polifarmácia.
08:39Então esse uso abusivo de remédio que muitas vezes já podia ter sido retirado, um remédio
08:43que já não faz mais efeito no organismo do idoso, aquilo pode predispor à queda,
08:48alguns remédios pra dormir, sabe, então ele acorda meio grogue no dia seguinte.
08:53Meio tonto, né.
08:53E aí meio tonto, é.
08:55Outro detalhe, o óculos com o grau desatualizado, então aquele óculos antigo, né, e aí não
09:01consegue adaptar os ambientes porque o óculos já tá vencido, né, a leite já tá vencida.
09:07É outro fator de queda também.
09:10A perda muscular que pode vir com a idade, com o tempo, então são diversos fatores.
09:14E a conjunção desses fatores pode levar a uma queda, né.
09:19E aí, graças a Deus, no caso da Zilda, deu tudo certo, né.
09:24Graças a Deus, é dona Zilda.
09:26Mas infelizmente em alguns casos pode haver fatalidades.
09:30Com certeza.
09:30Dona Zilda, antes da senhora cair, a senhora sentia fraqueza nas pernas?
09:37Tinha algum sintoma?
09:38Olha, antes da minha queda eu tive um AVC, né.
09:42Ah, então a senhora já tinha dificuldade de locomoção?
09:46Um pouco.
09:47Entendi.
09:48Usava bengala, apoia alguma coisa em casa?
09:51Não.
09:52Não.
09:52Só comecei a usar bengala depois do tombo.
09:56Entendi.
09:58Antes estava normal.
10:00Antes estava normal.
10:01Rovena, e dona Zilda também pode falar, depois da queda veio a cirurgia, aí você falou
10:06já da fisioterapia.
10:08Isso.
10:08E o processo de recuperação não é fácil não, né, dona Zilda?
10:11Muito lento.
10:13E o medo?
10:14Pior é o medo.
10:15O medo que faz a gente ficar parado, né.
10:20Eu tenho medo de andar.
10:22De cair de novo e machucar a mesma perna ou senão a outra.
10:27Aí fumou, né.
10:30Bem fumado.
10:31Roberta, você que está acompanhando de perto é filha, né.
10:36E é normal, o doutor Igor também pode falar, ficar com esse receio, né, de voltar a andar.
10:42Primeiro começou na cadeira de rodas, né, depois da cirurgia e depois foi evoluindo, né.
10:47Foi.
10:48Foi para o andador.
10:48Depois foi o andador.
10:51Agora a bengala.
10:52Aí, se Deus quiser, eu vou largar a bengala muito cedo.
10:56Se Deus quiser, estou na torcida pela senhora também.
10:59Está fazendo fisioterapia ainda, dona Zilda?
11:02Estou fazendo fisioterapia, mais de um ano já.
11:04Fazendo toda semana?
11:06Toda semana.
11:07E não pode faltar, não, né.
11:09Pode não.
11:09Porque esse pó cirúrgico também é muito importante, né.
11:15Trabalhar a cabeça do paciente para que ele, aos poucos, perca esse medo, né, de voltar a viver, de andar.
11:21Mas tem gente que tem preguiça de fazer esse processo de recuperação.
11:24Falar, ah, um ano de fisioterapia.
11:25Fisioterapeuta vai lá em casa.
11:27Ah, fisioterapeuta vai lá em casa.
11:28Vai lá em casa.
11:28Ah, melhor, né.
11:29Não tem nem como escapar, né.
11:30Não tem nem para onde fugir, dona Zilda.
11:32A bebe tenta escapar, mas a gente não deixa.
11:33Não dá, não dá.
11:34Ela é pontual.
11:36Pontual.
11:36Chega lá, sempre no mesmo horário.
11:38Sempre no mesmo horário.
11:40Que legal.
11:41Às vezes fala, ah, ela podia...
11:43Eu falei, eu falo assim, ah, hoje podia, o Liano não vir, né.
11:47Aí a Robênia fala, não, mãe, o Liano tem que vir.
11:50Hoje está tão frio, vontade de ficar embaixo das cobertas, né, dona Zilda.
11:54Nossa, mãe, demais.
11:55Ô, doutor Igor, é legal a gente falar assim, né, levar com leveza, mas não é fácil
12:01esse processo de recuperação, que envolve também a família inteira ali nessa cobrança,
12:06ó, precisa fazer.
12:08Tem que ter esse compromisso, né.
12:10Realmente, não é fácil.
12:11Ninguém está preparado para quebrar o fêmur.
12:13Ninguém.
12:14Mas quando acontece, é uma fatalidade, né.
12:16E a gente, a maioria dos casos, realmente a gente faz a cirurgia, a gente opera.
12:21Então, muitas vezes, chega o paciente lá de 80, 90, já operei paciente até de 105 anos.
12:25É mesmo.
12:26E aí fica, meu Deus, e agora, o que que vamos fazer?
12:29Vai fazer a cirurgia?
12:30Vai.
12:31Por quê?
12:31Os idosos que quebram o fêmur e não operam, eles sofrem mais.
12:36A chance de morrer é maior.
12:38Quando a gente opera, a gente traz autonomia, a gente traz funcionalidade.
12:43E isso faz a diminuição da chance de mortalidade.
12:46Olha só, pra você ver que maravilha.
12:47A Zilda, na primeira semana, já estava fazendo fisioterapia.
12:50Verdade.
12:51Se não tivesse operado, estava em cima de uma cama.
12:54Mesmo isso.
12:54Então, a fisioterapia também é fundamental pra reabilitação.
12:58Então, a gente opera, dá condições pro paciente sentar, ficar de pé, voltar a andar e reabilitar.
13:04Só que essa reabilitação pode ser demorada, né.
13:07Em alguns casos, pode demorar até três anos.
13:09E alguns pacientes podem ficar até com sequelas permanentes.
13:13Pode mancar um pouquinho, pode ficar dependendo da bengala.
13:16Mas no caso da dona Zilda aqui, se Deus quiser, ela vai voltar a funcionalidade normal, né, Zilda?
13:21Não, Jesus.
13:22Isso aí, né, dona Zilda.
13:24Doutor Igor, a dona Zilda, ela já tinha ali uma predisposição, ela já tinha uma dificuldade de locomoção.
13:30Mas pra quem tá assistindo a gente em casa, que sinais que as pessoas devem estar atentas a esse idoso?
13:36Ou, às vezes, não é só idoso que cai em casa, não.
13:38Então, tá, gente, que pode indicar essa insegurança na hora de andar, na hora de subir uma escada,
13:45uma dificuldade, um degrauzinho que seja, que precisa de ajuda.
13:50Vamos lá.
13:50Então, uma das causas é a perda de força muscular, a fraqueza nas pernas.
13:54Então, quando a gente percebe que o idoso tá tendo uma dificuldade de levantar da cadeira, né, tem que usar os braços, apoiar aquele esforço pra levantar,
14:02quer dizer que tá com perda de força muscular na região do quadril.
14:06Então, isso é um sinal de que ele tá precisando de fazer um fortalecimento, uma fisioterapia, um pilates, uma musculação, né,
14:12pra poder ganhar massa muscular e ter essa segurança de poder fazer suas atividades no dia a dia.
14:19Outro sinal é aquela, igual você falou, aquela instabilidade, aquela segurança.
14:23Você olha pra pessoa andando, parece que ela vai cair a qualquer momento, sabe?
14:27Então, também existe uma reabilitação pra isso.
14:29São treinos funcionais que você faz pra trabalhar o equilíbrio, né, essa instabilidade.
14:35Então, tá sempre atento a isso, tá olhando o idoso que tá ali do nosso lado.
14:39Muitas vezes a gente acha que é normal cair, né?
14:41É, porque é na idade.
14:43Não é. A gente não pode tratar a queda com normalidade.
14:46E eu vou trazer um dado aqui importante.
14:48Acima de 60 anos de idade, que a gente considera o idoso, né, tem alguns lugares que tá brigando pra aumentar isso.
14:54Pra aumentar.
14:55Pra 65, a classificação do idoso, né?
14:57Mas acima dessa idade, cerca de 30% pode cair ao ano.
15:02Ou seja, um a cada três podem cair por ano.
15:06E acima de 80 anos, até 50%.
15:09Então, olha como que isso é importante, né?
15:12E além das sequelas que a gente comentou, são as sequelas funcionais, também fica a sequela psicológica, né?
15:18Aquele medo, aquela ansiedade e também aquela preocupação da família.
15:23Não muda só a vida da dona Zilda, muda a vida da família inteira, né?
15:28A Rovena tá falando aqui, a rotina de todo mundo, né?
15:32A gente tem que readaptar a realidade dela.
15:35Com certeza.
15:35Não tem como ser a realidade de cada um independente igual era antes.
15:40Então, assim, tem que ter o apoio, é muito importante, né?
15:44Então, assim, quando ela caiu, ficou revezando eu, minha irmã, meu pai, nós três só, né?
15:52E pra adaptarmos a nossa realidade à dela.
15:56E aí vem o impacto financeiro também, né?
15:59É.
15:59É assim, tudo isso gera custos, né?
16:02Gera mais custos, né?
16:04Porque tirando a fisioterapia, tem a medicação, né?
16:07Tem toda a adaptação que se faz em casa, pra poder ela ter um suporte maior, né?
16:12Isso que eu ia te perguntar agora.
16:14Cuidadora também.
16:15Cuidadora.
16:15O que mudou na vida da família e toda essa parte que você tá falando de estrutural e em casa também?
16:22Que adaptações vocês precisaram fazer pra prevenir que outros acidentes aconteçam?
16:27Sim.
16:28Por exemplo, no início, quando ela chegou, que era só na cadeira de roda, no banheiro do quarto deles tem na entrada um ressalto.
16:36Então, o meu pai pediu pra adaptar uma rampa nesse ressalto pra poder entrar com a cadeira, né?
16:41Cadeira de roda, cadeira de banho e pra ficar com mais facilidade dela se movimentar ali dentro também.
16:48E no início, como a gente não sabia como é que fazer alguma coisa, os primeiros meses foram com cuidadoras e era de segunda a segunda.
16:57Era cuidadora durante segunda a sexta e outras sábado e domingo.
17:01Nossa.
17:02E aquela rotina, assim, né? A gente ficou uma coisa até desgastante, porque no início a gente não sabe.
17:09Fica uma pressão muito forte.
17:11Até pegar o ritmo, né?
17:12Até pegar o ritmo.
17:13A gente foi mudando os nossos horários de trabalho, o que dava pra gente fazer.
17:18Perfeito.
17:18Até porque mesmo tendo uma cuidadora, a gente também não deixava ela sozinha.
17:23A gente sempre fazia questão de um da família estar junto.
17:25Tá junto.
17:25Sempre, né?
17:27Então a gente foi se readaptando e teve essas questões de adaptar algumas coisinhas igual a rampa dentro de casa,
17:34colocar alguém pra ajudar também, né?
17:37Pra ser tudo junto.
17:38Porque, inevitavelmente, uma hora não ia ter ninguém em casa.
17:41Então a gente precisava de uma terceira pessoa, no caso a cuidadora, né?
17:45Pra dar de sapo.
17:45Pra ficar com ela.
17:46Isso.
17:47E mais a fisioterapia.
17:48Fisioterapeuta indo, né?
17:50Toda semana.
17:51Não tem pra onde fugir.
17:53Não tem pra onde fugir.
17:53Tivemos que colocar uma cama a mais no quarto deles, né?
17:58Porque a cama deles é aquela mais macia.
18:00Não dava pra fazer uma boa fisioterapia.
18:03Então colocamos uma cama box mais durinha, né?
18:07Pra poder ela fazer tranquila.
18:09Muitas adaptações.
18:10Gente, nosso bate-papo tá ótimo.
18:12A gente só tem um minuto.
18:13Eu quero agradecer a presença de vocês.
18:15Desejar aí uma boa recuperação.
18:17Daqui a pouco, dona Zilda tá correndo aqui, passando perto da gente, fazendo exercício físico.
18:22Eu vou jogar futebol.
18:23Oh, que coisa boa.
18:24Eu vou ficar na torcida por você, dona Zilda.
18:27Obrigada.
18:27Me chama pra eu assistir essa partida.
18:30É bom.
18:30Doutor Igor, obrigada aqui também pela aula, pelos esclarecimentos.
18:34É um prazer estar aqui com vocês.
18:35Obrigada, Rovena também.
18:37Super filhona aí, contando.
18:38Tchau, tchau.
18:53Tchau.

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