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  • 24/06/2025
O Catar e a Fifa decidiram barrar a venda de bebidas alcoólicas dentro e no entorno de estádios que receberão jogos da Copa do Mundo. O anúncio foi feito por meio de nota divulgada nesta sexta-feira (18).

Diante da decisão, o Fifa Fan Festival será único local em que haverá venda de cervejas para "torcedores comuns". A comercialização ocorrerá apenas numa janela de quatro horas, entre 19h e 1h.

"Após discussões entre as autoridades do país e da Fifa, uma decisão foi tomada sobre a venda de bebidas alcoólicas no Fifa Fan Festival, outros destinos de fãs e locais licenciados, retirando pontos de vendas de cerveja no perímetro dos estádios da Copa do Mundo de 2022. (...) As autoridades do país e a Fifa continuarão a assegurar que os estádios e as áreas em volta apresentem uma experiência participativa, respeitosa e prazerosa para todos os fãs", diz o comunicado.

A proibição afeta a Budweiser, uma das principais patrocinadores do evento, que começa no próximo dia 20 de novembro e termina em 18 de dezembro. A fabricante de cerveja pagou US$ 75 milhões (R$ 405 milhões em valores atuais) para patrocinar o torneio.

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Transcrição
00:00O Catar proibiu a venda, é um país muçulmano, onde as bebidas alcoólicas são proibidas,
00:08e o país, em consonância com a sua religião, com a sua lei, proibiu a venda de cerveja
00:16nas mediações dos estádios. Acontece que, em copas passadas, a FIFA pressionou, pressionou
00:27e conseguiu reverter medidas parecidas que o Brasil e a Rússia quiseram tomar.
00:34Então, a gente tem uma situação bastante curiosa aí, o país que conseguiu enquadrar a FIFA.
00:41Isso é bom? Isso é ruim? O que está...
00:44O interessante é que isso aconteceu dois dias antes, porque a abertura da Copa é no domingo.
00:52E vamos lembrar o que aconteceu no Brasil, né? O Brasil teve a Copa aqui em 2014
00:59e tinha o estatuto do torcedor que proibia bebidas que pudessem suscitar atos de violência.
01:08Então, os estádios no Brasil não permitiam cerveja.
01:13Cerveja que está muito relacionada ao futebol, né?
01:16As pessoas assistem ao jogo não é tomando vinho, é tomando cerveja.
01:20E tem o fato de que, enfim, a Copa do Mundo é uma festa e é um negócio multibilionário.
01:29Então, a FIFA tem os seus patrocinadores e ela chega com o pacote pronto, né?
01:35E ela realmente impõe, de certa forma, os países que topam abrigar a Copa, né?
01:41É, aí como é que a FIFA impôs isso ao Brasil, né?
01:47A Copa foi em 2014 e em 2013 a FIFA inicia um processo jurídico na justiça brasileira e ela ganha.
01:56Então, os estádios, todos os estádios do Brasil onde teve o jogo da Copa puderam, não teve nenhum problema em vender cerveja.
02:04A diferença, e aí para a situação do Qatar, é que o Qatar faz o que quiser, né?
02:11E o judiciário, a justiça do Qatar é totalmente submissa ao Emir, né?
02:20E o Emir entendeu ali de última hora que tinha autorizado no começo, depois então desautorizou, vai poder tomar cerveja.
02:34Acho que só, acho que o texto traz isso, né?
02:36Só naquelas festas que acontecem, ainda assim num horário, acho que são quatro horas só de...
02:43E não tem a quem recorrer, né?
02:46O Emir faz isso porque o islamismo tem essa coisa, né?
02:50De proibição do álcool, porque o álcool é considerado tóxico, né?
02:55Ele muda como as pessoas pensam e tudo mais.
02:59Também porque as coisas estão no Corão, né?
03:01De que pode fazer as pessoas se esquecerem das preces, né?
03:06São várias preces por dia.
03:08Então, isso realmente é a tradição do mundo islâmico.
03:11E aí o Emir, de última hora, achou que devia seguir ali mais literal o Corão.
03:18E aí a FIFA agora chora, né?
03:20E a Budweiser também, né?
03:22Não tem muito o que fazer.
03:24Eu usei até a palavra a FIFA impõe e tudo mais, mas eu acho que é um uso incorreto da palavra, né?
03:34Porque o país, os países propõem a sua candidatura.
03:41Um deles vence, né?
03:43Essa disputa pra sediar uma Copa.
03:46No mesmo momento, eles assinam um contrato com a FIFA.
03:53Eles são livres pra assinar ou não, pra se candidatar ou não.
03:58Mas uma vez que assinam um contrato,
04:00passam a estar submetidos a uma coisa que é universal no direito, né?
04:09Que é que contratos devem valer, certo?
04:13Porque senão o mundo enlouquece, né?
04:17E foi por isso, como o Duda disse, né?
04:19A FIFA entrou na justiça aqui no Brasil e falou,
04:21Olha, então, tem uma cláusula aqui.
04:24O Brasil aceitou isso.
04:25Podia não ter aceito.
04:27Talvez, se não tivesse aceito, não recebesse a Copa.
04:30Porque, de fato, a FIFA vem com o pacotão pronto.
04:34Mas aceitou.
04:35E a justiça falou, então...
04:38Eu me lembrei agora da minha faculdade de Direito.
04:43Pacta sunt servanda.
04:46Latim.
04:47O advogado adora latim.
04:50Contratos precisam ser cumpridos.
04:53Só que, num país que é praticamente uma tenda, né?
04:59Com um shake lá dentro, que manda em tudo.
05:03Pacta non sunt servanda.
05:05Sei lá, como se fala isso em latim.
05:06É, enfim, acho que a FIFA tem dois dias aí para correr atrás, né?
05:11E tentar reverter isso daí.
05:14Mas, acho que o Emir fez a conta dele, né?
05:19Ninguém vai cancelar essa Copa nesse momento, assim, em cima da hora.
05:23E a Copa vai acontecer e para o Emir é uma questão...
05:27Enfim, mesmo que, sei lá, ele tenha que pagar uma multa por causa disso daí,
05:31dinheiro não está faltando no Qatar.
05:34Ele tem todo o dinheiro que ele quer, aquilo ali é um poço de petróleo e gás natural.
05:40E a Copa acontecer, para ele, já é o objetivo dele, né?
05:46O Qatar, ele usa a Copa meio que para ganhar um poder na geopolítica mundial, né?
05:55É um país eco que está ali dentro, entre a Arábia Saudita e o Irã, tem medo dos dois.
06:02Então, busca estender esses tentáculos, né?
06:07Para o mundo todo.
06:08Então...
06:09É uma ferramenta de soft power, né?
06:11Soft power.
06:11Influência.
06:12É.
06:12Assim como outras ferramentas de soft power que o Qatar tem, que é, por exemplo, tem o escritório lá do Hamas, né?
06:22Grupo terrorista palestino, ou do Talibã, né?
06:27Eu estava entre todas as negociações de paz com o Talibã do Afeganistão, aconteceram no Qatar, né?
06:35Tem a Al Jazeera, né?
06:36Que é uma rede de televisão que vai para o mundo inteiro, né?
06:40Então, é que tem lá o Sheik, o Izuval Karadaui, que dá os sermões, né?
06:46Enfim, é uma maneira de...
06:49Puxa, já que eu estou aqui meio que acuado nesse cantinho aqui do Oriente Médio, entre duas potências, né?
06:56Regionais.
06:56Deixa o mundo saber que eu existo, né?
06:58Deixa o mundo saber que eu existo, né?
06:59A mais vem cá e, olha, Talibã também.
07:02E, ó, vamos fazer uns joguinhos de futebol aqui, mas, pô, cerveja.
07:06Já é demais, né?
07:07Terrorismo, tudo bem, mas cerveja já é demais.
07:11É, o Qatar tem problemas muito maiores do que a cerveja.
07:18Vamos aproveitar que a gente está ali no Oriente Médio, falar também de outro Sheik muito peculiar, né?
07:26O príncipe saudita que ganhou imunidade no julgamento sobre o assassinato do Jamal Khashoggi.
07:36Você pode ler, porque aí eu...
07:38Posso, claro.
07:40O Jamal Khashoggi, vocês devem se lembrar, é um jornalista que foi assassinado e esquartejado, né?
07:51Dentro de uma embaixada, por ordem do príncipe herdeiro da Arada Saudita, o Mohamed bin Salman, né?
08:01E esse julgamento está para acontecer, só que o bin Salman ganhou aí uma imunidade. Por que, Duda?
08:11Então, a esposa do Khashoggi, que é turca, decidiu entrar com um processo contra o Mohamed bin Salman nos Estados Unidos,
08:23porque ela entendeu que era nos Estados Unidos onde ela poderia realmente ter um julgamento justo do que aconteceu.
08:30E havia essa dúvida se ele poderia realmente ser real nesse processo e, enfim, a coisa começou a andar na justiça
08:43e foi feita uma consulta às autoridades americanas se ele realmente poderia ser ou não real no processo.
08:51E o que aconteceu, o que a gente está vendo aí, na verdade, já é o resultado de uma decisão que foi tomada no final de setembro
09:00pelo rei Salman, o rei da Arábia Saudita, que uma semana antes do governo americano dar o parecer,
09:09se ele poderia ou não ser real nesse processo, pela morte do Khashoggi,
09:13nomeia o Mohamed bin Salman primeiro-ministro.
09:20Até então, o rei Salman, ele era o rei e o primeiro-ministro, ele acumulava as duas funções,
09:28e aí, muito espertamente, o rei que já... o rei já está com 86, acho.
09:35Então, assim, no comando do país, realmente, quem está tomando conta ali já é o Mohamed bin Salman,
09:45então, o que o rei fez foi oficializar isso daí.
09:51E aí, pelas leis americanas, você...
09:55os chefes de governo não podem ser alvo de acusações na justiça americana.
10:02Então, ele ganha aí essa imunidade.
10:08É uma injustiça, né?
10:10Porque, realmente, assim, as agências de inteligência americanas
10:15realmente apontaram o Mohamed bin Salman como o autor intelectual
10:21desse assassinato que foi cruel, né?
10:25Ele era um colunista do Washington Post,
10:30que as colunas, provavelmente, incomodaram a monarquia saudita,
10:37e essa ação completamente violenta no consulado de Istambul.
10:42Ele foi atraído, entre aspas, para o consulado, né?
10:46Ou ele foi...
10:47Era alguma questão, acho que, de visto, não sei o quê.
10:50E aí, ele é trazido para dentro e nunca mais sai, né?
10:56E a gente tem...
10:58Enfim, acho que tinham várias agências de inteligência acompanhando ele, né?
11:03E a gente escutou até as gravações, né?
11:08Que eles conseguem do...
11:10Enfim, foi uma coisa, realmente, aterrorizante e assustadora.
11:15Mohamed bin Salman é uma pessoa que, realmente,
11:20tem um lado aí, apesar de ser um rostinho bonito e está sempre sorridente,
11:29é um cara sombrio e cruel e realmente se livrou dessa daí.
11:40E aí
11:43E aí

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