Pular para o playerIr para o conteúdo principalPular para o rodapé
  • 22/06/2025
Em entrevista ao Papo Antagonista, Affonso Celso Pastore, guru econômico de Sergio Moro, comentou o episódio em que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, telefonou para o banqueiro André Esteves para pedir uma sugestão sobre a taxa básica de juros.

Pastore, que já presidiu o BC, defendeu que esse tipo de diálogo precisa ser público e citou um episódio que viveu quando seu amigo Ilan Goldfajn presidia a autoridade monetária.

“Todo presidente do Banco Central tem uma agenda pública. Eles fazem questão de deixarem públicos todos os contatos que eles têm. Tenho um amigo meu que virou presidente do Banco Central, com muito maior sucesso do que eu, que é o Ilan Goldfajn. Eu fui a Brasília por uma outra razão, liguei para o Goldfajn e falei ‘vamos jantar hoje’, ‘vamos’. Quando fui olhar na agenda do Ilan, tava lá na agenda do Ilan que ele estava jantando conosco naquela noite no restaurante tal e etc.”

Segundo Pastore, não basta que o presidente do BC pareça honesto.

“Isso tem a ver com aquela história da mulher de César. Eu não tenho nenhuma razão para dizer que ela não é honesta. Eu não tenho nenhuma razão para acusar o presidente Campos Neto de não ser. Mas foi um descuido. Essas coisas têm que ser muito mais transparentes.”
--
Cadastre-se para receber nossa newsletter:
https://bit.ly/2Gl9AdL​

Confira mais notícias em nosso site:
https://www.oantagonista.com​

Acompanhe nossas redes sociais:
https://www.fb.com/oantagonista​
https://www.twitter.com/o_antagonista​
https://www.instagram.com/o_antagonista

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00Deixa eu mudar o assunto aqui para aproveitar a sua presença no programa, que ela é inestimável.
00:05Saiu há pouco, ainda há pouco, a gente publicou no site o Campos Neto, Roberto Campos Neto,
00:13ele explicando para o Supremo aquela ligação que ele fez para o André Esteves, para falar de juros.
00:22Ele dizendo que foi uma conversa formal, mantendo a mesma versão que o próprio André Esteves
00:26deu dias atrás, que a gente também publicou.
00:30O senhor foi presidente do Banco Central.
00:33Na sua época, o senhor ligava para presider, para dono de banco, para banqueiro, para conversar sobre juros?
00:43Deixa eu lhe dizer o seguinte, todos os presidentes do Banco Central que eu conheço
00:48têm uma agenda pública.
00:50eles fazem questão de deixarem público todos os contatos que ele tem, a agenda é pública, é conhecida.
01:00Quando ele janta com alguém, por exemplo, teve um dia que eu, às vezes, voltei à Brasília
01:04depois que eu saí do Banco Central.
01:07Mas tem um amigo meu que, coitado, virou presidente do Banco Central, numa certa época,
01:12com muito maior sucesso do que eu, que é o William Goldfein.
01:15e, enfim, amigo de longa, e eu fui à Brasília por uma outra razão, eu tinha lá um seminário
01:22internacional, eu liguei para o William e falei, vamos jantar hoje?
01:25Vamos.
01:27Quando eu fui lá na agenda do William, já fui eu, foi a Cristina, o William levou lá
01:32o Tiago Berrier, levou os diretores, o Viana, levou dois diretores dele e eu fui com a minha esposa,
01:41que também é economista, a minha sócia, estava lá na agenda do William, que ele estava jantando
01:46conosco naquela noite, no restaurante tal e qual e etc.
01:52Enfim, essas coisas têm que ser públicas.
01:55Eu digo, se você tiver que falar com alguém, coloque na agenda, diga, diga qual é o propósito do contato.
02:03Quer dizer, isso tem a ver com aquela história da mulher de César.
02:08Eu não posso dizer que a mulher de César não é honesta, ela é honesta.
02:13Eu não tenho nenhuma razão para acusar o presidente Campos Neto de não ser.
02:19Mas, enfim, ali foi um descuido, ele, no fundo, ele devia ter tornado um estudo muito público,
02:25muito claro, se é que ele fosse.
02:26E, na verdade, essas coisas têm que ser muito mais transparentes do que de qualquer outra coisa.

Recomendado