ASSINE O ANTAGONISTA+ COM DESCONTO: https://urless.in/6M3jH -- O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Paraná investiga as acusações feitas por delatores da Galvão Engenharia sobre o pagamento de R$ 5 milhões em propina a Ricardo Barros para intermediar negócios junto à Copel, a estatal de energia do Paraná. -- Cadastre-se para receber nossa newsletter: https://bit.ly/2Gl9AdL
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00:00O líder do governo, será o líder da corrupção, Ricardo Barros, que assumiu há pouco tempo a liderança do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados,
00:13ele que é do PP, foi alvo hoje de busca e apreensão do GAECO no Paraná, ele e um amigo dele lá em São Paulo.
00:22Essa operação de hoje é resultado das investigações sobre a delação de delatores, de ex-executivos da Galvão Engenharia,
00:30uma delação que eu trouxe com exclusividade para vocês em junho, afirmando, eles afirmam, esses delatores, que pagaram 5 milhões de reais
00:40para que o Ricardo Barros fizesse a intermediação de negócios junto a Copel, que é a estatal de energia lá do Paraná.
00:50Então, aqui registramos o escritório dele sendo o alvo, assim como também o do seu colega lá em São Paulo.
00:58E aí os detalhes, né?
01:01GAECO investiga, então, a propina de 5 milhões de reais.
01:04Como a gente publicou, de acordo com os termos de colaboração, os valores foram negociados e pagos entre 2011 e 2014.
01:11Barros teria recebido 1 milhão e 55 mil reais em espécie.
01:16E outros 3 milhões e 53 mil reais em doações eleitorais via Diretório Nacional do PP, do qual ele é tesoureiro.
01:25É bom que se diga.
01:26O Ricardo Barros, hoje líder do governo, ele é o tesoureiro nacional do PP, tá?
01:32Então, quando você fala que tem propina, né?
01:35Não quer dizer que seja só dinheiro para ele, não.
01:38Então, aqui, boa parte, ele recebeu via Diretório como doação eleitoral.
01:44Próxima lá.
01:46Aqui a matéria que eu publiquei, exclusiva, né?
01:49Em agosto, justamente com os detalhes, todos os detalhes.
01:54Um dos delatores, inclusive, olha, é o Dario de Queiroz Galvão Filho, então presidente da Galvão Participações,
02:00controladora do grupo, tá?
02:03Ele narrou que em 2011 a Galvão decidiu vender seus ativos na área de energia
02:06e queria ter acesso à diretoria da Coppel, que poderia ser um potencial comprador.
02:12Próxima aí.
02:13E aí eles dizem, com a ajuda de Ricardo Barros, a Galvão conseguiu viabilizar, em 30 de novembro de 2011,
02:18a venda de 49,9% de sua participação na São Bento Energia,
02:22holding proprietária de quatro parques eólicos em construção.
02:25Barros funcionou como interlocutor do governo na transação e auxiliou a destravar o processo de negociação da venda à Coppel.
02:34Ele mostrava ter influência e ascendência sobre os agentes públicos da estatal.
02:39Ainda, segundo o delator, o parlamentar solicitou e recebeu um pagamento de vantagem indevida.
02:43O relato foi corroborado por outro diretor da companhia que participou das negociações.
02:47Ressitou acertado que ele faria jus ao recebimento de um milhão de reais e 1,5% dos valores que a Coppel viesse a aportar dentro da SPS São Bento.
02:58Tal acerto ocorreu em Curitiba, em reunião realizada na sede do partido, do próprio Progressistas,
03:03entre abril e novembro de 2011, possivelmente em 14 de junho.
03:07E aqui, todos os detalhes, vocês que me acompanham já viram esses dados.
03:12No total foram pagos em espécie o valor de um milhão e 550 mil reais.
03:15E aí, depois, em 2013, ele foi novamente procurado para viabilizar a venda dos ativos remanescentes.
03:22Primeiro foram os 49,9, depois resolveram vender o resto.
03:25E aí, desta feita, segundo o delator, o Barros solicitou o pagamento de 1 milhão e 200 mil reais para a CIA,
03:31crescido de 2,5% do valor da transação em benefício do governo.
03:36O ajuste foi ratificado em uma outra reunião em Maringá, em uma sala na prefeitura da cidade.
03:41O sujeito tem até sala na prefeitura.
03:42Por indicação de Barros, dizem, a quitação da fatura se deu em doações eleitorais ao diretório da qual ele é tesoureiro nacional.
03:49O próprio parlamentar assina um dos recibos eleitorais procurado na ocasião.
03:54Ele disse desconhecer os termos da delação.
03:56Então, está aqui, inclusive, o recibo eleitoral com o valor,
04:01parte do valor que foi repassado ao PP e com a assinatura do Ricardo Barros.
04:08Eu entrei em contato com o deputado, soltamos até uma nota dele mais cedo, dizendo que ele está tranquilo.
04:16Abri aqui o gabinete para que ele se manifestasse, mas ele ainda não quer dar entrevista.
04:22Diz que precisa se inteirar dessas investigações para poder, então, se manifestar.
04:28Quando ele quiser, pode vir aqui e a gente faz uma entrevista ao vivo.
04:32Viu, deputado? Fique à vontade.
04:36Bom, e aí com essa operação, o Barros é o segundo líder do governo Bolsonaro alvo de operação.
04:44Tá certo?
04:46Como noticiamos, ele foi o alvo aí.
04:48Barros foi ministro do Temer, líder do governo da Câmara.
04:50E agora em setembro do ano passado, lembrando que o Fernando Bezerra Coelho, do MDB,
04:55líder do governo no Senado, foi alvo também da operação Desintegração,
05:00que investiga irregularidades em obras do Nordeste, como a transposição do Rio São Francisco,
05:06lá no período em que o Bezerra foi ministro da Integração Nacional da Dilma Rousseff.
05:10Sim, Bolsonaro tem um líder que foi ministro em governo petista.
05:15Os líderes do governo representam o Planalto no Parlamento.
05:18Está bem representado, então, o Bolsonaro.
05:20Aí a gente levantou aqui o amigo do Ricardo Barros.
05:28E aí tem uma coisa interessante.
05:30Volta para mim aqui.
05:31Deixa aberta a tela, Freitas, por favor.
05:36Vamos lá.
05:37Além do Ricardo Barros, também foi alvo da busca e apreensão um novo personagem,
05:42chamado Delmo Vilhena, diretor executivo da Comanche Biocombustíveis,
05:47empresa enrolada em acusações de desvios de até 45 milhões dos fundos de pensão.
05:52Isso aqui já é uma apuração nossa.
05:54Inclusive, não sei se você tem o print dessa matéria depois.
05:59Se não tiver, não tem problema, não.
06:03A gente publicou...
06:05Não, isso aqui é o e-mail.
06:07Então, deixa.
06:09Vamos voltar aqui.
06:10Tem duas questões aqui envolvendo.
06:12O Delmo Vilhena, diretor executivo desta Comanche.
06:20A Comanche tem muita coisa ainda para a gente falar da Comanche.
06:23Nem tudo eu vou falar hoje.
06:24Mas nós já antecipamos mostrando que ela...
06:28Eles criaram um fundo de investimento que captou recursos nos fundos de pensão.
06:34Justamente junto a esses fundos previdenciários de servidores, de estatais e tal.
06:39Então, há uma investigação em curso mostrando que houve um desvio.
06:45Eles captaram mais de 45 milhões.
06:47Esse fundo da Comanche captou mais de 45 milhões de reais.
06:52A justificativa deles era usar esse dinheiro para colocar em funcionamento duas usinas.
06:59Duas usinas de etanol que eles têm.
07:02Só que o dinheiro não foi para as usinas.
07:06Surpresa.
07:07O dinheiro não foi para as usinas.
07:08O dinheiro foi desviado.
07:1045 milhões de reais que saíram do bolso dos participantes dos fundos de pensão.
07:17Inclusive aposentados.
07:18Foi desviado por essa turma aí.
07:21Então, isso já é uma coisa para ficar atento.
07:23É esse o sujeito que foi alvo dessa investigação.
07:25E que tem relação com o Ricardo Barros.
07:28Tem muita coisa para ser investigada ainda.
07:30E, além disso, eu encontrei citação deste Delmo Vilhena, em trocas de mensagens,
07:38marcando, inclusive, reunião em Miami, dos principais lobistas do MDB na Petrobras.
07:45O Jorge Luiz e o João Henriques.
07:48Localizamos, então, nesta troca de e-mails, uma troca de e-mails feita entre o general
07:56angolano, João Batista de Matos, ex-chefe do Estado-Maior de Angola, e os lobistas Jorge
08:01Luiz e João Augusto Henriques, presos pela Lava Jato por operarem para o MDB no Petrobras.
08:08Inclusive, viraram delatores e ferraram o Eduardo Cunha, além de outros caciques MDBistas.
08:16Bom, num dos e-mails, o general confirma a reunião com ambos em Miami para tratar de projetos de usina de etanol.
08:22Também são citados o Delmo Vilhena, o amigo aí do Ricardo Barros, seu sócio, Ricardo Cume,
08:30e Jorge Oliveira Rodrigues, ex-gerente de marketing e comercialização da Petrobras.
08:33Segundo o relatório pericial da PF, anexado aos autos da 19ª fase da Lava Jato,
08:39o lobista João Henriques foi quem iniciou as tratativas com o general angolando,
08:43enviando a ele propostas de investimento.
08:46Próxima aí.
08:47Uma dessas propostas se referia justamente a uma usina no estado de São Paulo,
08:52que, segundo ele, seria uma verdadeira joia.
08:55Olha, abre aspas, foi tomada pela justiça e nós tivemos acesso ao processo.
08:59E nós dispusemos, através de pessoas notadamente competentes do setor sucro-alcooleiro,
09:04e do apoio da Petrobras, diretoria de abastecimento,
09:08leia-se Paulo Roberto Costa, do PP, tá?
09:12Vamos lá.
09:13Que nos garantiu um off-take aqui de 100 mil metros cúbicos anual,
09:17o que viabiliza a operação desta usina, que aos olhos dos técnicos é uma verdadeira joia.
09:21No mesmo e-mail, Henriques menciona, então, contatos com o fundo Petros, da Petrobras,
09:26para colocá-las em funcionamento e que esse investimento seria uma das pautas da reunião em Miami.
09:31João Batista de Matos também aparece na delação de Fernando Baiano, esse general angolano.
09:36Ele declarou que esse general presidiu o chamado Instituto de Estudos Angolanos,
09:41que contratou uma palestra do Lula em 2011, com a intermediação de José Carlos Bulay.
09:47Então, vocês veem aí, estão todos em boa companhia.
09:51Aí, a cópia do e-mail, para que não reste dúvida, aqui, a gente mata a cobra e mostra o pau.
09:56Tá aqui o documento, infelizmente, a Lava Jato não avançou, é tanta coisa, né?
10:01Ficou para trás isso aí, mas agora pode avançar, visto que tem, então, esses indícios aí de crime
10:06envolvendo esse Delmo Vilhena, personagem novo que surge, então, para a nossa atenção.
10:14Certinho?
10:15Aí, a matéria.
10:18Bom, já comentei, tá?
10:20Referência aqui aos fundos de previdência, o REFER, o Sibrios, não, o REFER, é o serviço dos servidores da Antiga Rede Ferroviária Federal
10:27e o Sibrios de servidores da Conab, tá?
10:30Então, tem aí também Petros, tem uma prefeitura no Rio que também botou dinheiro nisso.
10:35E o Vilhena disse o seguinte, não, eu sou amigo do Ricardo Barros há 30 anos, tá?
10:41E também está investigado em participação em fraudes aqui na compra de usinas eólicas.
10:47Bom, fizemos a repercussão deste caso aí, né?
10:50O antagonista enviou para oito deputados bolsonaristas a informação da operação
10:55e ninguém se manifestou.
10:59Por que será, tá?
11:02Todo mundo em silêncio aí.
11:04O Barros disse que está tranquilo, né?
11:07Reafirma aí a sua conduta ilibada e informa que solicitou acesso aos autos do processo, tá certo.
11:14Lembrando que ele é o relator da lei de abuso de autoridade
11:17e repudia o que chama de ativismo político do judiciário.
11:21Vejam, uma operação, uma investigação feita, inclusive, bastante discreta,
11:26não teve coletiva de imprensa, não teve release, não teve nada.
11:30Nós soubemos, por causa, obviamente, da movimentação dos próprios agentes,
11:36noticiamos o resto da imprensa também, mas assim, não houve divulgação.
11:40O delegado até fez, deu ali uma entrevista, comentou rapidamente com a imprensa local
11:45alguns detalhes ali mais superficiais dessa investigação, mas tudo discreto.
11:51Então, cadê o ativismo?
11:52O ativismo agora é o quê?
11:53Investigar o ilícito?
11:55Bom, cada um com a sua opinião, cada um defende o seu lado,
11:59mas o fato é que é uma nova frente de investigação e que precisa ser aprofundada.
12:06Uma brincadeira aqui, né? Muito feliz, Bolsonaro?
12:09É porque é o seguinte, quando o Ricardo Barros foi oficializado na função de líder do governo da Câmara há um mês,
12:15gravou um vídeo ao lado do Bolsonaro, dizendo,
12:19eu estou muito grato, muito feliz com a chegada dele para mudar o Brasil.
12:22Isso, palavras do Bolsonaro, tá?
12:26Os dois juntinhos aí.
12:30Deus ajuda quem cedo madruga.
12:33E ele está dizendo aqui que tinha uma reunião às sete e meia.