- 21/06/2025
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NotíciasTranscrição
00:00Linha de Frente
00:04Olá, está começando agora mais um Linha de Frente nesse fim de semana.
00:11Seja muito bem-vindo, muito bem-vinda.
00:14Eu sou Beatriz Manfredini e agradeço a todos a companhia desde já.
00:18Hoje falaremos sobre os desdobramentos da guerra entre Israel e Irã.
00:23Vale lembrar que nessa semana foi comemorado o Dia Mundial do Refugiado,
00:27que sofrem há anos por conta dos conflitos entre os países.
00:32E para essa conversa eu recebo aqui hoje o Alex Vargens,
00:35sociólogo, pesquisador sobre migrações e refúgio,
00:39Maria de Carli, mestre em ciência política,
00:43Isadora Brizola, socióloga,
00:45e Manuel Furriella, professor de Relações Internacionais
00:48e ex-presidente e fundador da Comissão do Refugiado da OAB.
00:52Pessoal, boa tarde. Obrigada por estarem aqui hoje comigo para essa conversa.
00:58E a gente começa então com o tema principal do nosso programa da semana,
01:02aliás, das últimas semanas.
01:03O mundo acompanha com apreensão a escalada no confronto entre Israel e Irã
01:08e iniciada com ataques israelenses contra alvos estratégicos
01:12no território iraniano no último dia 13.
01:16A ofensiva foi seguida por bombardeios de Teherã
01:18contra cidades israelenses, como Tel Aviv e Jerusalém.
01:22A mobilização rápida de potências globais em torno do assunto
01:26reacendeu o debate sobre o conflito sair do controle regional.
01:31Outro aspecto que tem gerado preocupação
01:33é a interferência do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
01:37O norte-americano tem feito declarações polêmicas
01:40sobre o conflito no Oriente Médio.
01:42E na última terça-feira, deixou a reunião do G7 no Canadá
01:46e se reuniu com membros do Conselho de Segurança Nacional,
01:50dando sinais de que poderia entrar diretamente no confronto.
01:55Professor Furrela, começar com o senhor.
01:58Queria que o senhor comentasse um pouco o que quer dizer uma escalada,
02:02como essa, num conflito, mais um, que a gente tem então no Oriente Médio.
02:07O que ela pode querer dizer a nível global?
02:10Quanto isso pode atingir ou não outros países?
02:13Bom, esse conflito, ele começa em 1979.
02:17É bom a gente explicar um pouco esse contexto,
02:19porque houve uma evolução, houve uma escalada já histórica no conflito.
02:25Então, em 1979, havia um governo no Irã,
02:29que era pró-Israel, pró-Ocidente,
02:32que era uma monarquia, a Shah Reza Parleve,
02:34muito ligado a Israel.
02:36Olha que incrível, né?
02:37Inclusive, que historicamente houve uma situação oposta
02:41àquela que nós temos hoje em dia.
02:43Em 1979, esse governo pró-Israel do Shah Reza Parleve
02:48foi derrubado pelo Ayatollah Khomeini,
02:51em retorno do exílio da França.
02:53Então, uma revolução, né?
02:55Uma revolução, a Revolução Islâmica aconteceu no Irã,
02:59ou a Revolução Iraniana, também é outro nome que se dá.
03:01E, desde aquele momento, o Irã começou a ter uma relação hostil
03:07em relação aos Estados Unidos,
03:10tanto é que, historicamente, até vale a pena
03:12quem tiver interesse em pesquisar,
03:14chegaram a manter sequestrados diplomatas americanos
03:18na própria embaixada inteira.
03:20Então, foi realmente um ápice da tensão em toda aquela região.
03:25E a relação com Israel também já se azedou a partir dali,
03:29por vários motivos, e de lá para cá,
03:33ela sempre foi praticada, as hostilidades foram praticadas
03:37por meio de terceiros.
03:38Então, o Irã armando grupos como Hezbollah, Hamas
03:42e outros grupos terroristas,
03:44para que estes atacassem propriamente Israel.
03:47Só que acontece que, depois que Israel sofreu o ataque em 2023,
03:52aquele ataque terrorista de grandes proporções,
03:54o jogo mudou e Israel acabou fazendo o quê?
03:57Organizando ataques para tentar diminuir o potencial ofensivo
04:02desses grupos terroristas que o atacavam,
04:06sendo eles apoiados pelo Irã,
04:08e depois uma decisão totalmente diferente do que tinha anteriormente.
04:12Ataques diretos entre os dois países.
04:15Israel começou a atacar diretamente o Irã,
04:18e de lá para cá nós tínhamos o quê?
04:20Um atacava o outro,
04:21e a resposta era mais ou menos proporcional e parava por ali.
04:25Só que, nos últimos dias, isso mudou.
04:28Israel acabou decidindo organizar ataques em larga escala,
04:32vitimizando, matando, assassinando, como queiram,
04:36as principais lideranças militares do país,
04:39cientistas nucleares e outras autoridades,
04:43e também diversas instalações,
04:46mirando principalmente o desmantelamento de instalações nucleares,
04:50ou pelo menos tentando causar danos
04:53para que o processo de preparação de uma bomba nuclear pelo Irã
04:57fosse suspenso e não continuasse a partir dali.
05:02Então, esse é o momento que nós temos agora,
05:05de ataques diretos entre os dois.
05:07O que de pior ainda pode acontecer,
05:09sendo que o que a gente já tem já é bem ruim?
05:12O que a gente pode ter é uma guerra direta,
05:14em larga proporção entre os dois.
05:16O Irã é uma potência regional.
05:19Israel é um país altamente tecnológico,
05:22com equipamentos militares únicos no mundo.
05:26Uma guerra entre os dois teria grandes estragos para a região
05:29e aí poderia trazer, ou teria o potencial de trazer,
05:33potências externas, principalmente os Estados Unidos.
05:37Se Israel entrar em larga escala em guerra contra o Irã,
05:41os Estados Unidos vão ter que entrar.
05:43Isso é inevitável até por uma questão de contingente militar,
05:47dentre outros motivos.
05:48Guerra em larga escala entre os dois,
05:50participação dos Estados Unidos
05:52e potencial de outras potências também querem participar.
05:56Ou seja, há um grande risco
05:59dessa guerra se tornar ainda mais nociva, ainda pior.
06:03Maria, quando a gente fala da entrada, possivelmente,
06:06dos Estados Unidos, o presidente Donald Trump
06:08disse até que estava pensando num plano a longo prazo sobre isso,
06:11que tomaria ali uma decisão,
06:14a gente fala automaticamente da entrada
06:15de outras grandes potências também?
06:18Sim, de fato, como bem colocado aqui pelo meu antecessor,
06:23acredito que a probabilidade, neste conflito,
06:27tudo é possível.
06:28Os Estados Unidos, o Donald Trump vem dando
06:31algumas falas bastante confusas,
06:36afinal, de praxe, como conduta dele,
06:38quem aqui não acompanhou o tarifácio
06:41que ele tem feito com a economia do país dele,
06:43mas, assim, falas bastante confusas
06:44se vai adentrar ou não adentrar.
06:47Particularmente, eu acho isso bem problemático
06:49diante da proposta política do Donald Trump.
06:51Vejam, ele foi eleito
06:53com a principal mensagem de América primeiro.
06:56E, justamente, é organizar ali a casa
06:58dentro dos Estados Unidos,
07:00reindustrializar a indústria norte-americana
07:03e tentar enfraquecer um pouco
07:06essa estratégia norte-americana
07:08de superpotência,
07:10que é de interferir em outros países,
07:12como vinha sendo de uma maneira
07:14ou de hard power,
07:15que é um poder mais duro militar ali.
07:16A gente acompanhou a invasão do Iraque
07:19com o próprio Bush.
07:20Inclusive, essa pauta de invasão do Iraque
07:22foi bastante criticada pelo Donald Trump
07:24na sua campanha eleitoral.
07:25Ele é um crítico ávido aí do George Bush,
07:29do George W. Bush,
07:30que invadiu o Iraque.
07:31Então, é bastante divergente, né,
07:34essa postura de caso ele decida
07:36entrar nesse conflito com o Irã.
07:39Então, tem essa questão dentro da casa
07:41e uma problemática que o Trump,
07:43como ele conseguiu o apoio eleitoral ali dele
07:46dentro da casa dele.
07:47E ele, per se, um próprio,
07:49se diz um pacifista.
07:50O Donald Trump não gosta de entrar em conflitos,
07:52assim, não, não, pessoalmente,
07:54ele não gosta de matar civis,
07:57que, infelizmente, esse tipo de casualidade
07:58acaba ocorrendo em conflitos como esse.
08:00Então, eu vejo que há essas falas confusas
08:04traduzem o cenário confuso
08:06que há dentro da Casa Branca e do Pentágono
08:08de se os Estados Unidos vão ou não entrar.
08:10Acredito que é uma questão de tempo,
08:12sim, os Estados Unidos vão entrar nesse conflito,
08:14inclusive os Estados Unidos.
08:15Lembrando aqui,
08:16é o único país que tem capacidade militar
08:18para destruir usinas nucleares aeronianas
08:21que estão abaixo de 800 metros dentro da Terra.
08:24Existe uma usina nuclear aeroniana,
08:27me fugiu o nome agora, peço perdão,
08:29mas que tem ali suas centrífugas localizadas
08:31no núcleo do interior da Terra.
08:33E o único país que tem armamento
08:35para conseguir detonar essa usina
08:37é os Estados Unidos.
08:38Acredito eu que Israel vai tentar
08:41uma parceria para conseguir, né,
08:43desmantelar esse programa nuclear iraniano
08:45e, em consequência,
08:47detonar o regime teocrático iraniano,
08:51que tem sido, inclusive,
08:52uma das falas convergentes entre o Netanyahu e o Trump,
08:55que é o de destruir o regime dos ayatollahs lá no Irã.
08:59Zadora, quando a gente fala de situações como essa,
09:02principalmente ali naquela região,
09:03uma região de muitos conflitos, né,
09:05a gente está falando ali de relação
09:07antiga de disputa por territórios,
09:09mas quando a gente coloca outras potências,
09:12outros países,
09:12a gente está falando também de uma disputa
09:14de poder mesmo, né,
09:15da sensação ali de poder.
09:18Sim, com certeza, né,
09:19o histórico ali do Irã,
09:21acho que a gente pode pensar um pouco
09:23sobre a questão também
09:24de eles serem descendentes do Império Persa.
09:27Existe o fator de serem essa potência histórica
09:29ali dentro
09:30e de o Oriente Médio viver sempre um constante
09:32conflito de espaço e territorial.
09:36Então, principalmente,
09:36o conflito de Israel,
09:38que envolve a questão da religiosidade também,
09:40ela coloca em xeque
09:41diversos pontos diferentes.
09:43A gente olha para esse cenário
09:45não somente pensando numa guerra
09:47que pode se tornar uma guerra,
09:48acho que o ponto agravante
09:50seria uma guerra de um bombardeio,
09:52de uma intervenção,
09:53como a Maria falou,
09:54de outros países ali naquele meio,
09:56mas é uma situação muito agravante,
09:58já seria algo muito para frente.
10:00Antes da gente pensar nesse cenário,
10:02a gente já está reparando
10:03que existem movimentações de posicionamento,
10:05uma pressão de posicionamento
10:07de outros países,
10:08o que também coloca o conflito ali
10:10constantemente em xeque.
10:11Então, já é de se esperar também,
10:13considerando o cenário econômico,
10:14que a gente já está sentindo
10:15algumas consequências no espaço de commodity,
10:19valores de commodity subindo,
10:20o petróleo por conta do Irã.
10:22O espaço ali,
10:23o canal de Osmur
10:24é uma questão muito grande ali,
10:26então coloca o globo todo
10:27em alerta do que está acontecendo
10:30e em outros países ao redor.
10:32A gente já tem outras questões
10:33dentro do Oriente Médio
10:34de conflito na Síria,
10:36no Sudão.
10:37Então, é um espaço que está ali
10:38totalmente em constante alerta,
10:41piscando.
10:42Mas a gente pode esperar,
10:43acho que até no momento,
10:44pensando não somente ali
10:45para os países que estão envolvidos,
10:46mas para o mundo todo,
10:48uma série de sanções
10:49e bloqueios internacionais,
10:51porque já tem se passado por isso.
10:52Então, o Irã já enfrenta
10:53esse momento,
10:54Israel também está sendo questionado.
10:56Então, o cenário todo
10:57é de muita instabilidade
10:59e outros países ali no Oriente
11:00também sendo impactados
11:01por esse movimento.
11:03Alex, qual seria a posição
11:05da ONU num caso como esse?
11:07Está enfraquecido nessa tentativa
11:09de intermediação
11:11de conflitos como esse?
11:12Isso.
11:13Bom, o papel da ONU
11:14é de suma importância
11:15para prevalecer a paz na região.
11:17Pensando, sobretudo,
11:19na questão do direito
11:19internacional humanitário.
11:21O direito internacional humanitário,
11:22especialmente o direito
11:23internacional dos refugiados,
11:25ele tem que ser aplicado,
11:26porque quando a gente fala
11:27de pessoas em situação de guerra,
11:30obviamente que a população civil
11:31é a mais atingida,
11:32é a que mais sofre
11:33e que tem que, obviamente,
11:34sair da região, do território,
11:36senão serão atingidos,
11:38suas vidas serão ceifadas.
11:39Então, a ONU,
11:41junto com outras organizações
11:42humanitárias,
11:43tem um papel fundamental
11:44de prevalecer
11:45e que seja respeitado
11:47o direito internacional humanitário,
11:49o direito dos refugiados,
11:50por exemplo,
11:51em fugas maciças
11:52que se criem corredores humanitários.
11:54Isso é de suma importância,
11:55corredores humanitários
11:56que facilitem,
11:58dada aí a dimensão
11:59quantitativa
12:01dessas pessoas
12:02que estão sob bombardeio,
12:03por exemplo,
12:04que possam fugir.
12:05e também
12:06uma situação central,
12:08que são pessoas
12:10que vão ser reconhecidas
12:11como refugiados.
12:14É de suma importância,
12:16por exemplo,
12:16o mecanismo internacional
12:17prima face,
12:18o reconhecimento coletivo
12:19dessas pessoas
12:20que estarão
12:21ou já estão
12:22em situação de refúgio.
12:23Então, é de suma importância
12:24essa questão
12:25do direito
12:27internacional humanitário
12:27que seja respeitado.
12:29E nós temos
12:29várias organizações internacionais
12:31que estão atuando lá
12:32e fazendo essas denúncias
12:33e produzindo esses dados.
12:34Então, esses dados
12:35estão sendo produzidos
12:37para que todos
12:38tenham uma dimensão
12:39desses estragos,
12:41dessa tragédia humanitária.
12:43Maria,
12:44eu queria só acrescentar
12:45algumas outras coisas.
12:46Primeiro que,
12:47falando aqui,
12:48o nome da usina
12:49é a usina de Burscher,
12:50que eu mencionei anteriormente,
12:52referente à usina
12:53que é uma das mais potentes
12:55do Irã,
12:55que tem se especulado
12:57até onde os Estados Unidos
12:58vão entrar
12:59para conseguir bombardear
13:00essa usina.
13:01Uma outra coisa
13:01que eu queria fazer referência
13:02aqui é a questão
13:03do que se espera da Rússia.
13:04e o movimento da Rússia.
13:05Eu acho que é uma questão
13:06de jogo de xadrez.
13:08Em recente ligação telefônica,
13:09o Trump e o Putin
13:10se falaram justamente
13:12para conversar
13:13sobre essa questão
13:13de Israel e Irã
13:14e ficou decidido,
13:16mais ou menos,
13:16na conversa
13:17que o Putin
13:17iria tentar mediar
13:18essa situação.
13:19Quem diria,
13:20não é, minha gente?
13:20Quem diria mesmo?
13:22Mas eu acho que a posição
13:22da Rússia é mais delicada
13:23nisso tudo.
13:24A Rússia está com um militar
13:25bastante cansado
13:27por conta de um outro conflito
13:29que ela se vê
13:29diretamente envolvida,
13:30que é o conflito na Ucrânia.
13:31Então, eu acredito
13:33que ela entraria
13:34mais como um jogo de dança
13:35ali para conter
13:36com os Estados Unidos.
13:37Ou, se tudo ocorrer bem
13:39dentro da conversa
13:41do diálogo
13:41entre o Trump e o Putin,
13:43pode ser que eles
13:44entrem até como aliados
13:45para conter ali
13:46dando um certo
13:47apoio na região.
13:50Quem sabe?
13:50Mas acredito que
13:51a Rússia, por enquanto,
13:53vai ficar nessa posição
13:53de tentar o diálogo
13:55para não se envolver
13:56mais diretamente
13:57num conflito.
13:57lembrando que vão ter
13:58dois eventos
13:59muito importantes
13:59na semana que vem.
14:01Na verdade,
14:02perdão,
14:02um evento muito importante
14:03na semana que vem.
14:03Na terça-feira,
14:04terá uma cúpula da OTAN
14:05onde os países
14:06vão discutir
14:07algumas questões
14:08de armamentos
14:09e atividades militares
14:11nesses países
14:11justamente do eixo norte,
14:13que são os países
14:14que correspondem à OTAN.
14:15Eu queria só falar
14:16uma última coisa.
14:17Eu realmente queria ser
14:17tão otimista
14:18como você
14:19sobre relação à ONU.
14:21A gente vem acompanhando
14:22aqui a descredibilização,
14:24como dizer,
14:26a questão da perda
14:28de credibilidade
14:28dessa instituição
14:29internacionalmente falando
14:30e, de fato,
14:31da sua capacidade
14:33de agir
14:34e impactar
14:35e conseguir trazer
14:37um certo alívio
14:38diante de tantos conflitos
14:39que a gente vê hoje em dia
14:40no mundo que está
14:41cada vez mais bélico
14:42e cada vez mais em conflito.
14:44Infelizmente,
14:44vem perdendo o protagonismo.
14:47Professor,
14:47isso vem acontecendo
14:48ou não vem perdendo
14:49o protagonismo
14:50até se a gente pensar
14:51em tantos outros conflitos
14:53que começaram já
14:54em 2023, 2021,
14:56Ucrânia
14:56e não foram resolvidos
14:59até então?
15:00Sim.
15:00Agora,
15:01só para complementar
15:02aqui um ponto
15:03que eu acho interessante
15:04e já vou voltar
15:05aqui a uma questão
15:06da ONU,
15:07mas é muito complexo
15:08esse bombardeio
15:09às usinas nucleares,
15:11porque você tem
15:12várias formas
15:12de desenvolver
15:13uma tecnologia nuclear
15:15para fins não pacíficos,
15:17construção da bomba nuclear.
15:18Um dos caminhos
15:20é via desenvolvimento
15:22de usinas nucleares
15:23e a partir dali
15:24começa a se enriquecer
15:25o urânio
15:26e desenvolve-se
15:27numa sequência
15:28a tecnologia.
15:29E esse é um
15:30encaminhamento
15:31que o Irã
15:32tem dado.
15:34Só que Israel
15:35conseguiu bombardear
15:36várias dessas usinas
15:37de forma superficial,
15:39porque se você fizer
15:40um bombardeio
15:40em larga escala,
15:42na maior parte delas,
15:43pode provocar
15:44um vazamento nuclear,
15:46gerar uma enorme
15:47contaminação
15:48radioativa
15:50em toda a região,
15:51algo extremamente
15:52indesejado.
15:53Então, imagine só
15:54o que a gente já
15:55observou em Chernobyl,
15:57Fukushima,
15:58as várias usinas nucleares
15:59que tiveram
15:59vazamentos pelo mundo,
16:02imagine uma
16:02sendo bombardeada.
16:03Então, é complexo
16:05o processo.
16:06E nessa que foi mencionado,
16:07o que você tem
16:08adicionalmente
16:09é que como ela é
16:10construída
16:11no subsolo
16:12em região rochosa,
16:14aí, mesmo que se quisesse
16:16propriamente chegar
16:17a um bombardeio
16:18mais eficaz,
16:19também não haveria
16:20essa possibilidade.
16:22E os Estados Unidos
16:23teriam melhor condição
16:25de dar esse tipo
16:27de encaminhamento.
16:27Agora, a ONU,
16:28ela vive historicamente
16:30um movimento
16:31onde ela,
16:32infelizmente,
16:33ela tem diminuído
16:34o seu protagonismo.
16:35Eu digo infelizmente
16:36porque essa questão
16:38de desenvolvimento nuclear
16:39do Irã,
16:43que evidentemente
16:43que coloca em risco
16:44a segurança internacional,
16:46até porque,
16:47por esse motivo
16:48que existem sanções
16:49internacionais
16:50do Conselho de Segurança
16:51da ONU
16:52contra o Irã,
16:53deveria a ONU
16:55estar atuando
16:55para impedir
16:56esse desenvolvimento
16:58ou tomando decisões
16:59do que fazer
17:00contra o Irã,
17:01nesta questão específica
17:02da energia nuclear.
17:04Em outras,
17:04ali na região,
17:05também mediando.
17:07A questão dos palestinos
17:08com Israel,
17:09que também é um conflito
17:10importante
17:11e que tem
17:12um envolvimento
17:13do Irã.
17:14A ONU,
17:15ela está ausente
17:15dessa função.
17:17Uma parte
17:18é questão
17:19de agenda
17:19dela,
17:20que desde 1948,
17:22quando esse assunto
17:22surgiu,
17:23deveria ter atuado
17:24e não atuou,
17:26mas principalmente
17:26ela tem perdido
17:27nos últimos anos
17:29força internacional,
17:30porque as decisões
17:32multilaterais,
17:33elas têm caído
17:34em descrédito.
17:35Desde principalmente
17:36de 91,
17:37quando os Estados Unidos
17:38viraram a principal potência,
17:40acabaram decidindo
17:42tomar decisões
17:43por conta própria,
17:44já vista,
17:45por exemplo,
17:46a invasão do Iraque,
17:47que a ONU não autorizou,
17:48eles invadiram
17:49do mesmo jeito.
17:50Então,
17:50você percebe
17:51que não se leva
17:53para a ONU
17:53a tomada de decisão.
17:56Então,
17:56ela está
17:57num momento
17:57muito frágil.
17:59Mas eu concordo
18:00aqui num aspecto
18:01que na questão
18:01de refugiados,
18:03via a CNUR,
18:05que é a organização
18:06internacional
18:07que trata do tema,
18:08ela vai ter
18:09uma atuação
18:09importante
18:11se houver
18:12um fluxo
18:13de refugiados.
18:14A Isadora
18:14queria complementar.
18:16Sim,
18:16eu queria complementar
18:18o que a Maria
18:18estava falando
18:19sobre o Trump.
18:20Eu acredito
18:21que os Estados Unidos
18:22estão numa posição,
18:24acho que não somente
18:24o Trump
18:25como o Putin também,
18:26estão numa posição
18:28muito de relações
18:29diplomáticas.
18:30Então,
18:30essa é uma guerra
18:31que diferente
18:32de outros conflitos
18:34que têm
18:34performado ali
18:35no Oriente Médio,
18:37ela tem
18:38uma necessidade
18:40de posicionamento
18:41maior,
18:41porque envolve
18:41relações econômicas
18:43e diplomáticas
18:44muito mais importantes
18:45para o mundo
18:46como um todo.
18:47Então,
18:47tem uma questão
18:48dos Estados Unidos,
18:49ele está presente
18:50ali no fortalecimento
18:51da parte naval,
18:53da parte de equipamentos
18:54de Israel,
18:55inclusive da militarização
18:57ali do mar Mediterrâneo,
18:59isso já está acontecendo,
19:01esse cenário já existe,
19:02essa consolidação.
19:03Então,
19:03por mais que o Trump
19:03ainda não tenha 100%
19:04se posicionado
19:05como vamos apoiar
19:08uma invasão ou não,
19:09ele acaba já
19:10por estar ali do lado
19:11nessa parte
19:11de financiamento
19:12militar e armamento
19:14de Israel.
19:15Mas,
19:15ao mesmo tempo,
19:16existe a questão
19:17da parte diplomática,
19:18porque a gente está falando
19:19de um conflito
19:20que envolve
19:20muitas diretrizes
19:21econômicas
19:22e relações internacionais
19:24e coloca até o Putin
19:25na mesma posição.
19:26Ninguém quer entrar
19:27numa briga,
19:27a gente está falando,
19:28o Irã faz parte
19:29do BRICS
19:30desde 2024,
19:31isso tem uma força
19:33muito grande,
19:34inclusive no ano passado
19:34vindo até o Brasil
19:35para discutir
19:36sobre fóruns
19:37empresariais
19:38e novas parcerias
19:39tecnológicas.
19:41Então,
19:41é literalmente
19:42um conflito
19:42que coloca em xeque
19:43muitas frentes
19:44diferentes,
19:45inclusive o Trump
19:45sendo pressionado
19:46por um momento
19:47em que as políticas
19:48dele internas
19:49também estão sendo
19:50questionadas.
19:51Tiveram alguns protestos
19:52em Los Angeles
19:52e nos Estados Unidos
19:53como um todo,
19:54então eu acho
19:54que essa falta
19:55de posicionamento
19:56parte um pouco
19:57por esse lado
19:57de todos os presidentes
19:59estarem tentando
20:00manter uma posição
20:01mais diplomática
20:02perante o mundo.
20:02Eu vou adicionar
20:04uma outra informação
20:05e aí já jogo
20:06até para o Alex
20:07completar,
20:08porque de acordo
20:09com informações
20:09do Itamaraty,
20:11atualmente entre
20:12180 e 190 brasileiros
20:14vivem no Irã.
20:16Já em Israel
20:16são cerca de 12 mil,
20:18mas eles dizem
20:19que é um número
20:20difícil de contabilizar,
20:22já que boa parte
20:23tem cidadania dupla
20:24e está bem integrado
20:25à comunidade de Israel.
20:27Por isso,
20:28o Ministério
20:28de Relações Exteriores
20:29do Brasil
20:30até o momento
20:31não fez planos
20:32de retirada
20:33dessas pessoas,
20:34de nenhum
20:34dos dois países.
20:36E aí, Alex,
20:37queria saber
20:38um pouco de você
20:39por parte dos brasileiros
20:41que estão lá.
20:42A gente não tem,
20:42então,
20:43essas informações
20:43até o momento
20:44de ninguém pedindo
20:45para voltar.
20:46Tem uma recomendação
20:47do Itamaraty
20:48para que os brasileiros,
20:49por exemplo,
20:49no Irã
20:49permaneçam em casa.
20:51Qual que é a situação
20:52de pessoas do nosso país
20:54nesse momento
20:54que estão em locais
20:56de conflito?
20:57A gente não está acostumado
20:59com isso no Brasil.
21:00Isso,
21:01exatamente.
21:02Nós temos hoje
21:03uma comunidade brasileira
21:04no exterior,
21:06aí,
21:06obviamente,
21:06são estimativas,
21:07mas, enfim,
21:07mais de 4 milhões
21:08de pessoas,
21:09mais de 4 milhões
21:09de brasileiros
21:10vivendo em diversos países.
21:12E brasileiros retornados,
21:15quando vem,
21:15nós tivemos já experiências,
21:16o Brasil teve experiências,
21:17brasileiros que retornam
21:18depois de uma vasta experiência
21:20nos países que residiram
21:21durante um longo tempo,
21:23encontram dificuldades
21:24de se reintegrar
21:26à sociedade brasileira.
21:27Isso é uma dificuldade
21:27do ponto de vista cultural,
21:29empregatício,
21:30produção de renda,
21:30enfim.
21:31E brasileiros que estão
21:32em situação de conflito,
21:33geralmente,
21:34não se tem esses dados,
21:35mas é de suma importância
21:36o governo federal,
21:38capitaneado,
21:40a Casa Civil coordena
21:41essas ações,
21:42então,
21:42a Casa Civil coordena,
21:43junto com o Ministério da Justiça,
21:44Itamaraty,
21:45Ministério dos Direitos Humanos,
21:47fazer esse levantamento
21:48dessas pessoas
21:49que estão em situação
21:49de conflito,
21:51porque também podem
21:51ter suas vidas ceifadas.
21:52e pensar também,
21:55se tivesse fluxo
21:55de brasileiros
21:56retornados
21:57aqui para o Brasil,
21:59quais são as políticas públicas
22:00que serão estabelecidas?
22:02Esse é um ponto central,
22:03porque são pessoas,
22:04como eu já disse,
22:04que viveram durante
22:05muito tempo fora,
22:06então,
22:06se por acaso vierem,
22:07o Brasil tem que se preparar,
22:08tem que se preparar
22:09para dar um respaldo
22:12para essas pessoas,
22:12do ponto de vista
22:13de políticas públicas,
22:14acolhimento,
22:15inserção
22:16na sociedade brasileira,
22:17dado que viveram
22:19muito tempo fora.
22:19Então,
22:20é um planejamento
22:21que o governo
22:22tem que fazer.
22:24É urgente.
22:26Não só para os brasileiros,
22:27Isadora,
22:28te chamo de volta
22:29para esse assunto,
22:30mas a gente leu,
22:32por exemplo,
22:32um relatório recente
22:33da ONU
22:33que diz que o número
22:34de mortes
22:35aumentou 40%
22:36por conta de confrontos,
22:38de conflitos
22:39desse tipo.
22:41No ano passado,
22:42a maior parte
22:42das pessoas mortas
22:43são civis
22:44e me parece
22:45que a gente vive
22:46uma escalada
22:46desses momentos.
22:48Esse movimento
22:49de refugiados
22:50no mundo todo.
22:52A gente passou,
22:53inclusive,
22:53um dos dados
22:54da Acnur,
22:55que é a agência
22:56da ONU
22:57de refugiados,
22:58é que o ano passado
23:00foi o recorde
23:01de refugiados
23:02no mundo todo.
23:04E esse movimento
23:04tem acontecido
23:05tanto por alguns países
23:06terem passado
23:06por guerras civis,
23:07como no Oriente Médio,
23:09Sudão, Síria.
23:10Esse movimento
23:10aconteceu aqui
23:11na América Latina,
23:12então na Venezuela também,
23:14com essa migração
23:15para o Brasil.
23:16Então,
23:16é um movimento
23:17que tem acontecido
23:17no mundo inteiro
23:18por completo.
23:19não somente
23:20por conflitos
23:21armados
23:21e guerras civis
23:23ao mesmo tempo,
23:23mas também
23:24por crises econômicas,
23:25por momentos
23:26inflacionários
23:27de alguns países.
23:28Então,
23:28o mundo todo
23:28tem passado
23:29por esse movimento
23:31de migração.
23:32A gente vê
23:32que o refugiado
23:34já é um caso
23:34extremo,
23:35ele é um caso
23:36de uma migração
23:37compulsória,
23:38mas isso acontece
23:38como movimento
23:39no mundo todo
23:40em casos também
23:41de oportunidades melhores,
23:42em casos
23:43de questões inflacionárias
23:44em outros países vizinhos.
23:45Então,
23:46tanto os países
23:46que têm esse recebimento,
23:48têm que ter políticas
23:49específicas
23:50para atender
23:51essa população
23:52que chega
23:53com um acolhimento,
23:55um processo burocrático
23:56mais facilitado
23:57para a entrada
23:58em alguns países.
23:59Uma questão
24:00também que envolve
24:00migrantes que chegam,
24:02refugiados que chegam
24:03no mundo todo,
24:04questões de falta
24:05de estrutura,
24:06de xenofobia,
24:07a gente vê isso aqui
24:08inclusive no Brasil
24:09acontecendo com nós
24:11que recebemos,
24:12ano passado a gente
24:12recebeu 77 mil
24:13venezuelanos,
24:15então é um processo
24:16que envolve diretrizes
24:18de políticas públicas
24:19e também um processo
24:21de acolhimento.
24:22Olhando por um viés
24:24aqui um pouco mais
24:24sociológico,
24:26a gente tem a percepção
24:27também do que é
24:27a construção da narrativa
24:29do refugiado,
24:30porque ele perde
24:31a essencialidade,
24:33a identificação dele,
24:34ele falta um senso
24:36de pertencimento,
24:37você imagina
24:37o que é você sair
24:38de onde você mora,
24:40de onde você tem
24:40sua história,
24:41sua vida,
24:41sua cultura
24:42e você parte
24:43para outro lugar
24:43para começar
24:44uma vida do zero.
24:45Então o processo
24:46de integração
24:46e pertencimento
24:48constrói muito
24:49essa parte,
24:50a gente tem que entender
24:51que o mundo
24:51como um todo
24:52num cenário globalizado
24:54ele funciona
24:55muito mais
24:55como uma ruptura
24:56desse tradicionalismo
24:57de fronteiras
24:58que a gente tem.
24:59O mundo globalizado
25:00de hoje,
25:01nós temos uma facilidade
25:02para ir e vir,
25:03morar em outros lugares,
25:04migrar e,
25:05inclusive,
25:06acesso tecnológicos
25:07ao mundo todo.
25:08Então aquela fronteira
25:09tradicional,
25:10ela tem se quebrado,
25:10é uma ruptura
25:11que a gente tem passado.
25:13E entender
25:13que as pessoas
25:13passam tanto refugiados
25:15quanto migrantes
25:16pelo mundo todo
25:17tem essa questão
25:18de pertencimento,
25:20de culturalismo,
25:21de integração
25:22ao espaço.
25:23E a gente vê isso
25:24principalmente
25:24em espaços
25:25como cidades urbanas,
25:26cidades mais urbanas,
25:28a gente vê
25:28o quanto isso é pertinente,
25:30o quanto o espaço
25:30cultural,
25:31ele é muito mais
25:32multifacetário,
25:33envolvendo culturas
25:34e países diferentes.
25:36Então entender
25:36o refugiado
25:37no Brasil
25:38e no mundo
25:38com a pluralidade,
25:40desculpa,
25:40pluralidade,
25:41pluralidade,
25:42pluralidade,
25:43também rolei,
25:44é difícil, gente.
25:45Com o seu pluralismo
25:46lá,
25:47com sua parte
25:47multifacetária
25:48e se concebendo
25:49no mundo inteiro
25:50também faz parte
25:51de um processo
25:52de uma globalização
25:53e um novo cenário
25:54cultural,
25:55econômico
25:55e globalizado
25:56para o mundo todo.
25:56Pensei aqui
25:57até com essa variedade
25:58de pessoas
25:59para a gente
26:00não ficar insistindo
26:02que às vezes
26:02a gente enrola
26:03mesmo a língua.
26:04E professora,
26:05aproveitando esse tema
26:06dos brasileiros,
26:07queria falar
26:07do posicionamento
26:08do Brasil
26:08em relação
26:09então
26:10a esse conflito.
26:12O Brasil condenou
26:13a posição
26:14de Israel,
26:17a gente tem parlamentares
26:19falando de forma contrária
26:20ao que disse
26:21o governo federal,
26:22inclusive o governador
26:23Tarcísio de Freitas
26:24nesse feriado
26:24aqui em São Paulo
26:25apareceu ali
26:26abraçado a uma bandeira
26:26de Israel
26:27num evento.
26:30Como que a gente
26:30está nesse cenário
26:32aqui dentro
26:33do país
26:34e o Brasil
26:34que sempre adotou
26:35uma posição
26:35mais neutra, né?
26:37Sim,
26:37o Brasil tradicionalmente
26:39principalmente
26:39desde os anos 70
26:40do século passado
26:42ele usa
26:43o posicionamento
26:44de pragmatismo
26:45e utiliza mesmo,
26:46a gente pode pegar
26:47os mais variados governos,
26:49começou ali
26:50no governo militar
26:50por exemplo
26:51onde houve
26:53o restabelecimento
26:54de relacionamento
26:55por exemplo
26:55com países comunistas
26:56no governo militar
26:58brasileiro
26:58porque pragmatismo
27:00então
27:00essa foi uma linha
27:01tradicional
27:02que o Brasil
27:03adotou
27:04desde sempre
27:05eu acho que
27:06este é o melhor
27:06caminho
27:07nós temos
27:08uma posição
27:09do Brasil
27:10importante
27:11o Brasil
27:11é uma potência
27:12regional
27:13isso não nos diminui
27:14nós temos uma potência
27:15regional e não global
27:16isso nos coloca bem
27:18num cenário internacional
27:19onde eu acredito
27:21que a gente tem
27:21importância
27:22em muitas discussões
27:23por exemplo
27:24na do meio ambiente
27:25não dá para ter
27:26uma agenda internacional
27:27de discussão
27:28por exemplo
27:28de questões ambientais
27:30sem chamar o Brasil
27:31o Brasil é protagonista
27:33global
27:34nesse assunto
27:36por exemplo
27:36agora eu acho
27:37que neste em específico
27:38a posição neutra
27:40é mais importante
27:41do que nunca
27:41por vários motivos
27:42um porque esse posicionamento
27:44é tradicional brasileiro
27:46outro porque ele
27:47nos é útil
27:48entrar em algum tipo
27:49de desgaste
27:50ou com Israel
27:51ou com Irã
27:52não só não nos interessa
27:54como a gente também
27:54não colabora
27:55para resolver
27:55o problema deles
27:56se a gente fosse útil
27:58nesse aspecto
27:59de poder colaborar
28:01ou a gente conseguisse
28:02trazer algum resultado
28:03positivo
28:03para nós
28:04ou para eles
28:04eu acho que valeria
28:06um posicionamento
28:07para um lado
28:08ou para o outro
28:08mas não é o caso
28:09então eu acho
28:10que tem que se manter neutro
28:11até porque a questão
28:12é muito controversa
28:13então se a gente pegar
28:14os dois lados
28:15tem assim
28:16os seus argumentos
28:17se a gente pegar
28:18ao lado do Irã
28:19juridicamente
28:20houve uma intervenção
28:21de um país externo
28:22no caso Israel
28:23ingressou no seu território
28:25ou atacou
28:27em vários dos alvos
28:29matou diversas
28:31das suas lideranças
28:32então
28:32posicionamento deles
28:34se você pegar
28:35o posicionamento
28:36israelense
28:37como a gente falou
28:38aqui da ONU
28:39a ONU não está atuando
28:40para impedir
28:41o desenvolvimento
28:42do programa nuclear
28:44iraniano
28:45e a partir do Irã
28:46vem ataques hostis
28:47a Israel
28:48há muitos anos
28:49conforme eu mesmo
28:49mencionei aqui
28:50indiretamente
28:51por vários grupos
28:52armados pelo Irã
28:54Israel também tem
28:55seu motivo
28:56para intervenção
28:57então veja só
28:58você tem os dois
28:59com seus argumentos
29:00não estou nem
29:01neste momento
29:02pesando nenhum dos dois
29:03só dizendo que eu acho
29:04que o Brasil
29:05ele tem que ter
29:06essa posição neutra
29:07e caso ele queira
29:08ser um pouco mais assertivo
29:10embarque numa posição
29:12multilateral
29:12então se você tem
29:14um posicionamento
29:14da ONU
29:15de uma organização
29:17da qual o Brasil
29:18participa ativamente
29:19como essa
29:20ele pode seguir
29:21esse posicionamento
29:22mas do contrário
29:23utilizar o discurso
29:25de que as partes
29:25tem que se compor
29:26que é um discurso
29:27importante
29:28que elas tem que ter
29:29um acerto
29:30que acabe com
29:31essas hostilidades
29:32e resolver outras
29:33questões próximas
29:34como dos palestinos
29:35por exemplo
29:36eu acho que é um bom
29:37discurso do Brasil
29:38assumir posicionamento
29:40de um lado
29:41ou do outro
29:42não serve para nós
29:43não é útil
29:44para o Brasil
29:45fere a forma
29:46como a gente
29:47conduz tradicionalmente
29:48a nossa diplomacia
29:49que é admirada
29:50no mundo todo
29:51a gente tem uma
29:52das melhores
29:52escolas diplomáticas
29:54do mundo
29:54que é o Instituto
29:55Rio Branco
29:55do Itamaraty
29:56e nem o problema
29:58das partes
29:59Maria
30:00internamente
30:01isso fica confuso
30:02também até
30:03para a população
30:03se você tem
30:04governo federal
30:05dando uma posição
30:05alguns parlamentares
30:07dando outra
30:08governadores
30:08a gente traz
30:10mais um assunto
30:11que talvez não tenha
30:11a ver com isso
30:12para a polarização
30:14interna
30:14a gente volta
30:15a falar disso
30:15sempre falo disso
30:16com você aqui
30:17totalmente
30:17eu acho assim
30:19eu vejo pela primeira
30:20vez
30:20desde que eu me entendo
30:21por gente
30:22agente política
30:23como a polarização
30:25ela transbordou
30:26a gente sabe
30:27que a gente atualmente
30:28vive um cenário
30:28de polarização afetiva
30:30no Brasil
30:30tudo isso
30:32no Brasil e no mundo
30:33enfim
30:33não é novidade
30:34para ninguém
30:34e como isso transbordou
30:36e entrou
30:37na esfera
30:37dos conflitos
30:38que a gente vê
30:39de fato
30:40é constatado
30:42aqui
30:42que vivemos
30:44num mundo
30:44que está cada vez
30:45mais bélico
30:46temos dados
30:47de um crescimento
30:48de 10%
30:49em investimento
30:50militar
30:50das nações
30:51do mundo
30:52como um todo
30:52de 2024
30:53para 2025
30:54os Estados Unidos
30:55agora
30:56com o Big Beautiful Bill
30:57do Trump
30:58vai ampliar
30:59em quase
31:00um trilhão
31:00de dólares
31:01o investimento
31:02no exército
31:03militar
31:03a própria Alemanha
31:05com o novo
31:05chanceler
31:06já anunciou
31:06também
31:07o maior investimento
31:08em militar
31:08cortando gastos
31:10sociais
31:10então você vê
31:12toda uma abordagem
31:13aí no mundo
31:13para um cenário
31:14que os países
31:15estão se armando
31:16mais
31:16e o mundo
31:17vai ficando
31:18cada vez mais bélico
31:19e isso se traduz
31:20justamente
31:21pelas nossas
31:21políticas domésticas
31:22pelas nossas
31:23políticas eleitorais
31:24a polarização
31:25é uma consequência
31:26ou é um fator
31:27que gera
31:29tudo isso
31:30estamos ali
31:31dentro da torcida
31:32de quem pensa diferente
31:33é literalmente
31:34o meu inimigo
31:35e isso tem se traduzido
31:36dentro dos conflitos
31:37eu não entendo
31:38porque
31:39quem é de esquerda
31:40torce pela Palestina
31:42e quem é de direita
31:43torce por Israel
31:43sendo que aqui
31:44a gente está falando
31:44de questões de vida
31:45de questões de estabilidade
31:47do mundo
31:47de questões que a gente
31:48devia estar focando
31:49em cooperação
31:50como a gente encontrar ali
31:52uma ampliação
31:54dos interesses
31:54das nações
31:55para conseguir fazer
31:56com que todos
31:56tenham um melhor
31:57resultado diplomático
31:59ou não
31:59e não
32:00estamos nos degladiando
32:02diante de um conflito
32:03que só
32:04vai se agravar
32:05mas ainda
32:06a gente não encontra
32:06um bom senso comum
32:08e aí
32:08fica nesse
32:09flaflu internacional
32:10eu queria também
32:11trazer um dado
32:12que é bastante
32:12alarmante
32:13que eu peguei
32:14recentemente
32:14da Unicef
32:15que é
32:15uma a cada seis
32:16uma a cada seis
32:18crianças vivem
32:18atualmente
32:19em zonas de conflito
32:20ou seja
32:21gente
32:21isso só vai
32:22piorar
32:22porque esses
32:23conflitos estão aí
32:24não vão se encerrar
32:25a gente sabe
32:26como começou
32:27a gente não sabe
32:28como vai acabar
32:29Isadora
32:30queria completar
32:32a fala da Maria
32:33a gente está
32:33a gente está
32:34interligada hoje
32:35queria completar
32:37a fala dela
32:37até sobre os dados
32:38das crianças
32:39inclusive os dados
32:40dos refugiados
32:41no mundo
32:41são de 40%
32:43até 18 anos
32:44o que pisca
32:45um alerta
32:46que a gente está
32:46falando de
32:47literalmente
32:48crianças e adolescentes
32:49por vezes
32:50muito acompanhadas
32:50suas mães
32:51se refugiando
32:52para outros lugares
32:53do mundo
32:54e complementando
32:55também a questão
32:56dessa polarização
32:57a gente vê isso
32:58principalmente
32:58nas redes sociais
32:59com muita força
33:00as pessoas discutindo
33:01completamente
33:02tomando lados
33:03e opiniões
33:03e um pouco
33:04trazendo do viés
33:05sociológico
33:06novamente
33:06existe uma
33:08percepção
33:09que
33:09nós de cá
33:11estando inseridos
33:13e crescendo
33:14em uma cultura
33:15que é
33:16uma cultura
33:17ocidental
33:18uma cultura
33:19que envolve
33:19institucionalmente
33:21até o cristianismo
33:22a gente tem
33:22uma percepção
33:23de mundo
33:24e de ambientação
33:26e de valores
33:26morais e princípios
33:28que envolvem
33:28percepções
33:29ocidentais
33:30e cristãs
33:31então fica muito
33:32difícil
33:32para a gente
33:33ter uma percepção
33:34do que é
33:35o outro lado
33:36a gente não está
33:37inserido
33:38numa cultura
33:38historicamente
33:40que envolve
33:41disputas
33:42territorialistas
33:43que envolve
33:44disputas
33:44religiosas
33:45de religiões
33:45que nós
33:46não estamos
33:47inseridos
33:48e só temos
33:48acesso
33:49de uma maneira
33:49muito externa
33:50porque a religião
33:51islâmica
33:52no Brasil
33:52tem um percentual
33:53muito pequeno
33:54então nós construímos
33:56meio que uma narrativa
33:58de polarização
33:59de tomando um lado
34:00ou outro
34:00sendo que cabia
34:02para esse momento
34:02para nós brasileiros
34:03também
34:04termos uma percepção
34:05de que a gente está
34:05falando de uma guerra
34:06são milhares de pessoas
34:08sofrendo
34:08são pessoas passando fome
34:10são questões
34:10humanitárias
34:11que envolvem
34:12então o nosso lado
34:13deveria ser muito mais
34:13para que isso acabasse
34:15e que o Brasil
34:15fortalecesse
34:17para que uma guerra
34:18como essa não continue
34:19enquanto as atenções
34:21se voltam
34:21para o novo conflito
34:22entre Irã e Israel
34:23desviando a atenção
34:25internacional
34:25o confronto
34:27entre Israel
34:27e os palestinos
34:28na faixa de Gaza
34:29continua intenso
34:31segundo autoridades
34:32locais
34:32tem denunciado
34:33o número
34:34de palestinos
34:35mortos
34:35que já supera
34:36os 55 mil
34:38não para
34:39de subir
34:40e a gente volta
34:41a falar
34:41Alex
34:42começar essa rodada
34:43com você
34:43da questão
34:44que a gente está permeando
34:45durante todo
34:46o nosso programa
34:46nossa discussão
34:47até agora
34:48o foco aqui
34:50é se a gente
34:50sempre volta
34:51para as pessoas
34:51para os civis
34:52prejudicados
34:53em todas
34:54essas situações
34:54exatamente
34:55quando a gente fala
34:57dessa questão
34:57dos palestinos
34:58a situação
35:00de violação
35:01de direitos humanos
35:02que se passa
35:02no território
35:03e consequentemente
35:04essa diáspora
35:05palestina
35:06no mundo
35:06inclusive aqui no Brasil
35:08uma diáspora
35:09que fortíssima
35:10e vale chamar
35:12atenção também
35:12que nos últimos dias
35:13nós tivemos
35:15mobilizações políticas
35:16aqui em São Paulo
35:17em outras cidades
35:18em outros países
35:20referente ao que acontece
35:21na Palestina
35:21então foram
35:22mobilizações
35:23que prestaram
35:24a solidariedade
35:25ao povo palestino
35:27e são mobilizações
35:29de suma importância
35:30mas eu gostaria
35:31de destacar
35:31aqui também
35:32quando a gente está
35:33nesse ponto
35:33de outras guerras
35:34ao mesmo tempo
35:35que é importante
35:36de suma importância
35:37que a sociedade
35:37como um todo
35:38compreenda
35:39as nuances
35:40da guerra
35:40e enfim
35:42o que acontece
35:42na Palestina
35:43e na Israel
35:43mas é importante
35:44também pensar
35:45em outros conflitos
35:45que também são
35:46negligenciados
35:47e nos questionarmos
35:47também por que
35:48outros conflitos
35:49não tem a mesma dimensão
35:50e a mesma comoção
35:52pública
35:52internacional
35:53inclusive
35:53do que o que acontece
35:55em outros territórios
35:56por exemplo
35:57hoje nós temos
35:58um conflito gravíssimo
35:59na região do Sudão
36:00continente africano
36:01nós temos hoje
36:02na Nigéria
36:03a região de Biafra
36:04Biafra é uma
36:05república
36:06que se separou
36:07na década de 60
36:08porém
36:09há um movimento
36:09fortíssimo
36:10que se mobiliza
36:12frente às violações
36:13que acontecem
36:14no território
36:14de origem
36:15nós temos hoje
36:16a região do Mali
36:18do Níger
36:19o povo
36:19do grupo étnico
36:21Tuareg
36:21que reivindica
36:22a situação
36:23do território
36:24de Azawade
36:24no deserto
36:25de Saara
36:25e que estão
36:27sofrendo
36:28uma conjunção
36:28de violações
36:29de direitos humanos
36:30temos hoje
36:31na Etiópia
36:32a região do Tigrei
36:32também
36:33enfim
36:34outras violações
36:35então
36:35há uma conjunção
36:36de violações
36:37de direitos humanos
36:38em outros territórios
36:39até trago
36:40um dado importante
36:41algumas universidades
36:43eu cito aqui
36:45a Universidade de Upará
36:45que fala que
36:47hoje existem
36:47mais de 80 conflitos
36:48no mundo
36:49então é de suma importância
36:51a gente tratar
36:51o que acontece
36:52na Palestina
36:53como as mobilizações
36:54estão sendo feitas
36:55no Brasil
36:56e em outros países
36:57mas também é importante
36:58nos questionarmos
36:59por que outros conflitos
37:00não tem a mesma dimensão
37:01desse engajamento político
37:03e dessa comoção
37:04pública
37:05nacional
37:06e internacional
37:06e essas diásporas
37:08que eu citei
37:09anteriormente
37:10estão no Brasil
37:11hoje por exemplo
37:12é um conflito gravíssimo
37:13o que acontece no Congo
37:14a relação Congo
37:15Ruanda
37:16o norte da República Democrática
37:17do Congo
37:18há milícias
37:19de Ruanda
37:21que estão ali no Congo
37:22e isso impacta fortemente
37:23também a questão
37:24dos fluxos maciços
37:25de refugiados
37:25como algumas organizações
37:26internações
37:27têm apontado
37:28e sobretudo
37:29a diáspora
37:30congolesa
37:31presente no território brasileiro
37:32a diáspora aqui
37:34já fez um conjunto
37:35de mobilizações
37:36inclusive aqui
37:36na Avenida Paulista
37:37chamando a atenção
37:38da sociedade brasileira
37:40e obviamente
37:40da classe política brasileira
37:41sobre o que acontece
37:42no território de origem
37:44portanto
37:45nós estamos falando
37:45de um ativismo
37:46transnacional
37:47e esse ativismo
37:48ele é de suma importância
37:49para nós
37:50nos solidarizarmos
37:51entendermos as complexidades
37:53do que acontece
37:54nos países
37:54ou territórios de origem
37:55Maria
37:56o que que explica
37:57esse questionamento
37:58que o Alex
37:58trouxe para a gente
37:59a gente está falando
38:01mais de um confronto
38:02nesse momento
38:02porque ele é novo
38:04começou agora
38:05porque ele tem a ver
38:06com questões econômicas
38:07como a gente já colocou
38:08aqui na mesa
38:08tem a ver com petróleo
38:10na jogada
38:10porque as potências
38:11estão mais ligadas
38:13nesse
38:13o que que a gente pode
38:14tirar de análise disso
38:15é
38:16eu acho que
38:17desculpa
38:17só acho que ajeitando
38:18eu acho que é só
38:19eu vou fazer coro
38:21ao que eu disse
38:21mais cedo
38:22na minha última fala
38:23que é de fato
38:24a gente vê um cenário
38:25de reversão
38:26de tudo que foi construído
38:27mutuamente
38:28após a segunda guerra mundial
38:30que é justamente
38:31esse consenso
38:32de países
38:34em prol
38:35de
38:35uma cooperação
38:37multa
38:38uma governança global
38:40baseada no multilateralismo
38:42cooperativo
38:44com a instituição da ONU
38:45como pilar principal disso
38:47junto com o sistema
38:48Bretton Woods
38:49que veio aí
38:50trazendo mais
38:51uma internacionalização
38:52dessas nações
38:53né
38:54então a gente vê
38:55uma decadência
38:56desse cenário
38:57que como o próprio professor
38:59mencionou aqui
39:00demonstrou-se
39:01muito ineficiente
39:02na resolução
39:04do que ele foi construído
39:04para ser
39:05resolver conflitos
39:07garantir a estabilidade
39:08econômica do mundo
39:09garantir a estabilidade
39:11enfim
39:12política
39:13e não está acontecendo
39:14a gente vê a ONU
39:15em descrédito
39:16quem aqui não acompanhou
39:17inclusive as próprias
39:18missões de paz
39:19que não foram nem tão
39:20de paz aqui
39:20relembro aqui
39:21a questão da guerra
39:22da Bósnia
39:23que os capacetes azuis
39:25faziam violências
39:27sexuais
39:28contra as refugiadas
39:30da Bósnia lá
39:30então a própria instituição
39:32que era ali
39:33mantida
39:34para proteger
39:35a sociedade civil
39:36não conseguiu fazer
39:37então é um descrédito
39:39então a gente entra
39:40numa nova ordem
39:41mundial
39:42uma ordem
39:43do cada um por si
39:44uma ordem
39:44onde o realismo
39:45vai imperar
39:46que o Hobbes
39:47deve estar muito feliz
39:48ali no túmulo dele
39:50é justamente
39:51é a dinâmica
39:53onde os países
39:54vão cada vez mais
39:55buscar maximizar
39:56os seus interesses
39:57e isso vai fortalecer
39:59cada vez mais
39:59o hard power
40:00que é o uso
40:01do poder duro
40:02que é o uso
40:02do poder militar
40:03então acho
40:04que a consequência
40:05disso
40:05dos conflitos
40:06que a gente
40:06disse aqui
40:07que o Alex
40:08mencionou
40:09e enfim
40:10é um cenário
40:11de uma nova
40:14atualidade global
40:16e o que a gente
40:16pode fazer
40:17infelizmente
40:18é informar
40:19é criar a consciência
40:21para a problemática
40:22que tem crescido
40:22para esses conflitos
40:23que vão ampliar
40:24ninguém consegue
40:25encontrar um senso comum
40:26e infelizmente
40:28reverter
40:29todo o que foi
40:29construído
40:30com a missão
40:31as missões da ONU
40:32que em tese
40:33não serviram
40:34para muita coisa
40:35professor
40:36no caso
40:36especificamente
40:37de Israel
40:38então eles estão
40:38mantendo agora
40:39duas frentes
40:41tem a frente
40:41ali na faixa de Gaza
40:42tem a frente
40:43com o Irã
40:44Israel tem potência
40:46para manter isso
40:47por muito tempo?
40:48é
40:49você
40:49tem essas
40:50que você mencionou
40:51ainda tem risco
40:52aí para
40:52de sofrer ataques
40:54do Hezbollah
40:56e também
40:57de outros grupos
40:59ali principalmente
40:59no Iêmen
41:00mas de qualquer forma
41:01o que Israel fez
41:03foi uma grande
41:04e organizada
41:05operação militar
41:06desde 2023
41:07de outubro de 2023
41:09se a gente acompanhar
41:10houve uma sequência
41:11de decisões
41:12em relação principalmente
41:14a faixa de Gaza
41:15controlar a faixa de Gaza
41:17desmobilizar o Hamas
41:20desarmar o Hamas
41:21matar suas principais lideranças
41:24depois também foi a mesma coisa
41:26do Hezbollah
41:26que aliás
41:27é o principal grupo
41:28da região
41:29que não é estatal
41:30para estatal
41:31que você tem ali
41:32também
41:33muito armado
41:34Israel
41:34teve muito sucesso
41:36militar
41:36em relação
41:38a essas
41:39operações
41:40realizadas
41:41e também
41:42no Iêmen
41:43e outras regiões
41:44aí na sequência
41:45realizou operações
41:46pontuais
41:47dentro do território
41:49iraniano
41:49e também como eu disse
41:50inéditas
41:51se a gente pegar
41:52desde 79 para cá
41:53só a partir de agora
41:54as questões
41:55foram diretamente
41:57envolvidas
41:58os ataques
41:58foram diretos
41:59e aí nessa sequência
42:01se organizou
42:02para que quando
42:02realizasse esta operação
42:04de agora
42:04dessas últimas semanas
42:06de grandes proporções
42:08já tivesse os outros
42:09grupos enfraquecidos
42:11então sim
42:12respondendo diretamente
42:13a tua pergunta
42:14ele ainda está em risco
42:15de sofrer ataque
42:17de outras frentes
42:18mas num grau
42:19muito menor
42:20do que tinha
42:21há dois anos
42:23e pouco atrás
42:24então isso também
42:25favoreceu
42:26a tomada
42:27dessa posição
42:28que é mais difícil
42:29em relação ao Irã
42:31num momento
42:32onde ele está mais
42:33guarnecido
42:35pelas operações
42:36realizadas anteriormente
42:38e tem um aspecto
42:39curioso disso tudo
42:41que a gente
42:43às vezes não entende
42:44que está fora
42:44aqui do contexto
42:46lá
42:46por que a população
42:48israelense
42:48critica o governo
42:50de lá
42:50com tantos sucessos
42:52militares
42:53é porque falta um outro
42:54primeiro tem questões
42:55internas lá
42:56que a gente pode até
42:56discutir
42:57mas tem outra
42:58depois
43:00como vai ser o dia
43:00de amanhã
43:01com essas operações
43:02né
43:03muito sucesso
43:04militar
43:05muitas conquistas
43:06é um encaminhamento
43:08que se pode dar
43:09a enfrentamento
43:10do problema
43:11mas vem
43:12o dia de amanhã
43:13como é que vai se lidar
43:14depois com o Irã
43:16está se apostando
43:17na queda
43:17do governo
43:18está se apostando
43:19num novo regime
43:20como é que vai tratar
43:22a questão dos palestinos
43:23muito complexa
43:24como é que vai
43:25continuar tratando
43:26as questões
43:27que envolvem o Líbano
43:28onde está o Hezbollah
43:29então tem um desafio
43:30digamos assim
43:31mais de uma agenda
43:33de política internacional
43:34no segundo momento
43:35mas neste de agora
43:37as operações militares
43:39têm sido um sucesso
43:40e a do Irã
43:41principalmente
43:42por conta de ter
43:43enfraquecido
43:44as outras origens
43:46de ataques
43:46de hostilidades
43:48Isadora
43:49a gente citou
43:50aqui a situação
43:50da faixa de Gaza
43:51tem alguns dados
43:52aqui interessantes
43:53olha que
43:53existem mais de 6 milhões
43:55de refugiados palestinos
43:57o que faz com que eles
43:58sejam um dos maiores grupos
43:59de refugiados do mundo
44:01e que de acordo
44:02com as Nações Unidas
44:04depois que Israel
44:06começou ali
44:07a fazer
44:08esse conflito
44:09a participar desse conflito
44:11com a faixa de Gaza
44:12a movimentação ali
44:13chegou a quase 2 milhões
44:15de pessoas
44:16então
44:16a gente tem
44:17nesse território
44:19nesses conflitos
44:20no Oriente Médio
44:21é hoje
44:22um problema
44:23muito grande
44:25Alex citou
44:26outras partes
44:27do mundo
44:27também sofrem disso
44:30mas os olhos
44:31como a gente está falando
44:32estão voltados
44:32para essa população
44:34em especial
44:34mesmo assim
44:35quando os olhos
44:36as atenções
44:36estão mais voltadas
44:37para um do que da outro
44:38essas pessoas
44:40são assistidas
44:41o suficiente?
44:41essa é uma questão
44:44muito complexa
44:45porque a gente está falando
44:46de um território
44:47Israel
44:47esse refugiado
44:48ele é o refugiado interno
44:49o refugiado palestino
44:51que está ali dentro
44:51do território
44:52israelense
44:53então os que
44:54tão
44:55conseguiram
44:56nos últimos tempos
44:57fugir
44:57da faixa de Gaza
44:58porque ela tem
44:59um bloqueio ali
45:00feito por Israel
45:01das estradas
45:02então
45:04esse acesso
45:05ele literalmente
45:05é um refugiado
45:06que ele é um refugiado palestino
45:07que vai para dentro
45:08de Israel
45:09e ele acaba
45:09se tornando
45:11uma grande questão
45:12porque Israel
45:12está numa luta
45:14contra ali
45:15a esse espaço
45:15contra a faixa de Gaza
45:17o Hamas
45:18o Hezbollah
45:18e se fortaleceu
45:19em cima
45:20desse discurso
45:22mas também
45:22coloca em xeque
45:24como é tratado
45:25esse refugiado
45:25porque a gente está falando
45:26de civil
45:26a gente está falando
45:27de pessoas
45:27de mulheres
45:28de crianças
45:28então existe a questão
45:30ali pertinente
45:31na faixa de Gaza
45:33mas existe o restante
45:34do palestino
45:35também que está inserido
45:36em Israel
45:37e ali a gente tem
45:38o espaço da Cisjordânia
45:39que foi
45:40existe uma questão
45:41territorial ali
45:42dos últimos anos
45:42desde 1948
45:44Israel foi se fortalecendo
45:46como estado
45:47como território
45:47e a Palestina
45:48foi perdendo espaço
45:49a Cisjordânia
45:50ela foi diminuindo
45:50então esse espaço
45:52da Cisjordânia
45:53também que era um espaço
45:54digamos que seguro
45:55para o povo palestino
45:56também hoje
45:57se encontra
45:57um pouco travado
45:59ali porque
46:00o próprio acesso
46:01aos espaços
46:02da Cisjordânia
46:02estão em controle
46:04do governo de Israel
46:04então o palestino
46:06ele fica
46:06o próprio civil palestino
46:08ele está um pouco
46:08de mãos atadas
46:09e é um refugiado
46:10que não tem nenhum
46:11tipo de apoio político
46:12nenhum apoio jurídico
46:14até a questão
46:15da ajuda humanitária
46:16a gente teve a questão
46:17dos ativistas
46:18que tentaram chegar
46:19não chegaram
46:20Israel bloqueou
46:21foi um conflito ali
46:22sem saber exatamente
46:23o que era para ser feito
46:25qual era a intenção ali
46:26mas a questão é
46:27o palestino
46:28ele está ali
46:29literalmente sem apoio
46:30e eu acho que
46:31isso entra um pouco
46:32em xeque
46:32do porquê talvez
46:33a gente está falando
46:34começou a conversa
46:35falando do porquê
46:36que essa guerra
46:36ela acaba tendo
46:38um pouco mais de visibilidade
46:39do que outras
46:40e eu acho que essa
46:41é uma questão muito pertinente
46:42porque a palestina
46:44hoje ela se encontra
46:44sem esse suporte
46:45então o que acaba
46:47despertando
46:47uma compaixão
46:49institucionalizada
46:50aí de outros países
46:51de movimentos
46:52de pessoas que acompanham
46:53a situação
46:54e também essa
46:55questão de
46:56ela hoje não ter
46:58nenhum acesso
46:59se Israel está
46:59nesse controle
47:00então por mais que
47:01exista uma justificativa
47:02que envolva
47:03o Hamas
47:04que envolva o Hezbollah
47:05e é uma luta
47:06assim necessária
47:07a gente não quer
47:07um governo autoritário
47:08a gente não quer
47:09um governo iraniano
47:10tomando conta
47:11do Oriente Médio
47:12como um todo
47:12mas também
47:13bate de frente
47:14um pouco
47:15sobre as políticas
47:16que não acho
47:17que não é somente
47:18especificamente
47:19sobre Israel
47:19mas sim sobre
47:20o primeiro ministro em si
47:21acho que o primeiro
47:22ministro ele tem
47:23algumas políticas
47:24um pouquinho mais
47:25extremistas
47:25então a Palestina
47:27fica ali sem apoio
47:28o que coloca
47:29a visibilidade do mundo
47:30todo um pouco
47:31para esse olhar
47:31desse conflito
47:32o Alex queria amarrar
47:34eu vou aproveitar
47:35para inserir mais um assunto
47:36sobre refugiado
47:37aí você arremata tudo
47:38Alex
47:39que a gente está encaminhando
47:40para o fim do programa
47:41o Brasil bateu
47:42o recorde de solicitações
47:44de reconhecimento
47:45da condição de refugiado
47:47em 2024
47:48segundo dados
47:49divulgados pelo
47:50Ministério da Justiça
47:51e Segurança Pública
47:52foram quase 70 mil
47:54novas solicitações
47:55de reconhecimento
47:56de condição
47:57de refugiado
47:58no Brasil
47:59esse número
47:59representa um aumento
48:00de 16,3%
48:03em relação a 2023
48:04de acordo com
48:06o relatório anual
48:07de tendências globais
48:08do Acnur
48:09no final de abril
48:10de 2025
48:11nós tínhamos
48:12122 milhões
48:14de pessoas
48:14deslocadas
48:16à força
48:17lembrando
48:17que dia 20 de junho
48:19dia mundial
48:20do refugiado
48:21né Alex
48:22então remata
48:23esses dois assuntos
48:24para a gente
48:24isso é uma maravilha
48:25pensar a questão
48:27do refúgio
48:28como o Brasil
48:28também se inseriu
48:29de forma
48:29no âmbito normativo
48:31ele é importantíssimo
48:33tanto pelo avanço
48:34do arcabouço jurídico
48:35mas eu quero
48:36a minha fala
48:37aqui no sentido
48:38como funciona
48:39na prática
48:39como que é
48:40uma pessoa
48:41que está
48:41em situação
48:41de refúgio
48:42num território
48:43de origem
48:43vem para cá
48:44sobretudo
48:45esses que estão
48:45do outro lado
48:46do Atlântico
48:46em outros continentes
48:48a vinda
48:48não é fácil
48:49tem que ser
48:50uma vinda
48:50planejada
48:51então muitas vezes
48:53se tenta
48:53obter o visto
48:55o visto
48:56numa embaixada
48:57consulado brasileiro
48:58enfim nos países
48:59de origem
48:59o visto é caro
49:01tem que pagar
49:01ou seja
49:03tem que ter um planejamento
49:04inclusive financeiro
49:05depois você tem que
49:06pagar a passagem
49:09de avião
49:09não existe nesse sentido
49:11ajuda humanitária
49:12dos refugiados
49:14que estão aqui
49:14então pagou o visto
49:15se passou
49:16para aquele crivo
49:18tenta a passagem
49:20de avião
49:21chegou no Brasil
49:22também não quer dizer
49:23que a entrada
49:24vai ser fácil
49:25o Brasil também
49:26é exemplo
49:26de outros países
49:27isso a gente tem
49:28tem várias pesquisas
49:29que falam sobre isso
49:30migrantes que são
49:33retidos em áreas
49:34de confinamento
49:34por exemplo
49:35a maior fronteira
49:36do Brasil
49:37é o aeroporto
49:38internacional de Guarulhos
49:39é a maior fronteira
49:40do Brasil
49:41mais de 50%
49:42do fluxo migratório
49:43entra pelo aeroporto
49:44internacional de Guarulhos
49:45e lá tem também
49:46as chamadas salas
49:47de inadmitidos
49:49alguns dos quais
49:50a autoridade migratória
49:51não permite entrar
49:52em alguns casos
49:53que mesmo que aquela pessoa
49:54tenha as prerrogativas
49:55para entrar
49:55aqui no Brasil
49:57solicitando refúgio
49:58inclusive
49:59Estado brasileiro
50:00estou sendo perseguido
50:01no meu país de origem
50:02e peço a vossa proteção
50:03e aí tem a atuação
50:05de organizações humanitárias
50:07da Ordem dos Advogados
50:08do Brasil
50:08de forma exemplar
50:09que tem atuado
50:10a Defensoria Pública
50:11da União
50:11atuado para que essas pessoas
50:13tenham direito
50:13ao reconhecimento do refúgio
50:14e também
50:16nós temos
50:17alguns solicitantes
50:18de refúgio
50:19sobretudo africanos
50:20que chegam ao Brasil
50:20escondidos em porões
50:22de navios
50:22isso também
50:24nós temos
50:24enfim
50:25vários relatos
50:26daqueles que chegam
50:27escondidos em porões
50:28de navios
50:28então está no país
50:29de origem
50:30driblou
50:31o sistema portuário
50:33esse navio
50:33é de carga
50:34em vez de fazer
50:35uma parada
50:35ele tem uma bandeira
50:37de um país europeu
50:37por exemplo
50:38em vez de o navio
50:39ir para o norte
50:40não
50:40ele vem para o Brasil
50:41enfim
50:41está no fluxo
50:42ali de cargas
50:42e aqueles que conseguem
50:44sobreviver
50:44alguns dos quais
50:45nós já tivemos
50:47exemplos aqui
50:47que chegaram no Porto de Santos
50:48por exemplo
50:49os que conseguissem
50:50sobreviver
50:50enfim
50:51então entrou no Brasil
50:52chegou na fronteira
50:53pede o refúgio
50:54e tem a temporalidade
50:56do refúgio
50:57o refúgio
50:57o refúgio não é uma
50:58autodeclaração da pessoa
50:59eu sou refugiado
51:00não
51:00é o Estado brasileiro
51:02que vai
51:02outorgar ou não
51:03aquela pessoa
51:04o status de refugiado
51:06no caso
51:06o Comitê Nacional de Refugiados
51:08do Ministério da Justiça
51:09e Segurança Pública
51:10que outorga ou não
51:11a pessoa dada
51:11e o relato que ela faz
51:12bom
51:14chegando em grandes cidades
51:16no que tange
51:17a municipalidade
51:18nós temos aí
51:19a questão também
51:19das políticas públicas
51:20locais de integração
51:21embora haja
51:22por exemplo
51:23aqui em São Paulo
51:24nos últimos anos
51:26se estabeleceu
51:26um sistema de acolhimento
51:27mas por exemplo
51:28casas de acolhida
51:29mas casas de acolhida
51:30também são temporárias
51:31fica lá 2, 3, 4, 5
51:33no máximo 6 meses
51:34depois tem que sair
51:34pressupõe-se
51:36que aquela pessoa
51:36que está indo
51:37naquela situação
51:38de vulnerabilidade
51:39já tenha o seu
51:39os seus rendimentos
51:41muitas vezes não
51:41e a gente vê
51:42no centro de São Paulo
51:43um fenômeno
51:44importantíssimo
51:45que são as ocupações
51:46os pré-desocupados
51:47as ocupações
51:48que são compostas
51:49por migrantes
51:49e refugiados
51:50de vários países
51:52então
51:53há lacunas
51:54há falhas
51:54aí gargadas
51:55na política pública
51:56também brasileira
51:56especialmente
51:57as políticas públicas
51:58locais de integração
51:59e por fim
51:59falar também
52:00dessa questão
52:01da xenofobia
52:02no Brasil
52:03na última década
52:04refugiados
52:06também foram atacados
52:07tem aí
52:07a violência física
52:09e a violência simbólica
52:10talvez essa simbólica
52:11por meio de xingamentos
52:12pichações
52:13mas também
52:14muitos também
52:15sofreram violências
52:16aqui físicas
52:16que resultaram também
52:17em mortes
52:18infelizmente
52:19e a sociedade civil
52:21que trabalha
52:21com migração
52:22e refugiados
52:22especialmente
52:23as organizações
52:24de imigrantes
52:25refugiados
52:25tem dado respostas
52:26também
52:26saindo às ruas
52:27e cobrando políticas
52:28públicas
52:29campanhas contra a xenofobia
52:30já que o Brasil
52:32é um país diverso
52:33constituído aí
52:34de pessoas
52:34de vários países
52:35do mundo
52:35e por fim
52:36já pegando a questão
52:38anterior da Palestina
52:39lembrando que em 2008
52:41nós tivemos um grupo
52:42de refugiados palestinos
52:43que estavam
52:44no campo de refugiados
52:45na Jordânia
52:46e o Brasil
52:47trouxe para cá
52:49junto com o apoio
52:50do Acnur
52:51e eles foram distribuídos
52:53tanto na Rio Grande do Sul
52:54quanto aqui no interior
52:55de São Paulo
52:55por conta de algumas falhas
52:58locais na política
52:58de integração
52:59eles também fizeram
52:59mobilizações
53:00de forma guerrida
53:01e cobraram também
53:02políticas públicas
53:03então as políticas públicas
53:04elas são fundamentais
53:05nesse processo
53:06de inserção
53:06e também de combate
53:08a qualquer tipo
53:09de discriminação
53:10discurso de ódio
53:11racismo
53:11xenofobia
53:12para que essas pessoas
53:14possam recomeçar
53:14são pessoas que querem
53:15recomeçar suas vidas
53:16e o Brasil tem um papel
53:17um papel importantíssimo
53:19nisso
53:20professor
53:21também queria comentar
53:22né
53:22sim
53:23primeiro
53:24acho que é importante
53:25para os telespectadores
53:26entenderem o que é
53:27o que é um refugiado
53:28né
53:29então às vezes
53:29há um certo nível
53:31de preconceito
53:32sobre a questão
53:33um aspecto
53:34que é interessante
53:35é que boa parte
53:36de nós
53:36é descendente
53:37de refugiados
53:38né
53:38então nossos
53:39acedentes
53:40aí quando vieram
53:40do exterior
53:41boa parte
53:42inclusive
53:42é meu caso
53:43em específico
53:44vieram como imigrantes
53:46mas muitos deles
53:47como uma imigração
53:48forçada
53:49porque não podiam
53:50continuar no país
53:51que viviam
53:51porque estava em guerra
53:52porque pertenciam
53:53a um grupo religioso
53:54perseguido
53:55e por aí vai
53:55então acho que
53:56esse é um dos aspectos
53:57importantes
53:58e eu comecei
53:59a trabalhar
54:00com questão de refugiado
54:01como voluntário
54:02justamente
54:02quando eu fui conhecer
54:03um caso específico
54:04quando eu trabalhava
54:06nos Estados Unidos
54:06eu tinha terminado
54:07o meu mestrado lá
54:08fui ser advogado
54:09de um banco
54:10em Washington
54:11falou que era
54:11uma parte do meu tempo
54:13dedicar
54:13a um trabalho voluntário
54:15e aparecer
54:16um centro de refugiados
54:17onde eu fui ser advogado
54:18quando eu peguei
54:19os casos concretos
54:21aí eu vi o que era
54:23então só para deixar claro
54:24aí para quem está assistindo
54:25algumas expressões
54:27explicam o que é o refúgio
54:29uma chama-se perseguição
54:30e a outra chama-se fuga
54:33o refugiado
54:35ele sofre algum nível
54:36de perseguição
54:37no seu estado de origem
54:38ele não queria
54:39sair do seu país
54:40da sua terra
54:42mas ele é perseguido
54:43por conta de religião
54:44ele é perseguido
54:46por aspectos políticos
54:47aí é o caso do asilo
54:48ele é perseguido
54:50ou ele vive
54:50numa zona de guerra
54:51um cidadão comum
54:53no meio de uma linha
54:54de fogo
54:54onde ele não pode
54:55sobreviver
54:56ou ele sai de lá
54:57ou ele morre
54:59então estou dando
54:59alguns exemplos
55:00de situação
55:01tem outras mais graves
55:02crianças que sofrem
55:04algum tipo
55:05de mutilação genital
55:07casos que tem na África
55:08tem que sair de lá
55:09senão isso vai acontecer
55:10com elas
55:10com aquelas meninas
55:12tudo que vocês
55:13possam perceber
55:14ou pesquisar
55:15de mais grave
55:16em relação
55:16a essas situações
55:17e aí só resta
55:19uma opção
55:19mudar para outro país
55:21mudar para outro estado
55:22e pedir refúgio
55:23que é sinônimo
55:24de proteção
55:25para lá continuar
55:26vivendo
55:27sobrevivendo
55:28então essa é a questão
55:30do refúgio
55:31a legislação brasileira
55:32dá proteção
55:33a isso
55:34por dois motivos
55:35um porque a gente tem
55:36uma legislação
55:37desde 1997
55:38uma série de normas
55:40sobre o tema
55:41e nós temos também
55:42o Brasil é signatário
55:43dos principais tratados
55:46que abordam
55:47essa temática
55:48agora um outro aspecto
55:49também aqui
55:50que eu queria comentar
55:51é sobre esse enorme volume
55:53de pedidos de refúgio
55:55a maior parte deles
55:56não é de refugiados
55:58a maior parte
55:59de quem pede
56:00o pedido de refúgio
56:01grande parte
56:01é refugiado
56:02o Conari
56:03faz uma análise
56:04extremamente
56:05criteriosa
56:06o governo brasileiro
56:08não reconhece
56:08desde sempre
56:09como refugiado
56:11aquele que não tem
56:12as características
56:13que eu expliquei
56:14de uma maneira
56:14muito simplista
56:16aqui
56:16só para
56:17a gente passar
56:18com um conceito básico
56:20a maior parte
56:20não é
56:21mas por que a gente
56:22tem um monte de gente
56:22que não é refugiado
56:23pedindo
56:24porque a lei brasileira
56:26determina que
56:26a partir do momento
56:28que entra um estrangeiro
56:29aqui
56:29se ele pede refúgio
56:30ele pode permanecer
56:31no Brasil
56:32enquanto o pedido
56:33do refúgio
56:34é analisado
56:35então você tem
56:36muitos imigrantes
56:37ou que querem
56:38ficar no Brasil
56:39ou que querem
56:40ir daqui para fora
56:41para os Estados Unidos
56:43para a Europa
56:44então
56:44tem muitos refugiados
56:46mas tem um grupo
56:47que não é
56:47e utiliza-se
56:49desse direito
56:49de permanecer
56:50no Brasil
56:51enquanto aguarda
56:52que o pedido
56:53seja analisado
56:54a Isadora
56:55queria fazer um comentário
56:56Isadora
56:56eu tenho um minutinho
56:57vou pedir para você
56:57fazer um comentário
56:58final
56:59que a gente vai
56:59encerrar o programa
57:00então
57:00vou fechar aqui
57:01rapidão
57:02considerando esse cenário
57:04da guerra como um todo
57:05a gente até estava
57:05se questionando
57:06será que o Brasil
57:07vai fazer parte
57:08será que a gente
57:09vai entrar militarmente
57:10existe esse questionamento
57:11da população
57:12como um todo hoje
57:13e eu acho que o cenário
57:14para o Brasil
57:14é muito mais
57:15ser um campo
57:15de refúgio
57:16a gente conseguiria
57:17ter uma relação
57:18diplomática
57:19e ser um cenário
57:20literalmente
57:21se caso
57:21agravasse a situação
57:22a gente seria
57:23aí um espaço
57:25de acolhimento
57:26e que a gente
57:26esteja preparado
57:27talvez se isso acontecer
57:28que isso seja um acolhimento
57:30entendendo que
57:31isso não acontece
57:32por uma escolha
57:33e sim por uma necessidade
57:34e que o refugiado
57:35quebrar um pouco
57:36esse estereótipo
57:37que a gente tem dele
57:38que é um grupo homogêneo
57:39é um grupo que vem
57:39de uma miséria
57:40de uma pobreza
57:40muito pelo contrário
57:41a gente tem acompanhado
57:43o caso da Venezuela
57:44aqui onde 40%
57:45dos imigrantes
57:46que chegam
57:46tem ensino superior
57:47então são pessoas
57:48que vem para agregar
57:49muitas vezes para a economia
57:50que estão aqui
57:51para fazer
57:51para construir
57:52uma vida nova
57:53e que o Brasil
57:53tenha esse nosso jeito
57:55caloroso
57:55e braços abertos
57:56sempre se caso
57:57precisarem de nós
57:58perfeito
57:59pessoal
58:00agradeço muito
58:01a participação
58:02de vocês aqui
58:03nesse bate-papo
58:04já convido
58:05para os próximos
58:06e claro
58:06agradeço também
58:07a sua companhia
58:08a gente vai encerrando
58:09o programa de hoje
58:10no sábado que vem
58:11tem mais
58:12obrigada pela audiência
58:13e até a próxima
58:14A opinião dos nossos comentaristas
58:18não reflete necessariamente
58:20a opinião do grupo
58:21Jovem Pan de comunicação
58:23Realização Jovem Pan News
58:29Jovem Pan News
58:30Jovem Pan News
58:31Jovem Pan News
58:32Jovem Pan News
58:33Jovem Pan News
58:34Jovem Pan News
58:35Jovem Pan News
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58:41Jovem Pan News
58:42Jovem Pan News
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