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  • 24/05/2025
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00:00:00e o que vai acontecer. Linha de
00:00:08Olá, está começando agora mais
00:00:10um Linha de Frente nesse fim de
00:00:12semana. Seja muito bem-vindo,
00:00:14muito bem-vinda, eu sou Beatriz
00:00:16Manfredini e agradeço a todos a
00:00:18companhia desde já. Hoje vamos
00:00:20comentar os assuntos que ganharam
00:00:22destaque no decorrer da semana.
00:00:24O governo anunciou o bloqueio de
00:00:26trinta e um vírgula três bilhões
00:00:29e prometeu elevação do IOF.
00:00:31Texto base da PEC que acaba
00:00:33com a reeleição para presidente,
00:00:35prefeitos e governadores
00:00:37e aumenta o tempo de mandato
00:00:39é aprovado na CCJ
00:00:41do Senado. Câmara dos
00:00:43Deputados aprova projeto de lei
00:00:45que reajusta o salário de servidores
00:00:47do Executivo. O texto
00:00:49segue para análise do Senado.
00:00:51E pra debater esses e outros
00:00:53assuntos eu recebo aqui hoje
00:00:55Cintia Nunes, advogada
00:00:57e jornalista, o economista
00:00:59Alex André, Luana Tavares,
00:01:01mestre em políticas públicas
00:01:03e o cientista político Rubens
00:01:05Figueiredo. Boa tarde
00:01:07pessoal, boa tarde a todos. Obrigada
00:01:09por estarem aqui com a gente e a gente vai começar
00:01:11com o tema que ganhou
00:01:13o noticiário no finzinho da semana.
00:01:15Os ministérios da Fazenda
00:01:17e do Planejamento e Orçamento
00:01:19anunciaram o bloqueio de
00:01:21trinta e um vírgula três bilhões de reais
00:01:23no orçamento deste ano. O governo
00:01:25também confirmou que será anunciado
00:01:27o aumento do imposto sobre
00:01:29operações financeiras, o IOF.
00:01:31A limitação será feita nos gastos
00:01:33livres dos ministérios, ou seja,
00:01:35aqueles que não são
00:01:37obrigatórios. Vou começar
00:01:39com o Alex pra falar
00:01:41de finanças pra gente. Alex,
00:01:43explica pra gente começar esse debate o que
00:01:45quer dizer um bloqueio
00:01:47desse contingente no orçamento
00:01:49do governo federal.
00:01:51Primeiramente, agradecer
00:01:53o espaço, um tema tão importante
00:01:55pra todos os brasileiros e
00:01:57muita gente não consegue acompanhar
00:01:59a profundidade, não sabe de fato
00:02:01analisar e aí que eu trago os dados.
00:02:03Esses trinta e um bilhões de reais
00:02:05mostra o que o governo federal precisa
00:02:07pra conseguir cumprir a meta
00:02:09do déficit, que a gente chama de déficit zero.
00:02:11Ou seja, o governo conseguir manter
00:02:13o que ele realmente planejou pras contas públicas
00:02:15e aí quando a gente olha pro arcabouço fiscal,
00:02:17que é o planejamento fiscal do governo
00:02:19federal e não atingir
00:02:21aquela banda que coloca de 0,25
00:02:23abaixo que o mercado colocava com muito ceticismo.
00:02:25Já que a gente tem aí diversas
00:02:27medidas populistas do governo, grande
00:02:29parte não foi implementada ainda, o mercado
00:02:31claro que ainda prevê
00:02:33essa implementação, mas esse número
00:02:35ele retrata esse contingenciamento de trinta bilhões
00:02:37uma restrição do orçamento.
00:02:39Ou seja, como o governo não tem dinheiro
00:02:41pra tudo, ele precisa contingenciar
00:02:43um certo
00:02:45valor, que são esses trinta bilhões, que ainda
00:02:47ele irá divulgar mais detalhes
00:02:49em relação principalmente ao IOF
00:02:51e aí a gente tem notícias sobre
00:02:53arrecadação e ao mesmo tempo
00:02:55contingenciamento, mas por outro lado o governo
00:02:57quer gastar mais, e quando a gente fala em gastar
00:02:59mais, o governo coloca
00:03:01em relações as pautas, principalmente
00:03:03na relação de energia
00:03:05ou vale-gás, tem outras questões relacionadas ao
00:03:07pé de meia e também lembrando
00:03:09que o orçamento não está dentro
00:03:11do precatório, o precatório está fora.
00:03:13Então o governo tem esse desafio
00:03:15fiscal, que ao meu ver,
00:03:17eu vejo que o governo está bem confiante
00:03:19mas com a popularidade tão
00:03:21baixa do governo, vejo que
00:03:23esse arcabouço acaba entrando
00:03:25em dificuldades de se manter
00:03:27pelo menos no curto prazo
00:03:29de uma forma saudável, mas olhando
00:03:31a foto de agora,
00:03:33está ok, formalmente está ok
00:03:35tecnicamente, mas olhando
00:03:37com as medidas populistas, eu vejo
00:03:39que está bem frágil esse arcabouço fiscal.
00:03:41Gente, pra
00:03:43o governo federal, é
00:03:45um bom
00:03:47jeito de se mostrar ao público, como
00:03:49disse o Alex ali, num momento
00:03:51de aprovação não tão alta.
00:03:53Primeiramente, olá
00:03:55a todos, sempre é um prazer estar nessa
00:03:57bancada tão qualificada.
00:03:59Beatriz, vai depender, né?
00:04:01Porque a gente não sabe qualitativamente
00:04:03onde esse
00:04:05congelamento vai acontecer.
00:04:07A gente precisa esperar, assim que o governo
00:04:09de fato divulgar
00:04:11qual é a despesa que vai ser
00:04:13cortada, qual a despesa que vai ser
00:04:15contingenciada, pra que a gente
00:04:17perceba, inclusive sob o ponto
00:04:19de vista da popularidade, porque
00:04:21a depender do tipo de corte que seja
00:04:23feito, a popularidade pode sofrer
00:04:25um desgaste ainda maior.
00:04:27O que é até complicado, porque se fazer
00:04:29gastos, cortes e análises
00:04:31contábeis
00:04:33aí, preocupado com
00:04:35a popularidade, é sempre algo assustador.
00:04:37Porque o governo vai mirar, provavelmente,
00:04:39em quem já é o seu
00:04:41eleitor e quem não é
00:04:43que possa vir a ser. Então a gente
00:04:45teme bastante o tipo
00:04:47de corte que virá.
00:04:49Ainda é muito cedo pra saber, assim que
00:04:51o governo divulgar
00:04:53efetivamente o que isso significa,
00:04:55um governo que gasta muito e gasta mal,
00:04:57a gente vai saber se vai poupar
00:04:59bem. Luana, qual deveria
00:05:01ser a prioridade nesse momento, tanto
00:05:03pra cortar, quanto pra deixar
00:05:05o orçamento fluindo?
00:05:07Beatriz,
00:05:09boa tarde a todos que nos acompanham,
00:05:11aos nossos colegas aqui de bancada, é um prazer
00:05:13estar com vocês.
00:05:15Esse era um tema muito aguardado, muito
00:05:17esperado pela população e também,
00:05:19principalmente, pelo mercado.
00:05:21Dado que houve um atraso muito grande
00:05:23do envio do orçamento
00:05:25pro Congresso e esse relatório
00:05:27que iria detalhar ali
00:05:29os cortes, bloqueios,
00:05:31contingenciamentos, como foi agora,
00:05:33acabou passando um pouco do prazo
00:05:35que era em abril. Então tem um lado
00:05:37positivo, assim como o Alex comentou,
00:05:39que é, fizeram já,
00:05:41deram um passo, né? Demos esse passo
00:05:43em relação a mostrar ali
00:05:45que existe uma
00:05:47proatividade ou uma
00:05:49atividade, porque isso é essencial,
00:05:51é basilar pro governo ele trabalhar
00:05:53a redução das despesas pra equilibrar
00:05:55as contas e garantir que a gente feche o ano
00:05:57com superávit ou
00:05:59muito perto disso pra que a gente tenha
00:06:01um equilíbrio fiscal, que é
00:06:03importantíssimo pra competitividade do
00:06:05país, importantíssimo pra garantir
00:06:07crescimento, estabilidade, política, econômica,
00:06:09enfim. Então tem um lado positivo que
00:06:11é, isso veio
00:06:13num momento que era importante dar
00:06:15essa notícia, ainda que como assim
00:06:17a gente já ressaltou, não completa,
00:06:19porque a gente só vai ter os dados daqui cinco dias.
00:06:21Então, o que se esperava,
00:06:23Beatriz, era que a gente tivesse medidas de
00:06:25corte, já se sabe que
00:06:27eles estão buscando
00:06:29preservar, buscaram nesses cortes
00:06:31preservar programas sociais, temas
00:06:33que são muito sensíveis pra população e vão
00:06:35acabar focando em despesas
00:06:37que não afetam tanto os grupos
00:06:39que são mais afeitos ou mais importantes
00:06:41pra uma reeleição, olhando aí o cenário
00:06:43de 2026. Então, isso a gente já
00:06:45espera. Agora, o que seria importante
00:06:47e nós falamos sobre isso aqui em
00:06:49diversas mesas, desde o envio da proposta
00:06:51do pacote de
00:06:53cortes, do pacote de medidas
00:06:55orçamentárias que foi
00:06:57enviado no final do ano passado, que
00:06:59esses cortes, esses contingenciamentos,
00:07:01que eles não fossem tão pontuais.
00:07:03Inclusive, na fala do ministro Haddad,
00:07:05ele disse que
00:07:07trabalhou pra que esses cortes
00:07:09fossem sustentáveis
00:07:11para o equilíbrio fiscal, mas
00:07:13que são medidas pontuais. Então,
00:07:15isso é um ponto que chama atenção
00:07:17e que é crítico quando a gente fala sobre
00:07:19orçamento público e corte
00:07:21de gastos, é que as despesas do governo
00:07:23elas crescem, normalmente, em qualquer lugar
00:07:25crescem muito, mas no governo cresce
00:07:27como unha, você corta e ela volta a crescer
00:07:29porque existem uma série de ações
00:07:31que são feitas por inércia que
00:07:33geram essas despesas, por isso que
00:07:35eles separaram entre bloqueio e
00:07:37contingenciamento, pra que você
00:07:39tenha uma ação de
00:07:41segurar despesas que passaram
00:07:43na previsão do orçamento e
00:07:45contingenciar aquelas que realmente não vão
00:07:47ser gastas, elas estão fora de
00:07:49cogitação porque impedem realmente o
00:07:51atingimento da meta. Então, a nossa
00:07:53expectativa, finalizando, é que
00:07:55essas medidas não sejam tão
00:07:57extremas, a gente olhe questões que
00:07:59geram gastos permanentes
00:08:01e faça com que esse movimento
00:08:03de corte, ele seja um pouco mais sustentável,
00:08:05o que eu acho que realmente vai ser difícil,
00:08:07eu entendo que pelas falas e
00:08:09pela forma como a política
00:08:11fiscal tem sido conduzida, vão ser
00:08:13medidas mais pontuais, realmente.
00:08:15Alex, queria completar? Eu ia completar a fala da Luana,
00:08:17o orçamento sempre foi
00:08:19visto e pouco
00:08:21colocado,
00:08:23pouca confiança que o mercado tem colocado
00:08:25no arca-bolsa, não é de hoje, era o
00:08:27teto de gastos, até o teto de gastos tinha uma certa
00:08:29responsabilidade, que agora é tirada pelo
00:08:31arca-bolsa, que se não for cumprir o arca-bolsa
00:08:33vai pedir desculpas, não acontece nada, não tem responsabilidade,
00:08:35não entra
00:08:37na esfera criminal, não entra numa esfera
00:08:39de um fato administrativo,
00:08:41dá desculpa para o mercado,
00:08:43a bolsa precifica, os juros precificam,
00:08:45tudo bem que é ruim, mas
00:08:47o Haddad até elogia a postura
00:08:49de querer trazer o
00:08:51orçamento para a meta, que realmente
00:08:53o sistema por si só não confiava nesse
00:08:55discurso, e é só um ponto interessante
00:08:57que a Luana estava falando, que eu também concordo
00:08:59em relação não só à qualidade
00:09:01do gasto, mas o Brasil
00:09:03ele é um país que já tem uma carga
00:09:05tributária extremamente elevada,
00:09:07então não tem, a gente está falando de
00:09:09OAF aqui, a proposta do governo,
00:09:11não tem mais espaço para subir,
00:09:13o governo tem que olhar a racionalidade,
00:09:15tem que racionalizar a despesa, então um
00:09:17país que arrecada tanto,
00:09:19não tem que olhar mais vídeos arrecadatórios,
00:09:21porque não adianta, é a mesma coisa no nosso orçamento
00:09:23familiar, quanto mais você ganha, mais
00:09:25você gasta, aí o problema não é a receita
00:09:27mais, o problema é a despesa,
00:09:29o que você está gastando, você está gastando com besteira?
00:09:31É a mesma coisa no nosso orçamento do dia a dia,
00:09:33então a qualidade do gasto, e também
00:09:35a questão do assistencialismo,
00:09:37até fontes que falaram
00:09:39em vários jornais, que o governo não confirmou,
00:09:41mas falaram até de um possível aumento do
00:09:43Bolsa Família, de R$ 600 para R$ 700,
00:09:45aí a gente tem Vale Gás,
00:09:47aí tem a questão também,
00:09:49isso não entra no Arcabolso, só para terminar aqui,
00:09:51a questão do repasse
00:09:53da conta social, tarifa social
00:09:55da energia, que todos nós iremos pagar
00:09:57principalmente os pequenos empresários,
00:09:591,5% de aumento,
00:10:01e isso não entra em Arcabolso, por quê? Porque isso é repassado
00:10:03para o consumidor, então são
00:10:05diversos assuntos que o Arcabolso,
00:10:07ele é um termômetro da
00:10:09economia, um termômetro da sustentabilidade
00:10:11das contas públicas, olha o Donald Trump
00:10:13que ele está fazendo, e tirando só o
00:10:15último adendo em relação ao exemplo
00:10:17dos Estados Unidos, que a maior economia do mundo está fazendo,
00:10:19Donald Trump, é que a gente vê aí
00:10:21um déficit, ou seja, não um déficit,
00:10:23mas uma dívida do governo
00:10:25americano de 3,3 trilhões,
00:10:27ele quer cortar a despesa,
00:10:29quer aumentar a despesa e cortar
00:10:31a questão
00:10:35de impostos, quer cortar
00:10:37impostos e aumentar despesas, a gente sabe
00:10:39que essa
00:10:41equação não fecha,
00:10:43e aí esse número que os mercados
00:10:45financeiros, como todas as economias colocam,
00:10:47até 40 bilhões, trilhões no caso,
00:10:4940 trilhões, ou seja, vai sair de
00:10:513,3 trilhões de dólares
00:10:53para 40 trilhões de dólares nos próximos 10 anos,
00:10:55e aí olha o que a gente olha no dólar,
00:10:57todo mundo saindo do dólar, por isso que o nosso dólar
00:10:59está no patamar que está, no caso 5,60,
00:11:01então isso explica um pouco
00:11:03a fuga de capital, o Brasil tem que aprender
00:11:05a não fazer o puxadinho
00:11:07do orçamento, mas isso é um assunto muito longo
00:11:09que a gente vai continuar debatendo aqui.
00:11:11Ubens, o ministro Fernando Haddad
00:11:13quando falou sobre o corte
00:11:15disse que a caixa preta do orçamento
00:11:17está 100% aberta
00:11:19e que a previsão, o corte foi até maior
00:11:21do que o mercado esperava, qual que é a análise
00:11:23da postura do ministro
00:11:25e de quão está aberta essa caixa
00:11:27preta que ele chama?
00:11:29Vou aproveitar você, Beatriz, Luana,
00:11:31Alex, Cíntia,
00:11:33olha, o
00:11:35governo deu,
00:11:37essa medida tem um certo simbolismo,
00:11:39porque
00:11:41dez
00:11:43em cada dez analistas
00:11:45apostam que o governo vai abrir
00:11:47a caixa do tesouro
00:11:49para poder se releger
00:11:51no ano que vem,
00:11:53então tem um caráter simbólico
00:11:55e você tem
00:11:57na verdade mais de um governo,
00:11:59você tem o governo do Lula que quer
00:12:01gastar, você tem o governo da área
00:12:03econômica que quer dar alguma racionalidade
00:12:05na
00:12:07política fiscal.
00:12:09Agora, esses
00:12:11trinta bilhões,
00:12:13Alex, me corrija se eu estou errado,
00:12:15a parte do
00:12:17orçamento discricionário
00:12:19é algo em torno do que?
00:12:21Cinco por cento?
00:12:23Se fazer a
00:12:25projeção, até menos.
00:12:27Cinco por cento.
00:12:29É, e aí
00:12:31você está
00:12:33contingenciando,
00:12:35congelando 15%,
00:12:37então é uma
00:12:39coisa muito pequena. Agora,
00:12:41do ponto de vista do governo, o que eles fizeram?
00:12:43Cortar gasto
00:12:45e aumentar imposto
00:12:47é tudo que uma sociedade
00:12:49abomina.
00:12:51Rejeita.
00:12:53Mas não tira a funda eleitoral,
00:12:55não tira a emenda, né?
00:12:57Calma, calma.
00:12:59O Brasil está todo errado.
00:13:01A gente passa aqui
00:13:03dias falando que está errado no Brasil.
00:13:05Mas nesse caso específico,
00:13:07você tem o governo falando assim,
00:13:09ó, eu tenho que cumprir
00:13:11o que eu prometi.
00:13:15A economia cresce
00:13:17e os players têm confiança
00:13:19no governo, e o governo fala, eu vou fazer e faz.
00:13:21E eu acho
00:13:23que, com todos os problemas
00:13:25que o Brasil tem, é uma vitória
00:13:27da área econômica
00:13:29que tem o mínimo de racionalidade
00:13:31de ajustar as contas e não
00:13:33aprovar essa gastança
00:13:35desorganizada aí que a gente está vendo.
00:13:37Cynthia, há um descompasso
00:13:39entre o Ministério da Fazenda
00:13:41e outros ministérios e o governo federal?
00:13:43Olha,
00:13:45de verdade, Beatriz,
00:13:47é uma situação até meio difícil
00:13:49de mensurar. Por quê?
00:13:51Porque, na verdade, o governo tem uma fala
00:13:53única, acho que nunca foi tão única
00:13:55em termos dos ministérios.
00:13:57A gente não tem aí, pelo menos
00:13:59no meu modo de ver, nem um
00:14:01ministério que seja uma dissidência
00:14:03nem em termos
00:14:05políticos, nem em termos
00:14:07governamentais.
00:14:09Então, não vejo, principalmente
00:14:11no caso do Fernando Haddad,
00:14:13que segue uma cartilha
00:14:15própria do governo
00:14:17Lula, pelo menos na forma
00:14:19como eu vejo.
00:14:21Então, não acho que há uma dissidência.
00:14:23O que há uma dissidência, ao meu sentir,
00:14:25é o que o governo prega
00:14:27e o que ele faz.
00:14:29O governo prega uma austeridade
00:14:31que não existe, ele prega
00:14:33uma sensação
00:14:35de melhora
00:14:37que as pessoas não enxergam,
00:14:39que as pessoas não veem.
00:14:41E agora, cotejando aqui
00:14:43as falas dos meus colegas de bancado,
00:14:45ok, a gente entende que
00:14:47é interessante que haja essa medida
00:14:49aparentemente dando uma
00:14:51coerência para o mercado,
00:14:53mas eu continuo cética,
00:14:55no sentido de que, enquanto
00:14:57não se fala efetivamente
00:14:59de um corte expressivo de contas,
00:15:01as contas que ninguém quer cortar,
00:15:03os gastos que ninguém quer cortar,
00:15:05e a gente vem, mais uma vez,
00:15:07trazendo aumento de imposto.
00:15:09Por mais que a gente ainda não tenha
00:15:11uma alíquota, não saiba exatamente o que vai
00:15:13significar esse aumento, assim,
00:15:15ninguém aguenta mais. A verdade é que
00:15:17o brasileiro está exaurido nas suas
00:15:19forças, ele está esgotado
00:15:21e é muito
00:15:23discurso
00:15:25para pouco resultado.
00:15:27Eu não sei exatamente para onde o governo
00:15:29pensa que navega e que leva
00:15:31o nosso país, mas eu sei que
00:15:33do ponto de vista do cidadão,
00:15:35a nossa visão está bem
00:15:37mar abaixo. Luana, queria
00:15:39completar. É assim, só
00:15:41trazer um ponto de
00:15:43reflexão aqui, que é
00:15:45tem muitas pautas, e a gente acabou
00:15:47falando aqui, de problemas
00:15:49e de coisas que estão
00:15:51além desse corte,
00:15:53que poderiam ser mais estruturais.
00:15:55A gente está falando de
00:15:57reforma da administrativa,
00:15:59lembrei da reforma da previdência, que também tem
00:16:01ainda gaps para a gente discutir, mas
00:16:03reforma administrativa, por exemplo,
00:16:05um tema que saiu de pauta,
00:16:07pelo menos por parte do governo,
00:16:09a gente tem umas movimentações dentro do Congresso,
00:16:11inclusive foi criado recentemente
00:16:13um grupo de trabalho para discutir esse tema.
00:16:15Nós temos, por exemplo,
00:16:17o Movimento Pessoas à Frente, que tem atuado
00:16:19nessa área, tentando trazer estudos
00:16:21e mostrando a importância de você equilibrar
00:16:23as questões de entrega
00:16:25do serviço público, de
00:16:27qualidade do serviço público,
00:16:29de valorização dos servidores, mas de equilíbrio
00:16:31em relação aos gastos e aos custos
00:16:33que ainda há muitas distorções
00:16:35que a gente tem. Outro tema também
00:16:37que não vem para a mesa, e a gente fica esperando
00:16:39ele aparecer,
00:16:41dado que ele já foi discutido,
00:16:43não vem para a mesa no sentido de avançar,
00:16:45de ter uma articulação do governo real para que
00:16:47esse tema avance, é a questão
00:16:49dos supersalários. Salários
00:16:51estão acima do teto fiscal, apesar de não
00:16:53ser um impacto fiscal tão grande,
00:16:55que é ali na ordem de 10 bi, óbvio que é
00:16:57muito dinheiro, mas
00:16:59você pensando que é um gasto permanente,
00:17:01um gasto que aí se
00:17:03perpetua, uma economia que se perpetua,
00:17:05é muito importante e também simbólico,
00:17:07porque você está praticamente trabalhando
00:17:09nessa questão de maximizar
00:17:11a entrega do Estado, de valorizar
00:17:13realmente a aplicação
00:17:15mais correta do recurso
00:17:17público e cortar
00:17:19essas torneiras de desperdício, eventuais
00:17:21anomalias que vão acontecendo
00:17:23por conta do próprio sistema.
00:17:25A gente viu aí cargos altos
00:17:27de juízes recebendo salários milionários
00:17:29e tudo isso acaba gerando
00:17:31também uma insatisfação na população,
00:17:33pois como a Cintia colocou,
00:17:35a gente não aguenta mais falar de aumento de
00:17:37imposto. O Alex até
00:17:39trouxe aqui um dado que
00:17:41poderia ser o aumento de
00:17:430,38 para 0,95.
00:17:450,95 não é confirmado,
00:17:47mas qualquer mexida nesse percentual
00:17:49vai afetar muito a sociedade.
00:17:51E no final sempre afeta
00:17:53aqueles que mais precisam, porque a gente vive
00:17:55num sistema que é muito fechadinho.
00:17:57Então, só para complementar
00:17:59aqui a discussão e reflexão,
00:18:01não é que a gente está aqui fazendo críticas
00:18:03aleatórias, porque a gente também não sabe
00:18:05o que é que vai vir nesse pacote
00:18:07de cortes e são despesas
00:18:09ali do governo
00:18:11e despesas que não são
00:18:13obrigatórias. Mas tem outras
00:18:15pautas, eu acho que é isso que carece, a gente
00:18:17sente falta dessa
00:18:19propulsão, desse
00:18:21movimento de articulação para isso
00:18:23e entende também, por ser ano
00:18:25pré-eleitoral, que isso vai acabar ficando
00:18:27de lado e as medidas de
00:18:29aumento da popularidade
00:18:31vão ser priorizadas. O Bens.
00:18:33Olha, a Luana
00:18:35tocou num ponto muito importante,
00:18:37que é a questão estrutural.
00:18:39O Brasil, essa resposta
00:18:41que deram nesse pacote
00:18:43é uma resposta ali
00:18:45tópica, né?
00:18:47A Previdência está
00:18:49falida.
00:18:51Literalmente falida.
00:18:53A sociedade brasileira,
00:18:55o brasileiro como povo
00:18:57é um dos que mais devem
00:18:59no mundo. Nós vivemos numa
00:19:01sociedade de devedores.
00:19:03O sistema
00:19:05bancário nosso tem cinco bancos que
00:19:07açambar
00:19:09com 85% das
00:19:11operações. Então nós estamos...
00:19:13O problema do judiciário,
00:19:15temos o judiciário mais alto, mais
00:19:17caro do mundo e que
00:19:19se auto impõe
00:19:21aumentos e
00:19:23uma série de benefícios.
00:19:25Quer dizer, em algum momento
00:19:27nós vamos ter que parar para discutir
00:19:29as questões estruturais, porque desse jeito
00:19:31o Brasil quebra.
00:19:33Alex, ainda nesse tema, inclusive
00:19:35o Rubens citou a Previdência e
00:19:37o próprio Ministro Fernandade,
00:19:39a Ministra Simone Tebet, citaram
00:19:41a Previdência como um dos principais problemas
00:19:43para esse bloqueio.
00:19:45É uma preocupação não só para esse
00:19:47ano, mas para orçamentos futuros,
00:19:49que está sendo tratada como deveria?
00:19:51Não está sendo tratada como deveria
00:19:53e a Previdência
00:19:55está sendo cada vez um tópico mais
00:19:57recorrente, não só pelos assuntos recentes,
00:19:59mas eu observo esse movimento
00:20:01do governo, principalmente
00:20:03da pasta da Fazenda do Ministro Fernandade,
00:20:05que ele coloca essa preocupação,
00:20:07mas o próprio presidente Lula
00:20:09defende o aumento real
00:20:11do salário mínimo.
00:20:13Quando você olha o aumento real do salário mínimo,
00:20:15qual é realmente
00:20:17o segmento do orçamento que mais pesa?
00:20:19É a Previdência. Então é uma
00:20:21âncora para
00:20:23o orçamento, é a Previdência
00:20:25tendo um aumento real. E aí
00:20:27a gente discute outras esferas que também têm
00:20:29um aumento real muito acima
00:20:31do que a gente tem visto, ou seja,
00:20:33acima da inflação, mas muito acima da inflação.
00:20:35Então, ou seja, não é que eu
00:20:37não defenda o aumento real, mas a gente não está
00:20:39no momento para fazer isso. A gente está
00:20:41no momento de contingenciar e
00:20:43realmente ser racional nos gastos.
00:20:45Então, como eu estava dizendo antes,
00:20:47um país como o Brasil,
00:20:49que possui uma dívida,
00:20:51ou seja, um endividamento muito alto
00:20:53e um arcabouço curto,
00:20:55o curto que eu quero dizer é um orçamento
00:20:57que não tem para onde mexer, não tem
00:20:59para onde mexer de uma forma muito
00:21:01criativa, no sentido como era
00:21:03alguns anos atrás e cada vez está
00:21:05piorando, o governo tem
00:21:07cada vez menos alternativas para mexer no
00:21:09orçamento. É um cobertor curto. Então eu vejo
00:21:11essa preocupação. Para mim, a
00:21:13relação do aumento real
00:21:15sobre o salário mínimo é uma metástase
00:21:17que acaba passando para vários
00:21:19órgãos ali em relação
00:21:21à Previdência, enfim, tem
00:21:23até a esfera pública também
00:21:25acaba passando por isso. No primeiro
00:21:27momento, a gente não sente os efeitos, está todo
00:21:29mundo feliz, mas a gente sabe que a
00:21:31popularidade acaba reduzindo,
00:21:33porque se realmente o governo
00:21:35levasse o orçamento a sério, no longo
00:21:37prazo, não só este governo, outros
00:21:39governos, nós teremos uma inflação
00:21:41menor, porque o mercado
00:21:43vai perceber isso. Então nós não
00:21:45precisamos ter um juros tão alto
00:21:47quanto nós estamos. O Banco Central
00:21:49subiu os juros para maior patamar nos últimos 20 anos
00:21:51para acelerar a economia à força.
00:21:53Não precisava. Basta o governo
00:21:55fazer a lição de casa, cumprir com
00:21:57o orçamento, cumprir com responsabilidade
00:21:59e não fazer um arcabouço, para inglês ver,
00:22:01um arcabouço estrutural. E aí
00:22:03sim, eu estou falando aqui no País das Maravilhas,
00:22:05eu não acredito nesse cenário,
00:22:07mas é o cenário que todo mundo
00:22:09pensa e
00:22:11deseja para o Brasil daqui para frente.
00:22:13Ubens, queria completar a fala
00:22:15do Alex. É, só um ponto,
00:22:17essa coisa de você
00:22:19ter um aumento real
00:22:21de salário mínimo, ou de qualquer
00:22:23salário, tem a ver com a produtividade
00:22:25da economia. E no Brasil
00:22:27você tem, além de
00:22:29ser horrível, porque você
00:22:31aumenta a inflação, óbvio, se você
00:22:33aumenta o salário sem o
00:22:35aumento
00:22:37da produtividade junto, você
00:22:39aumenta a inflação, você aumenta
00:22:41os custos da economia.
00:22:43E você tem uma série de
00:22:45pagamentos indexados
00:22:47nesse
00:22:49salário mínimo. Então pode parecer
00:22:51bonitinho,
00:22:53mas no fundo é uma coisa
00:22:55que vai profundamente contra tudo que
00:22:57a teoria econômica ensinou
00:22:59até hoje. Bom, a gente estava
00:23:01falando de bloqueio, agora a gente
00:23:03fala de reajuste. Isso porque o
00:23:05projeto de lei que reajusta
00:23:07o salário de servidores do
00:23:09executivo foi aprovado na Câmara
00:23:11dos Deputados. O impacto
00:23:13orçamentário será de quase 18 bilhões
00:23:15de reais em 2025
00:23:17e em três anos de quase
00:23:1974 bilhões. Com
00:23:21388 votos favoráveis
00:23:23e 43 contrários,
00:23:25o texto agora deve seguir
00:23:27para o Senado. Cíntia,
00:23:29começo com você.
00:23:31Temas bem opostos,
00:23:33os reajustes acontecem,
00:23:35esse é de um acordo que veio ali de
00:23:37uma MP ainda do ano passado.
00:23:39Como que cai um assunto
00:23:41desse nesse momento?
00:23:43É lógico que é justo
00:23:45que todo mundo pelo
00:23:47seu trabalho tenha e receba
00:23:49merecidamente
00:23:51aquele valor, aquela
00:23:53contrapartida que permita
00:23:55uma realidade mínima
00:23:57e de existência digna.
00:23:59E é claro que isso
00:24:01cai um pouco estranho
00:24:03em um momento que a gente está dizendo
00:24:05eu não posso aumentar
00:24:07o salário mínimo
00:24:09porque isso vai
00:24:11trazer a reboque como foi dito aqui
00:24:13indexando uma série de outras
00:24:15coisas. E por isso até que o governo
00:24:17vai até mesmo
00:24:19no sentido de não perder
00:24:21a popularidade, vai
00:24:23colocando outros benefícios
00:24:25que não vão puxar
00:24:27esses índices
00:24:29como Bolsa Família, como outras coisas.
00:24:31Então você vai aumentando por ali
00:24:33para tentar contingenciar
00:24:35esse
00:24:37aproach para quem ganha
00:24:39um salário mínimo ou menos.
00:24:41Infelizmente a gente tem.
00:24:43Mas, por outro lado,
00:24:45é estranho para a sociedade que
00:24:47nesse momento em que se diz, olha, a gente vai
00:24:49cortar gastos
00:24:51eu vou propor o aumento
00:24:53dos servidores.
00:24:55E é óbvio que a gente não está falando aqui
00:24:57só, é importante dizer isso,
00:24:59ninguém está dizendo que o servidor,
00:25:01nós temos servidores de vários escalões.
00:25:03Então nós temos aí aquele servidor
00:25:05que ganha menos, mas nós temos
00:25:07os altos cargos.
00:25:09Então quando a gente fala
00:25:11de um
00:25:13incremento aí
00:25:15nesse sentido com índices de 18,
00:25:1720, 30%
00:25:19para algumas categorias, pega muito mal
00:25:21para a sociedade. Uma sociedade
00:25:23que não é um ente
00:25:25fantasmagórico que fica
00:25:27planando, somos nós,
00:25:29sou eu, é você, é cada um de nós
00:25:31que paga as suas contas
00:25:33e com cada vez mais dificuldade,
00:25:35sendo taxado por todos os lados
00:25:37de todas as formas
00:25:39e ainda tendo que subsidiar
00:25:41gastos que são gastos
00:25:43não vou entrar nem no mérito se eles são devidos
00:25:45ou não, mas são gastos que tem
00:25:47muitas vezes uma finalidade eleitoreira
00:25:49e quem está pagando
00:25:51por isso somos nós, é você aí
00:25:53que nos assiste, que vai no supermercado
00:25:55e cada vez sai com uma sacola
00:25:57menor e pagando mais, porque uma coisa
00:25:59vai puxando a outra. Então
00:26:01neste momento, Beatriz,
00:26:03pega muito mal ao meu sentir,
00:26:05falar, se aprovar, porque
00:26:07quem der a nós
00:26:09cidades, se a gente pudesse aumentar
00:26:11o nosso próprio salário, a gente não
00:26:13pode. Então a gente fica aí na pendência
00:26:15de mil elucubrações
00:26:17políticas,
00:26:19contábeis, financeiras,
00:26:21para saber que eu não posso ter
00:26:23100 reais aumentado no meu
00:26:25salário mínimo, porque isso vai impactar
00:26:27e vai quebrar o Brasil, mas por outro lado
00:26:29categorias podem se auto
00:26:31ali
00:26:33aprovar, porque em última
00:26:35análise vai depender de uma aprovação
00:26:37do executivo, vai altamente
00:26:39colocar aumentos
00:26:41que vão significar de fato aumentos reais
00:26:43então é claro que não se está
00:26:45eu sou filha de funcionários públicos
00:26:47professores, é uma categoria
00:26:49que não é exatamente tão beneficiada
00:26:51por aumentos
00:26:53assim, mas eu não estou
00:26:55dizendo que não se deva e que
00:26:57algumas categorias devam ser sacrificadas
00:26:59em detrimento de outras, nada disso
00:27:01todo mundo tem o direito
00:27:03de receber justamente por aquilo que
00:27:05trabalha, mas nesse momento
00:27:07ao meu sentir, socialmente
00:27:09politicamente
00:27:11pega muito mal, mas nada me
00:27:13espanta, num país, eu nem estou falando
00:27:15só desse governo, porque isso me parece
00:27:17algo
00:27:19recorrente, infelizmente
00:27:21quem tem o poder, dá mais poder pra si
00:27:23Luana
00:27:25ainda nessa toada
00:27:27de se isso pega mal
00:27:29se não pega, seria o caso
00:27:31agora de negociar, dialogar, jogar
00:27:33mais pra frente, ou não, algumas
00:27:35categorias poderiam entrar em greve, isso causaria mais
00:27:37prejuízo, qual que é a sua leitura?
00:27:39É Beatriz, eu acho que depois
00:27:41desse passo que foi dado, de diversas
00:27:43negociações, né
00:27:45esse texto foi aprovado
00:27:47a partir de um projeto enviado
00:27:49pelo executivo, aprovado no Congresso
00:27:51na Câmara
00:27:53e tem um
00:27:55escalonamento pra sua implementação
00:27:57acho que uma vez que você dá
00:27:59esse passo, e a gente vê que foram
00:28:01várias, né, reuniões
00:28:03discussões com representantes do sindicato
00:28:05acho muito difícil
00:28:07politicamente, né, acho que
00:28:09a gente vai falar aqui do mérito, mas
00:28:11a questão de como conduzir
00:28:13politicamente, seria um desastre
00:28:15pro governo retroceder numa medida
00:28:17começa no momento em que já foi anunciada
00:28:19foi enviada, e teve diversas
00:28:21reuniões e discussões com todos os atores
00:28:23ou pelo menos aqueles que estão ali
00:28:25pleiteando por esses aumentos, e queria
00:28:27só também detalhar, que assim
00:28:29esse projeto de lei, além de
00:28:31falar, a gente acabou de falar da
00:28:33reforma administrativa, e esse
00:28:35é um tema que esbarra na reforma administrativa
00:28:37ou que está dentro do guarda-chuva da
00:28:39reforma administrativa, porque ela
00:28:41pra quem não tá familiarizado
00:28:43é um projeto que olha só a prestação
00:28:45de serviços públicos no Brasil e tenta
00:28:47criar mecanismos de referência
00:28:49de medição de desempenho, por
00:28:51exemplo, pra progressão de
00:28:53salários, de criar, implementar
00:28:55de fato um modelo de
00:28:57transformação, desenvolvimento de carreiras
00:28:59dentro do setor público, eliminar
00:29:01carreiras que estão obsoletas,
00:29:03renovar essas carreiras, pensar
00:29:05novos modelos de contratação
00:29:07que não sejam só concursos pra
00:29:09tornar a máquina pública mais leve
00:29:11e ao mesmo tempo você poder ter, por exemplo,
00:29:13mais contratações temporárias
00:29:15pra não contratar custos
00:29:17que ficam ali eternamente
00:29:19e sobrecarregam tudo que a gente falou aqui no
00:29:21bloco anterior, no tema anterior
00:29:23então esse projeto de lei
00:29:25é parte desse tema
00:29:27porque a reforma não é só uma medida
00:29:29ela tem várias medidas, esse é um dos temas
00:29:31e uma delas
00:29:33esse projeto
00:29:35ele não só aumenta os salários
00:29:37de algumas carreiras no
00:29:39governo federal, de servidores federais
00:29:41mas também reestrutura
00:29:43critérios pra avanço na carreira, transforma
00:29:45cargos e unifica o recebimento
00:29:47de gratificações da aposentadoria, por exemplo
00:29:49que tem muitos servidores que eles atuam
00:29:51em uma função, depois mudam
00:29:53pra função e acabam acumulando a aposentadoria
00:29:55esse foi um tema muito discutido durante a
00:29:57reforma da Previdência, então
00:29:59óbvio que foi, ainda precisa
00:30:01se estudar melhor essas medidas
00:30:03e ver exatamente como elas vão afetar
00:30:05fala aqui
00:30:07de aumentos que foram de
00:30:099% até cargos
00:30:11que tiveram aumento de 69%
00:30:13então mais do que dobraram
00:30:15realmente no momento como a
00:30:17Cíntia colocou, de discussão de corte
00:30:19isso é totalmente contraditório
00:30:21mas é difícil politicamente
00:30:23retornar e de novo, é o governo
00:30:25ali fazendo acenos pra grupos
00:30:27corporativistas que acabam pressionando muito
00:30:29é óbvio que concordo super com a Cíntia
00:30:31as pessoas tem que receber a remuneração
00:30:33pelo que elas produzem
00:30:35pelo que elas entregam
00:30:37mas mais do que olhar só
00:30:39a quanto tempo tá defasado, a quanto tempo
00:30:41que não tem reajuste, é a gente olhar
00:30:43se esse valor é compatível com o mercado
00:30:45se esse valor é compatível com a função que
00:30:47essa pessoa exerce, por exemplo, no
00:30:49setor privado, como foi feito
00:30:51um estudo do Banco Mundial há uns 4, 5
00:30:53anos mostrando isso, fazendo essa
00:30:55comparação e mostrando que o Brasil sim, tinha
00:30:57algumas carreiras que estavam muito acima
00:30:59de valores de mercado e comparando
00:31:01com outros países também, então
00:31:03a gente tem que tomar essas medidas sempre baseadas
00:31:05em dados e não só no tempo
00:31:07que não se faz esses
00:31:09reajustes, porque a compatibilidade
00:31:11ela tem que acompanhar
00:31:13o valor tem que ser compatível com o que o mercado
00:31:15pratica pra gente saber se tá sendo
00:31:17justo ou injusto. Me prolonguei um pouco
00:31:19mas achei importante explicar
00:31:21isso porque não é só uma medida
00:31:23de aumento, mas ela tem também esses
00:31:25problemas em relação a como
00:31:27é feito ou como é
00:31:29o governo é pressionado por aumentos em função
00:31:31do tempo, quando na verdade os dados
00:31:33mostram outra coisa, que talvez nem
00:31:35seriam necessários. Vou completar
00:31:37o que ela falou
00:31:39com essa informação
00:31:41aqui do Ministério da Gestão, olha Alex
00:31:43o reajuste médio pra servidores
00:31:45federais é de 27%
00:31:47entre 2023 e 2026
00:31:49em 23 teve um reajuste linear
00:31:51de 9% pra cargos
00:31:53em comissão, em 2024
00:31:55não teve reajuste, isso tá dentro
00:31:57de um parâmetro ok? Não
00:31:59pra mim não tá dentro de um parâmetro
00:32:01saudável e reitero as falas
00:32:03de todos os colegas aqui da bancada
00:32:05eu vejo que o governo
00:32:07é como a Cintia comentou
00:32:09ele tem a proposta e ele tem
00:32:11a caneta, então ele vai assinar
00:32:13pra tudo certo, eu digo certo pra eles
00:32:15e não certo pra todos nós brasileiros
00:32:17mas olhando um pouco mais a fundo
00:32:19em relação a esse ponto, a proposta
00:32:21qual que é o objetivo da proposta?
00:32:23é equilibrar e trazer
00:32:25ou seja, proporções
00:32:27de acordo com cada responsabilidade de cada cargo
00:32:29e assim mediante disso os reajustes
00:32:31que serão incididos, por isso que
00:32:33como a própria Luana comentou
00:32:35que seriam até 69%, aonde está
00:32:37esse 69%? Para cargos
00:32:39de confiança
00:32:41e isso são cargos que a gente sabe
00:32:43que muitos deles não tem a
00:32:45capacidade técnica pra tal, a gente sabe
00:32:47muito bem disso, que é o amigo do amigo
00:32:49o assessor ali
00:32:51então assim, não tem uma profundidade
00:32:53que aí vem também a fala do Rumens, cadê
00:32:55a produtividade deste
00:32:57servidor que é de
00:32:59confiança, ele tem a capacidade técnica
00:33:01pra ser mais produtivo, porque ele tá ganhando
00:33:03com esse reajuste que já é alto
00:33:05mais 69% em cima disso
00:33:07enquanto isso como você
00:33:09comentou, também ocide
00:33:11em relação aos professores, 17%
00:33:13mas pra professores que tem
00:33:15uma atuação, que tem doutorado, ou seja,
00:33:17é bem específico nesse sentido. Bom, eu
00:33:19vejo que toda essa
00:33:21discussão
00:33:23abre também uma questão que muitas
00:33:25das pessoas começam a olhar
00:33:27até a mesma ala
00:33:29da oposição, o Propel
00:33:31e colocou de fato a questão
00:33:33do escândalo do INSS
00:33:35dizendo, ah, mas escândalo do INSS, enfim
00:33:37eu vou dar a minha opinião aqui
00:33:39eu vejo que uma coisa não tem a ver com a outra
00:33:41tá, porque o escândalo do INSS
00:33:43realmente é grave, realmente não deveria ter
00:33:45acontecido e tudo mais, eu acho que
00:33:47é impossível alguém concordar com o que
00:33:49foi feito, mas utilizar
00:33:51esse argumento pro outro ponto
00:33:53ah, mas tô utilizando o argumento por causa do gasto
00:33:55não era pra gastar
00:33:57porque teve aquela questão do INSS
00:33:59não, não era pra gastar porque o governo já não tem dinheiro
00:34:01e não era pra roubar também
00:34:03então, mas ao mesmo tempo
00:34:05o PL tirou, né, a desobstrução
00:34:07e todo mundo ali
00:34:09lógico que tem um deputado ou outro que foi
00:34:11contra, mas o PL como um todo
00:34:13tirou a desobstrução e falou
00:34:15tá tudo bem, beleza, o que significa?
00:34:17pô, não vou ficar de fora, né, porque quem fica de fora
00:34:19recebe os 9% que tava ali, né
00:34:21ou seja, pra quem não concordar, tô vendo que
00:34:23eu vou perder, e aí uma das
00:34:25poucas pautas que o governo tá conseguindo
00:34:27né, aprovar
00:34:29é, por que será?
00:34:31exatamente
00:34:33então é
00:34:35exatamente, ele tá fazendo isso porque a
00:34:37popularidade tá tão baixa até dentro da Câmara
00:34:39e do Senado, então até
00:34:41aliados
00:34:43de longa data que estavam
00:34:45com o governo nos mandatos
00:34:47anteriores, agora estão largando ou deixando
00:34:49de apoiar até a exposição
00:34:51pública pelas questões dos escândalos
00:34:53então o governo, ele tem
00:34:55mais uma
00:34:57um artifício na sua mão, que foi essa questão do
00:34:59reajuste pra tentar aproximar ainda mais
00:35:01a sua base, e também o Centrão
00:35:03né, que a gente viu aí as coligações
00:35:05nas federações, principalmente aí a questão
00:35:07da União Brasil, que agora
00:35:09eu abro uma discussão que não é do mérito, mas
00:35:11só pra terminar aqui, hoje
00:35:13você pode ser um presidente
00:35:15né, ele pode ser eleito
00:35:17dependente se é de direita ou esquerda, mas ele não
00:35:19consegue governar se não negociar com o
00:35:21Centrão, dependente da
00:35:23nessa direita ou esquerda, então esse
00:35:25movimento é importante, porque acaba
00:35:27agradando os servidores
00:35:29executivos. Rubens, um minutinho
00:35:31do seu comentário antes da gente ir pro intervalo?
00:35:33Um minutinho, o que a gente tem que
00:35:35ver é se esse reajuste
00:35:37é justo, o que é uma
00:35:39coisa justa? É uma coisa que
00:35:41a sociedade pode pagar
00:35:43por um serviço
00:35:45bem entregue
00:35:47do Estado
00:35:49se a gente pegar só três áreas, educação
00:35:51nós estamos no
00:35:53na rabeira lá daquele exame e pisa, nós
00:35:55perdemos, ficamos em último
00:35:57o penúltimo todos os anos
00:35:59saneamento
00:36:01básico, segurança pública
00:36:03quer dizer, o Estado não entrega
00:36:05um serviço
00:36:07e ele é caro
00:36:09pra aquilo que a sociedade pode
00:36:11pagar, então é natural
00:36:13como a Cíntia falou, que a
00:36:15sociedade se sinta incomodada
00:36:17com esse tipo de
00:36:19reajuste, porque na verdade as pessoas
00:36:21percebem, principalmente os mais
00:36:23pobres, que o Estado tá contra
00:36:25essa parte da população
00:36:27Nesta semana, a PEC
00:36:29que acaba com a reeleição de
00:36:31presidente, prefeitos e
00:36:33governadores, foi aprovada na
00:36:35Comissão de Constituição e Justiça
00:36:37do Senado, o texto aprovado
00:36:39de forma simbólica, também
00:36:41propõe aumentar para cinco anos
00:36:43o tempo de mandato para
00:36:45todos os cargos eletivos
00:36:47agora o texto segue pra análise
00:36:49do plenário do Senado
00:36:51Cíntia, vamos começar com você
00:36:53vamos lá
00:36:55eu confesso que tô bem
00:36:57em cima do muro
00:36:59sobre o que exatamente
00:37:01eu penso a respeito disso
00:37:03porque nada nesse país é feito
00:37:05sem alguma intenção, não se iluda
00:37:07nada é assim
00:37:09a gente teve uma ideia agora brilhante, vamos modificar
00:37:11eu não vejo honestamente
00:37:13uma razão técnica, não há alguma
00:37:15coisa assim que justifique
00:37:17posso estar muito enganada, mas não tem nada
00:37:19que justifique não, porque o que você não faz
00:37:21em quatro anos, com certeza você fará em cinco
00:37:23a verdade é que quem não faz em quatro
00:37:25não faz em cinco, não faz em seis, não faz em dois
00:37:27mandatos, não faz
00:37:29de fato, então
00:37:31algumas coisas, até a gente conversava
00:37:33um pouco no bastidor e
00:37:35realmente o que falta no Brasil
00:37:37são projetos de continuidade
00:37:39a gente começa uma coisa
00:37:41constrói, por exemplo
00:37:43uma ciclofaixa, vem a outra
00:37:45gestão, não importa o valor
00:37:47que foi gasto, não importa o que foi feito
00:37:49vamos passar por cima, não há um projeto
00:37:51não há uma legislação
00:37:53que estabeleça minimamente
00:37:55uma continuidade de cada governo
00:37:57que entra quer fazer o seu, mas isso muda
00:37:59de quatro para cinco anos
00:38:01não vejo, não reeleger
00:38:03também traz um resultado
00:38:05para isso, há aspectos positivos
00:38:07e aspectos positivos
00:38:09a pessoa que ali está e não
00:38:11pensa em se reeleger
00:38:13honestamente em um país que
00:38:15lógico, há exceções louváveis
00:38:17mas que as gestores
00:38:19vão falar, não sou eu, não tenho chance
00:38:21de voltar mesmo, não sou
00:38:23eu que vou continuar com isso, seja o que
00:38:25Deus quiser e vamos terminar aqui
00:38:27conseguir, conseguir, não conseguir, não posso
00:38:29voltar, a gente por um lado
00:38:31interromperia essa cultura
00:38:33de eu vou fazer bonito, principalmente
00:38:35agora no final, para ver se
00:38:37eu volto, então há coisas
00:38:39positivas e negativas
00:38:41como nesse projeto
00:38:43também colocar o senador para dez anos
00:38:45o que isso muda
00:38:47no frigir das contas
00:38:49eu de fato não vejo
00:38:51resultados assim, resultados não, propósitos
00:38:53que nessa
00:38:55alteração numérica a gente
00:38:57vai conseguir mudar, era isso que
00:38:59faltava, agora de fato a gente
00:39:01vai ter uma solução para as coisas
00:39:03o que nós temos é uma ausência ainda
00:39:05de responsabilização individual
00:39:07do administrador
00:39:09enquanto ele sai e a responsabilidade
00:39:11fica maiormente para
00:39:13o governo, para a prefeitura
00:39:15para a união, isso
00:39:17acaba gerando uma impunidade, uma
00:39:19irresponsabilidade, muitos diriam
00:39:21ah, mas existe a lei de improbidade
00:39:23administrativa, sim, mas eu entendo
00:39:25que falta e ninguém vai
00:39:27legislar honestamente nesse sentido
00:39:29porque é legislar contra si mesmo
00:39:31uma legislação que preveja
00:39:33de fato você levar
00:39:35consigo a gestão boa
00:39:37ou ruim que você fez, então não
00:39:39consigo ver honestamente
00:39:41Beatriz, meus colegas de bancada aqui
00:39:43que vão eventualmente trazer e talvez
00:39:45eu me convença, não consigo ver o que
00:39:47que esses números, a não ser
00:39:49questões mais políticas
00:39:51esse projeto ainda coloca
00:39:53uma proposta de unificação
00:39:55de eleições
00:39:57o que eu acredito que vai ser
00:39:59um verdadeiro caos
00:40:01se a gente já tem aí uma
00:40:03uma movimentação
00:40:05a cada dois anos, política, que isso
00:40:07por um lado refresca um pouco
00:40:09as coisas, traz um novo fôlego
00:40:11por outro lado, os esforços
00:40:13que vão ter de todos
00:40:15os lados, positivos e negativos, em cima
00:40:17de um único ato eleitoral
00:40:19e o que vai acontecer nesse
00:40:21intervalo, eu
00:40:23sinceramente não consigo ver
00:40:25eu quero ouvir os meus colegas
00:40:27mas eu não consigo ver alguma coisa
00:40:29que esteja escrita e que possa
00:40:31ser alardeada a quatro ventos
00:40:33é por isso que estamos fazendo
00:40:35essa alteração
00:40:37a Cíntia falou desse fazer
00:40:39bonito, quando vai tentar
00:40:41se reeleger, muita gente fala
00:40:43num mandato que não tem a reeleição, pode ser que ele
00:40:45não pense tanto
00:40:47em fazer campanha no último ano
00:40:49no último ano e meio, mas tem gente que fala
00:40:51mas ele vai fazer campanha pra colocar o aliado
00:40:53pra que ele se
00:40:55mantenham no poder
00:40:57qual que é a sua opinião?
00:40:59Beatriz, é realmente
00:41:01um projeto difícil de se fazer
00:41:03uma análise
00:41:05que quantifique o impacto
00:41:07ou mensure, qualquer alteração
00:41:09que você faça em termos de reforma
00:41:11política, ela cria
00:41:13efeitos que são visíveis
00:41:15e gera muitos outros
00:41:17efeitos indiretos que muitas vezes a gente não consegue
00:41:19nem antecipar
00:41:21questões, por exemplo, como
00:41:23o que acontece com
00:41:25a renovação política
00:41:27com esse novo modelo
00:41:29pra aqueles que, por exemplo,
00:41:31fizeram ali um trabalho ou tentaram
00:41:33se candidatar, não conseguiram, ou conseguiram
00:41:35e não foram releitos
00:41:37e de repente não continuam
00:41:39não dão continuidade a sua carreira porque
00:41:41realmente é um investimento muito grande
00:41:43você se candidatar, você colocar ali o seu
00:41:45nome pra pleito
00:41:47principalmente pra aqueles que vão realmente trabalhar
00:41:49e vão fazer entregas de qualidade
00:41:51eu acho que isso, a qualidade
00:41:53dos nossos políticos, ela tá muito
00:41:55menos ligada a isso e mais ao preparo
00:41:57ao incentivo mesmo de ter
00:41:59espaço pra essas pessoas
00:42:01outro ponto que eu fiquei refletindo também
00:42:03lendo os prós e contras, assim como a Cintia
00:42:05é uma posição tão clara
00:42:07mas eu vou tentar aqui fechar
00:42:09um ponto de vista
00:42:11é sobre o TSE
00:42:13hoje a gente já tem um nível de
00:42:15sobrecarga do TSE pra trabalhar
00:42:17com as eleições que não são concomitantes
00:42:19imagine com as eleições
00:42:21concomitantes, eu tô tentando pensar assim
00:42:23efeitos que a gente não visualizou tão fácil
00:42:25a outra coisa é
00:42:27os eleitores estão preparados pra ir pra
00:42:29unir, fazer lá 6, 7 votos
00:42:31eu não fiz a conta
00:42:33no mesmo pleito, agora vai unificar
00:42:35agora não né, se aprovado
00:42:37que a CCJ aprovou no Senado, mas ainda tem
00:42:39passar pelo Senado
00:42:41votação e na Câmara também
00:42:43então é difícil, é uma PEC, 308 votos
00:42:45então a gente tem que ter isso em mente
00:42:47não está definido
00:42:49mas pensem os eleitores
00:42:51a gente fala tanto aqui da importância de educação política
00:42:53das pessoas estudarem os seus candidatos
00:42:55a gente já tem dificuldade de estudar
00:42:57dois, três cargos que tem que se votar
00:42:59imagina a quantidade de tempo
00:43:01que as pessoas vão ter que investir
00:43:03o que já não é quase feito
00:43:05na qualidade que a gente espera
00:43:07e sabe que precisaria pra uma eleição
00:43:09tão grande, então eu tô pensando efeitos
00:43:11adversos, outra coisa
00:43:13sobre esse ponto
00:43:15de
00:43:17não vão ficar pensando tanto na próxima
00:43:19eleição, olhando agora o lado positivo
00:43:21eu concordo, eu acho que isso
00:43:23ajudaria sim àqueles
00:43:25representantes darem tudo de si
00:43:27ou a gente filtrasse cada vez mais
00:43:29na política as pessoas que
00:43:31de fato se candidatassem
00:43:33por uma visão de servir a sociedade
00:43:35não de permanecer na política
00:43:37por tantos anos
00:43:39e aí trazendo pra uma visão helicóptero
00:43:41quando a gente
00:43:43muda isso, a gente muda
00:43:45muita coisa na dinâmica política, na dinâmica
00:43:47de poder, a gente está num momento de
00:43:49um governo muito fraco
00:43:51um Congresso mais forte
00:43:53quando isso acontece, eu fiquei me perguntando
00:43:55por que esse tema veio do nada, porque a gente não
00:43:57estava discutindo isso, pelo menos numa
00:43:59atuada assim de poxa, esse projeto
00:44:01está sendo maturado
00:44:03na Câmara, ele simplesmente foi
00:44:05enviado
00:44:07e passou pela CCJ de forma rápida
00:44:09por que que isso aconteceu
00:44:11e justamente está acontecendo
00:44:13num momento e todo, na história
00:44:15quando você tem fragilidade política
00:44:17em diferentes
00:44:19níveis como a gente tem
00:44:21um governo que não está com uma pauta alinhada
00:44:23e não está conseguindo criar diálogo com o Congresso
00:44:25um Congresso ganhando cada vez mais força
00:44:27e usando o seu poder da forma que pode
00:44:29porque está vendo esse espaço de vácuo
00:44:31deixado pelo Executivo
00:44:33então o próprio sistema começa a tentar
00:44:35pensar formas de se reorganizar
00:44:37de se reequilibrarem
00:44:39esses poderes e essas forças
00:44:41então eu entendo que foi isso que aconteceu
00:44:43mas a discussão real que a gente tem que ter
00:44:45é sobre o sistema político
00:44:47a gente tem um sistema de presidencialismo
00:44:49que é o que a gente chama
00:44:51é mais brasileira essa expressão
00:44:53e existe uma discussão grande
00:44:55sobre parlamentarismo
00:44:57sobre o presidencialismo de fato
00:44:59sobre a gente mudar
00:45:01o nosso sistema
00:45:03para que a gente acomode
00:45:05essas questões de uma forma mais estrutural
00:45:07e não queira fazer de novo esses ajustes
00:45:09pontuais que na minha visão
00:45:11agora aqui finalizando
00:45:13o efeito pode ser muito mais negativo
00:45:15do que positivo
00:45:17é o momento de discutir isso
00:45:19pensando lá na frente ou ainda não
00:45:21não deveria ser prioridade
00:45:23a impressão que eu tenho Beatriz
00:45:25é que
00:45:27sabe aquele time que não está conseguindo fazer gol
00:45:29vai lá e fura a bola
00:45:31a culpa não é
00:45:33da bola, a reeleição
00:45:35está longe de ser
00:45:37a Luana falou alguns pontos
00:45:39mas está longe de ser
00:45:41o maior problema
00:45:43do Brasil, agora eu vou falar uma coisa
00:45:45todo mundo vai ficar contra mim aqui
00:45:47por incrível que pareça
00:45:49tem um ranking do The Economist
00:45:51que faz a
00:45:53ordenação
00:45:55dos sistemas políticos
00:45:57mundo afora
00:45:59e o Brasil está ali em
00:46:0151º lugar, está ali numa
00:46:03posição intermediária
00:46:05nós não somos essa tragédia aqui
00:46:07e
00:46:09tem coisa que melhorou, tem menos
00:46:11partidos, a gente consegue
00:46:13as federações, tudo isso
00:46:15e se a gente pensar
00:46:17bom, nós tivemos três
00:46:19presidentes que foram reeleitos
00:46:21Fernando Henrique
00:46:23o segundo mandato
00:46:25Conjuntura Internacional, mais ou menos
00:46:27Lula um espetáculo
00:46:29e a Dilma
00:46:31a maior tragédia da história
00:46:33das economias
00:46:35em tempos de paz
00:46:37é
00:46:39então você precisa
00:46:41a reeleição não é ruim
00:46:43eu acho que você
00:46:45fazer
00:46:47um pleito, uma eleição
00:46:49presidente
00:46:51governador, senador, deputado
00:46:53federal, deputado estadual, prefeito,
00:46:55vereador, isso daí vai beneficiar
00:46:57tanto os grandes partidos
00:46:59que vai ser um negócio
00:47:01de cima pra baixo, verticalizado
00:47:03e vai ser muito
00:47:05os grandes partidos vão ganhar
00:47:07vão ganhar ainda mais
00:47:09eu não vejo a reeleição como
00:47:11um grande problema, e dez anos
00:47:13de mandato de senador vão
00:47:15combinar, né?
00:47:17mudou pra cinco no texto final
00:47:19propuseram dez, mas o final ficou
00:47:21os senadores propuseram menos tempo
00:47:23pra eles mesmos?
00:47:25fizeram um ajuste no texto antes da
00:47:27aprovação. Ah, não passa
00:47:29Alex
00:47:31eu vou
00:47:33concordar com o que você disse
00:47:35principalmente na ala econômica
00:47:37eu era
00:47:39bebezinho, mas eu leio
00:47:41bastante
00:47:43da questão do plano real
00:47:45foi o principal argumento
00:47:47da reeleição do plano real
00:47:49e aí nós temos uma matéria
00:47:51econômica no qual, se eu sou economista
00:47:53posso falar bem sobre isso, que é
00:47:55um efeito prático que a gente estava discutindo
00:47:57nos blocos anteriores sobre
00:47:59produtividade e tudo mais
00:48:01tem efeitos na economia no longo prazo
00:48:03efeitos estruturantes, estamos inclusive
00:48:05no real hoje. Então eu acho que é um ponto importante
00:48:07concordo com as falas do Rubens
00:48:09da reeleição
00:48:11até porque a gente não tem como
00:48:13tirar o efeito da sucessão
00:48:15do partido que está
00:48:17porque se você limitar
00:48:19cinco anos, ele vai querer colocar um amigo
00:48:21amigo eu digo, né? É o mesmo partido
00:48:23o aliado, né? A maior palavra você está utilizando aqui
00:48:25o aliado, correto, o Rubens falando aqui
00:48:27temos o aliado, ou seja
00:48:29que irá suceder
00:48:31e o ex-presidente, ele vai
00:48:33continuar no poder, indiretamente, ele vai assumir
00:48:35um cargo, ministério, como nós estamos vendo
00:48:37nesse governo agora, ou seja, os mesmos
00:48:39personagens do governo anterior
00:48:41estão voltando em outras pastas
00:48:43então a gente sabe que, na minha
00:48:45opinião, não muda a materialidade
00:48:47no final do dia, a soma é zero
00:48:49no sentido do mandato
00:48:51único, tá? Então eu não vejo uma questão
00:48:53de mudança como a gente está querendo
00:48:55toda a eleição tem esse
00:48:57pensamento, essa ideologia de
00:48:59sai a direita, entra a esquerda, agora a economia
00:49:01vai para um lado, sai a direita, enfim
00:49:03ou sai a esquerda, entra a direita
00:49:05e a gente sabe que, independente
00:49:07disso, eu acho que o que é
00:49:09um pouco o que a Luana disse
00:49:11ela comentou muito sobre a questão analítica
00:49:13do nós como eleitores
00:49:15a gente souber eleger de fato
00:49:17de uma forma crítica e de uma
00:49:19forma que tenham bons argumentos
00:49:21no final do dia, somos nós que elegemos
00:49:23todos esses
00:49:25políticos que estão em Brasília
00:49:27nos representando, então não tem como a gente botar
00:49:29a culpa em cinco anos ou na reeleição
00:49:31se a gente está elegendo mal
00:49:33o político, então começa pela gente
00:49:35vamos fazer a nossa parte, vamos estudar
00:49:37vamos estudar os candidatos
00:49:39porque aí, de fato, se tiver a reeleição
00:49:41a gente vai dar chance para ele se reeleger
00:49:43senão a gente tira, ou seja
00:49:45como um todo, ou seja
00:49:47na meritocracia, na democracia
00:49:49da votação, a gente
00:49:51acaba trocando os nomes
00:49:53e por aí vai, eu acho que o importante é ter
00:49:55boas matérias, mas no final do dia depende da gente
00:49:57Agora Cíntia, e o fato
00:49:59da diminuição
00:50:01do mandato do senador
00:50:03que deve passar de oito para cinco anos
00:50:05se isso for aprovado, é interessante uma diminuição
00:50:07nesse tempo?
00:50:09Olha, de novo, eu vou dizer
00:50:11que, reforçando aí
00:50:13a fala do Alex, no fim
00:50:15das contas, eu vejo que pouco muda
00:50:17porque se sai um
00:50:19e entra o outro
00:50:21se há um bom trabalho
00:50:23se coloca o seu sucessor, o seu aliado
00:50:25numericamente
00:50:27é o que eu digo, acho que
00:50:29não há alguma coisa que você não faça em cinco
00:50:31que você vai fazer em oito
00:50:33se há propostas que são
00:50:35propostas boas, propostas
00:50:37concretas, elas vão trazer a reboca
00:50:39e o sucessor, então não vejo
00:50:41isso, aliás, eu confesso
00:50:43admito, talvez uma ignorância
00:50:45eu não acredito que
00:50:47esse pacote ele traga
00:50:49exatamente alguma coisa de relevo
00:50:51parece assim, a gente está discutindo
00:50:53num momento alguma coisa que
00:50:55praticamente não vai ter um efeito
00:50:57concreto, nossa, isso
00:50:59vai mudar o Brasil, outras
00:51:01tantas coisas ficam sambando
00:51:03para serem aprovadas
00:51:05enquanto isso veio, como se diz, não estava
00:51:07numa pauta, apareceu de repente
00:51:09brotou ali, pelo menos para
00:51:11a sociedade, algo
00:51:13que não estava pautado
00:51:15e eu não consigo exatamente ver
00:51:17eu sempre penso que há algo por trás
00:51:19que a gente não consegue, não fazendo
00:51:21aqui uma teoria conspiratória
00:51:23nada nesse sentido, mas há que haver
00:51:25aí alguma coisa que não
00:51:27nos é clara
00:51:29para termos essa alteração
00:51:31mas respondendo a sua pergunta, entendo que não
00:51:33entendo que, aliás, oito anos
00:51:35era tempo demais, se formos
00:51:37pensar, né, e
00:51:39de fato, talvez nessa diminuição
00:51:41ela até seja mais positiva
00:51:43se faça alguma coisa e tente se fazer
00:51:45bem para que o seu sucessor
00:51:47venha e dê continuidade
00:51:49não acredito que você precise de oito anos
00:51:51de fato para implementar
00:51:53alguma coisa, principalmente estando
00:51:55aí no legislativo
00:51:57entendo que
00:51:59o resultado pode ser mais positivo
00:52:01do que negativo, numa primeira análise
00:52:03diga Luana
00:52:05refletindo aqui
00:52:07ouvindo a fala dos colegas
00:52:09outros pontos que também
00:52:11me chamam atenção, né, acho que todo mundo
00:52:13quando ouviu, falou assim, nossa, vai acabar com a reeleição
00:52:15que ótimo, porque dá aquele sentimento
00:52:17agora esses políticos
00:52:19ruins vão sair mais rápido
00:52:21só que a gente tem que lembrar que muitas
00:52:23vezes tem políticos bons, tem pessoas
00:52:25que estão fazendo um bom trabalho, então acho que isso acaba também
00:52:27até pelo momento da
00:52:29sociedade, né, de descrença
00:52:31de, poxa, uma polarização exacerbada
00:52:33as pessoas não conseguindo chegar em
00:52:35consensos em projetos, a gente não vendo as coisas
00:52:37avançarem, na medida que a gente acredita
00:52:39que dá, né, que poderia ser
00:52:41gera uma sensação de que é uma coisa
00:52:43muito positiva, por isso que eu acho que é importante aqui
00:52:45a gente fazer reflexões
00:52:47e tentar ponderar
00:52:49porque realmente não é algo
00:52:51simples, eu por exemplo
00:52:53quando ouvi, pensei, poxa
00:52:55por um lado é interessante porque eu acompanhei
00:52:57algumas eleições e sei
00:52:59atuando com o governo há muito tempo
00:53:01o que acontece na máquina pública
00:53:03nos períodos de eleição, a gente tem um ano
00:53:05perdido praticamente no ano da eleição
00:53:07por quê? A gente chama de apagão
00:53:09da caneta, né, apagão de decisões
00:53:11porque naquele ano tudo
00:53:13é em função da eleição e se não é em função
00:53:15da eleição não é prioridade
00:53:17então a gente tem um ano onde nós
00:53:19estamos pagando para que os políticos
00:53:21que estão no poder façam suas campanhas
00:53:23utilizando a máquina pública, utilizando
00:53:25os funcionários públicos e isso
00:53:27é um tema realmente que
00:53:29tá meio entranhado na nossa cultura política
00:53:31então
00:53:33unificar essas eleições
00:53:35faria com que esse movimento só acontecesse
00:53:37durante um ano e não durante
00:53:39anos seguidos, um ano sim
00:53:41um ano não como a gente tem hoje
00:53:43então ajudaria, porém
00:53:45quando você pensa
00:53:47na força política
00:53:49que esses atores vão ter
00:53:51quando você unifica as eleições
00:53:53você fortalece muito o presidente
00:53:55porque ele vai no ano
00:53:57da sua própria eleição criar alianças
00:53:59políticas em todos os níveis
00:54:01como a gente tá falando agora, falta um ano
00:54:03pra eleição presidencial, a eleição
00:54:05municipal foi no ano passado
00:54:07então o governo federal
00:54:09vocês até lembram, a gente discutiu muito aqui
00:54:11no Linha também, tem baixa
00:54:13interferência, apesar de Bolsonaro ter
00:54:15tentado o ex-presidente
00:54:17influenciar o próprio
00:54:19presidente atual Lula
00:54:21tentando influenciar, foi muito baixa porque as
00:54:23questões locais prevalecem quando
00:54:25você separa essas eleições
00:54:27no momento em que você junta
00:54:29essas eleições, você
00:54:31fortalece muito o presidente
00:54:33que não é um modelo que
00:54:35é saudável
00:54:37democraticamente quando você pensa
00:54:39na importância de se equilibrar
00:54:41de reduzir o poder
00:54:43e ter o equilíbrio de poderes que é a base
00:54:45de construção
00:54:47da sociedade, da democracia liberal
00:54:49mas também de você pensar
00:54:51num sistema, por exemplo, parlamentarista
00:54:53James Madison, que é um dos fundadores
00:54:55do estado
00:54:57dos Estados Unidos, da constituição dos Estados Unidos
00:54:59ele dizia que o parlamentarismo
00:55:01ter eleições unificadas é muito importante
00:55:03porque ele precisa do parlamento
00:55:05o presidente precisa do parlamento
00:55:07para se eleger e para dar
00:55:09continuidade ao seu governo
00:55:11no presidencialismo isso não é uma regra
00:55:13é o ideal que você descentralize
00:55:15um pouco para aqui, já que você
00:55:17tem um presidente que atua de forma
00:55:19independente do congresso, ele não pode ser
00:55:21por exemplo, sofrer um impeachment pelo congresso
00:55:23porque é presidencialismo
00:55:25você acaba tirando
00:55:27você acaba ajudando
00:55:29nesse equilíbrio e a gente
00:55:31está mais distante, mais seguro em relação
00:55:33a regimes, por exemplo, mais autoritários
00:55:35então enfim, só reflexões também sobre
00:55:37o que esses modelos significam
00:55:39outros países que tem
00:55:41modelos parecidos, é super importante
00:55:43a gente olhar porque tem
00:55:45outras democracias no mundo e elas também
00:55:47funcionam com regimes
00:55:49que trazem
00:55:51essa divisão de poderes de forma
00:55:53proposital, como o Rubens
00:55:55colocou, a gente não está tão ruim
00:55:57então, de repente, mexer em algo
00:55:59que não é prioridade, nem tem
00:56:01uma clareza de que
00:56:03é o sistema
00:56:05político que está causando esses problemas
00:56:07é muito arriscado
00:56:09porque a nossa cultura, ela vai ser
00:56:11independente do modelo, se a gente não mudar
00:56:13a cultura, troca o modelo, vai ter eleição
00:56:15a cada cinco anos, vai unificar e não vai
00:56:17mudar nada. Diga Rubens
00:56:19também. Então, essa questão
00:56:21a gente tem, embora o nosso
00:56:23sistema político não seja uma tragédia
00:56:25como todo mundo acha
00:56:27você tem um modelo de
00:56:29eleição, que é
00:56:31essa eleição que você vota nos candidatos
00:56:33e quem é mais votado
00:56:35nos partidos eleitos
00:56:37pelo quociente eleitoral
00:56:39que dava
00:56:41para aperfeiçoar com o voto
00:56:43distrital. Então,
00:56:45se você coloca
00:56:47uma eleição casada
00:56:49presidentes
00:56:51governadores e prefeitos
00:56:53com voto distrital
00:56:55eu acho que fica até mais fácil
00:56:57para o eleitor
00:56:59identificar
00:57:01quem é quem. Agora, com esse sistema
00:57:03eleitoral que a gente tem
00:57:05você acumular tudo
00:57:07um conjunto de informações
00:57:09nossa eleitorada é muito pouco
00:57:11escolarizada, infelizmente
00:57:13e muito pobre também
00:57:15é uma avalanche
00:57:17de informações
00:57:19que eu acho que não é
00:57:21esse o grande problema do Brasil
00:57:23você botar a mesma data
00:57:25de eleição. Bom, a gente
00:57:27está quase terminando o programa, mas
00:57:29a gente muda de assunto
00:57:31não muito, continuamos no tema de finanças
00:57:33mas é porque o secretário de
00:57:35reformas econômicas do Ministério da
00:57:37Fazenda, Marcos Pinto, afirmou
00:57:39nesta semana que o eventual correção
00:57:41de toda a tabela do imposto de renda
00:57:43custaria mais de 100 bilhões
00:57:45de reais por ano. De acordo com
00:57:47o secretário, o governo federal não tem
00:57:49dinheiro para bancar a medida
00:57:51E aí Alex, não tem dinheiro?
00:57:53Tem corte como a gente começou falando no
00:57:55programa? Não dá pra fazer
00:57:57essa isenção imaginada mesmo, né?
00:57:59Exatamente, como aquele ditado
00:58:01a fome com a
00:58:03comida, a fome com a vontade de comer
00:58:05ou seja, isso não está equilibrado
00:58:07o governo ele quer arrecadar mais, não consegue
00:58:09arrecadar mais, porque não tem mais espaço
00:58:11o governo, ele quer
00:58:13ter medida populista
00:58:15e aí a gente não acha também
00:58:17espaço no orçamento para equilibrar
00:58:19esse ponto. Então esses 100 bilhões
00:58:21é o famoso quadro, né? Também
00:58:23que foi muito divulgado
00:58:25em relação a esse ponto fiscal muito crítico
00:58:27cadê esse dinheiro? Ou seja,
00:58:29cadê essa solução? E aí abre-se
00:58:31um precedente
00:58:33do governo federal, que já não
00:58:35é de hoje, que ele joga com um balão de
00:58:37saia as medidas do governo
00:58:39para testar, não só a Faria Lima
00:58:41mas também outros entes de mercado
00:58:43entes privados, para ver a reação
00:58:45não existe uma articulação
00:58:47não existe um diálogo, pelo menos parece pra mim
00:58:49porque uma medida
00:58:51agora o Haddad vem dizer que não
00:58:53tem dinheiro, depois de tudo
00:58:55que passou, todo o estresse que o mercado financeiro
00:58:57passou, pô
00:58:59basta, né? Toda essa
00:59:01amadorismo, pra mim é amadorismo
00:59:03precisa de diálogo, precisa realmente ter um detalhamento
00:59:05técnico, né? Da sua
00:59:07pasta, né? Ou seja, cadê os servidores
00:59:09técnicos, né? Fazendo um estudo de fato
00:59:11cadê? Da onde vai tirar? Cadê a articulação
00:59:13né? Com todas as pastas
00:59:15todos os ministérios, isso tá faltando
00:59:17então, como até
00:59:19colocando aqui mais um exemplo
00:59:21o Rubens gosta de fazer comparações com
00:59:23futebol, né? Falta entrosamento
00:59:25né? Falta entrosamento, é aquele time
00:59:27de futebol de criança, né? Aonde a bola vai
00:59:29toda a molecada vai junto
00:59:31ou seja, não falta realmente
00:59:33a parte técnica, né? Então
00:59:35e o técnico do time, né? Que no caso
00:59:37seria o ministro, né? Ele
00:59:39não sabe o que vai fazer
00:59:41então, o que pode ser feito
00:59:43então, na minha opinião, aumenta ainda
00:59:45mais a insegurança
00:59:47política, como já não
00:59:49basta a insegurança jurídica
00:59:51e temos mais também o outro elemento
00:59:53que é a insegurança política
00:59:55que é basicamente a gente não sabe se é aquilo
00:59:57que realmente o governo coloca na pauta
00:59:59se realmente isso vai ser
01:00:01colocado efetivamente na
01:00:03prática, né? Olha, algumas entidades
01:00:05calculam que a defasagem é de
01:00:07154% no imposto de
01:00:09renda desde 1996
01:00:11e a ideia agora então
01:00:13é que a isenção fique pra quem ganha até
01:00:155 mil, entre 5 e 7 mil reais
01:00:17tem alguns benefícios e a
01:00:19ideia também é taxar os super ricos
01:00:21é uma boa ideia, Cíntia?
01:00:23Nossa, é, cê sabe, Beatriz
01:00:25que desde, olha, já faz tempo, né?
01:00:27Tem coisa que a gente nem faz conta, mas
01:00:29desde que eu estudo, desde que eu fui pra faculdade
01:00:31eu escuto essa coisa
01:00:33ai, vamos taxar os super ricos
01:00:35porque isso que vai resolver, então não é desse
01:00:37governo, isso vem, é quase que
01:00:39histórico já, é como se fosse,
01:00:41cê olha, cê não sabe que lá no fundo
01:00:43embaixo do arco-íris
01:00:45a gente tem um pote que é
01:00:47taxar as grandes fortunas, né?
01:00:49Isso tá na Constituição, é uma coisa que sempre cê falou
01:00:51mas assim, puxando
01:00:53Beatriz o que o Alex
01:00:55falou, endosso completamente
01:00:57parece que o governo não fez o que qualquer
01:00:59pessoa que administra uma economia
01:01:01minúscula faz, a gente não
01:01:03pode fazer conta com dinheiro que a gente não tem
01:01:05simples assim, não adianta
01:01:07pensar meu orçamento a mês que vem, se eu ganhar
01:01:09na megacena, eu vou
01:01:11fazer tal coisa, e o governo
01:01:13proclamou a todos os ventos que ia
01:01:15fazer uma reforma, que ia trazer
01:01:17uma estrutura, mexe o mercado
01:01:19mexe com
01:01:21uma série de índices e depois volta
01:01:23e fica muito feio isso
01:01:25volta dizendo, olha, eu calculei
01:01:27mal, a gente não tem esse dinheiro
01:01:29ai pra fazer, e de novo
01:01:31volta com uma questão
01:01:33que é populista, quer dizer
01:01:35a gente fica tranquilo
01:01:37pessoal, a gente vai tirar
01:01:39de quem tem muito dinheiro, como se
01:01:41fosse criminoso
01:01:43ter-se muito dinheiro, ainda que
01:01:45seja pelo fruto do próprio
01:01:47trabalho, né, então
01:01:49é uma situação muito ruim
01:01:51eu honestamente acho que vai pegar mal
01:01:53de novo, como já está pegando, perde
01:01:55credibilidade, perde
01:01:57qualquer coisa que a gente espera de
01:01:59quem está lá pra fazer exatamente o que?
01:02:01pra fazer exatamente a gestão
01:02:03financeira do país
01:02:05olha pessoal, o programa está chegando ao fim
01:02:07eu sei que tinha muito papo ainda pela
01:02:09frente, por isso convido vocês e agradeço
01:02:11pra participarem de novo
01:02:13porque sempre tem muito assunto aqui no Linha de Frente
01:02:15a gente encerra aqui o programa de hoje
01:02:17eu agradeço muito a audiência
01:02:19e até o próximo final de semana
01:02:21a opinião dos nossos
01:02:23comentaristas não reflete
01:02:25necessariamente a opinião do grupo
01:02:27Jovem Pan de comunicação
01:02:31Realização
01:02:33Jovem Pan News