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NotíciasTranscrição
00:00Linha de Frente
00:04Olá, está começando agora mais um Linha de Frente nesse fim de semana.
00:11Seja muito bem-vindo, muito bem-vinda.
00:13Eu sou Beatriz Manfredini e agradeço a todos a companhia desde já.
00:18E claro, a gente vai começar pelos destaques da semana.
00:22Projeto de lei que cria carteira estudantil gratuita no estado de São Paulo
00:26está sendo travado pela bancada do PT na Alesp.
00:30O presidente da Câmara dos Deputados estipulou um prazo de 10 dias
00:34para o Ministério da Fazenda apresentar uma alternativa para o aumento do IOF.
00:39Donald Trump diz que Vladimir Putin está brincando com fogo.
00:44E para comentar esses e outros assuntos, eu recebo aqui hoje Luciana Gaston,
00:49advogada especialista em governança e compliance,
00:52o economista André Perfeito, Maria de Carli, mestre em ciências políticas
00:57e Túlio Nassa, professor de direito do estado.
01:01Pessoal, boa tarde. Obrigada por comparecerem aqui ao Linha de Frente.
01:05A gente vai começar com uma discussão aqui do estado de São Paulo,
01:08mas que está ganhando áreas de polarização.
01:11Então, reflete em todo o país, claro, como sempre.
01:14Na Assembleia Legislativa aqui do estado,
01:16a bancada do PT tem travado a votação do projeto de lei
01:20que cria a carteira estudantil gratuita no estado.
01:24De acordo com o partido, a medida é uma ameaça para o financiamento de entidades
01:28como a União Nacional dos Estudantes,
01:31que contam com a emissão do documento para manter as atividades.
01:35O texto seria votado em abril, mas acabou ficando de fora da pauta
01:38depois da bancada do PT ameaçar obstruir a votação de outros 25 projetos.
01:46Luciana, vamos começar com você.
01:48A gente falou agora nesse comecinho já de polarização.
01:51Esse é mais um projeto que virou um pouco uma disputa política agora aqui
01:55no estado de São Paulo.
01:58Deveria ser assim?
02:00Não, porque nós estamos falando uma guerra travada entre PT e PL.
02:06Nós temos uma arrecadação média,
02:09dá um lucro de em torno de 220 milhões para o CIE.
02:15Então o que acontece? Você colocar estudantes,
02:18você classificar que apenas 20% que representam os estudantes
02:22que recebem até dois salários mínimos,
02:25a renda familiar de baixa renda tem isenção,
02:28e os demais 80% a uma arrecadação de R$ 45,00 por carteirinha,
02:33isso se torna uma verdadeira máquina de fazer dinheiro,
02:36que muitas vezes não está sendo investido em ações voltadas para a educação.
02:41Ao contrário, está servindo de base para uma militância
02:45que usa esse dinheiro para defender uma esquerda
02:48que cada dia mais faz de tudo para se manter em nosso país.
02:53Túlio, tem uma legislação federal que determina que não só
02:57a União Nacional dos Estudantes,
02:59mas também a União Brasileira de Estudantes Secundaristas
03:02façam esse trâmite e consigam arrecadar esse dinheiro.
03:06É legal um projeto como esse aqui na Lespe?
03:08Porque tem deputado dizendo que é inconstitucional.
03:11Olha, Beatriz, boa tarde, boa tarde a todos aqui.
03:15É uma discussão um pouco complexa em relação às competências
03:19de cada ente da federação.
03:21Eu entendo que se a legislação se restringir ao Estado de São Paulo,
03:25ela goza, sim, de constitucionalidade,
03:27porque o Estado está regulando a questão no seu âmbito de atuação.
03:31Não há na Constituição da República nenhuma norma que diga
03:34que essa matéria é de competência exclusiva do Congresso Nacional.
03:39E, portanto, o Estado pode, no seu âmbito de atuação, legislar.
03:44O que me chama a atenção, Beatriz, nessa matéria é o seguinte.
03:49Em nome da democracia, eu penso que toda vez que se tem que forçar
03:54uma vinculação associativa, cobrando algo de forma obrigatória,
03:59alguma coisa está errada.
04:01Porque o conceito de associação num regime democrático é o seguinte.
04:05Eu vou me associar livremente, o direito de livre associação,
04:08a quem me bem representar.
04:10Então, o fato de não existir aí uma liberdade de associação
04:17ou de vinculação ou não por um determinado valor
04:20torna essa relação já viciada, não saudável na origem.
04:25Se nós formos para países como os Estados Unidos,
04:28estou falando aqui no âmbito da OAB, por exemplo,
04:30das associações de advogados, não existe uma só.
04:33Existem várias associações e o advogado vai se associar
04:36naquela que ele entender que melhor ele represente.
04:39É até bom que não haja o monopólio disso,
04:41porque o monopólio desse tipo de representação
04:44pode ser uma captura muito fácil política da entidade.
04:47Dependendo de quem capturar politicamente essa entidade,
04:50ele vai manejar para interesses político-partidários.
04:53E não é o caso.
04:54A União Nacional dos Estudantes ou as uniões ou outro tipo de associação,
04:58o âmbito estadual ou municipal,
05:01deveria ter um legítimo poder de representação, Beatriz.
05:05Maria, um dos argumentos do pessoal do PT, da bancada do PSOL,
05:10é o seguinte, que o PL e os partidos aliados estão tentando enfraquecer
05:14os movimentos estudantis.
05:16Faz sentido isso para você?
05:17Eu acho que não faz sentido.
05:19Eu acho que, infelizmente, isso é uma pauta de extrema importância
05:22que, mais uma vez, caiu na polarização atual
05:25que a gente vive no Brasil.
05:28E estamos sofrendo e os estudantes sofrem com isso.
05:31Eu gosto muito do argumento que o Túlio fala
05:33com relação à obrigatoriedade.
05:36Eu, como liberal, acredito que você adere a algo
05:39que você tenha livre e espontânea vontade de fazê-lo.
05:42Mas veja aqui, estava aqui refletindo.
05:44A gente sabe que a vida do estudante já é dura aqui.
05:47Ainda tem que pagar R$ 45, faz diferença pagar R$ 45.
05:51Estava aqui dando uma olhada nos dados.
05:53O Estado de São Paulo tem cerca de 2 milhões de estudantes.
05:56Um lucro com essas carteirinhas de R$ 345 milhões.
06:01Chega de cerca de 70% dessas receitas, desse valor que eu disse,
06:05vai para a UNE e essas associações.
06:07Então, é uma máquina de fazer dinheiro
06:10que mantém essas instituições.
06:13Então, eu acho muito complicado mesmo.
06:16Acho que tem que ter a gratuidade a quem necessita
06:20para as pessoas não perderem benefícios
06:21que podem, sim, contribuir para um futuro de um jovem
06:24à frente, que pode render bons frutos para a nossa sociedade.
06:29Destaco aqui, chamo a atenção.
06:31Inclusive, muitos desses dados me foram trazidos por amigos da Lespe.
06:36Tive a chance de conversar com a assessoria do deputado Lucas Bovi,
06:40que fez um discurso bastante interessante,
06:41onde ele traz essa questão da polarização.
06:44Se fosse nós da direita falando algo desse tipo,
06:49imagina como a esquerda iria bater na gente,
06:53que a gente é contra o estudante e tudo mais.
06:55Então, é muito complicado.
06:57André, tem um argumento utilizado pelo pessoal que propôs o projeto,
07:02a bancada do PL, de que a tecnologia está avançando
07:05e está possibilitando avanços como uma carteirinha digital,
07:08gratuita, sem custo.
07:10Faz sentido isso?
07:11A economia acompanha a tecnologia?
07:14É que dá a impressão que a discussão é de outra politicamente,
07:16mas não é.
07:17A impressão que eu tenho é que os partidos de direito
07:18não conseguem ganhar a UNE.
07:20Acho que é disso que se trata, no limite.
07:22Mas tirando esse ponto,
07:23acho que tem uma discussão que é da seguinte ordem.
07:25Tem que se discutir se tem interesse
07:27de ter essas entidades de estudante.
07:29Talvez não tenha interesse na sociedade.
07:31Agora, tecnologicamente, dá para fazer muito fácil.
07:33Isso até sem custo quase nenhum, na verdade.
07:36Nem precisaria disso para estabelecer a gratuidade no final do dia.
07:40São 150 mil documentos por ano, de acordo com a UNE,
07:45então emitidos.
07:47E o governo do estado de São Paulo, a Secretaria Estadual de Educação,
07:50diz que para os estudantes até o ensino médio,
07:52essa carteirinha já é emitida sem custo,
07:54mas que a mesma coisa não acontece para, por exemplo,
07:57estudantes de universidade.
07:59A proposta, então, quer ampliar isso.
08:01O André falou, né, Luciana,
08:02se há interesse em ter um órgão como esse.
08:05É importante essa representatividade por parte dos estudantes hoje?
08:09Olha, eu entendo que deve ser tratado,
08:12cada estado cuida da sua representação.
08:15A gente não pode querer comparar São Paulo
08:16com estados menores,
08:18onde a arrecadação é infinitamente inferior.
08:22Os estudantes precisam de ações voltadas
08:25para um ensino de melhor qualidade.
08:27Então, talvez esse dinheiro, se fosse revertido para a educação básica,
08:32que é o que está faltando no país,
08:34sim, aí eu entendo que haveria necessidade de arrecadação.
08:38O problema aqui não é.
08:39Esse dinheiro está sendo utilizado em outras vertentes,
08:42em outras destinações,
08:44que muitas vezes são utilizados lá na Avenida Paulista
08:48para manifestações.
08:49Então, nós estamos chegando próximos já,
08:51já estamos numa pré-campanha,
08:53e essas bandeiras vão ser levantadas,
08:55e esse dinheiro não vai ser destinado para os estudantes,
08:58e sim para apoiar militâncias.
09:01E isso não pode existir.
09:03Nós temos, como foi muito bem colocado,
09:06a questão da livre iniciativa de você poder colocar ou não,
09:11aplicar o seu dinheiro,
09:13se associar a quem você queira.
09:14Agora, uma imposição,
09:16então, para o aluno,
09:17um estudante ter acesso ao teatro, ao cinema,
09:20ao transporte,
09:21como o próprio decreto determina,
09:25condicionado ao pagamento de uma taxa
09:28para poder ter essa carteirinha,
09:30eu acho que aí perde por completo
09:32a destinação, o objeto pelo qual foi criado.
09:36É o caso, Túlio, de talvez diálogo
09:38para mudar o texto desse projeto de lei,
09:42de repente, não só tornar gratuito,
09:43mas verbas para outro lugar,
09:45pode fazer algum sentido,
09:48ter mudanças,
09:48um diálogo mesmo entre os lados?
09:51Olha, o diálogo é sempre positivo,
09:53os poderes são harmônicos e independentes entre si,
09:57independentes, mas harmônicos,
09:58não são independentes e desarmônicos,
10:01ou pelo menos não deveriam ser,
10:03na prática eles acabam sendo.
10:05O fato aí é que eu não sei se é possível
10:08algum tipo de acordo nesse sentido,
10:11de repente, destinando verbas para outra finalidade,
10:15é que realmente me incomoda, Beatriz,
10:17essa situação da vinculação obrigatória
10:20mediante pagamento.
10:21É isso que me incomoda.
10:24E o poder de representação,
10:26ele é, no meu sentido, uma falácia,
10:29porque não precisa ter um instituto oficial
10:31de união dos estudantes
10:33para que haja movimentos estudantis.
10:35Vamos lembrar 2013,
10:36um caso prático,
10:38os estudantes começaram a se manifestar
10:40em relação à tarifa zero.
10:42Dessa tarifa zero,
10:43surgiu outros movimentos que a eles se acoplaram
10:46e surgiram todas aquelas manifestações
10:48de 2013 e seguintes,
10:50passando pela Copa do Mundo de 2014 no Brasil,
10:53e foi um movimento importante político
10:55de reação contra a classe política naquela ocasião,
10:58as pautas eram várias,
11:00e não necessariamente partiu
11:01de um ato institucional da UNE.
11:03Então, o poder de representação,
11:05ele não está no fato de uma entidade ser oficial
11:08e de ter uma cobrança obrigatória,
11:10ele está no fato, realmente,
11:12da capacidade de representatividade natural,
11:15popular, de aglutinação,
11:17que a entidade vai exercer sobre os estudantes.
11:21Maria, essa situação,
11:23ela demonstra que,
11:25apesar de a gente ter a direita,
11:28o centro-direita mais forte no Estado,
11:30no governo já há alguns anos,
11:31na prefeitura se colocando de alguma forma,
11:34e a maior bancada hoje,
11:36a própria Lespe não é,
11:37do PT ainda com figura ali
11:38entre as principais, mas não é,
11:39mas isso demonstra,
11:40o PT conseguir segurar uma discussão como essa,
11:43travar vários projetos,
11:45que o partido ainda tem força aqui em São Paulo?
11:48Não, sem dúvida,
11:49o PT é um partido extremamente forte,
11:53junto com o pessoal,
11:54são as duas cabeças,
11:56os dois partidos que encabeçam a direita,
11:59a esquerda no Brasil,
12:00perdão,
12:01então, eles têm força, sim,
12:03eles já tiveram presidências na Lespe,
12:06já tiveram,
12:07já ocuparam cargos importantes,
12:09tem deputados importantes,
12:10tanto na Lespe,
12:12como vereadores importantes,
12:13aqui na Câmara Municipal,
12:14acho que são oito vereadores,
12:15se não me engano,
12:16então, sim,
12:17é um partido que tem peso,
12:19e consegue mobilizar,
12:21o que está conseguindo mobilizar,
12:23então,
12:24não tem como negar,
12:26eu acho assim,
12:26é importante o debate,
12:28sabe,
12:29a democracia nos permite,
12:31diferentes pontos de vista,
12:33estando ali no plenário,
12:35discutindo,
12:36e debatendo,
12:37agora,
12:38tudo tem seu limite,
12:39que é a questão da extrema polarização
12:42para um assunto que deveria ser tratado
12:43de forma mais pragmática e técnica,
12:46e a questão de ser uma proposta boa,
12:50e está sendo empacada pela esquerda,
12:53que tem interesses corporativistas,
12:56no caso,
12:56de defender essas instituições
12:58vinculadas ao custo dessa carteira.
13:01Para você, André,
13:02tem como aplicar melhor esses recursos
13:05que vão para entidades como essa?
13:07Ah, eu não resisto,
13:09eu vou ter que falar um negócio aqui,
13:10porque a discussão,
13:10na verdade,
13:11é isso aí,
13:12é que a verdade,
13:13a discussão é que não está na mão do PL,
13:15a UNE,
13:15se tivesse,
13:16eu não teria essa discussão,
13:17esse que é o ponto.
13:18Agora sim,
13:18eu concordo que,
13:19de repente,
13:20a associação via a UNE,
13:21obrigatória,
13:22também não faz sentido,
13:23que façamos isso,
13:24mas achar que está tendo uma discussão
13:26propriamente técnica,
13:27até a forma que é colocado,
13:28na verdade,
13:29coloca como PT contra a gratuidade,
13:30não é bem essa discussão,
13:32é isso para dizer que,
13:33eu sou favorável à discussão a respeito,
13:35se a UNE tem que ter esse recurso todo,
13:36talvez não tenha,
13:37eu acho que,
13:38pode ser aplicado de forma mais,
13:41vantajosa para a sociedade como um todo,
13:43mas que tem um debate aí,
13:45que não seria levantado,
13:46caso não fosse,
13:48vamos dizer assim,
13:48da zona de influência,
13:50do partido dos trabalhadores,
13:52assim,
13:53para mim,
13:53como economista,
13:54tanto faz como tanto fez,
13:55no seguinte sentido,
13:57esse não é o debate,
13:58que a gente precisava ter tido agora,
14:00eu acho que esse debate,
14:00é um pouco,
14:02fora do lugar,
14:03mas,
14:03nitidamente,
14:03tem um viés político,
14:04isso desde o início.
14:05Qual era o debate,
14:06que deveríamos estar tendo,
14:08André?
14:08Olha,
14:08no caso do município,
14:09tanta coisa para a gente tratar,
14:10né,
14:11tanta coisa para tratar no Estado,
14:13né,
14:13a gente vai discutir daqui a pouco,
14:15o EF,
14:15e a gente está discutindo no Congresso,
14:17o fim da reeleição,
14:18esse país perdeu a noção,
14:19do senso de ridículo,
14:21a gente está nesse negócio,
14:22e fica nesse jogo,
14:23aparentemente,
14:23polarizado,
14:24sendo que a discussão,
14:25sempre na verdade,
14:26é não tratar do assunto,
14:27porque a gente sabe,
14:27qual que são os assuntos,
14:28e a gente pode debater,
14:29de um monte de outras coisas,
14:30se for o caso,
14:31aqui,
14:31não sei,
14:32mas é assim,
14:32eu acho que esse debate,
14:34tem que debater a UNE,
14:34queremos a UNE,
14:35sim ou não,
14:36ou queremos outras instituições,
14:38que nem foi colocado,
14:39né,
14:39pelo,
14:40a gente tem,
14:41é tudo,
14:42desculpa,
14:42tem uma situação,
14:44onde você tem que ter,
14:46talvez pluralidade mais,
14:47né,
14:48eu acho que pode ser isso a solução,
14:49eu falo isso porque eu fui do movimento estudantil,
14:51quando era jovem,
14:52fui presidente do centro acadêmico,
14:53da PUC de São Paulo,
14:54na economia,
14:55então,
14:56eu era bem contra a UNE,
14:58na minha época,
14:58mas eu acho que a discussão,
14:59não é essa,
15:00que tem que ser agora,
15:01desse jeito,
15:01porque,
15:02me parece que a discussão,
15:03não é,
15:04o dinheiro,
15:05na verdade,
15:05é o controle sobre a instituição,
15:07UNE,
15:07né.
15:08E Luciana,
15:09discussões como essa,
15:11estão,
15:11estão e vão ganhar,
15:13cada vez mais espaço,
15:14daqui até 2026,
15:15porque isso acaba,
15:17colocando em protagonismo,
15:18deputados,
15:19nas redes sociais,
15:21com discursos,
15:22dos dois lados,
15:22né.
15:23sim,
15:23vão cada vez mais ser infrequentes,
15:26principalmente,
15:27porque nós estamos diante,
15:29de uma reforma,
15:30do código eleitoral,
15:32aonde trarão mudanças,
15:34que irão impactar,
15:35diretamente,
15:37na vida de quem?
15:38Do eleito,
15:39ou do pretenso,
15:40candidato,
15:41porque nós teremos,
15:43o fim da reeleição,
15:45teremos mandatos,
15:46um pouco mais longos,
15:47o que vai impactar,
15:48o que é o mais importante,
15:49que o nosso ouvinte,
15:50precisa entender,
15:52que é redução de custos,
15:54com as eleições,
15:55e é o encontro,
15:56do que a gente está vendo,
15:57aqui,
15:57quando se fala da UNE,
15:59quais são as regras,
16:00de controle,
16:01que são feitas,
16:02em cima dessa arrecadação,
16:03que é feito,
16:04com esse valor,
16:04que é pago anualmente,
16:06pelo estudante,
16:0645 reais,
16:08qual é a destinação,
16:10o controle,
16:11que é feito,
16:11com as eleições,
16:13então,
16:13a gente tem hoje,
16:14uma atuação,
16:15cada vez maior,
16:16de legislações,
16:18que impactam,
16:19diretamente,
16:20no poder público,
16:21nas associações,
16:22nos movimentos todos,
16:24na própria UNE,
16:25que precisam ser aplicados,
16:26no combate o que?
16:27No combate ao desvio,
16:28de finalidade,
16:29o desvio de dinheiro,
16:30porque esse dinheiro,
16:31em que pese servir,
16:32de um particular,
16:33que é um aluno,
16:34é um dinheiro,
16:35que de certa forma,
16:35pode ser equiparado,
16:36a dinheiro público,
16:37ou seja,
16:37pertence a todos os estudantes,
16:39então,
16:39a aplicação de regras,
16:41de controle,
16:41é de ser uma importância,
16:42e o debate,
16:43vai sim se acirrar,
16:45principalmente,
16:45diante da ausência,
16:47de reeleição,
16:48e nós temos,
16:502030,
16:512028,
16:52candidatos que hoje,
16:52não tem idade,
16:53são jovens,
16:54que não tem idade,
16:55para serem presidentes da república,
16:57e que terão idade,
16:58e que serão,
16:59sim,
17:00candidatos,
17:00e que poderão mexer,
17:02aí,
17:02na cestinha de muita gente,
17:03que dava como certo,
17:04uma reeleição.
17:05Diga,
17:06Túlio.
17:07Olha,
17:07é interessante observar,
17:09aqui na fala,
17:09aqui dos colegas,
17:10me parece que há,
17:11uma unanimidade,
17:13em relação,
17:14ao mérito da questão,
17:15ou seja,
17:16de fato,
17:17não deveria existir,
17:18um pagamento obrigatório,
17:20uma vinculação obrigatória,
17:22a questão que se coloca,
17:23é se o momento é adequado,
17:24o que está por trás,
17:25politicamente,
17:26se é uma disputa de poder,
17:28são as formas,
17:29os mecanismos que chegaram,
17:31mas me parece que o mérito,
17:32é importante.
17:32Então,
17:33falando um pouco agora,
17:34sobre a parte política,
17:36do projeto,
17:36é interessante observar,
17:38que ele vem na esteira,
17:39eu não estou dizendo que é a mesma coisa,
17:40mas,
17:41politicamente,
17:41ele vem numa onda,
17:43do que aconteceu no INSS,
17:45politicamente,
17:45ele ganha um peso,
17:47para ser aprovado,
17:49por quê?
17:50Porque está se falando,
17:51de novo,
17:52de uma entidade,
17:53que tem,
17:54uma representação obrigatória,
17:56independentemente,
17:57da anuência,
17:58de quem é representado,
18:00então,
18:00o representado,
18:01entrega dinheiro,
18:02a entidade que o representa,
18:04sem a sua vontade,
18:05sem a sua anuência,
18:06e com controle,
18:07muitas vezes,
18:07deficitário.
18:08De novo,
18:09eu não estou dizendo,
18:10longe disso,
18:11que acontece alguma coisa errada na UNE,
18:13do que está,
18:14em relação ao que está acontecendo no INSS,
18:16mas,
18:16politicamente,
18:17a gente sabe que isso influencia o discurso,
18:19o parlamentar de situação,
18:21no caso,
18:22aqui em São Paulo,
18:23ele,
18:24evidentemente,
18:24vai usar essa narrativa,
18:25esse discurso.
18:26Então,
18:27me parece,
18:28que há aí um ambiente político,
18:30por trás,
18:30muito forte,
18:31favorável,
18:32como uma tendência,
18:33Maria,
18:34acho que pode falar até melhor do que eu,
18:35mas como uma tendência,
18:36de diminuir essa representatividade obrigatória,
18:39né?
18:40É isso,
18:40Maria?
18:41Calma aí,
18:41mas eu gostaria que você reformulasse,
18:43para mim,
18:43a pergunta,
18:44exatamente,
18:45no caso...
18:46Não,
18:46claro,
18:47a minha leitura é a seguinte,
18:49nós estamos vivendo um problema hoje com o INSS,
18:52um problema que colocou em xeque,
18:54exatamente,
18:55o papel da representatividade,
18:57sem a anuência do representado.
18:59Então,
18:59o INSS administrava recursos ali,
19:02sem anuência,
19:03longe do representado,
19:05ele não está lá olhando o que está sendo feito com o recurso dele,
19:08e permitiu-se,
19:10por conta disso,
19:11uma série de fraudes,
19:12né?
19:12Sim.
19:13É evidente que,
19:14mesmo que houvesse controle,
19:14poderia ter havido fraude,
19:16mas houve uma facilidade para isso.
19:18Então,
19:18esse tema da representação e do representado,
19:23ou seja,
19:23o representado outorga dinheiro para a unidade que o representa,
19:27e ela administra sem muito controle,
19:29é um tema hoje que está forte.
19:32Então,
19:32me parece que há uma onda aí política,
19:35nesse sentido,
19:36de narrativa,
19:37para que esse projeto seja aprovado também por esse motivo.
19:39Olha,
19:39eu acho que tem dois aspectos do que você está me trazendo aqui.
19:42Eu acho que a gente se perde muito,
19:44a política no Brasil,
19:46ela é muito distante de quem ela representa.
19:51Primeiro que as coisas acontecem a portas fechadas numa capital que está distante do cidadão comum,
19:57está distante do Nordeste.
19:59O Brasil é um país com dimensões continentais, é claro,
20:01mas ninguém sabe de fato como funciona a dinâmica em Brasília.
20:05Eu sempre trazia aqui esse exemplo na época das eleições municipais,
20:09onde a gente via os embates ali,
20:11PL, PT,
20:12esquerda,
20:12direita,
20:13PS,
20:13pessoal,
20:14blá,
20:14blá,
20:14blá,
20:14blá,
20:14blá,
20:14mas,
20:15no final das contas,
20:17as eleições municipais,
20:19assim,
20:20venceu a política fisiológica,
20:22né?
20:22No final,
20:22eles degladeiam nas câmeras,
20:25mas,
20:25nas câmaras,
20:26eles estão ali fazendo acordos políticos,
20:28e essa é a dinâmica de Brasília,
20:30certo?
20:30Então,
20:31isso,
20:31per se,
20:32já mostra uma defasagem da nossa política para com o cidadão comum.
20:37Um outro aspecto é a questão de como as leis são feitas.
20:41Você que não é advogado ou cientista político,
20:45se depare para ler uma lei.
20:47Eu gostaria que você aí de casa tentasse ler uma lei,
20:50um projeto de lei.
20:51É impossível a compreensão.
20:53Então,
20:53isso também já é uma questão de distanciamento entre política e cidadão comum.
20:57Beleza?
20:58Aí,
20:59você fala da questão do INSS,
21:01da instituição INSS,
21:02essas instituições burocráticas e tal.
21:04Acredito que nesse tem dois aspectos,
21:06mais dois aspectos que eu trago aqui.
21:08Um é a questão da falta de transparência,
21:10que está presente em todos os nossos órgãos públicos,
21:12aqui do nosso país.
21:13A gente não tem acesso a,
21:15onde o nosso dinheiro é gasto.
21:17Por exemplo,
21:17eu cito aqui a própria cidade de São Paulo.
21:19Tem uma lei que solicita que o IPTU seja especificado onde está sendo gasto.
21:25Mas vai tentar acessar essa informação.
21:28É impossível.
21:29Você vai tentar abrir o portal de transparência
21:32ou o portal de dados abertos da prefeitura.
21:34Eu cito aqui porque eu faço muito.
21:35É muito difícil você conseguir baixar uma planilha,
21:38conseguir entender.
21:39Então,
21:39uma falta de transparência.
21:40Não saber onde o seu dinheiro está sendo alocado.
21:42E o segundo ponto,
21:44nesse aspecto das instituições,
21:46é a questão da corrupção endêmica.
21:47Pela questão da falta de transparência nessas instituições,
21:52você tem o direito,
21:53acha que o dinheiro é seu,
21:54consegue ali ir roubando de pouquinho em pouquinho.
21:57E aí ninguém não tem pesos e contrapesos.
22:00Ninguém, de fato, é punido.
22:02Fica difícil.
22:03Fica fácil, né?
22:04Trabalhar assim.
22:05Bom, gente,
22:06a gente está falando muito de dinheiro,
22:08do debate político aqui no estado de São Paulo.
22:10A gente vai ampliar,
22:11continuar falando de dinheiro
22:12e de debate político na esfera nacional.
22:15Porque o presidente da Câmara dos Deputados,
22:17Hugo Mota,
22:18e Davi Alcolumbre,
22:19o presidente do Senado,
22:20deram um prazo de 10 dias
22:22para que o ministro da Fazenda,
22:23Fernando Haddad,
22:24revogue as medidas de aumento do IOF.
22:27Se nada for feito,
22:28até o dia 9 de junho,
22:29o Congresso vai colocar em votação
22:31um projeto de decreto legislativo
22:34que anula a medida da equipe econômica.
22:38André,
22:39assunto para começar com você,
22:40eu acho, né?
22:41O Lee, é economista.
22:43O Hugo Mota,
22:44o presidente da Câmara
22:45e outros congressistas
22:47têm falado muito
22:48que é preciso reduzir benefícios fiscais,
22:51que é isso que eles acreditam
22:52para esse momento
22:52como uma política mais adequada.
22:54O que seria necessário?
22:55Realmente tem que ser revista
22:57essa medida do IOF?
22:58Então, que eles votem.
22:59Esse que é o negócio.
23:00O Congresso, o Hugo Mota e o Alcolumbre
23:02estão fazendo um jogo muito curioso, né?
23:05Porque o ministro apresentou isso.
23:07Tudo bem,
23:07não quero dizer que tem que aumentar o IOF,
23:09até acho que não é a solução melhor, né?
23:12Mas que apresentem, né?
23:13Porque a gente fica num jogo agora no Brasil
23:15que é um deixa que eu deixo gigantesco.
23:18Por que eu estou colocando dessa forma
23:19uma questão talvez mais vulgar?
23:21Só queria só retomar o negócio.
23:23O Túlio colocou um negócio interessante
23:24a respeito de uma dimensão do NSS
23:26que transbordou nisso.
23:28E, de fato, tem essa característica
23:29quando eu estava falando antes
23:30a respeito até de carteirinha.
23:32Como assim?
23:32Alguém está me representando?
23:34Não tenho clareza a respeito disso,
23:36etc e tal, né?
23:38A Maria também colocou a questão justamente
23:40da falta de transparência.
23:41Mas a gente tem que lembrar que é o seguinte, né?
23:43Os processos associativos,
23:45às vezes, eles são, em alguma medida,
23:47compulsórios, outros não, né?
23:48Porque do jeito que a gente fala,
23:49parece que a gente vai ter alguma
23:50prerrogativa de querer ou não pagar impostos.
23:53No Brasil, daqui a pouco,
23:54a gente pode entrar nessa discussão também
23:55se for o caso.
23:56Agora, dado que não é o caso esse,
23:59eu quero deixar muito claro que é o seguinte,
24:01essa questão do IOF é muito grave.
24:02Se derrubarem isso,
24:03eu acho que o ministro da Fazenda
24:05está mais do que por um fio.
24:07Porque o que a gente tem como medidas
24:09do que o Ladade pode fazer
24:11são as medidas que ele entende
24:12como compensatórias a respeito
24:14de uma equalização dos impostos.
24:17Essa é a ideia.
24:17Você pode concordar ou não,
24:18mas é isso que ele está fazendo.
24:19Como o Congresso não vota nada,
24:21por isso que eu fui muito taxativo assim,
24:22então votem alguma coisa, né?
24:24Como eles não aprovam nada,
24:26não falam nada,
24:27não estão trabalhando com nada,
24:29e, de vez em passagem,
24:30está um negócio de viajar
24:31no Congresso Nacional
24:32que já passou do razoável,
24:34na minha opinião,
24:35fica para o ministro da Fazenda
24:36a situação de ter que tirar
24:39do cartola toda hora.
24:40Então, dito isso,
24:41eu tenho uma preocupação muito grande
24:43a respeito da...
24:44não solvência do Brasil,
24:46porque o Brasil não está nessa situação.
24:49Só quero colocar esse assunto
24:50só um pouco mais claro aqui, Beatriz,
24:52porque é o seguinte,
24:53porque dependendo do como a gente fala
24:54sobre o IOF,
24:55a impressão é que o Brasil acabou.
24:57Isso daí pode fazer muita gente
24:58querer comprar dólar.
24:59E aí a pessoa vai comprar dólar,
25:00vai quebrar a cara,
25:00porque não tem nada a ver com isso,
25:01no limite.
25:02Então, vamos tomar algum cuidado,
25:04mas essa questão do IOF
25:05pode acabar...
25:06Eu acho que o Lula,
25:07já disse aqui em outras oportunidades,
25:09aqui na tela de Avaipan,
25:10eu acho que o Lula não ganha eleição
25:11em 2026.
25:12Mas o jeito que ele está construindo,
25:14ele está construindo um cenário
25:14muito pior do que necessário,
25:16que vai gerar uma dor
25:17muito maior do que é
25:18para a gente mesmo,
25:19como aconteceu no final do ano passado,
25:20que o dólar disparou
25:21por motivos completamente internos.
25:23Eu acho uma tragédia
25:23o que a gente está vivendo.
25:24Eu posso apenas tocar
25:25numa reflexão
25:26que o André mencionou,
25:28a questão dos impostos,
25:29no Brasil.
25:30Uma reflexão aqui
25:31que eu trago para a mesa,
25:32depois a gente pode falar
25:33mais sobre o IOF.
25:35Agora, cidadãos do país,
25:39agora, você trabalhou até agora
25:40para pagar os impostos.
25:42Então, assim,
25:43a nossa carga tributária,
25:44ela é carga tributária
25:45equivalente a países nórdicos,
25:47que são países justamente reconhecidos
25:49pela questão de uma alta carga tributária,
25:52mas um alto retorno
25:53de serviços públicos
25:55nesses países.
25:57Eu lembro,
25:57enquanto eu fazia mestrado lá fora,
25:59que as minhas amigas,
26:00duas norueguesas,
26:02tinha duas grandes amigas norueguesas,
26:03e elas falavam,
26:04você quer saber?
26:05A gente paga imposto feliz aqui.
26:08A taxa é 30%,
26:09eu não lembro algo assim,
26:10mas a gente paga feliz
26:11porque a gente sabe
26:11que a gente tem retorno.
26:12É só isso que eu queria trazer.
26:13E agora eu vou pegar também
26:14a colmaria para entrar no debate.
26:16quando você pega a carga tributária
26:20do Brasil,
26:20sem dúvida,
26:20muito elevada,
26:21especialmente porque é muito regressiva.
26:23Mas se você pega o pagamento
26:24de imposto,
26:25de imposto não,
26:25de pagamento de juros
26:26nos últimos 12 meses,
26:27deu 890 bilhões de reais.
26:29Isso quer dizer que,
26:30em termos líquidos,
26:30muita gente não paga imposto.
26:32Então,
26:32como vamos começar a debater,
26:35em termos líquidos mesmo,
26:36as coisas,
26:36quem paga e quem não está pagando,
26:37porque quem está pagando,
26:38no fundo,
26:39é a parte mais pobre
26:41da população.
26:41em qualquer debate
26:42com respeito de mexer
26:43na tabela do IR,
26:45vai virar uma discussão gigantesca.
26:46Isso tudo para dizer
26:47que o EFE entra nesse jogo também
26:49a respeito disso.
26:50Mas isso aí a gente vai precisar
26:51discutir como,
26:53vamos dizer assim,
26:53com um pouco menos de subjetividade.
26:57Vai ter que trazer os números.
26:58Entre eles, por exemplo,
26:59a carga líquida
27:00que as parcelas
27:01da sociedade pagam.
27:02Túlio.
27:03Olha,
27:04essa questão é o puro suco
27:06da política brasileira.
27:07Eu uso essa expressão
27:08porque ela...
27:08me faz lembrar até,
27:12me permita citar aqui,
27:13Otto von Bismarck,
27:14que foi o chanceler de ferro
27:16do parlamentarismo alemão,
27:18que deu um nó
27:18em todos os reis
27:19dos reinados germânicos
27:21e conseguiu constituir
27:23o que a gente conhece hoje
27:24como Alemanha
27:24em torno das políticas
27:27que ele avançou.
27:28Políticas no sentido
27:29de relação político-institucional.
27:32E ele tinha uma frase
27:33que ilustra bem,
27:34dizendo o seguinte,
27:35a política é a arte do possível.
27:37Me parece que o governo federal
27:39entrou num labirinto
27:40sem saída,
27:41porque ele está querendo
27:42fazer o impossível
27:43nessa relação
27:44com o Congresso Nacional.
27:45Vamos explicar
27:46o que está acontecendo.
27:47Olha só,
27:48o governo tem um déficit
27:49de 90 bilhões de reais.
27:5190 bilhões de reais.
27:53Então ele precisa
27:54corrigir para ontem
27:55esse déficit.
27:56Ele tem dois caminhos
27:57para corrigir esse déficit.
27:58Ou ele reduz despesa,
28:00está lá na lei
28:01de responsabilidade fiscal,
28:03quem conhece um pouco
28:03de orçamento público
28:04sabe que tem duas medidas básicas.
28:06Ou você reduz despesa
28:07ou você aumenta imposto.
28:09Então, o que o governo escolheu?
28:12Escolheu aumentar imposto.
28:14O Lula já falou
28:14que vai dobrar a aposta,
28:16que não está preocupado
28:17com o gasto público,
28:18ele não tem tempo
28:19de fazer redução de despesa
28:21e com isso
28:22fazer a economia
28:23girar de forma sustentável
28:24e a popularidade dele crescer.
28:26Então ele só tem uma saída,
28:28que é popularidade,
28:29que é liberar crédito,
28:31ou seja,
28:31ele não vai reduzir gasto público,
28:32ele vai aumentar o gasto público.
28:34Com isso, ele está
28:35numa sinuca de bica,
28:36ele só pode aumentar imposto.
28:38Então olha a proposta dele,
28:3990 bilhões de déficit.
28:4130 bilhões ele vai reduzir despesa,
28:44um terço só,
28:45ele deveria reduzir 90 bilhões,
28:46ele nem ia conseguir
28:48reduzir os 90 bilhões.
28:4930 bilhões ele reduz
28:50e 20 bilhões ele aumenta de OF.
28:53Mesmo assim,
28:54sobra um déficit ainda
28:56de 50 bilhões.
28:57Então,
28:58evidente que a hora
28:59que esse projeto
29:00chega no Congresso,
29:01os parlamentares
29:02que estão preocupados
29:03com a popularidade deles,
29:05o Centrão já está ali
29:06numa articulação
29:08de uma terceira via
29:10de uma candidatura
29:11centro-direita,
29:12eles não vão aderir
29:13a uma proposta
29:13que dá um prejuízo
29:15de popularidade para eles.
29:17Diferente da isenção
29:18do imposto de renda,
29:19que já é algo mais palatável.
29:20Então é um labirinto
29:21sem saída,
29:22é a arte do possível.
29:23O governo manda
29:24um pacote desse,
29:25o governo com uma popularidade fraca,
29:27dificilmente vai passar
29:29na Câmara.
29:30E por essa razão,
29:32Bia,
29:32é um labirinto
29:33sem saída realmente.
29:34E espero que o Brasil
29:35possa sair desse labirinto.
29:38O problema não é
29:38o governo federal,
29:39o problema é o Brasil,
29:40é a consequência econômica.
29:41Eu tenho uma sugestão,
29:43humilde,
29:44singela e simples.
29:45Os 50 bilhões
29:46que estão faltando,
29:47tira as emendas parlamentares.
29:49Aí,
29:49perfeito.
29:50Então deixa eu te falar.
29:51Do ponto de vista
29:52econômico, ok,
29:54mas do ponto de vista
29:55político...
29:56Mas isso que é o problema,
29:57Tule,
29:57que está armado,
29:58porque se tem uma situação
29:59onde efetivamente
30:00eles vão querer aumentar
30:00a arrecadação,
30:01que nem você falou,
30:02tem que cortar gastos.
30:03Os deputados vão cortar gastos
30:04na vez para o litoral?
30:05Resposta, não.
30:06Se isso é verdade,
30:07tem uma situação
30:07onde o déficit vai se impor.
30:08Como você,
30:09ministro,
30:09resolve isso?
30:10Ou você contigencia,
30:11porque você não pode cortar
30:11para valer,
30:12ou você vai recompor
30:14o que ele acredita
30:15que seria uma espécie
30:15de justiça tributária.
30:16Ele vai conseguir fazer isso?
30:17Não.
30:18Se ele não fizer isso,
30:19o que vai acontecer
30:19com a perspectiva fiscal?
30:20Vai piorar.
30:21Se piorar a perspectiva fiscal,
30:22o que acontece
30:23com a dinâmica do dólar?
30:24Porque eu sou economista,
30:25não estou aqui
30:25para falar de política.
30:26O que vai acontecer
30:27com o dólar?
30:27Política e economia.
30:28Política e economia
30:28estão adorados.
30:29É verdade o que é isso,
30:31tem um debate de fundo,
30:32que é um debate
30:33de ordem política
30:33que é inescapável.
30:35É um político
30:36com P minúsculo,
30:37um P rasteiro,
30:38não P.
30:39Vamos discutir o Estado.
30:40Porque alguém pode discutir,
30:41não,
30:41um país que não é o Brasil
30:42tem que arrecadar
30:43mais imposto,
30:43porque, sei lá,
30:44tem que fazer um debate.
30:45Ou não,
30:46tem que tirar todos os impostos,
30:47porque tem que melhorar
30:48a iniciativa privada.
30:49É outro debate.
30:50Mas do jeito que está,
30:51a gente não tem debate.
30:52Pois é,
30:52é um labirinto sem saída.
30:53Posso fazer uma colocação?
30:54Pode.
30:55Luciana,
30:55inclusive,
30:55queria a sua observação
30:57e te perguntar.
30:58Tem ministro
30:59já tentando articular
31:00com deputados,
31:02com senadores,
31:03para eles tirarem
31:04o pé disso,
31:05mas o governo
31:05está enfraquecido
31:06nessa situação.
31:07Não tem chance
31:07de eles conseguirem isso?
31:08Eu concordo com o André
31:09quando ele fala
31:10que dificilmente
31:11o presidente Lula
31:12será reeleito.
31:14Se nós olharmos
31:15a federação
31:15que existiu
31:16nas últimas eleições
31:17entre PT e PSOL,
31:19representou um certo fracasso.
31:21Nós tivemos
31:21anteriormente
31:23no governo Lula
31:24o ministro mercadante
31:25com o ministro da Economia
31:26foi um ministro
31:27muito mais atuante
31:29do que o atual ministro Haddad.
31:31Na minha humilde opinião,
31:33eu não sou economista,
31:34eu sou advogada,
31:35especialista em compliance.
31:36Eu entendo que
31:37o ministro Haddad
31:39pode até chegar
31:40ao final do governo,
31:41mas ele tem tudo
31:41para cair,
31:42porque tem três pontos
31:43que eu acho
31:44que é importante.
31:45O aumento do EF
31:46não tem uma justificativa
31:47para mexer nos fundamentos,
31:49não foi mexer nos fundamentos
31:50da economia.
31:51Outro ponto,
31:52aumentar significa o quê?
31:53Elevar os custos operacionais.
31:55E terceiro,
31:56é mais uma barreira
31:57para o crédito,
31:58especialmente
31:58para as pequenas
32:00e médias empresas
32:01que já enfrentam
32:02grandes desafios.
32:04Então,
32:04essa articulação política
32:05existe
32:06e eu li
32:07em uma das matérias
32:08que eu andei pesquisando
32:09que me parece
32:10que se não for aprovado
32:12o aumento do IOF
32:13vai ter que se reduzir
32:14os custos de ontem.
32:15Não são dos deputados
32:16e sim dos ministérios.
32:18E isto já mostra
32:20o enfraquecimento
32:21do nosso atual governo.
32:23Será que nós temos
32:24um governo
32:24que realmente está preocupado
32:26com o crescimento do país,
32:28com o desenvolvimento?
32:29Porque se o pequeno empresário
32:30hoje já não consegue
32:31pagar impostos
32:32por isso
32:33da baixa da arrecadação,
32:35ele vai conseguir
32:36arcar com os custos do IOF,
32:38principalmente quando depende
32:39de produtos importados,
32:40é o questionamento
32:41que eu faço.
32:42Diga, André.
32:42Só para falar
32:43sobre o crescimento,
32:44a gente está com a taxa
32:44de desemprego
32:45no menor patamar.
32:46A questão é essa.
32:47A questão que eu acho
32:47que tem a ver
32:48com a questão dos empresários
32:49é que o nível de alavancagem,
32:51ou seja,
32:51devidamente,
32:52de família de empresas
32:52chegou num patamar
32:53tão elevado
32:53que isso está matando
32:54por dentro das empresas.
32:55Então,
32:56a persistência
32:56de uma taxa de juros
32:57nesse patamar
32:58está implodindo
32:59o orçamento
33:00das famílias e empresas.
33:01A popularidade do Lula
33:01caiu não é porque
33:02o rendimento não subiu
33:04nem porque o desemprego caiu,
33:05mas porque a receita disponível,
33:07a renda disponível
33:07das pessoas
33:08caiu fortemente
33:09porque elas estão
33:09altamente dividadas.
33:11Então,
33:11como você resolve isso?
33:12Resposta não resolve.
33:13E a resposta para isso
33:14necessariamente vai ser
33:15o presidente Lula
33:15não vai se eleger.
33:17O ano passado,
33:17por exemplo,
33:18a gente teve uma situação
33:19de desemprego
33:19que estava baixo,
33:20mas salarial
33:20no patamar recorde.
33:21O PT ganhou alguma coisa
33:22relevante
33:23do ponto de vista
33:23de capital?
33:24Resposta não.
33:26Então,
33:26esse jogo
33:26que está posto
33:28é dessa impossibilidade.
33:30É um jogo
33:30que ele já perdeu.
33:32É um checkmate anunciado.
33:33Mas esse que é o negócio.
33:34E aí isso gera coisas,
33:35por exemplo,
33:37vou pegar um assunto
33:38off the topic
33:39que está aqui,
33:40só para colocar isso aqui também.
33:42Teve aí a questão
33:43do meio ambiente
33:44que agora vai ser
33:45autodeclaratório.
33:46Licenciamento, né?
33:48Autodeclaratório.
33:48É isso, né?
33:49O licenciamento ambiental
33:50é facilitar.
33:50Autodeclaratório.
33:51Que a ideia é o seguinte,
33:51a pessoa que vai explorar
33:52vai fazer assim,
33:53acabou.
33:55Acabou o negócio.
33:57A pessoa que vai
33:58efetivamente ocupar
33:59aquele negócio
33:59vai se autodeclarar
34:00aquele negócio.
34:00Mas isso dá para dizer assim,
34:01nem sei que de repente
34:03tem casos,
34:03até faz sentido isso.
34:05Mas do ponto de vista
34:05da articulação da força
34:06do próprio governo,
34:07francamente.
34:08Mas olha,
34:08só para arrematar,
34:11mas como eu estava falando
34:13a política arte do possível,
34:14o que poderia fazer
34:15o governo
34:16se tivesse realmente
34:17um pouco de força
34:18nesse momento,
34:20mas ele deveria tentar.
34:21Uma sugestão.
34:22Nós estamos falando
34:23que ele já conseguiu
34:24reduzir 30 bilhões.
34:26Então ele tem
34:2720 bilhões aí de meta
34:28para aumentar do IOF.
34:29por que ele não senta
34:30com o Congresso Nacional
34:32e negocia o seguinte,
34:32olha,
34:33eu vou reduzir
34:34mais 10 bilhões,
34:35de repente eu vendo
34:36algumas estatais
34:37que são deficitárias,
34:38eu corto um ou outro,
34:40uma partezinha na carne
34:43e você também,
34:44Congresso,
34:45corta mais uma parte.
34:45De 50 bilhões,
34:46corta para 40 as emendas.
34:48Então,
34:49se houvesse uma possibilidade,
34:51dentro da arte do possível,
34:53de uma aliança
34:54em torno
34:55de um equilíbrio fiscal
34:56que envolvesse
34:57o Congresso Nacional
34:58e o Executivo,
35:00seria possível
35:01fazer algo
35:02que não levasse
35:04a essa sinuca de bico
35:04que o governo está hoje.
35:06Mas para isso
35:06precisa de articulação.
35:08Gleisi e Congresso
35:09precisam se entender bem.
35:11Maria,
35:12como é que sai o Haddad?
35:13A Luciana tocou num ponto,
35:14ela falou,
35:15não sei se ele aguenta
35:16até o fim do mandato.
35:17O que você acha?
35:18Eu acho que é uma pena,
35:20assim,
35:20diante de todo esse cenário caótico
35:22que a gente vê
35:23dentro do governo federal,
35:24o Haddad e a Simone Tebet
35:25pareciam ser,
35:26assim,
35:26os pequenos raios
35:28de luz
35:29nesse sentido
35:30de tentar
35:31arrumar a casa,
35:33sabe?
35:33Porque de fato
35:34os dois ali,
35:34o Haddad parece
35:35que está tentando
35:36de fato arrumar a casa,
35:38mas ele rima
35:39ali contra a maré
35:40onde a maioria
35:41não está preocupada
35:42em arrumar a casa.
35:44Então,
35:45até reza a lenda,
35:46né?
35:47Eu vi de muitos
35:48veículos de comunicação
35:49que informaram
35:50que pareceu
35:51que o Haddad
35:51foi pego até,
35:52inclusive,
35:52de surpresa
35:53com esse enunciado
35:55do IOF.
35:56Então,
35:56nem havia sido discutido
35:57propriamente com o ministro
35:58em relação a isso.
36:00Então,
36:00é complicado
36:01porque ele é um ministro
36:02que está extremamente fraco
36:04num momento
36:05que o Brasil
36:06está passando
36:07por uma situação
36:08de aumento
36:09de preços,
36:11um processo
36:12de pré-eleição
36:14onde a gente sabe
36:15que governos
36:16de esquerda
36:17geralmente
36:17são mais gastões
36:18e são criativos.
36:20É normal,
36:20né?
36:21Para tentar
36:21buscar a reeleição.
36:22Então,
36:22vai vir muito benefício
36:24que vai ainda mais
36:26encharcar o Estado
36:27e trazer mais dívidas
36:31e débitos
36:31e déficit
36:33para o Estado
36:34e vai ficar complicado.
36:37E nós temos ministros
36:38do Lula,
36:39não digo Haddad,
36:40que não querem estar
36:41nesse governo
36:41e que já declararam apoio
36:43a outros possíveis candidatos
36:45mais à direita.
36:46Então,
36:47está complicada a coisa ali.
36:48Túlio,
36:49um minutinho
36:49antes do intervalo.
36:51Qual é o peso
36:51de um decreto
36:52como esse,
36:53do Congresso,
36:55retirando uma decisão
36:56que pode acontecer
36:57do presidente?
36:59Isso aconteceu regularmente
37:01na história
37:02ou é um fato forte?
37:04Beatriz,
37:04sua pergunta
37:05é muito pertinente
37:06porque ainda tem
37:06uma carta a ser jogada
37:08nesse poker aí,
37:10que é o seguinte,
37:11que é a judicialização
37:12dessa matéria.
37:14Porque, de fato,
37:15compete ao governo
37:16federal e não ao Congresso
37:18a elevação do IOF.
37:20Então,
37:21evidente que o governo
37:22politicamente quer que
37:24essa medida venha
37:25do Congresso
37:26porque o isenta
37:27de responsabilidade
37:29sozinha na questão.
37:30Mas se o Congresso,
37:31e eu acredito que vai
37:33nessa linha,
37:34pela fala do Hugo Mota
37:35hoje,
37:36vai na linha
37:37de barrar
37:38esse aumento do IOF,
37:40pode ser que o governo
37:42procure o Supremo Tribunal
37:44Federal
37:44para judicializar
37:45essa matéria
37:46porque, de fato,
37:47a competência
37:48é do governo federal.
37:51E um último detalhe
37:52que é interessante também
37:53é a fala do Randolph
37:54de hoje.
37:55Randolph diz o seguinte,
37:56que se o Congresso
37:58não aprovar a medida,
37:59olha só o que ele falou,
38:00se não aprovar a medida,
38:01o governo vai entrar
38:02em colapso
38:03e pode ser
38:04que o governo
38:05barre as emendas,
38:06sem acordo.
38:07Em vez de ir lá
38:08e fazer acordo,
38:08pode ser que barre as emendas.
38:09Se fizer isso também
38:11na marra,
38:12é o começo
38:13da derrocada
38:14na política
38:16relacional
38:17com o Congresso Nacional.
38:18E agora a gente parte
38:19para o cenário internacional.
38:21O presidente
38:21dos Estados Unidos,
38:23Donald Trump,
38:24afirmou que o presidente
38:25russo,
38:25Vladimir Putin,
38:26está brincando
38:27com fogo
38:28em relação
38:28à guerra na Ucrânia.
38:30Horas depois
38:30da afirmação
38:31do americano,
38:32o principal responsável
38:34pela segurança
38:34do Kremlin
38:35reagiu
38:36e mencionou
38:37que a pior coisa
38:38que pode acontecer
38:39é uma terceira
38:40guerra mundial.
38:42A troca de ameaças
38:43ocorreu logo depois
38:44de a Rússia lançar
38:45os maiores ataques aéreos
38:47desde o início
38:49da guerra.
38:50Eu vou começar
38:51essa rodada
38:51com a Maria,
38:52que estava até já
38:53antecipando aqui
38:54nos bastidores
38:55que queria falar
38:55sobre o assunto.
38:56Não é, Maria?
38:57Gente,
38:57por incrível que pareça,
38:59o Trump,
39:00ele é um pacifista.
39:02Eu fiquei sabendo
39:03isso recentemente
39:04num podcast
39:05norte-americano.
39:07O Trump,
39:07ele pessoalmente,
39:08ele tem duas coisas,
39:09duas curiosidades
39:10sobre o Trump.
39:10Ele é germofóbico,
39:11tá?
39:12Ponto.
39:12E aí,
39:13isso é uma pauta
39:13para outro dia.
39:14Mas ele é pacifista.
39:15Ele tem pavor
39:16à questão de sangue,
39:18mortes nas costas dele,
39:20morte de civis,
39:22sobretudo.
39:23Ele, inclusive,
39:24foi responsável
39:25por parar
39:26um possível bombardeio
39:28no primeiro mandato,
39:29porque ele sabia
39:30que civis vão morrer
39:31pode parar na hora.
39:32O míssil estava
39:33para ser lançado
39:34ali no Iêmen
39:35e ele pediu
39:35para parar.
39:36Então,
39:36o Trump tem
39:37essa característica,
39:38ele não gosta
39:39de guerras.
39:39Inclusive,
39:39durante o seu governo
39:40Trump,
39:41um foi o governo
39:42que menos,
39:42os Estados Unidos
39:43menos se envolveu
39:44em conflitos.
39:46Mas,
39:46voltando aqui
39:47para a questão
39:47da Ucrânia,
39:49eu costumo sempre dizer
39:50que essa guerra,
39:51ela vai longe.
39:52Enquanto isso,
39:54todo mundo batendo cabeça
39:55e o Vladimir Putin
39:56está ali conseguindo
39:57o que ele quer.
39:59Ele já tem 20%
39:59do território ucraniano,
40:01ele vai conseguir
40:02no tempo aí
40:03e aí ele vai
40:04traçando mais estratégias.
40:07Nesse final de semana
40:07passado,
40:09a Rússia fez
40:10o pior ataque
40:12ao solo ucraniano
40:13com drones
40:13e a gente espera
40:15muito pior
40:15porque nada acontece,
40:17as pessoas parecem
40:17que estão assistindo
40:18de braços cruzados.
40:19O Trump fala
40:20isso tudo,
40:21de fato,
40:21mas o que de fato
40:22os Estados Unidos
40:23estão fazendo
40:24para minar
40:25esse conflito?
40:27Essa semana,
40:28a Alemanha
40:29e outros países
40:30da União Europeia
40:31que distribuem
40:32armamento para a Ucrânia
40:33já autorizaram
40:34a Ucrânia
40:35a terem armamentos
40:37de longo alcance,
40:38conseguir ali
40:40mirar na Rússia.
40:43Então,
40:44é complicado
40:45porque a gente vê
40:46essa guerra se arrastar,
40:47arrastar, arrastar,
40:48fica papo ali,
40:49papo aqui
40:49e o Vladimir Putin
40:51dando risada de todos
40:52e conseguindo tempo
40:53para ganhar espaço,
40:55território e força
40:56porque na sua visão
40:59a Ucrânia
40:59nada mais é
41:00que um território russo,
41:01sempre foi.
41:02Então,
41:03a meu ver,
41:03vai longe isso daí,
41:05gente,
41:05infelizmente.
41:06Inclusive,
41:07o Trump,
41:07logo que assumiu,
41:08disse que acabaria
41:09com essa guerra
41:09em 24 horas,
41:10né, Luciana?
41:11Mas não deu certo
41:12até agora.
41:13Não deu certo.
41:14Não deu certo.
41:15E o fim do namoro
41:16que foi tão rápido
41:17porque eles começaram
41:19uma relação ali
41:20logo no começo
41:21do governo Trump
41:22tão amorosa
41:23e de repente
41:24o Trump vem
41:25no último final de semana
41:26ele solta
41:26a seguinte frase
41:27sempre tive
41:28muito boa relação
41:29com Vladimir Putin
41:30da Rússia,
41:31mas algo aconteceu
41:31com ele,
41:32se tornou completamente
41:33louco.
41:34É,
41:34Trump é louco,
41:35o Putin é louco,
41:37né?
41:37O que aconteceu?
41:38E aí,
41:38o que ela colocou
41:40muito bem a Maria,
41:42a Alemanha
41:42já autorizou
41:43os mísseis
41:45que ela forneceu
41:46para a Ucrânia.
41:47A Ucrânia
41:48vive um período
41:49de guerra extenso,
41:50nós vimos um ministro
41:51hoje,
41:52mas no final de semana,
41:53nessa semana,
41:54falando a respeito
41:55de crianças
41:56que foram mortas.
41:57Até quando
41:58vai continuar
41:58essa carnificida?
42:00Ao invés de melhorar
42:01a situação
42:02numa questão diplomática,
42:04somente está piorando.
42:05E aí,
42:06direitos humanos
42:07estão sendo lesados
42:08e falar
42:10no risco
42:10de uma terceira guerra
42:11nos dias atuais,
42:13para mim,
42:13é o fim dos tempos.
42:15André,
42:15o risco de uma terceira guerra,
42:17uma fala como essa,
42:18movimenta até mesmo
42:18o mercado, né?
42:20Nesse caso,
42:20não.
42:21Na verdade,
42:21o que a gente está tendo
42:22muito mais
42:22a questão das tarifas,
42:23né?
42:24Porque a guerra
42:25tem um efeito paradoxal
42:26que pode até alimentar
42:27a economia
42:28no final do dia,
42:29né?
42:29Não teve falar desse jeito,
42:32mas é isso.
42:33Agora,
42:33a respeito das intenções
42:34do Trump,
42:35bem,
42:35eu não sou especialista
42:36em Trump,
42:37no sentido mais forte
42:38da palavra,
42:39mas me parece que é muito
42:40esse jogo o tempo todo,
42:41né?
42:41Ele foi lá,
42:42sobretaxou a Europa
42:4250%,
42:43depois fala mal
42:44do Putin.
42:45Aí ele vai lá,
42:46fala que é contra a guerra
42:48e faz uma vista grossa
42:49danada por uma série
42:50de coisas que ele está
42:51efetivamente apoiando.
42:52Então,
42:52isso tudo aí
42:53é a estratégia dele.
42:54Eu não vou nem entrar no...
42:55Às vezes,
42:56a impressão que eu tenho
42:56é que a gente está
42:57num episódio de South Park,
42:59que é um desenho animado
43:00em Lupin,
43:00porque não faz sentido
43:01o que ele fala.
43:02Não faz simplesmente sentido.
43:04Pode ser uma estratégia dele
43:05para conseguir alguma coisa?
43:06Pode,
43:06mas no limite
43:08é uma outra questão.
43:09O que me preocupa,
43:10e aí sim,
43:10pode dar uma terceira guerra mundial
43:12mais do que essa questão
43:12da Europa,
43:13porque como foi colocado
43:14aqui,
43:15pela Luciana
43:17e pela Maria,
43:19até ele fala
43:19que o Trump
43:20ficou louco,
43:21o Trump,
43:21não,
43:22desculpa,
43:22o Putin ficou louco,
43:23mas o motivo
43:24para a Europa
43:25dar arma de longa distância
43:27para os europeus,
43:28o limite é isso,
43:29já que ele ficou louco
43:30e já que os europeus
43:31sabem que ele é louco
43:32há muito tempo,
43:33é isso.
43:34Agora,
43:35colocado de outra forma,
43:36o que é o problema central
43:37que vai bater
43:38lateralmente
43:39nessa discussão
43:40é que os Estados Unidos
43:41e a China
43:42estão numa rota de colisão
43:42que é inescapável.
43:44E isso daí
43:44eu não sei como vai resolver.
43:46Agora a questão,
43:46aí o que acontece,
43:47geralmente você tem
43:47uma tensão bipolar
43:49desse jeito,
43:50você começa a ter guerras
43:51por próxis,
43:52aí é a questão da Ucrânia,
43:54que nem foi o Vietnã,
43:55que nem foi a Coreia,
43:56agora é a Ucrânia,
43:57agora vai essas outras guerras aí.
44:00E sim,
44:00a gente pode ter
44:01uma terceira guerra mundial,
44:02sim,
44:02eu acho que não é longe disso,
44:04mas até a segunda ordem,
44:05a boa notícia
44:06para a gente no Brasil
44:07é que a gente está longe,
44:08né?
44:08Essa que é a boa notícia
44:09a nossa.
44:09Era esse o ponto
44:10que ia tocar,
44:11o Brasil historicamente
44:12se coloca como neutro
44:13e aí, Túlio,
44:15mas a Rússia
44:16tem visto o Brasil
44:17como meio ali
44:18um pouco aliado,
44:20inclusive,
44:21o chanceler da Rússia,
44:22o Sergei Lavrov,
44:23cobrou mais apoio
44:25do Brasil
44:25no contexto
44:26das negociações
44:28para encerrar.
44:29Então,
44:30a Rússia está vendo
44:30o Brasil mais próximo,
44:32mesmo o Brasil tentando
44:33esse território neutro,
44:33qual que é o papel
44:34do Brasil nisso?
44:35Sim,
44:36a Rússia vê sim
44:37o Brasil mais próximo
44:38por uma afinidade
44:39política e ideológica
44:40do governo brasileiro
44:41com o Vladimir Putin.
44:43Recentemente,
44:44o Lula esteve lá,
44:45inclusive,
44:46na comemoração
44:47do ato mais importante
44:48lá para o governo
44:49da Rússia,
44:50que é a vitória,
44:51o dia da vitória
44:51sobre o império,
44:53sobre o exército nazista,
44:54né?
44:55Mas veja,
44:56Beatriz,
44:56eu olho essa questão
44:58com muita preocupação.
45:00Discutir o Trump
45:01é interessante
45:02porque o Trump
45:03não é um grande estadista,
45:05nem é um grande cientista
45:06político,
45:06nem é um geopolítico.
45:08O Trump,
45:09quem quiser entender
45:09um pouco mais dele,
45:11leia aquele livro
45:12A Arte da Negociação,
45:13que é um livro
45:14escrito por ele,
45:15em que ele mostra
45:16as táticas que ele usou
45:17como empresário
45:18e que ele aplica
45:19na política.
45:20Só que são táticas
45:21que muitas vezes
45:22funcionam na vida empresarial
45:24e não necessariamente
45:25numa questão
45:26de diplomacia internacional
45:27e de geopolítica.
45:28Por exemplo,
45:29esses blefes
45:30que ele faz
45:31ou essas ameaças,
45:32né?
45:32Ele truca forte
45:34em cima dos seus adversários,
45:35ele tem que saber
45:37as consequências disso,
45:38porque ele está
45:38trucando em cima
45:39de um governante,
45:42no caso Vladimir Putin,
45:43que não pensou
45:44duas vezes
45:44em dar as costas
45:46para a ONU
45:47e invadir a Ucrânia
45:48e começar uma guerra
45:48nos tempos atuais,
45:50né?
45:50Então,
45:51não se deve brincar
45:53muitas vezes com fogo.
45:54Então,
45:54de duas,
45:55uma,
45:56ou esse blefe
45:57do Trump
45:57é muito forte
45:58a ponto de amedrontar
46:00o Vladimir Putin
46:01e ele recuar
46:02por causa
46:02do blefe do Trump
46:04e não querer uma guerra,
46:05ou o Putin
46:06pode querer pagar
46:07para ver.
46:07E aí,
46:08realmente,
46:09a situação pode escalar
46:10para um conflito
46:11muito maior.
46:11E outra preocupação
46:12que se soma
46:13a isso
46:14é o fato
46:15do desmantelamento
46:16dos organismos
46:17internacionais
46:18que seriam mediadores
46:19desses conflitos,
46:20né?
46:21Então,
46:21aí não é só pelo Trump.
46:23O Putin tem um desprezo
46:24total por esses organismos
46:25internacionais,
46:27Coreia do Norte,
46:28mas os Estados Unidos
46:29sempre foi
46:31aquele que salvou
46:32no final das contas
46:33porque colocava
46:33todo o empenho,
46:34toda a força
46:35política,
46:36geográfica,
46:38financeira,
46:39nesses organismos
46:40internacionais
46:40e os fortaleciam.
46:42A partir do momento
46:42que os Estados Unidos
46:43saem,
46:44mais ou menos
46:45como nos filmes
46:46da DC
46:47ou nos gibis
46:48da DC,
46:48quando o super-homem,
46:49os vilões veem
46:50que o super-homem
46:51está abatido,
46:52está com a kriptonita,
46:54toca-se o sininho,
46:54o Lex Luthor
46:55toca o sininho
46:56e vem todos os vilões
46:57para a Terra
46:58para querer invadir.
46:59Então,
46:59é mais ou menos
46:59isso que está acontecendo.
47:01O Trump,
47:01ao enfraquecer
47:03os organismos internacionais,
47:04enfraquece a própria
47:06diplomacia americana,
47:07no meu sentido.
47:08Então,
47:08eu vejo com bastante
47:09preocupação,
47:10Beatriz.
47:10Eu estou rezando
47:11ultimamente.
47:12Maria,
47:13uma mudança
47:14da postura do Trump
47:16nesse sentido
47:16com os organismos
47:17internacionais
47:18poderia ajudar
47:19de alguma forma,
47:20mais do que fala
47:20soltas.
47:21eu acho que a gente
47:23vive um momento
47:24de mudança
47:25muito forte,
47:27uma mudança
47:27de paradigma
47:28de poder,
47:29de influência.
47:30Os Estados Unidos
47:31estão com o Trump
47:32se propondo
47:33a ser o que ele nunca foi,
47:35quer dizer,
47:35o que ele foi
47:35há muito tempo atrás,
47:37há mais de 100 anos atrás,
47:38indústrias e tudo mais,
47:40e está abrindo mão
47:41do que ele conquistou
47:42nos últimos 70 anos,
47:44que é justamente
47:45encabeçar
47:46toda essa governança
47:48global
47:48baseada no multilateralismo
47:50com as grandes
47:51organizações internacionais
47:53que justamente
47:53pregavam o diálogo,
47:56a tentativa
47:56de encontrar soluções
47:57em comuns
47:58entre nações.
47:59Então,
48:00ele está jogando
48:01isso fora,
48:02ele está abrindo mão
48:02do soft power dele
48:04com a briga
48:04com as universidades,
48:06que são
48:07as grandes
48:07instituições
48:11de influência
48:12intelectual,
48:13exportadores
48:14de intelectuais.
48:15Entende?
48:16Quem aqui
48:16não tem pessoas
48:18conhecidas,
48:19os alunos
48:20os melhores alunos
48:21vão estudar
48:21nas universidades
48:22dos Estados Unidos.
48:23Então,
48:23está havendo
48:24essa mudança
48:25de paradigma.
48:25Os Estados Unidos
48:26estão abrindo mão
48:27do que ele conquistou
48:28nos últimos 70 anos
48:29para reivindicar
48:30uma proposta
48:31de campanha,
48:32uma questão
48:33que está aí,
48:34foi proposta
48:36pelo
48:36Make America Great Again,
48:38vamos fazer a América
48:39Grande de novo,
48:40que é o Trump,
48:40que governa
48:41para o seu eleitorado.
48:43E ele tem que entender
48:43que ele é presidente
48:44de uma nação.
48:46Eu acho que agora
48:47é tarde demais,
48:47o Trump
48:49não vai retomar
48:50essa soberania
48:52com essas organizações
48:54internacionais.
48:55Essas próprias organizações
48:56perderam muita credibilidade
48:58porque, de fato,
48:59não conseguiram efetivamente
49:00traçar soluções.
49:02A gente sabe
49:03as missões de paz
49:04da ONU
49:04acabavam tendo fiascos.
49:06Quem aqui não acompanhou
49:07a guerra da Bósnia?
49:09Eles iam lá
49:09e no dia seguinte
49:10havia bombardeio,
49:12vários casos
49:12de violência sexual
49:13dos próprios soldados
49:16de paz.
49:17Então, assim,
49:18essas organizações,
49:18elas, de fato,
49:19estão em descrença.
49:21A meu ver,
49:21tem que haver
49:22uma reformulação
49:23dos países
49:24e entender
49:25como é que eles
49:25podem se reorganizar,
49:27porque essas organizações
49:28já estão descredibilizadas.
49:29E lembrando aqui,
49:31o Conselho de Segurança
49:32da ONU,
49:32que é o principal órgão
49:33que toma decisões
49:34sobre vetos,
49:35não vetos,
49:36vai invadir,
49:37não vai invadir,
49:38sanções,
49:38não sanções,
49:39ele é
49:40composto por países
49:43que estão praticamente
49:44em conflito,
49:45que é a Rússia,
49:46a China,
49:47os Estados Unidos.
49:49Como é que vai chegar
49:49a um consenso assim?
49:50Complicado.
49:51André,
49:51queria falar?
49:53Não,
49:53a respeito do...
49:55O doutor,
49:55eu trouxe aqui
49:56com muita precisão
49:57a ideia de que o Trump
49:58é um negociador,
49:59e realmente não faz sentido
50:01a negociação
50:01que ele faz
50:02no âmbito privado
50:03na questão do âmbito público
50:04e tem um problema
50:05de consistência lógico
50:06que ele está fazendo,
50:07que gera uma aflição danada.
50:09Vamos supor que ele quer
50:09trazer as empresas
50:10de volta para os Estados Unidos,
50:11que essa que é a ideia
50:12desde o início,
50:13né?
50:13Então,
50:13se você é empresário,
50:14você tem que acreditar
50:15que aquela tarifa
50:16veio para valer,
50:16porque se não veio para valer,
50:17você não vai fazer
50:18uma empresa que vai demorar
50:19três anos para ficar pronta
50:20se você achar
50:21que aquela tarifa cai.
50:22Só que se aquela tarifa
50:23também é simultaneamente
50:24usada para fazer negociação
50:25para justamente conseguir
50:27outras vantagens,
50:28o empresário fica
50:29sem saber o que faz.
50:31Então, assim,
50:31não tem consistência lógica
50:33o que ele está falando.
50:34É tão enlouquecido
50:35o que o Trump está fazendo,
50:37é tão absolutamente
50:37fora de parâmetro,
50:39que a gente tenta,
50:40na verdade,
50:41dar uma roupagem racional
50:42em cima de uma coisa
50:43que propriamente
50:43não tem racionalidade,
50:45aparentemente,
50:45porque o jeito do Trump
50:46é isso, né?
50:47Ele gosta de negociar
50:49sobre esses critérios.
50:51A questão, enfim,
50:54que a Maria colocou aqui
50:54a respeito do soft power,
50:55né?
50:56É impressionante
50:56o que ele está fazendo
50:57com o Harvard, né?
50:58É uma coisa que talvez,
50:59assim,
50:59ele estava discutindo
51:00carteirinha da Uni, né?
51:02O que ele está fazendo
51:04de se capitalizar Harvard
51:05porque tem uma opinião
51:06diferente dele
51:07é gigantesca, né?
51:09E chega a ser um absurdo
51:11porque para os Estados Unidos
51:12é muito bom
51:13que os melhores alunos,
51:14as melhores cabeças
51:15que são formados
51:17em outros países,
51:18os Estados Unidos
51:18não gastou um centavo
51:19com eles,
51:20eles vão para Harvard
51:21e depois eles ajudam
51:22na pesquisa científica
51:23e depois ingressam
51:24no mercado de trabalho
51:25americano.
51:26É bom para os Estados Unidos.
51:28Eu imagino
51:28o Benjamin Franklin agora,
51:31o George Washington,
51:33a Toqueville,
51:34todos os iluministas
51:36que idealizaram
51:37o liberalismo americano,
51:38eles devem estar
51:39se remoendo no caixão
51:40porque a ideia do liberalismo
51:42é exatamente essa,
51:43de você ter essa integração
51:45e você se aproveitar
51:46dessa liberdade.
51:48Mas o Trump não é um liberal.
51:49Então,
51:50aí é que ele é um conservador.
51:51Ele não é um conservador.
51:51Não, não,
51:52nem conservador,
51:52ele é absolutamente
51:53enlouquecido.
51:54Não, tudo bem,
51:55mas a pauta dele,
51:56política.
51:56Não, mas a pauta dele,
51:57política.
51:58O partido republicano,
51:59lá nos Estados Unidos,
52:00você tem essa distinção
52:01entre o partido republicano,
52:02ele é mais conservador
52:03e o partido liberal.
52:05Mas em termos econômicos,
52:06ele não consegue fazer
52:07uma pauta que seja,
52:09tenha pele e cabeça.
52:11O que ele está fazendo
52:11no campo do costume,
52:12vamos falar com as palavras
52:14que tem que ser dita.
52:15É fundamentalismo,
52:16cristão,
52:16na veia,
52:18enlouquecido,
52:18o que ele está fazendo.
52:19Não tem o que,
52:19agora se ele é,
52:21tudo bem,
52:21pode ser para ele.
52:22Agora,
52:22esse jogo todo
52:23está criando uma situação
52:24onde o mundo inteiro
52:25está olhando um dilema,
52:27porque qual que é o dilema?
52:27Só para falar aí,
52:28acabar realmente,
52:29para não estender,
52:30tomar tempo dos colegas aqui.
52:31Existe um problema
52:32nos Estados Unidos e a China.
52:33Qual o problema
52:33dos Estados Unidos e a China?
52:35A China exporta muito
52:36para os Estados Unidos,
52:36ela tem superávit.
52:37O que deveria acontecer
52:38com a moeda da China?
52:39Se apreciar
52:40porque está tendo
52:41muito superávit comercial.
52:42A China não deixa.
52:43Isso gerou um empate técnico
52:45entre os dois,
52:46que o Trump está tentando
52:46resolver isso na porrada.
52:48Vai resolver?
52:49Resposta não.
52:50E aí,
52:51o Túlio fala que reza
52:52e eu vou pegar meu terço
52:54para rezar junto com ele,
52:55porque não tem solução
52:56a esse dilema.
52:57Deveria ser feito
52:58via conversa,
52:59coisa que o Trump não fez
53:00e não faz
53:01porque não está nem aí
53:02para os órgãos de direito.
53:03de diálogo internacional
53:04nunca esteve.
53:06E o Luciana?
53:08A Luciana estava na fila,
53:10Maria,
53:11o tema está quente.
53:11Está quente.
53:12Eu acho que a grande resposta
53:15veio de Pequim hoje.
53:16São um total
53:17aproximado de 280 mil
53:19estudantes chineses
53:20nos Estados Unidos,
53:22a maioria deles
53:22nas universidades
53:23norte-americanas.
53:24quem detém tecnologia
53:27de chips,
53:28os commodities lá
53:29relacionados à tecnologia?
53:31Hoje,
53:32um carro chega a ter
53:333 mil componentes
53:34eletrônicos
53:35que vêm de onde?
53:36Da China.
53:37Então,
53:38quando foi falado há pouco
53:39sobre uma terceira guerra mundial
53:41que foi muito bem colocada
53:42pelo André,
53:43eu acredito que nem precisa
53:44de armamento,
53:45basta a China falar.
53:46fechei as minhas fronteiras,
53:49não vão mais produtos
53:50para a produção
53:51de veículos norte-americanos.
53:53Ele não quer fortalecer
53:54a indústria nacional?
53:56Ok,
53:56só que ele precisa
53:57ceder,
53:58na minha opinião,
53:59em algumas posições dele,
54:01no sentido do quê?
54:02Parar de mexer com estudantes,
54:03porque,
54:04como foi muito bem colocado,
54:05esses estudantes
54:06se formam em Harvard
54:07e acabam ficando
54:08dentro do mercado americano.
54:10Parar de bater nos chineses,
54:12porque os chineses
54:13podem perfeitamente
54:14parar os Estados Unidos da América.
54:16é uma questão de escolha.
54:17Maria,
54:18eu só ia trazer uns dados aqui
54:19que eu até compilei
54:20essa semana.
54:21Por exemplo,
54:22entre 2023 a 2024,
54:25os estudantes internacionais
54:27contribuíram em cerca
54:28de 45 bilhões de dólares
54:30para a economia norte-americana.
54:31Ou seja,
54:32é um valor muito considerável
54:34e foram responsáveis
54:35por ocuparem
54:36mais de 380 mil
54:38postos de trabalho.
54:40Então,
54:41faz a economia girar.
54:43Só para arrematar,
54:44tem outro ditado
54:46que os médicos
54:48gostam muito de usar,
54:49que a diferença
54:49do veneno e do remédio
54:51é a dose.
54:52Evidente que o Trump,
54:53ele,
54:54por ser um conservador,
54:55de acordo com as pautas políticas
54:57que o seu partido
54:58adotou na campanha,
55:00ele,
55:00como a Maria
55:00bem salientou,
55:02ele está tentando
55:03governar
55:03de acordo com aquilo
55:04que ele prometeu
55:05para a bolha dele.
55:07Isso é um ponto,
55:08mas ele tem que dosar
55:09essa medida,
55:11né?
55:11Ele tem que dosar.
55:12O fato dele querer,
55:13como o André
55:16também muito bem salientou,
55:17o fato dele querer
55:18trazer de volta
55:18as empresas
55:19para os Estados Unidos
55:20num sentimento
55:21de nacionalismo,
55:22América Grande,
55:23de novo,
55:24como ele propaga,
55:26está perfeito,
55:27mas a forma,
55:28o remédio
55:29que ele está usando
55:29está numa dose
55:30tão exagerada
55:31que em vez de resolver
55:33o problema,
55:34está virando um veneno
55:35contra ele próprio,
55:36a questão das tarifas.
55:37Ele quer entrar
55:39nessa guerra fiscal,
55:40só que ele está elevando
55:41a tarifas de tal ponto
55:42que a importação
55:43de produtos
55:44pelos americanos
55:45está ficando tão cara,
55:46a economia está ruim
55:47nos Estados Unidos
55:48e a popularidade dele
55:49está diminuindo.
55:51Então, Trump,
55:52a diferença do veneno
55:53e do remédio
55:54é a dose.
55:54Cuidado com a sua dose
55:57de conservadorismo
55:58e de nacionalismo.
55:59Diga, André.
56:00Porque o Trump
56:01está falando uma política
56:01que é um negócio,
56:02o PIB dos Estados Unidos
56:03caiu 0,3
56:04no primeiro tri,
56:05no final das contas,
56:05né?
56:06Boa parte disso aconteceu,
56:08os outros,
56:08se você pega os dados
56:09do PIB,
56:10você tem consumo
56:10da família,
56:11consumo do governo,
56:12investimentos,
56:12caiu porque a conta
56:15de importação
56:16subiu 40%.
56:17Por quê?
56:18Porque todo mundo
56:19quando viu que o Trump
56:19ia fazer as tarifas,
56:22mandou importar,
56:23tem casos anedóticos,
56:25não sei se é verdade ou não,
56:26de mandar importar
56:27iPhone da China
56:29de avião comercial.
56:31Assim, tipo,
56:31eu fico imaginando
56:32esses iPhones Plus
56:33que estavam na primeira classe,
56:34né?
56:34Provavelmente.
56:35Provavelmente, né?
56:36Então, porque assim,
56:37começou a mandar
56:37de um jeito que explodiu.
56:39Isso pra colocar o quê?
56:40A política que o Trump
56:41tem construído, né?
56:43Ela, ela, ela, ela nitidamente
56:45vai ficar gerando
56:46esses conflitos.
56:47Se isso daí vai gerar
56:48alguma vantagem
56:49pros Estados Unidos,
56:49a minha impressão
56:50é que não.
56:51E isso daí é que me gera,
56:52de novo,
56:53esse jogo reiterado
56:55de um, vou dizer,
56:56de uma terceira guerra mundial.
56:57Um pouco de exagero
56:58também pensar nisso,
56:59porque a gente tem uma,
57:00não porque o ser humano
57:01é bonzinho, né?
57:02Mas porque existe
57:03uma paz nuclear, né?
57:04No final é...
57:05Eu conversei com muitos
57:05especialistas em geopolítica
57:07e...
57:07E essa paz nuclear
57:08não tá valendo tanto mais, não.
57:10Não, o risco
57:11de uma terceira guerra mundial
57:12não é algo que eles
57:13descartam.
57:15Ah, não, eu fico pensando
57:16porque, assim,
57:17uma ideia...
57:18Acho que vai acontecer
57:18guerra por proxy, né?
57:20Tipo, a Ucrânia
57:21fica essa desgraça
57:22durante muito mais tempo,
57:23aí aparece Singapura,
57:25Singapura não é Taiwan...
57:25Mas lembra da guerra mundial,
57:27mas pra escalar
57:28esses conflitos todos,
57:30Oriente Médio,
57:31guerra comercial,
57:32guerra da Ucrânia...
57:33Todos eles
57:34são os ingredientes
57:35da panela
57:36que basta alguém
57:37colocar uma faísquinha ali...
57:39Mas é um problema nuclear,
57:39esse não é problema, né?
57:40Eu posso falar
57:40só um exemplo aqui.
57:43Lembrando, gente,
57:44a primeira guerra mundial
57:45começou assim.
57:47Era um contexto
57:48ali no mapa
57:49geopolítico europeu
57:51que eram os grandes impérios
57:53que começaram a ruir
57:54e aí começaram a vir
57:55os pequenos conflitos.
57:57Mas foi desencadeada
57:58pelo conflito
57:58da Alçácia Lorena.
57:59O que é Alçácia Lorena, gente?
58:01E a morte de Francisco
58:02faz de ano.
58:03Mas era assim também,
58:04a mesma dinâmica,
58:04pequenos conflitos.
58:05E a gente não tá falando
58:06aqui de pequenos conflitos, não.
58:07A gente tá falando
58:08de grandes conflitos.
58:09E tem ainda a caixa em mira
58:11pra somar aqui com tudo isso.
58:13Mas a questão é que assim,
58:15como todo mundo tem arma nuclear,
58:16aparentemente fica
58:17um empate técnico, né?
58:19Porque ninguém vai querer
58:19ficar dando tiro
58:20de bomba nuclear por aí
58:21porque todo mundo perde.
58:22Então essa é a ideia.
58:23Agora assim,
58:24o mundo está enfrentando
58:25esse problema.
58:25Ele tem que se realinhar.
58:26E o Trump não tá querendo
58:28trazer ninguém pra mesa.
58:29exemplo disso.
58:30Você teve na década de 90,
58:32não vou lembrar exatamente o dato,
58:34o acordo do Plaza.
58:36O acordo do Plaza,
58:36os Estados Unidos trouxe
58:37Japão, Alemanha,
58:40França, Inglaterra
58:41pra desvalorizar o próprio dólar.
58:42Por que eles conseguiram fazer isso?
58:43Porque eles dialogaram.
58:45Agora com...
58:46do jeito que tava dialogar,
58:48a impressão que eu não tenho
58:49mais a boa notícia
58:50é que o Brasil
58:51tá longe disso tudo.
58:52Bom, pessoal,
58:54a gente tem muita discussão
58:55ainda pela frente.
58:56Parece que eu termino
58:57todo o programa falando assim
58:58porque vocês são ótimos
58:59debatedores.
59:00A nossa audiência também
59:02tem muito assunto
59:03ainda pra ir lá frente.
59:04Então, a gente encerra
59:05o programa de hoje,
59:06mas no próximo sábado
59:08tem mais.
59:09Acompanhe a gente.
59:09Eu agradeço muito a audiência
59:11e até o próximo
59:12Linha de Frente.
59:13A opinião dos nossos comentaristas
59:17não reflete necessariamente
59:19a opinião do Grupo Jovem Pan
59:21de Comunicação.
59:26Realização Jovem Pan News