- 19/06/2025
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NotíciasTranscrição
00:01Então, nessa ação penal 502.13.65.32, depoimento do senhor João Santana.
00:11João Serqueira de Santana Filho.
00:15Senhor Santana, o senhor fez, é sabido, o senhor fez um acordo de colaboração com o Procurador-Geral da República, é isso mesmo?
00:22É verdade.
00:23O senhor está nesse processo aqui na condição de testemunha.
00:26Sim.
00:26Tanto como colaborador, como testemunha, o senhor tem um compromisso com a justiça em dizer a verdade e responder as perguntas que lhe forem feitas, certo?
00:34Ok, estou ciente.
00:35Eu vou adverti-lo, senhor Santana, que se o senhor faltar com a verdade, o senhor, além de responder por falso testemunho, o senhor também perde os benefícios do seu acordo, certo?
00:45Certo.
00:45Senhora, pela defesa de Luiz Inácio Lula da Silva, eu gostaria de apresentar a contradita nos exatos fundamentos em que já apresentei em relação à senhora Mônica Moura.
01:01Certo. Eu faço remissivas, então, as razões do indiferimento da contradita, apesar do registro.
01:07Vou passar a palavra ao Ministério Público, o senhor Santana, só também conseguindo ao final, que o que interessa aqui à justiça é unicamente a verdade.
01:18Então, o senhor não deve exagerar nada, nem excluir nada e nem falar coisas que o senhor não tem conhecimento, certo?
01:25Ok.
01:25Então, passo ao Ministério Público.
01:27Excelência, só uma questão de ordem, já foi aqui apresentado um pedido para adiamento, porque o Ministério Público juntou, nesta data, registros audiovisuais, aparentemente relativos à colaboração da testemunha.
01:45Mas também consta aqui, recebemos a informação também nesse momento, que outros documentos foram apresentados também na data de hoje.
01:56Então, me parece que isso só reforça a impossibilidade da tomada do depoimento, sem que a defesa tenha conhecimento do material juntado, repito, nesta data, pelo Ministério Público aos autos.
02:11Essa é uma questão que já foi decidida antes, não tem necessidade de voltar à gravação, mas o que o juízo consignou, vamos aproveitar a presença do senhor Santana aqui e ouvi-lo.
02:22Os partes poderão fazer as perguntas que entenderam necessárias.
02:25Em vista dessa juntada tardia feita pelo Ministério Público, se for o caso, as defesas podem requerer, vou conceder uns cinco dias, para requererem a reoitiva, se for o caso, e nós complementamos, se houver essa necessidade.
02:39Mas, como foi dito pelo Ministério Público, existem dois depoimentos longos que foram prestados pelo senhor Santana e pela senhora Mônica Mora, anexados à denúncia, e que, pelo menos segundo o Ministério Público, mais ou menos reproduzem o que é o relevante para o conteúdo dessa ação penal.
02:57Então, não vislumbro, assim, com facilidade para o juízo, mas, como disse, se necessário, nós ouvimos eles em seguida novamente, a pedido das defesas. Certo?
03:07Perguntas, então, pelo Ministério Público.
03:11Boa tarde, senhor João, tudo bem?
03:12Tudo bem, doutor.
03:13Senhor João, o senhor e sua esposa eram sócios da empresa chamada Polis Propaganda?
03:17Sim, sim.
03:18Qual que é a atividade dessa empresa?
03:19Marketing político e eleitoral.
03:21Ok. Qual que eram as atribuições do senhor e da sua esposa na empresa?
03:26Eu tratava do planejamento estratégico e criativo. Mônica, da parte administrativa e financeira.
03:32Ok. O que seria esse planejamento estratégico?
03:34O planejamento estratégico e criativo envolve, desde o diagnóstico de conjuntura política, as recomendações aos candidatos, a criação da publicidade da campanha.
03:46Então, é todo o principal arcabouço e aquilo que o eleitor vê e aquilo que dialoga com o eleitor, seja explícito ou implicitamente, faz parte do que eu chamo planejamento estratégico e direção criativa.
04:02Ok.
04:03Dentro das atividades de marketing político e eleitoral, os serviços prestados pela Polis, em algum momento, foram recebidos, pagamentos não contabilizados?
04:12Sim, várias vezes.
04:12Ok. O Grupo Odebrecht efetou pagamentos não contabilizados em favor da sua empresa?
04:19Efetuou várias vezes durante alguns anos.
04:22Esses pagamentos efetuados pelo Grupo Odebrecht foram em interesse do Partido Trabalhadores?
04:27Sim, sempre encaminhado pelo Partido Trabalhadores e seus candidatos.
04:32Ok. De que forma a sua empresa recebia esses pagamentos?
04:34Recebia principalmente através da conta, de uma conta na Suíça, da Shellbill.
04:43Essa conta, inclusive, que eu tornei pública e tive perdimento dos seus valores.
04:49É de pleno conhecimento do Ministério Público.
04:51O Grupo Odebrecht pagava nessa conta?
04:52Pagava nessa conta. O formato eu nunca soube.
04:55Eu vim saber depois, através desse uso desse enxame de offshore.
04:59E também, acho que uma pequena parte, outra parte, também espécie para o custeio do dia-a-dia de campanha, que é normal.
05:09Então, eram esses dois formatos.
05:13Mônica pode ter esclarecido e pode esclarecer melhor do que eu, inclusive.
05:17Ok.
05:17Quem que era o contato do senhor junto ao Partido Trabalhadores?
05:21Deixa eu explicar um pouco, doutor, sobre isso.
05:24O meu contato era sempre com a cúpula do partido e com os candidatos.
05:28No caso da eleição do presidente Lula, ele, em primeiro lugar, e alguns diretivos do PT.
05:37O senhor Antônio Palocci, sempre um interlocutor também estratégico e cumpria também um papel paralelo
05:43na organização financeira com Mônica, mas não diretamente comigo.
05:47Os presidentes do partido, na época do presidente Lula, era o deputado Verzuini, depois foi o Rui Falcão,
05:58e lideranças mais expressivas.
06:01Mas, como era um trabalho, o meu trabalho era um trabalho extremamente sensível,
06:08então, resumia-se praticamente ao comando pleno da campanha e um diálogo muito permanente com o candidato.
06:15Ok.
06:16Sobre a Aldebrecht ainda, os senhores receberam pagamento em espécie também?
06:20Sim, isso como eu falei antes, eu acho que uma parte foi recebida em espécie.
06:23Ok.
06:25O senhor participou da campanha de reeleição do presidente Lula em 2006?
06:28Sim.
06:29Eu fui o coordenador de marketing.
06:31Posso circunstanciar isso, por gentileza?
06:35Vou explicar um pouco antes.
06:37Quando houve a crise, eu vou ter que recorrer um pouco no tempo.
06:43Em 2002, na primeira campanha do presidente Lula, eu era sócio, ainda trabalhava com o Duda Medonça.
06:52E eu tinha feito a campanha de Antônio Palocci de Ribeirão, Ribeirão Preto.
06:58Antônio Palocci nos aproximou do presidente Lula, da campanha, do que seria a campanha do presidente Lula.
07:04E nos pediu, e me pediu, um diagnóstico de campanha, para ver se o presidente Lula tinha condições de ganhar a eleição em 2002.
07:12Que é o tipo de estudo que nós nos especializamos em fazer.
07:16Não é uma premonição, mas tem indicadores claros.
07:20E porque o próprio Palocci e vários membros do PT não acreditavam na candidatura do presidente Lula.
07:25Nós fizemos esse diagnóstico e ficou claramente apontado que o presidente Lula tinha plenas condições de vitória.
07:33Acontece que isso era o período da pré-campanha.
07:36Foi evoluindo a pré-campanha, um ano antes da eleição, meu relacionamento estava ficando muito complicado com o Duda,
07:43como sócio e com tanto gestão estratégica também.
07:48E eu decidi sair da campanha em novembro, dezembro de 2007.
07:53Um ano antes da campanha eleitoral.
07:55Então eu interrompi meu trabalho aí.
07:57Em 2005, não?
07:58Não, perdão, em 2005.
07:59O senhor sempre me corrija, porque minha sinapse para datas é...
08:03E para várias coisas é boa, mas para datas é sempre uma confusão.
08:06O senhor pode ver isso em todos os meus depoimentos.
08:08Então eu me afastei completamente.
08:11Fui para a Argentina, onde eu tinha clientes, e fiquei na Argentina trabalhando.
08:16Ganhou-se as eleições.
08:18Veio o primeiro ano do governo do presidente Lula.
08:21Não pleiteei nenhum tipo de trabalho, etc.
08:23Em agosto, eu recebo, quando tem a crise, o ápice da crise do Mensalão, e depois do depoimento do Duda Menonça na CPI,
08:32eu recebo um telefonema, acho que era tipo 20 de agosto, isso é 2007, né?
08:392005, por exemplo.
08:40Não, isso aí já é na época do Mensalão do ápice, eu acho que é 2007.
08:43Não, 2005, perdão.
08:48Eu vou evitar...
08:49Bem, o...
08:53Só para se agradecer, foi antes da reeleição ou depois?
08:56Não, antes da reeleição.
08:58Foi o primeiro contato que Gilberto Cavalho me ligou, dizendo,
09:00presidente Lula, você está acompanhando a crise que tem aqui no Brasil,
09:03presidente Lula, quer saber se você pode vir aqui conversar com ele,
09:06e se você pode dar uma consultoria.
09:08Eu estava na Argentina.
09:08Então, eu vi, e no dia 24 de agosto, eu cheguei a Brasília, tive um contato com o presidente Lula,
09:15e aí ficou-se estabelecido que eu ficaria fazendo uma consultoria do que seria a crise,
09:21para ver se conseguiria-se, se viabilizaria, não o meu trabalho,
09:26mas se a conjuntura permitiria e viabilizaria a reeleição do presidente Lula.
09:31E aí começa esse trabalho.
09:32Então, foi assim que começou, superada a crise,
09:36e fui convidado para fazer a campanha de reeleição do presidente Lula,
09:40com essas circunstâncias que...
09:42E nessa campanha já houve pagamentos da Odebrecht?
09:47Sim.
09:49Os pagamentos foram não contabilizados também?
09:51Parte deles?
09:52Não, da Odebrecht, o que a gente recebia da Odebrecht não era contabilizado.
09:57Nós temos um contrato, como sempre foi feito no Brasil, quase em todas as campanhas,
10:05na maioria das campanhas, ou quase todas, onde tinha a parte oficial e a parte não oficial.
10:09A parte não oficial, inclusive eu queria repetir, porque eu já falei do Dr. Mouro,
10:16que quando estava a se negociar o contrato, eu falei com o Antônio Palocci,
10:20de que, tendo em vista a crise que eles tinham vivido, exatamente por causa do financiamento ilegal de campanha,
10:27era fundamental que essa campanha fosse toda e não tivesse nenhum tipo de caixa 2.
10:33Ele concordou na primeira conversa, da forma de Palocci, diplomática e jeitoso de ser,
10:37e no decorrer, foi...
10:39Há pouco, sentou com Mônica, mas aí já começou a dizer que teria dificuldade,
10:44que teria dificuldade de se cumprir tudo oficialmente.
10:48Então, dois meses depois, ele conversa comigo e me pergunta,
10:55olha, é impossível cumprir...
10:57Isso já estava durante a campanha, se não me engano.
11:00Ele disse, é impossível cumprir o pagamento de forma oficial,
11:04mas tem uma forma segura de recebimento da parte não oficial.
11:08Eu digo, como é a forma...
11:09Ele me perguntou, você tem conta exterior?
11:14Eu digo, tem, porque eu tinha uma conta antiga,
11:16de 2009, aberta, quando eu trabalhava fora do Brasil.
11:20Ele disse, então, é o seguinte, nós temos uma pessoa,
11:23que é de total, absoluta confiança,
11:25que vai ser o pagador exclusivo de vocês, desse formato.
11:28Eu digo, quem é?
11:30Ele disse, é a empresa Norberto de Brescia.
11:32Eu digo, Palocci, olha, primeiro, eu tenho um problema com a empresa.
11:36Porque quando eu fui jornalista, eu tinha feito uma matéria sobre...
11:39No Acre, a morte do governador de Mundo e Pinto,
11:43onde havia contratos com o Aldebrecht.
11:47Ele disse, não, isso não tem problema.
11:48Isso não tem bem.
11:49Segundo, eu falei, me surpreende que o Aldebrecht, hoje,
11:52que sempre financiou a direita, esteja a financiar.
11:54Não, não tem problema, etc.
11:55E foi estabelecido, e foi feita uma reunião,
11:57a única reunião, inclusive, que eu passei em todo momento,
12:00quase a minha vida profissional, com financiador,
12:03com Pedro Novis, que era o presidente da Aldebrecht,
12:05porque ele me disse, olha, inclusive, tem uma pessoa
12:07na empresa que ele conhece, que eu conhecia Pedro Novis,
12:11da Bahia, de atividades culturais,
12:13que Pedro sempre foi envolvido com isso.
12:16E aí, começamos rapidamente com Pedro Novis e acertou-se.
12:19Mônica estava, fez detalhes.
12:21Então, foi aí que começa.
12:23Vocês fizeram também uma campanha exterior em El Salvador, é isso?
12:27Certo, fizemos.
12:29Como é que foi essa campanha?
12:30Como que vocês entraram nessa campanha?
12:32A campanha é a campanha do, que viria a ser o presidente eleito,
12:36Maurício Funes, do FMLN.
12:39Eu fui para lá, pedindo do presidente Lula,
12:42e do PT, mas do presidente Lula,
12:44e Gilberto Cavalho tinham uma relação de amizade com a esposa,
12:49que viria a ser a primeira-dama de El Salvador,
12:51que é uma brasileira.
12:53E era companheira antiga do PT deles.
12:55E eles me convidaram, eu não queria ir,
12:57porque eu achava muito difícil,
12:58eu estava vindo, um ano me desaustivo,
13:00e terminei aceitando e fui, e fiz a campanha.
13:02E desde o início ficou certo de que o pagamento seria,
13:07que o PT, digamos, o grupo,
13:10assumiria o pagamento.
13:12Nós cobramos uma quantia,
13:15de pequena, para os padrões nossos,
13:17que eu não me recordo,
13:17as escrituras, 3 milhões,
13:19que eu não me recordo exatamente.
13:21E fui fazer a campanha, dessa forma.
13:24E, novamente, ficou claro que o pagamento seria Palocci,
13:29administrando com o fundo,
13:30igual ao Odebrecht.
13:33No meio da campanha,
13:34aí você tem um dado interessante,
13:37perto do fim da campanha,
13:39acabou o dinheiro da campanha,
13:41porque em El Salvador,
13:42a publicidade é paga,
13:43como na maioria dos países,
13:44não tem publicidade gratuita.
13:47E o partido não tinha como pagar.
13:50Então, eles tentaram falar com o presidente Lula,
13:52porque não atendia, etc.
13:53Eles não conseguiram impedir,
13:54impediram que viesse ao Brasil,
13:56para conversar com ele,
13:56porque eu vim conversar com o presidente Lula.
14:00Falei para ele,
14:00presidente, nós temos uma situação paradoxal,
14:04como se tivesse comprado um Boeing,
14:07que é a estrutura da nossa empresa,
14:08e não tem querosene.
14:09Então, se nós estamos na frente da campanha,
14:12falta um mês e meio para a campanha acabar,
14:14se não entrar dinheiro,
14:15que a gente chama família,
14:16para pagamento de publicidade,
14:18acabou-se, não tem chance.
14:21Então, ele me disse,
14:22estava nessa conversa no Palácio do Plano Alto,
14:24o presidente Lula,
14:25Gilberto Cavalho,
14:27o presidente Lula disse-me,
14:29então, olha, vamos resolver.
14:30Então, vamos fazer o seguinte,
14:31você vai ligar para Emílio Odebrecht.
14:34Eu nunca tinha tido contato com Emílio Odebrecht.
14:37Você liga para Emílio Odebrecht,
14:38e se põe o problema para ele,
14:41que ele resolve.
14:42Eu digo, mas, gente,
14:43eu não conheço o Emílio,
14:44não sei,
14:45não, Gilberto vai ligar,
14:46vai explicar, etc.
14:47Gilberto ligou para o Dr. Emílio Odebrecht,
14:50eu liguei no outro dia,
14:52ou dois dias depois,
14:52para o Dr. Emílio.
14:53O único contato que eu tive em toda a minha vida
14:55com o Dr. Emílio Odebrecht,
14:56foi esse para esse telefonema.
14:58Aí, eu expliquei,
14:59eu digo,
15:00Dr. Emílio,
15:02ele,
15:02não, eu sei,
15:03eu sei,
15:04o Gilberto já me falou
15:05qual é o problema.
15:06Eu digo,
15:06é, então,
15:07como é que o senhor pode ajudar nisso?
15:10Ele disse,
15:10olha,
15:11você diz ao nosso chefe
15:14de que eu prefiro tratar isso
15:17com o italiano.
15:19Eu disse,
15:20italiano?
15:20Ele, sim, sim,
15:21o nosso amigo,
15:22o Palocci,
15:22etc.
15:23Porque isso,
15:25para mim,
15:25tirou um peso de novo.
15:26Eu nunca tinha feito
15:27nenhum tipo de intermediação
15:28desse tipo,
15:29para mim foi,
15:30até comecei isso
15:31com o presidente Lula,
15:32na época.
15:33Então,
15:34ele disse,
15:35eu digo ao presidente
15:38que eu vou tratar,
15:39porque eu não quero
15:39que dê nenhum tipo
15:40de confusão,
15:42rolo,
15:43depois,
15:43eu digo,
15:43ótimo,
15:44então tudo bem.
15:45Aí eu liguei para o Gilberto
15:45e disse,
15:46olha, Gilberto,
15:47aconteceu isso.
15:48O Gilberto disse,
15:49não,
15:49fique tranquilo,
15:50você pode voltar
15:50a Salvador,
15:51que aí vai ser resolvido.
15:52Eu voltei a Salvador
15:53dez dias depois,
15:54mais ou menos,
15:55estava resolvido o problema.
15:57O partido informou
15:58que tinha chegado o dinheiro.
16:00E esse dinheiro chegou
16:01pelo Debrecht?
16:03Pelo que eu sei,
16:04sim,
16:04e teria sido,
16:06foi,
16:07formalizado,
16:08operacionalizado,
16:09via a subsidiária
16:10do Panamá.
16:12O senhor Campello,
16:14o senhor Campello,
16:14o senhor Campello.
16:15Ok,
16:15sem mais perguntas,
16:16excelência.
16:17A senhora,
16:17a acusação tem perguntas?
16:19Sem perguntas.
16:21As defesas têm indagações?
16:22Pela defesa de Luiz Inácio Lula da Silva,
16:32a despeito do prejuízo já indicado,
16:36eu vou cumprimento o senhor João Santana.
16:40Boa tarde.
16:40Boa tarde.
16:41Senhor Santana,
16:42na denúncia relativa a esta ação penal,
16:46o Ministério Público fez referência a nove contratos firmados entre a Petrobras e consórcios que envolvem a Odebrecht e a OAS.
16:59Eu queria saber se o senhor teve alguma participação, se o senhor conhece esses contratos?
17:03Nunca tive conhecimento,
17:06inclusive sobre a questão Petrobras,
17:10eu só vim ter conhecimento desse tipo de conexões,
17:13quando,
17:15através da Lava Jato.
17:16Eu nunca soube a origem do dinheiro,
17:18do Caixa 2.
17:20Então,
17:21muito menos especificamente se via desses contratos da Petrobras,
17:24desse aspecto, não.
17:25O senhor nunca?
17:26Nunca.
17:27Nunca teve conhecimento?
17:28No mínimo conhecimento.
17:30Certo.
17:30E nunca foi dito para o senhor?
17:32Não.
17:32Jamais.
17:33Estabelecido nenhuma relação entre esses contratos?
17:36Não, jamais.
17:36E qualquer remuneração que o senhor tenha recebido?
17:38Não, jamais.
17:39Inclusive,
17:39eu acho que não serei nem pertinente pelo tipo de relação que eu tinha,
17:43eu, visualmente,
17:44tinha com a cúpula do partido,
17:46com o candidato.
17:47Eu só tratava de questões políticas com ele.
17:49Certo.
17:50Mas só para reforçar,
17:51o senhor jamais houve,
17:54foi apresentado ao senhor,
17:56nenhuma relação desses contratos
17:58com a remuneração
17:59que o senhor recebeu
18:01pelas campanhas.
18:01Absolutamente.
18:02Era um dinheiro que vinha,
18:03que veio dar ao Debrecht.
18:04A minha pena era do Debrecht.
18:06Como se fosse uma ajuda de campanha,
18:07uma ajuda política
18:08da Debrecht.
18:10Certo.
18:10O senhor fez referência
18:25a uma conversa aqui com o ex-presidente Lula.
18:30Essa conversa ocorreu em que ano?
18:33Isso,
18:33essa especificamente do Maurício Funes.
18:37Isso.
18:37Em 2009,
18:39entre dezembro e janeiro de 2009.
18:41Eu dou em dezembro e janeiro
18:42porque a eleição foi em março.
18:43Estava perto,
18:44dois meses para terminar,
18:45e a crise,
18:46era uma crise final de campanha.
18:48Então foi ou dezembro de 2008
18:50ou janeiro de 2009.
18:53O senhor não sabe especificar?
18:54Não,
18:55exatamente não.
18:56Certo.
18:58E como eu disse,
18:58essa conversa se deu
18:59no Palácio Planalto.
19:02Certo.
19:02O senhor já disse aqui
19:06que tinha uma empresa
19:09chamada Polis,
19:10correto?
19:11Certo.
19:12Tenho ainda.
19:14O senhor atuou com essa empresa
19:16em outros países?
19:19Com a Polis,
19:19especificamente,
19:20só em Angola.
19:21Porque,
19:23como minha atividade no exterior
19:24cresceu muito
19:25e foi constante
19:27de 10, 15 anos,
19:28eu abri empresas
19:30nacionais.
19:32Eu, então,
19:32abri uma empresa
19:33na Pana Própria
19:35e em Salvador
19:37no Panamá
19:37e na Argentina.
19:38Eu já tinha uma Polis
19:39na Argentina,
19:40mas são empresas
19:41autônomas.
19:43Certo.
19:43Mas com a Polis mesmo,
19:44só no contrato
19:45em Angola,
19:47foi que a Polis,
19:48nós fizemos um contrato
19:49com a Polis.
19:51Certo.
19:52O senhor atua
19:53na área de marketing
19:54político
19:57desde que data?
19:59Estimativo.
20:01Mais de 20 anos.
20:03E na sua...
20:0622 anos.
20:0722 anos.
20:09Certo.
20:10Na proposta
20:11de colaboração
20:12que o senhor fez
20:13ao Ministério Público,
20:15o senhor,
20:16aqui,
20:16pelo que eu vi,
20:18ao menos em relação
20:19ao material
20:20que a defesa tem,
20:21conhecimento,
20:22foi feita
20:23uma espécie
20:23de uma data
20:24de corte.
20:25Porque o senhor
20:26fala que
20:27fundamentalmente
20:29a partir de 2002.
20:31O senhor faz referência,
20:33inclusive,
20:33ao ex-presidente Lula
20:34em vários anexos.
20:36Isso foi uma deliberação
20:38do senhor
20:38ou foi uma exigência
20:40dos procuradores
20:41da República?
20:41Não, não.
20:42Isso eu acho que
20:42normalmente
20:43não houve
20:44uma data de corte,
20:46mas como era uma massa
20:47muito grande
20:47de informação.
20:49E o assunto,
20:50isso é uma coisa
20:51mais metodológica
20:52minha,
20:52o assunto,
20:53ela é ligada
20:53mais à Lava Jato.
20:54tem campanhas,
20:55por exemplo,
20:55como de Palocci 2000,
20:57campanha de Jacobita
20:59em dois anos
21:01antes de 2000,
21:02em 1998.
21:04Então,
21:04são campanhas
21:05pequenas,
21:06campanhas em Betim,
21:07no interior de Minas,
21:08que eu não me referi.
21:10Então,
21:10não houve,
21:12digamos,
21:12uma moldura
21:14para encaixar fatos.
21:15Houve um método
21:16para selecionar
21:17aquilo que era
21:18mais relevante.
21:19Até porque,
21:20num processo
21:21de negociação
21:22como esse,
21:23se você traz
21:23uma massa
21:24de informação
21:24necessária,
21:25o próprio procurador
21:26perde interesse
21:27ou se perde,
21:29isso falando agora
21:30como técnica,
21:31comunicação,
21:31se perde principal.
21:32Certo,
21:33essas referências,
21:34então,
21:34que o senhor fez
21:35ao ex-presidente Lula
21:37em diversos termos,
21:39diversos anexos
21:40da sua colaboração,
21:42então,
21:42é porque o senhor
21:43entendeu que eram
21:44mais atrativas.
21:46Não,
21:46não uso o termo,
21:48não tenho que o senhor,
21:49perdoe,
21:49colocar uma palavra.
21:50É um questionamento,
21:52uma pergunta.
21:52Eu sei,
21:53mas é uma palavra
21:54que conota algo
21:55que eu não disse,
21:55não é atrativo,
21:56é relevante
21:57do ponto de vista
21:58político e investigativo.
22:00Mas não é só por isso,
22:01é porque esse
22:02é o grande escopo
22:03da minha vida profissional.
22:05Eu me referi,
22:06se o senhor consultar
22:06os autos,
22:07a várias campanhas
22:08no exterior,
22:09várias campanhas
22:10no exterior,
22:11eu me referi
22:11a campanhas,
22:13mas eu só poderia
22:14me referir
22:14a campanhas presidenciais,
22:15especialmente por quê?
22:17Porque a partir
22:17de determinado momento,
22:18eu fui exclusivamente
22:20o marqueteiro,
22:23como se diz,
22:24das campanhas presidenciais.
22:26E me referi também
22:27às campanhas municipais
22:28importantes,
22:29eu vou encontrar
22:29páginas e páginas
22:30sobre a campanha
22:31do Dr. Fernando Haddad,
22:32da Marta Suplicy,
22:34de Gleice Hoffman,
22:35tudo isso está aí.
22:36Mas a questão,
22:37se eu for,
22:38se eu ter ideia,
22:39eu fiz durante esses 22 anos
22:41algo em torno
22:42de 70, 80 campanhas,
22:43se juntassem
22:43as campanhas
22:44de deputados,
22:45as campanhas pequenas,
22:46etc.
22:46Então, não seria uma coisa
22:48de fazer um currículo
22:49detalhado,
22:51uma colaboração
22:52onde não havia foco.
22:55Certo,
22:55mas mesmo em relação
22:56a essas campanhas
22:57que o senhor menciona,
22:58todas elas são
22:59do Partido dos Trabalhadores.
23:00A partir de determinado momento,
23:01eu fiquei quase exclusivo
23:03do Partido dos Trabalhadores,
23:05até por uma pressão
23:06política do próprio partido.
23:08Eu tive que abandonar
23:09ou não aceitar
23:10convites de outros partidos,
23:12porque o próprio,
23:12os diretores regionais
23:15daqueles estados
23:15ligavam o presidente Lula,
23:17ligavam para o presidente Dilma,
23:18dizendo que eu estava
23:19fazendo campanha
23:19de outros opositores.
23:21Como meu principal cliente,
23:22e que eu tinha
23:22incluído mais afinidade
23:23e mais prazer
23:24de trabalhar no PT,
23:26eu terminei quase
23:26exclusivamente com o PT.
23:28Isso a partir de que ano?
23:31Isso quase a partir
23:32de 2004, 2006,
23:35porque logo depois
23:35veio a reeleição.
23:37Depois da reeleição,
23:38só para facilitar
23:39e ficar mais substantivo
23:40o meu relato,
23:41eu fiz a campanha em 2006,
23:45depois em 2008
23:45fiz Martha Suplicy
23:47e Gleici Hoffmann,
23:49em seguida já fiz
23:51a primeira campanha
23:53da presidente Dilma,
23:55então esse encadeamento,
23:57e depois vai a segunda
23:58campanha da presidente Dilma.
24:01Certo.
24:03Antes de constituir a poli,
24:05o senhor trabalhava também
24:08na área de marketing político?
24:09Antes da polis,
24:11eu fui sócio
24:12de Duda Mendonça,
24:13na Duda Mendonça
24:14e Associados.
24:15E antes disso,
24:16eu fui jornalista político
24:17durante muitos anos.
24:18E nos principais,
24:19alguns dos principais
24:20obras de comunicação
24:21no Brasil.
24:22Certo.
24:25Antes da polis,
24:26portanto,
24:26o senhor também
24:27trabalhava em campanhas
24:28políticas?
24:30Trabalhei com Duda Mendonça.
24:31O senhor conhece,
24:46ou conheceu
24:47o advogado
24:47Rodrigo Tacla Duran?
24:49Não.
24:50Só ouvi,
24:51ouvi referência dele
24:52recentemente,
24:54inclusive,
24:54ele assacando calúnias
24:55contra mim.
24:56O senhor pode dizer
25:04qual que seria
25:04a calúnia?
25:05Ele se referiu
25:06e depois
25:06em uma entrevista
25:08em um jornal
25:09e depois ele próprio
25:10no depoimento
25:11que deu na CPI,
25:13fugiu desse tema
25:14de que eu teria
25:15um offshore
25:16na...
25:18Bermudas?
25:19Não,
25:20em nenhum país
25:20do E-Central
25:22e que ali
25:22teria sido feito
25:23num depósito.
25:25É mentira.
25:26Nós entramos
25:27com a apresentação
25:28no Ministério Público,
25:29pedimos investigação
25:31e ele nunca mais
25:32se referiu.
25:33E é um fato
25:33que ele jamais
25:34pode provar.
25:35Então,
25:35essa é a única relação
25:37lembrança
25:37que eu tive
25:38com o Tacla Duran.
25:40Certo.
25:40Sem mais perguntas,
25:44senhores.
25:45Alguma defensor
25:46tem perguntas?
25:48Esclarecimentos
25:49muito rápidos
25:49aqui do juízo.
25:52Desculpe,
25:52alguém tem pergunta?
25:53Não sei se...
25:54Não?
25:56O senhor mencionou
25:57esses pagamentos
25:57da Odebrecht.
25:58Esse processo
25:59também faz referência
26:00à outra empreiteira
26:00OAS.
26:02O senhor teve
26:02alguma espécie
26:03de relação similar
26:04com a OAS?
26:06Não.
26:06O OAS...
26:08De campanha, não.
26:12Acho que pré-campanha
26:14teve alguma coisa
26:16relacionada
26:16com um pequeno
26:18programa
26:19relacionado
26:21e que Mônica
26:21citou,
26:22inclusive,
26:23na colaboração dela
26:26de pré-campanha
26:28do senador
26:29Liberti Cardoso.
26:30E parece que
26:30pagaram pelo programa,
26:32enfim,
26:32uma coisa não...
26:33Nada relacionado
26:34à campanha presencial
26:35dos presidentes.
26:35Não, campanha presencial
26:36de forma alguma.
26:37Eu nunca tive
26:38nenhum contato.
26:40Durante a campanha
26:41presidencial,
26:42ficou quase
26:43um pagamento
26:43exclusivo,
26:44doutor Moro,
26:44da Odebrecht
26:45conosco.
26:45Isso, inclusive,
26:46que era uma razão
26:47que era explicada
26:49para mim
26:49como uma razão
26:49de segurança,
26:51de confidencialidade,
26:54etc, etc.
26:56Então,
26:56quando ficou
26:57uma dívida,
26:58foi que entrou
26:59um pagamento
27:00de uma outra empresa.
27:01O senhor mencionou
27:02esses pagamentos
27:04de Caixa 2
27:05na campanha presencial
27:06em 2006,
27:08do ex-presidente,
27:10eram valores
27:11substanciais
27:12esses valores
27:13de Caixa 2
27:14ou eram valores
27:15pequenos?
27:16Não, eram substanciais.
27:17Eu acho que...
27:18Eu não sei de memória
27:19para dizer agora,
27:20Mônica talvez tenha
27:21se referido,
27:22mas acho que era
27:23algo em torno
27:23de 30,
27:2520,
27:2530%
27:26do preço oficial
27:27da campanha.
27:28Nós estamos falando
27:28em cifras de milhões
27:29de reais
27:30ou milhares de reais?
27:31Não,
27:31milhares de reais.
27:31O senhor mencionou
27:34que o senhor teve
27:35essa conversa
27:35com o senhor
27:36Antônio Palocci
27:37de que teria
27:39que, então,
27:40pagar parte
27:40no Caixa 2,
27:42isso apesar
27:42do senhor ter externado
27:43preocupações
27:44disso anteriormente.
27:47O senhor levou
27:47esse assunto
27:48ao ex-presidente?
27:49Não,
27:50com ele,
27:50diretamente,
27:51não.
27:52Porque negociações
27:53e trato,
27:54contratos
27:55com o presidente Lula
27:56nunca tive.
27:57Então,
27:57um pouco,
27:57essa preocupação
27:58com o Caixa 2.
28:00Nesse aspecto,
28:00não.
28:01Porque eu me referi
28:03com ele
28:03tempos depois
28:04cobrando atrasos,
28:06atrasos de pagamento
28:07que estavam ocorrendo,
28:09quando o Palocci falhava,
28:11quando o PT,
28:11era um degrau.
28:13Então,
28:13eu entrei duas ou três vezes
28:15e falei com o presidente,
28:16ele disse,
28:16aqui é um atraso grande
28:17e nós estamos entrando
28:20num problema
28:20de desequilíbrio
28:21econômico-financeiro.
28:22Ele disse,
28:22não,
28:23vamos resolver,
28:23ele sempre mostrava
28:24surpresa,
28:25não sei,
28:25vou ver.
28:25Durante a campanha
28:26ou depois da campanha?
28:27Isso,
28:28num intervalo
28:29do primeiro
28:30do segundo turno,
28:30da campanha dele
28:32e depois,
28:33depois da campanha,
28:34depois da campanha
28:34e já depois também
28:36na primeira eleição
28:38da presidente Dilma.
28:39Porque
28:39na primeira eleição
28:41da presidente Dilma,
28:42ela não tratou
28:43de gestão financeira,
28:44pelo menos conosco.
28:45E eu como vi
28:46muita intimidade,
28:47eu acho que a parte financeira
28:48ficou completamente
28:49à margem dela.
28:50Segundo a campanha
28:51que...
28:51Mas aí o senhor
28:53tratou desses atrasos
28:54com o ex-presidente Lula,
28:55é isso?
28:55Presidente Lula.
28:57E havia referência
28:58a essas questões
28:59de caixa 2
29:00ou pagamento
29:00para o Odebrecht?
29:01Não,
29:01diretamente o que
29:02Odebrecht
29:03estava atrasando,
29:03etc.,
29:04não.
29:04Mas eu deduzia
29:06que ele sabia
29:07exatamente
29:08do que estava
29:08se tratando.
29:10Por que o senhor
29:10deduzia?
29:11Por alguns motivos.
29:14Primeiro,
29:14uma coisa genérica,
29:17todos os candidatos,
29:18eu não conheci
29:18nenhum candidato
29:19que não soubesse
29:20da administração financeira
29:22da sua campanha,
29:23que não soubesse.
29:25Segundo,
29:26os pagamentos oficiais
29:28sempre tiveram
29:29margem pequena
29:30de atraso.
29:31Sempre tinha atraso,
29:32mas não tanto.
29:33Então,
29:33quando se referia
29:33a atrasos,
29:34atrasos,
29:34inclusive,
29:35que ficavam
29:36para depois da campanha,
29:38estavam implícitos
29:38que era a caixa 2.
29:40O senhor
29:40chegou a conhecer
29:41o Fernando Bittar?
29:44Conheci em 98,
29:46como ele falei,
29:48na eleição,
29:49a prefeita e seu pai
29:50já com a Bittar,
29:51que eu fiz uma parte
29:52e era sócio
29:53do Edu,
29:54e saí no meio
29:54da campanha
29:55por falta de pagamento.
29:56Então,
29:57foi a única campanha,
29:57inclusive,
29:58onde eu interrompi,
29:59interrompi mais
30:00para uma decisão
30:00de sócios.
30:01Aí,
30:02eu conheci o Fernando Bittar
30:03superficialmente,
30:05que era na produtora
30:06deles que nós
30:07trabalhávamos,
30:07o irmão dele
30:08e o Calil Bittar,
30:09mas não passou disso.
30:10E como houve
30:11um rompimento drástico
30:12nesse ano,
30:13quase uma inimizade,
30:14foi gerada
30:15entre nós.
30:16Então,
30:17nunca mais eu tive
30:17nenhum tipo
30:18de contato com eles.
30:19Sobre esses pagamentos
30:21de caixa 2
30:22na campanha presidencial
30:23de 2006,
30:242010,
30:24o senhor não tratou nada
30:26disso com o Fernando Bittar?
30:27Não,
30:27em absoluto.
30:28Não tinha nenhum sentido.
30:30A denúncia se refere
30:31aqui ao tal
30:32de sítio de Atibaia,
30:33que supostamente
30:34seria utilizado
30:35pelo ex-presidente.
30:35O senhor teve conhecimento
30:36desse fato na época?
30:37Não,
30:38eu nunca fui
30:39desse sítio,
30:40não tinha conhecimento,
30:41não sabia desses detalhes
30:42de que sítio era esse.
30:44Inclusive,
30:45quando se referia
30:45nesse período
30:46ao sítio do presidente,
30:47eu imaginava
30:48que fosse um sítio
30:49que eu tinha conhecido
30:50há muitos anos atrás,
30:51que é um sítio que ele tinha
30:51perto de uma represa
30:53em São Paulo,
30:54mas nunca tive.
30:55E aí?
30:56O senhor mencionou também
30:57durante o seu depoimento
30:58aqui ao Ministério Público
31:00que em 2005,
31:01no auge lá
31:02do período do Mensalão,
31:03o senhor começou
31:04a prestar conselhos
31:05ao ex-presidente,
31:06foi isso?
31:07Sim.
31:08A partir de agosto
31:09de 2007.
31:11O senhor prestou...
31:112005, perdão.
31:13O senhor prestou
31:14algum conselho
31:14relativo ao Mensalão?
31:16Não.
31:18A parte principal
31:19da minha forma
31:20foi criar
31:21uma agenda positiva.
31:22A recomendação
31:23pessoal que fez
31:24o presidente
31:25é dizer,
31:25presidente,
31:25deixe a questão
31:26judicial e política
31:27com os advogados
31:29e com o governo.
31:29O senhor tem que tratar
31:30do governo.
31:31Até porque eu achei
31:32o presidente extremamente
31:33deprimido,
31:33estava prostrado.
31:34Eu nunca tinha visto
31:35o presidente daquela maneira.
31:36Então nós temos que criar
31:37uma agenda positiva
31:38do governo.
31:38O senhor tem um governo
31:39aí que está pouco conhecido.
31:41O senhor tem muita obra.
31:41Então foi na criação
31:43dessa agenda positiva
31:44para reanimar,
31:46para revitalizar
31:47a imagem do governo
31:48e criar uma nova
31:50interlocução
31:50com a população
31:51que equilibrasse
31:53um pouco
31:54todo o nociário negativo.
31:55Mas em relação
31:56mesmo ao Mensalão, não.
31:57O senhor não sugeriu,
31:58por exemplo,
31:58se ele fosse indagado
31:59que ele respondesse
32:00a algo específico?
32:01Não, de forma alguma.
32:02Não falasse sobre o assunto?
32:03Não, de forma alguma.
32:04Inclusive, quando eu cheguei,
32:05ele já tinha feito
32:06dois pronunciamentos.
32:07Dois pronunciamentos,
32:08inclusive o primeiro de Paris
32:09e tinha feito
32:10um outro
32:13na Granja do Torto,
32:15que eles depois
32:15achavam que estava equivocado.
32:17Mas em relação
32:17ao pessoal,
32:18a linha de conduzir,
32:20etc., não.
32:21Bom,
32:23são essas
32:24então as questões
32:26de juízo.
32:27Pode interromper.
32:27que ele já tinha feito.
32:29Então,
32:29vamos lá.
32:30Vamos lá.
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