Raimundo Lira e o caso Aécio

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Transcript

00:00Senador Raimundo Lira, líder do PMDB aqui no Senado.

00:04Senador, a que o senhor atribui essa votação quase unânime do PMDB no caso de ontem aqui

00:10em que estavam em jogo as medidas cautelares impostas pelo STF a parlamentares?

00:17É importante rememorar que o artigo 291 do Regimento Interno do Senado prevê votação secreta para esse caso.

00:26E a Constituição é omissa, portanto, poderia ter sido votação secreta.

00:31Mas antecipadamente eu manifestei publicamente que o PMDB não aceitava votação secreta.

00:39Tinha que ser votação aberta para cada um senador assumir a responsabilidade do seu gesto e do seu voto.

00:45Nós votamos dessa maneira para defender, para preservar a autonomia e independência desta Casa chamada Senado Federal.

00:54Os votos contrários de Cátia Abreu e Roberto Requião, os únicos que divergiram da bancada, eram esperados?

01:01Como é que o senhor encara essas divergências dentro do partido, senador?

01:05Nós respeitamos essa divergência, não fechamos questão e, portanto, eles votaram de forma correta, de acordo com as suas convicções.

01:15Diferentemente de outros momentos em que os líderes reúnem a bancada para tratar de determinado assunto,

01:22o senhor utilizou o seu estilo lira, se o senhor me permite assim dizer, de ligar de um para um, que eu soube.

01:28O senhor optou pessoalmente de falar com cada um deles por algum motivo especial?

01:33Sim, porque quando você reúne a bancada numa situação de uma votação conflitante, uns condicionam o voto do outro.

01:45E você falando individualmente, deixando que o senador individualmente manifeste o seu pensamento, a sua linha, a sua convicção,

01:54fica uma posição muito mais bem definida.

01:56Quando o senhor fala em defesa desta Casa Legislativa, que é o Senado Federal,

02:02o senhor sabe que a opinião pública encara isso como um corporativismo e até mesmo como uma afronta ao Poder Judiciário,

02:09à primeira turma do Supremo.

02:11Existe essa afronta, senador?

02:14Como é que o senhor encara a avaliação que a opinião pública faz desta votação de hoje,

02:19que querendo ou não incluía a situação do senador Aécio Neves?

02:24É importante destacar que a decisão do Supremo Tribunal Federal, no seu pleno,

02:33ela descredenciou o que a primeira turma tinha decidido por uma pequena maioria anteriormente.

02:39Não fomos nós do Senado Federal, nós apenas exercemos o direito que foi reconhecido,

02:44o direito constitucional previsto no artigo 53, item 1º da Constituição Federal,

02:51nós apenas fomos respaldados pelo Supremo Tribunal Federal, que diz claramente na sua decisão.

02:57O Senado Federal ou a Câmara dos Deputados tem que ser ouvida nesses casos.

03:01Para finalizar, senador, o presidente do Conselho de Ética do Senado é do partido do senhor,

03:06é do PMDB, senador João Alberto Souza do Maranhão.

03:09O senhor acredita em alguma mínima possibilidade o senador Aécio Neves vir a ser caçado,

03:16ou pelo menos punido pelo Conselho de Ética por todos esses fatos revelados a partir da delação da JBS?

03:23Eu não posso opinar sobre esse assunto, até porque a liderança não interfere no Conselho de Ética.

03:30É um conselho absolutamente independente aqui dentro da casa.

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