- 20/06/2025
Roberto Sallouti, CEO do BTG Pactual e fundador do Instituto de Tecnologia e Liderança (Inteli), analisa o ensino de base no Brasil e explica como funciona o centro educacional criado por ele para formação profissional de excelência em tecnologia.
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NotíciasTranscrição
00:00Entrevista com Dávila
00:05Olá, bem-vindos. Toda semana temos um encontro marcado para falarmos sobre os assuntos mais
00:13importantes do momento e sempre com o convidado especial. Na era do conhecimento, da inteligência
00:20artificial e da computação quântica, a formação de profissionais de tecnologia tornou-se prioridade
00:27nacional. O Brasil vem perdendo a batalha da educação básica de qualidade há muitos
00:32anos. Os exames internacionais, que oferem a qualidade do aprendizado, como o PISA, retratam
00:38um país onde os jovens do ensino médio não aprenderam o conteúdo adequado do ano série
00:44e, tampouco, desenvolveram o pensamento crítico necessário para a resolução de problemas.
00:50Enquanto os governos fracassam de maneira retumbante em promover a educação básica de qualidade,
00:56o Brasil vem criando ilhas de excelência de conhecimento, como é o caso do Instituto
01:02de Matemática Aplicada no Rio de Janeiro, o INPA, o Instituto Tecnológico da Aeronáutica,
01:07o ITA, em São José dos Campos e agora o INTEL, o Instituto de Tecnologia e Liderança,
01:13aqui em São Paulo. O INTEL nasceu com a missão de se tornar o melhor instituto de tecnologia
01:19da América Latina e formar uma nova geração de líderes que vão transformar o Brasil por
01:25meio da tecnologia. E para conversar sobre o INTEL, eu recebo Roberto Salute, fundador
01:31do Instituto e presidente do BTG Pactual, uma das maiores instituições financeiras do
01:37país. Salute, muito bem-vindo à entrevista com o Davila.
01:40Obrigado, uma honra estar aqui com vocês.
01:42Salute, vamos começar por essa missão maravilhosa, preparar uma nova geração de líderes
01:48que tenham conhecimento tecnológico para essa grande revolução do conhecimento.
01:53A primeira pergunta é, como o INTEL está conseguindo fazer uma seleção tão apurada,
01:58refinada desses jovens talentosos, no momento que nós temos esse grande problema no ensino
02:04médio brasileiro, de uma grande evasão escolar? Vocês estão conseguindo peneirar e tirar o melhor
02:10do que sai desse ensino médio?
02:11Olha, felizmente, Felipe, a qualidade dos alunos não tem sido a nossa limitação.
02:18Acho que está muito comprovado que no Brasil a oportunidade pode ser mal distribuída, mas
02:24o talento é bem distribuído. E a gente fez um processo seletivo muito abrangente, porque
02:31se a nossa meta é ser uma das melhores faculdades do mundo, é uma das melhores da América Latina,
02:36a gente pode ter um campus magnífico, professores fantásticos, mas isso não será possível
02:42sem os melhores alunos. Então, a atração dos melhores alunos é chave.
02:47Então, acho que a gente fez uma coisa que nunca tinha sido feita no Brasil, porque como
02:51você falou, você citou aqui duas instituições maravilhosas, o INPA e o ITA, são duas instituições
02:57públicas que não cobram mensalidade. Nós somos uma entidade sem fins lucrativos, porém
03:02que cobramos mensalidade. Então, o que nós fizemos? Nós fizemos um processo
03:06bem diferenciado, que envolve uma primeira fase, que é uma prova de lógica e matemática.
03:12Se você quer ser engenheiro, o que importa é lógica e matemática. Se você teve dinheiro
03:17para pagar um bom cursinho, para revisar história, para revisar literatura, você talvez passaria
03:23num vestibular completo. Agora, no nosso caso, o que importa é lógica e matemática, isso
03:27é eliminatório. Depois disso, a gente pede para os candidatos fazerem redações, onde
03:32a gente quer conhecer ele como pessoa. E aqui a gente quer medir distância percorrida.
03:38Quais são as oportunidades que você teve? Como você as aproveitou? Como você demonstrou
03:43resiliência, intensidade, dedicação, comprometimento para seguir crescendo? O que você fez de atividades
03:50extracurriculares? Olimpíadas estudantis? E aí ele recebe também uma avaliação disso.
03:55E finalmente temos uma terceira etapa, que é uma dinâmica de grupo, é um trabalho
04:01em grupo, onde a gente faz uma avaliação de comunicação, colaboração e pensamento
04:06crítico. E depois a gente vai explicar, depois, que como o Interi é feito com ensino
04:10baseado em projetos em grupo, isso é muito importante.
04:14Feito isso, tem-se um ranking dos candidatos. E aí que eu acho que vem algo que nos orgulha
04:20muito e que deixa que a gente realmente consiga atrair os melhores talentos.
04:25Quem aí não pode pagar a mensalidade do Intel, ele recebe uma bolsa que é muito, muito
04:32competitiva. Se necessário, a bolsa de estudos do aluno pode ser, incluir mensalidade, moradia,
04:40transporte, alimentação, computador e inglês. E com isso, é o que você falou, a gente está
04:47peneirando. A gente está, na última classe, tiveram em torno de 200 alunos. A gente tem
04:52capacidade para ter 240 alunos por ano. Então, perto de 1.960 alunos, quando a gente estiver
04:59com capacidade máxima. O Brasil tem muito mais que 1.000 alunos talentosos. A gente precisa
05:05realmente achá-los e criar condições para que eles possam frequenciar o Intel.
05:10Ou seja, apesar da excelência, não existe barreira pela questão do pagamento da mensalidade.
05:19Qualquer um que tenha talento, passou nesses exames, vai ter a bolsa de acordo com a sua
05:24condição financeira.
05:25Olha, eu me arrisco a dizer que das entidades privadas do Brasil, nós somos o maior programa
05:30de bolsas do país. E a gente já nasceu assim. A gente já nasceu assim por causa dessa
05:36convicção que a gente precisava atrair os melhores alunos. E essa convicção que, no
05:42Brasil, se você der a oportunidade de educação, de trabalho, o brasileiro se desenvolve, performa
05:50e gera desenvolvimento, gera riqueza e gera emprego para o resto do país.
05:57Bom, eu visitei o Intel, tenho muito orgulho de ter visitado o Intel e vi essa dinâmica na
06:02sala de aula, que é uma coisa muito diferenciada de outros países. Ou seja, você vê os alunos
06:08ali todos engajados nessa resolução de projetos. Como é criar uma metodologia tão única como
06:15essa de trabalhar em torno de projetos? Isso é muito comum nos Estados Unidos, por exemplo,
06:20mas não é comum aqui. Como preparar os professores para dar esse tipo de aula, que é muito mais
06:26um facilitador dessa resolução de problemas em projetos reais, do que uma aula clássica
06:33com o quadro negro, contando como é que é, qual que é o conteúdo, o que ele deve saber.
06:38Se você me permitir, eu só queria dar um passo para trás para explicar um pouco da metodologia.
06:43Certo.
06:43E como que a gente chegou nela. Quando a gente decidiu, a gente passou três anos estudando
06:48o que seria o Intel. Nós não somos de educação, nós somos do mercado financeiro. A gente tinha
06:54uma página em branco, tínhamos recursos e não tínhamos que defender nenhum legado. Então
07:00a gente teve a oportunidade de ver o que pelo mundo estava sendo feito em educação. A gente
07:06foi visitar as faculdades tradicionais, MIT, Carnegie Mellon, Stanford. Vimos que era fantástico,
07:14as instituições fantásticas, mas a gente se perguntou se a gente precisava fazer um projeto
07:19para ensinar como era ensinado há 500 anos. Quando nós fomos para a faculdade, nós
07:24estudamos para tirar uma boa nota. A gente não necessariamente entendeu o porquê que
07:29a gente estava estudando aquilo. E aquilo é uma coisa que ficou na nossa cabeça. Aí
07:34a gente foi ver o que tinha de experimental pelo mundo. Minerva, Equal 42. A gente falou
07:40muito interessante, muito legal, mas ainda experimental. Você não tem comprovação acadêmica que
07:47essa metodologia funciona. E aí a gente foi no ensino baseado em projetos. A gente foi visitar
07:53Olen, que é a faculdade irmã de Babson, Babson é Business, Olen Engenharia. Mais de 40 anos de
07:59existência, com mais de 80 anos de pesquisa, mostrando o quão efetivo é o ensino baseado
08:07em projetos. Então a gente voltou para cá e a gente contratou o que eu brinco que são os
08:12gênios de educação, que no nosso comitê acadêmico. E eles falaram, não, isso aqui é realmente
08:19único, é de um aprendizado fantástico, mas é difícil fazer. Mas o que a gente fez? A gente
08:26aproveitou tudo de tecnologia, a gente tem um time de desenvolvedores no Intel, que desenvolveu o próprio
08:33sistema educacional. E como é que é o dia do aluno? Ele passa o primeiro terço do dia em
08:39autoestudo. Se você vai estudar engenharia, você vai estar sempre tendo que se renovar, acompanhar as
08:45evoluções. Então é muito importante você aprender a estudar de materiais desestruturados. Não é de
08:52uma postila, é de um vídeo, de um texto de livro, de um artigo de um acadêmico. Então ele começa
08:59estudando. Aí depois ele vai para a sala tradicional que você falou, mas ele não vai para ouvir uma
09:05palestra. Ele vai para tirar dúvidas, para o professor ter certeza que ele entendeu conteúdos,
09:10entendeu por como é que funciona vetores. E aí a terceira parte do dia, digamos que ele estudou
09:15vetores, ele vai e aplica aquele conhecimento técnico num projeto de vida real e ele entende que ele pode
09:24usar vetores para que os bichinhos do game que ele está desenvolvendo para celular se mova na tela.
09:33Com isso eu te garanto que ele nunca mais vai esquecer o tal de vetores. Você não estuda para ir para a prova,
09:38você aplica. E como os nossos projetos são projetos reais, com empresas reais, eles estão sempre
09:45atualizados. Então isso garante que o nosso currículo esteja sempre atualizado. Porque a gente está falando
09:52com as maiores empresas brasileiras, com as maiores empresas multinacionais que estão atuindo no
09:57Brasil, com órgãos do governo, com ONGs, com startups. Então com isso a gente tem certeza que o nosso
10:02currículo está sempre atualizado.
10:04Agora, como selecionar... Primeiro eu queria falar dos professores, como é que você preparou os
10:09professores. A segunda coisa, como selecionar os casos reais? Porque precisam ser casos factíveis e que
10:15os alunos consigam chegar ali a um fim e com uma solução importante. Não adianta também ter um caso para
10:20resolver o problema inteiro da empresa, que não funciona. Como é que são essas duas coisas? A
10:24formação do professor para dar esse tipo de aula e essa história da seleção dos casos?
10:29Então, a formação... O professor, obviamente, você tem um processo de seleção. Ao longo do tempo que o
10:36professor começa no Intel, ele no final faz uma pós-graduação em ensino baseado em projetos.
10:42Então depois de um ano no Intel, ele sai com uma pós-graduação em ensino baseado em projetos.
10:47E ele também está sendo constantemente avaliado pelos alunos, pelos seus pares, pelos diretores
10:56acadêmicos. E por isso a gente tem sempre um processo de garantir que a gente tenha não
11:01só os melhores alunos, mas também os professores que tão gostam de dar aula, que gostam dos
11:06alunos, que estão entregando o que a nossa metodologia se propõe. Quanto à sua segunda
11:12pergunta, dos projetos, a gente tem uma entidade que a gente criou lá que chama Escritório
11:18de Projetos, cuja função é interagir com empresas e falar, olha, nos próximos três
11:25ou quatro trimestres nós faremos estes tipos de projetos. É um protótipo de internet das
11:30coisas, é um modelo preditivo usando inteligência artificial, é uma aplicação web e assim por
11:37diante. Você na sua empresa tem algum problema que possa ser solucionado por algo assim? As
11:45empresas se trazem de volta, falam, eu tenho um problema, eu gostaria de participar. A gente
11:51grosso modo tem entre, na média, seis empresas se candidatando para cada projeto que a gente
11:59vai fazer. E aí depois a equipe acadêmica vê qual projeto é melhor para o que eles querem
12:06ensinar. E aí as empresas têm duas obrigações. A primeira, ela não pode desistir. Tem que
12:15ter alguém designado e pelas próximas 12 semanas ela vai acompanhar do início ao fim, vai ter
12:20que estar lá a cada duas semanas para ver o trabalho dos alunos, passar feedback, ver como
12:25é que está sendo e no final ele vai ter cinco ou seis protótipos que vão solucionar aquele
12:31problema e que depois ele pode fazer o que quiser. Esses protótipos também são códigos
12:35abertos, estão todos no GitHub do Intel. Então essa é uma outra coisa que a empresa tem que
12:39concordar. E a segunda coisa que a empresa não pode fazer, ela não pode recrutar nenhum
12:45aluno do Intel até que ele possa ou fazer estágio ou estar formado. Porque a gente acha muito
12:51importante que ele complete os quatro anos de estudo.
12:53porque senão eu já imagino que isso vai ser um headhunting fortíssimo dentro do
12:58Intel. A gente vê a turma já no primal do primeiro ano, já realmente tem um nível
13:03de aprendizado fantástico, mas isso não tem sido o problema. Tanto as empresas têm
13:08respeitado quanto os alunos estão enxergando o valor da educação. E como a gente fez um
13:12algo diferente, os primeiros dois anos é tempo integral, os alunos só podem fazer estágio
13:19de férias. Então eu te diria que provavelmente a maioria deles fez estágio tanto nas férias
13:25de janeiro quanto nas férias de julho, férias de quatro a seis semanas em empresas. E depois
13:32no terceiro ano eles podem já fazer estágio, estágio na parte da, digamos, acho que da manhã
13:39e tem aula à tarde. E no último ano é uma aceleração de carreira, onde ele pode estagiar o dia todo e tem
13:46aula à noite. E ele escolhe se ele quer a trilha empreendedora, a trilha acadêmica ou a trilha corporativa.
13:52Agora, interessante, Salute, que a tecnologia está começando a se enraizar em lugares mais distintos.
13:58Eu vou dar aqui três lugares. Primeiro, Recífico, Porto Digital, um centro importante. Aliás, o Silvio Meira
14:04é um dos conselheiros lá do Intel, mas é um lugar fantástico ali, trabalhando praticamente para a modernização
14:10de quase todos os nossos programas de telefone celular. Santa Catarina também tem um programa importante
14:15de tecnologia. E aqui em São Paulo, no interior de São Paulo, em Piracicaba, ali tem a Agrotec também
14:21como uma ponta importante nessa parte de tecnologia aplicada para o desenvolvimento do agronegócio.
14:27Como que o Intel está ligado a esses polos de tecnologia?
14:34Então, o Intel faz parte de um programa do IPT chamado IPT Open, cuja ideia foi justamente trazer
14:42empresas e institutos para o IPT, para que o IPT ganhasse mais dinâmica, digamos, nesse ecossistema
14:53de tecnologia. E eu lembro que quando a gente estava procurando onde fazer o Intel, a gente
14:59estava praticamente com o prédio alugado em Pinheiros, quando a gente foi convidado na época
15:03pela Patrícia Ellen e pelo Dória, para conhecer o IPT Open. E a gente não foi, digamos, muito
15:12animado lá a conhecer. A gente foi por educação. Mas quando a gente chegou lá, a gente ficou fascinado
15:17com as instalações, ficou fascinado com o projeto, que a ideia é começar o IPT Open
15:23dentro do IPT, depois atravessar a avenida, fazer um polo de tecnologia e eventualmente
15:27expandir para o SEAS. E o que aconteceu? Depois que nós fomos para lá, o Google, logo do lado
15:34do Intel, também como parte do IPT Open, está montando o seu segundo escritório de engenharia
15:39no Brasil, um escritório para 400 engenheiros da Google ali do lado. Ou seja, a gente já
15:46começa a ver não só esse hub que a gente tem com as empresas, que a gente faz os projetos,
15:51mas ali começando a se formar um ecossistema. A gente lançou em parceria com o IPT uma pós
15:57em cibersegurança. Então, eu acho que muito que você falou desses hubs, eles são hubs
16:02que atraem o talento e como o talento está lá, ele realmente vira um hub. Então, é
16:09aquele negócio, você não sabe o que vem primeiro, o ovo ou a galinha. Mas se você
16:12tem o talento, você tem as pessoas lá, esse hub começa a se desenvolver.
16:17O Intel vai entrar com o IPT nessa área mais de pesquisa? Porque uma das coisas que o Brasil
16:22precisa também fazer bastante é usar tecnologia na área de pesquisa. A gente está muito atrasado
16:27nisso, os orçamentos vêm sendo cortados integralmente nessa área de pesquisa e desenvolvimento e isso
16:31é fundamental para o Brasil, inclusive, ganhar competitividade e produtividade.
16:35Sim, a gente tem, no contrato com o IPT, a gente tem que fazer pelo menos um projeto
16:42por ano com o IPT nessa área de pesquisa, algo que nos deixa bastante animados. Então, sim.
16:48E a gente acabou de receber do Ministério da Ciência e Tecnologia, o CAT, que a gente vai
16:53poder justamente pegar recursos das empresas, se eu não me engano é a lei de informática,
16:59para justamente estar trabalhando em pesquisa. Então, a gente está pensando em desenvolver
17:04um centro de pesquisa e inteligência artificial e em outras iniciativas para justamente ser
17:10o segundo polo de seguir alavancando a pesquisa. Você mencionou aqui, no setor agro, no setor
17:17de mineração, no setor de energia, no setor ambiental, essas são potências do Brasil.
17:24Se a gente pesquisar, fizer pesquisa nessas áreas com tecnologia, acho que a gente pode
17:30realmente estar na vanguarda global. A gente não tem que ter medo disso. Ah, mas por que
17:35que não dá? Dá. Dá para a gente ser líder global? Como eu tenho uma convicção que o
17:41Intel vai ser uma referência global em ensino, pela metodologia que escolheu, pelo comprometimento
17:48dos professores, pelo comprometimento dos gestores, pelos alunos que estão trazendo. Então, acho
17:53que a gente tem que ter ambição, tem que acreditar no Brasil. O Brasil dá para ter instituições
17:58de classe mundial e eu acho que a gente já está caminhando para isso a passos largos na
18:04área educacional e acho que a nossa próxima meta é fazer isso na área de pesquisa também.
18:08Concordo.
18:09É fundamental, não é? Agora, você já começou a ter as primeiras turmas se formando ali,
18:14né? Esse ano é a primeira formatura. Primeira formatura esse ano. E como é que está sendo
18:19o encaminhamento profissional dessa primeira turma? Eles estão indo para diversos ramos ou
18:26estão muito focados em um ou outro setor? Como é que está sendo o perfil da empregabilidade
18:30e para que setores essa primeira turma do Intel está indo? Olha, empregabilidade não é um
18:36problema. Pelo contrário, acho que todos estão super bem colocados em empresas de tecnologia
18:43em empresas do setor financeiro, em startups e a gente vê muitos deles, muitos dos alunos
18:50já montando os seus negócios.
18:52Legal.
18:53Ou seja, empreendendo. Isso é o menor dos problemas e todos com uma primeira renda até acima do
19:03que a gente imaginava quando a gente montou o instituto.
19:06Espetáculo, porque isso ajuda muito, né? Estimular as outras turmas também a se dedicar e...
19:11E nada melhor para atrair novos talentos do que os alunos que estão agora no ensino médio
19:21verem os ex-alunos felizes, aprendendo, se desenvolvendo na carreira e aí falando
19:28não, eu quero ser que nem ele. E aí isso é um ciclo virtuoso que a gente está vendo muito.
19:35Assim, a gente vê que as escolas que começaram a mandar alunos para o Intel cada ano estão
19:43tentando fazer que mais alunos venham para o Intel. Mais alunos tentando entrar no Intel.
19:48Agora, Salute, nós precisamos de uma certa mudança de mentalidade a essa questão, principalmente
19:52de tecnologia. O Brasil ainda tem uma mentalidade no governo, estou dizendo, né?
19:58Muito soberania nacional, uma coisa antiga de lei de informática, como você estava falando, né?
20:03E nós precisamos estar integrados ao que está sendo desenvolvido mais na ponta do mundo.
20:08Nós precisamos diminuir barreiras tarifárias para poder ter acesso a essa tecnologia.
20:14Você acha que esse centro de excelência que a Intel está criando, com esses demais centros de tecnologia
20:20e o IPT, a gente pode começar a quebrar certos dogmas que atrasam justamente o desenvolvimento
20:26tecnológico do Brasil, porque a gente acha que tem que ter uma questão de cultura nacional,
20:32soberania nacional, numa área que é quanto mais nós aprendemos com os outros e com o mundo é melhor?
20:39Olha, adoraria muito que a gente pudesse ajudar nisso, mas acho que, que nem você falou,
20:46acho que, isso acho que às vezes até começa, talvez com uma visão dogmática,
20:51depois vira uma visão arrecadatória, como a gente viu aí recentemente com as mudanças do IOF.
20:57Então, eu concordo contigo, acho que eu sou um globalista, eu acho que toda essa discussão
21:03de barreira tarifária que agora os Estados Unidos estão encampando é uma bobagem,
21:07é só você ver o sucesso que foi os Estados Unidos, o crescimento, como foi bom para o mundo
21:12essa abertura.
21:14Concordo por um ponto que é muito importante, que todos tenham abertura igual.
21:19Então, isso me anima muito.
21:21Se a gente puder contribuir com isso, contem conosco, mas sinceramente eu acho que
21:27está um pouco além do que a gente está planejando influenciar nisso neste momento.
21:33Ô Salute, você pensa futuramente ajudar, capacitar escolas do ensino médio, principalmente
21:40ensino integral, a começar a fazer um pré-preparo para futuros alunos do Intele?
21:48Então, nós escolhemos fazer uma faculdade de graduação, na época que a gente estava
21:52estudando o que a gente queria fazer, porque a gente adora ter opcionalidade.
21:57E a partir de uma faculdade de graduação, você pode fazer pós-graduação, cursos executivos
22:03ou eletivas do ensino médio.
22:06E a gente já está explorando algumas dessas oportunidades.
22:11Então, a gente tem uma grade de cursos executivos, especialmente em ciência de dados e inteligência
22:17artificial, que está sendo um sucesso.
22:21Então, por exemplo, é mandatório para todos os líderes do BTG Pactual fazerem o curso de
22:27inteligência artificial do Intele, que é um curso de um dia que chama Inteligência
22:31Artificial para Negócios.
22:33E isso, a gente não vai aprender a programar um LLM, um Large Language Model, mas a gente
22:39vai entender como inteligência artificial pode ser usada nos negócios.
22:44E a gente está vendo que isso tem uma demanda fantástica, que a gente acha que é uma
22:48maneira de potencializar as empresas brasileiras.
22:51A gente está, sim, com ensinas eletivas de ensino médio, que também estão sendo um
22:57sucesso, tanto para provocar a turma do ensino médio em pensamento lógico e matemático,
23:05para eles conhecerem o Intel e a metodologia.
23:09E uma coisa que me enche de orgulho, você ter uma coisa no Intel e que é uma coisa que
23:13que é chamada o Movimento Wave, que são os próprios alunos que entraram no Intel, que
23:20fazem um cursinho de graça para todos que querem se candidatar no Intel e mentoram e dão
23:27aula e ajudam.
23:30E eu, por acaso, janto todo ano com os primeiros cinco colocados do processo seletivo.
23:37E esse ano, os primeiros cinco colocados foram parte desse movimento Wave.
23:43Então, é uma coisa, assim, muito bacana.
23:44Já está.
23:45É de graça.
23:47E é engraçado, né?
23:49Os alunos do Intel estão tão felizes com o Intel que eles querem dar essa oportunidade
23:54para os outros alunos.
23:55Então, é uma coisa, assim, que me enche de orgulho.
23:58Você vê já que eles já, essa mentalidade de retribuir para a sociedade, de ter gente
24:05boa junto, eles já adotaram, já abraçaram e estão vivendo isso no dia a dia, né?
24:11E eu te pergunto exatamente sobre isso, assim.
24:14Eu imagino a sede das empresas agora para recrutar esse pote de gente talentosa, né?
24:20Vocês vão ter também algum programa para conectar, não só nos estágios, mas, por exemplo,
24:24para pessoas...
24:25Eu preciso do perfil desse...
24:25Não, já tem feira de carreiras, já tem o escritório, o centro de liderança que
24:35faz essa conexão com as empresas, os alunos, está tudo funcionando, está tudo funcionando
24:40direitinho.
24:41Agora, o Salute, eu te pergunto uma coisa.
24:44Outra palavra importante que tem na formação do Intel é liderança, como você acabou de
24:48falar.
24:49E o Brasil hoje é um país que falta liderança.
24:53Falta liderança no sentido de se preocupar com o mundo além do seu umbigo, do seu negócio,
24:59se preocupar com o mundo público, se preocupar com a política pública, ter essa missão de
25:04dever, como você falou, que os próprios alunos do Intelis já estão criando cursinhos
25:08para futuros alunos, né?
25:10como inserir essa cultura de dever público nessa juventude que está estudando tecnologia
25:21e para entender que ela tem um papel na sociedade e no mundo além do seu talento, vamos dizer,
25:28em lidar com a tecnologia.
25:29É, isso é algo que a gente, desde o primeiro dia, a gente passa para os alunos e eles veem isso, né?
25:38Eles veem, o Intel é um projeto filantrópico.
25:41Nós dedicamos dinheiro, nosso conhecimento, nosso trabalho para fazer aquilo para retribuir para o Brasil.
25:49E eles enxergam isso, eles se inspiram com isso.
25:52Sim, é raras as vezes que, quando eu estou em algum evento, um aluno do Intel não fala que
25:59ele não vê a hora de ter o nome dele no quadro de doadores do Intel.
26:04Isso que quando é um bolsista, ele fala para poder retribuir a chance que eu estou tendo
26:08de poder proporcionar isso para alguém.
26:10Isso são valores, né?
26:12E o Intel tem, assim, na nossa descrição, a gente tem só quatro valores.
26:18que a gente acha que, para você ter um país desenvolvido, um país que você quer,
26:24você não precisa de muita coisa.
26:25Quais são esses quatro valores?
26:27O primeiro é ética.
26:29Não é porque você pode fazer algo que você deve fazer algo.
26:32Ainda mais com tecnologia.
26:34Não é porque ninguém vai saber que você deve fazer aquilo.
26:37Você tem que fazer o certo, o que é ético, o que é moral.
26:41Segundo valor, sustentabilidade.
26:44Não adianta a gente descuidar, não cuidar do nosso planeta.
26:47Então não teremos mais planeta.
26:49Dá para a gente viver como a gente quiser, fazer tudo o que a gente quiser,
26:52respeitando o nosso planeta.
26:55Ou seja, tendo um planeta sustentável.
26:58Terceiro, Estado de Direito.
27:00Aí muitas vezes os alunos falam, o que é isso?
27:02Eu falo, a regra é clara e vale para todo mundo.
27:06Não tem diferencial.
27:08Todo mundo sabe como é que é e vale para todo mundo.
27:11Não tem uma hora que o impedimento é no ombro, outra hora na cabeça, outra hora no joelho.
27:15O impedimento, o impedimento, sempre todo mundo marca igual.
27:18E o quarto, economia de mercado.
27:20A gente acredita que economia de mercado, o empreendedorismo, o trabalho, a educação,
27:29é isso que vai gerar desenvolvimento.
27:32Com o trabalho, você gera riqueza.
27:34Com a educação, você gera produtividade.
27:37E é só assim que a gente vai virar um país de classe média.
27:40Então a gente está sempre passando esses valores, nessa parte de liderança.
27:45Mas mais do que isso, quando a gente concebeu o Intel,
27:48a gente queria formar engenheiros completos.
27:52Que não só seriam grandes engenheiros,
27:56então 70% do currículo é engenharia.
27:59Mas também conheceriam de negócios.
28:01Então o Intel tem o dobro de horas de aulas de negócios que um MBA no Brasil.
28:08Então ele sai sabendo contabilidade, avaliação de empresas,
28:14um pouco de performance marketing.
28:16Então ele chega no seu trabalho de engenharia, que seja, entendendo de negócios.
28:23E a gente fez 10% do currículo liderança.
28:27Comunicação, autoconhecimento, gestão de conflito, falar em público.
28:33Para ele chegar nos lugares e já chegar jogando.
28:37E a gente vê que o feedback que nós recebemos das empresas
28:42é que eles ficam impressionados de como os alunos chegam maduros,
28:47com conhecimento de negócios e sabendo trabalhar em grupo,
28:50se comunicar, se posicionar.
28:52E é justamente isso que a gente busca fazer.
28:54Não só ter um profissional que é super técnico, super qualificado em engenharia,
29:00mas que também saiba de negócios e liderança.
29:03Adorei os quatro valores.
29:05Acho que a gente veio aprofundar um pouco nessa discussão dos valores,
29:07porque me parecem fundamentais.
29:10Por exemplo, a questão ética é algo vital.
29:15Ainda mais, como você falou, lidando com tecnologia e principalmente com política pública.
29:19Nós agora acabamos de ter outro grande escândalo, o INSS.
29:22É tudo uma falta de ética, de valor absurda, que prejudica o país.
29:26Então, você entende que essa formação de valores vindo só da instituição de ensino,
29:36ela pode fortalecer um espírito cívico de dever público,
29:43mesmo que essa pessoa não tenha tido uma formação, vamos dizer, muito sólida de valores anteriormente?
29:50Eu não tenho dúvida que os alunos do Intel saem com esse sentimento.
29:54Se eles vão, espero que muitos tenham esse desejo de ir para a política, eu não sei.
30:05Mas eu adoraria ver eles realmente liderando o país.
30:08Mas eu tenho certeza, se eles forem para iniciativa privada ou para pesquisa,
30:13eles vão sempre ter o bem do país em mente.
30:17E não só isso, vão ter sempre em mente que a qualquer momento da carreira,
30:24seja com trabalho, com conhecimento ou com recursos,
30:27eles podem contribuir para a sociedade.
30:29Porque é isso que a gente sempre ensina.
30:32Às vezes a gente acha que você só pode contribuir para a sociedade com recursos.
30:36Isso não é verdade.
30:37Tem épocas da vida que talvez você não tenha recursos financeiros,
30:40nem muito conhecimento, porque você está começando a sua carreira,
30:43mas você não tem família, então você pode dedicar trabalho.
30:45Tem épocas da sua vida que você está com filhos pequenos,
30:50talvez você não tenha tanto tempo,
30:52mas você já tem um pouco de conhecimento,
30:53você pode contribuir em conselhos,
30:56ou mentorando alunos ou pessoas.
30:59E tem momentos da sua vida que você tem recursos,
31:02que você realmente pode contribuir financeiramente.
31:05Agora, acho que o Intel, pelo menos para nós,
31:08foi onde a gente conseguiu juntar os três.
31:10A gente juntou os recursos financeiros, que a gente fez a doação,
31:14todo o conhecimento acumulado,
31:17tanto profissional quanto nas iniciativas filantrópicas
31:20que a gente fez ao longo da vida,
31:22com capacidade de trabalho.
31:24E aí, o impacto é tremendo,
31:27mas mais que o impacto,
31:29a satisfação que você vê um projeto desse te dá
31:32é algo assim indescritível.
31:35As pessoas, os alunos, sempre falam bem,
31:37pô, que legal, queria agradecer você ter feito o Intel,
31:40queria agradecer você estar aqui.
31:41Eu falei, cara, você não precisa me agradecer,
31:43eu que preciso agradecer vocês.
31:44Vocês não têm ideia da minha felicidade,
31:47de ver esses sonhos tornando essa realidade,
31:49essa classe se formando,
31:51vocês começando a caminhar para transformar o Brasil.
31:54Isso é assim, para mim é um...
31:57Lá em casa até brinco, né?
31:58Que é meu quarto filho.
32:00E é mesmo.
32:02Que maravilha.
32:03O segundo valor muito importante que você tocou
32:05é a questão da sustentabilidade,
32:07a questão do meio ambiente.
32:08É interessante como esse tema
32:10foi um pouco sequestrado pela esquerda,
32:13que tenta fazer uma visão anti-mercado, né?
32:16E uma visão realmente importante disso é
32:19como é que por meio do mercado
32:21nós vamos criar soluções de sustentabilidade para o mundo.
32:25É exatamente o oposto disso, né?
32:28Então, é muito importante isso que você colocou.
32:31E eu entendo que uma das maiores vocações
32:33do Brasil é justamente essa bioeconomia.
32:35Ainda nós temos um enorme campo a ser explorado
32:38que pode ser um desses grandes alavancadores
32:41da retomada do crescimento sustentável no Brasil, né?
32:44Então, como é que a história,
32:46essa conscientização da sustentabilidade
32:49e que é por via de mercado
32:51que nós vamos conseguir ter soluções práticas
32:54que vão fazer o Brasil crescer nessa área
32:58e, ao mesmo tempo, ter essa grande contribuição
33:00para o planeta de preservação?
33:03Olha, eu não tenho dúvida
33:04que o Brasil tem tudo para ser uma potência ambiental.
33:08E eu vou dar um exemplo para você
33:10de um projeto que casa o mercado
33:13com um senso de sustentabilidade
33:14que tem sido um sucesso.
33:18Acho que você sabe disso.
33:19O BTG Pactual é o segundo maior gestor
33:21de florestas do mundo.
33:23É uma atividade concentrada muito no Brasil,
33:25na América do Sul.
33:26também tem florestas comerciais no Brasil,
33:30no Uruguai, no Chile e nos Estados Unidos.
33:34E, com essa cabeça de sustentabilidade,
33:37o nosso time provocou um novo produto.
33:42Que, olha, a gente sabe fazer floresta comercial,
33:45seja de pinho no hemisfério norte
33:47ou de eucalipto no hemisfério sul.
33:50Agora, vamos fazer o seguinte,
33:51vamos pegar áreas de pastagem degradada no Brasil,
33:54vamos plantar metade em floresta comercial
33:58e, em outra metade,
34:00vamos fazer reflorestamento nativo.
34:03E como é que a gente vai dar...
34:05A gente vai captar dinheiro do investidor
34:07e vai fazer essas dois...
34:10Dois...
34:10Dois...
34:11Dois modelos.
34:14Dois globos no projeto.
34:17A parte de floresta comercial,
34:19a gente vai vender para atividades
34:20que guardam o carbono,
34:22não vamos vender para a energia
34:24que vai ser queimada,
34:25vamos vender para a construção,
34:27para móveis,
34:28algo que estoca o carbono.
34:30E, na parte de reflorestamento nativo,
34:32vamos vender esses créditos de carbono.
34:37Esses créditos de carbono,
34:39por a gente...
34:40Tá.
34:41Essas grandes áreas.
34:43Você ganha adicional de biodiversidade
34:45e adicional pelo engajamento da comunidade.
34:48Porque cuidar de uma pastagem...
34:51Eu não tenho exatamente os números,
34:53mas a cada 10 hectares,
34:54você precisa de duas pessoas.
34:56E para você reflorestar,
34:57você precisa de 20.
34:58Então, você está gerando emprego,
35:00você está preservando a biodiversidade,
35:02você está vendendo créditos de carbono.
35:04Nós captamos 1 bilhão de dólares
35:06para fazer esses investimentos no Brasil.
35:09Os clientes vão ter um retorno
35:11ao redor de 11%, 12% em dólares.
35:16E, ao final deste investimento de 1 bilhão,
35:19nós vamos ter plantado
35:21mais que uma árvore para o brasileiro.
35:23Mais de 200 milhões de árvores.
35:26Olha o impacto que isso está criando
35:28e é o casamento de mercado
35:30com sustentabilidade.
35:32Então, acho que são os exemplos
35:34que a gente está sempre tentando mostrar ali
35:36na faculdade.
35:39Aliás, um exemplo extraordinário.
35:40Agora, eu queria que você tocasse
35:42num ponto importante,
35:43que é a história do crédito de carbono.
35:45No Brasil, nós temos um problema muito sério.
35:48Essa diapasão entre o valor
35:50do crédito de carbono na Europa
35:51e no Brasil é gigantesco.
35:53Tem um hiato grande.
35:54Um dia, nós vamos ter um crédito de carbono global
35:57no momento que nós tivermos
35:59uma capacidade de averiguação melhor?
36:02Olha, eu acho que você tem
36:03vários fatores que influenciam nesse mercado.
36:08Você tem.
36:09Ele é um crédito de carbono red
36:11que não deixou ocorrer o desmatamento
36:14ou ele é um crédito de carbono
36:16de reflorestamento?
36:18Ele é um crédito de carbono voluntário
36:20ou um crédito de carbono regulado?
36:23Eu não acredito que a gente vai ter
36:24um mercado global.
36:26E apesar de todo, digamos,
36:28esse momento que o mundo vive,
36:30que talvez o pêndulo foi demais para um lado,
36:32agora está demais para o outro,
36:33eu sempre acredito que o bom senso
36:35vai prevalecer.
36:36Esses créditos de carbono voluntários,
36:39eles negociam normalmente,
36:41principalmente os créditos HED,
36:44de prevenção de deforestation,
36:48a níveis baixos.
36:51Cinco dólares, dez dólares.
36:54Nós vendemos os créditos desse projeto
36:56que eu mencionei para você
36:57a cinquenta dólares para a Microsoft,
37:00para a Apple,
37:01para as grandes empresas do mundo.
37:02Ou seja, quando você faz um projeto consistente
37:05com pessoas de credibilidade,
37:07existe esse mercado.
37:09A gente chama muito mercado de carbono,
37:11mas na verdade são vários mercados de carbono.
37:14Então, acho que é muito mais
37:15a gente entender
37:18o quão complexo é o mercado
37:20do que necessariamente ter um mercado global.
37:23Então, nós vamos ter uma Nasdaq do carbono
37:25e vamos transferir vários papers,
37:27várias ações,
37:28cada uma voltada para uma...
37:29Eu acho que é mais essa parte de bolsa de Nasdaq,
37:32seria no cap and trade,
37:34que nem é na Europa,
37:35onde você tem os créditos de carbono regulatórios.
37:39Exatamente.
37:40Então, acho que funciona mais
37:41para esse tipo de crédito.
37:43Vamos lá no teu terceiro valor agora,
37:45que esse para mim é fundamental,
37:47um dos pilares do Brasil,
37:48que é a questão do Estado de Direito.
37:49Você gostou da minha descrição?
37:51Adorei, adorei sua descrição.
37:53Descrição fantástica.
37:55O Estado de Direito é isso aí,
37:57nós precisamos ter uma regra
37:58que seja igual para todo mundo
37:59e que seja cumprida,
38:01que é outra história também.
38:02E clara, né?
38:03Clara.
38:03Clara e cumprida.
38:05Esse talvez seja hoje
38:06o maior problema no Brasil.
38:07Nós temos uma insegurança jurídica gigantesca,
38:11nós temos uma insegurança pública mesmo,
38:13de violência,
38:14crime organizado,
38:15crescendo em atividades lícitas no Brasil.
38:19E nós temos o que eu chamo
38:21da volatilidade do entendimento da lei,
38:27que é uma coisa muito complicada.
38:29Então, o Supremo entende uma coisa ontem,
38:31agora entende outra,
38:33e às vezes tem decisões retroativas,
38:35como foi na contribuição social
38:37sobre o lucro líquido.
38:40Mas isso é uma prioridade difícil de ser vendida.
38:43Ela é a coisa mais importante,
38:45mas ela é a mais difícil de ser explicada
38:46para a sociedade,
38:47porque a sociedade fala assim,
38:48não, meu, o problema hoje é a inflação,
38:50é a inadimplência,
38:51ou é o crime.
38:52Ela não tem uma consciência
38:55de que a estabilidade da regra do jogo
38:58é fundamental para ter crescimento.
39:02Então, nesse sentido,
39:03como não o Intel, mas o BTG
39:06está engajado em ajudar o Brasil
39:08a fazer essa grande mudança cultural,
39:11que regra não deveria depender
39:12da interpretação pessoal de cada um,
39:15mas da qualidade da regra
39:17e a sua validade para todo mundo.
39:20Olha, como você sabe,
39:21a gente está sempre em contato
39:23com os grandes investidores internacionais,
39:25e a gente nos vê muito como
39:27uma gente que faz a conexão
39:29entre todos que querem investir
39:31com o Brasil e o Brasil.
39:34E constantemente esse tema
39:36da insegurança jurídica é levantado,
39:38e às vezes ele é explicitado
39:41em algumas normas.
39:42E a gente está sempre tentando levar
39:44para os interlocutores que se apresentam,
39:46seja o Ministério da Fazenda,
39:48o Ministério da Justiça,
39:50quem quer que esteja interessado
39:52em passar os feedbacks
39:55que nós recebemos
39:56dos nossos clientes investidores.
39:58Acho que a melhor maneira
39:59que a gente tem para contribuir
40:00é ser muito transparente
40:02no que a gente acha que está funcionando,
40:04no que a gente acha que pode ser aprimorado.
40:06e acho que você descreveu aqui
40:09as coisas que causam insegurança.
40:11As pessoas, acho que no dia a dia,
40:13elas reconhecem muito
40:14a insegurança pública.
40:17Agora, para os investidores,
40:18especialmente os investidores de longo prazo,
40:21eles acabam exigindo retornos mais altos,
40:25que quer dizer que no final das contas
40:27é mais caro para o cidadão comum
40:29por causa dessa insegurança jurídica.
40:31E às vezes isso não fica muito explícito
40:34para os agentes,
40:35e a gente tenta sempre que possível
40:38para todos os interlocutores
40:40que a gente tem a chance de falar,
40:43passar esse feedback
40:44e do quanto é importante
40:46que as regras sejam estáveis.
40:48Eu até achei,
40:49eu vi uma entrevista do Pércio Arido
40:50outro dia que eu achei interessante,
40:51que ele faria uma desconstitucionalização
40:55das regras no Brasil,
40:57porque isso acaba gerando
40:59tanta judicialização
41:00que viria uma insegurança.
41:02Eu nunca tinha pensado por essa ótica,
41:04mas eu achei,
41:04até quando você vê que
41:06o próprio ministro Barroso
41:07fala recentemente que
41:08o Supremo é convidado a se manifestar
41:11porque está tudo uma Constituição.
41:13Então ele é obrigado a se manifestar.
41:15Então achei uma reflexão interessante do Pércio.
41:18E principalmente ele toca nos pontos
41:21dos gastos engessados do Estado,
41:23não tem que desconstitucionalizar
41:24despesas para poder dar mais flexibilidade
41:26no orçamento.
41:28Bom, e o último ponto,
41:29fantástico,
41:29que é a economia de mercado,
41:31isso é vital.
41:33E no Brasil,
41:34principalmente na área pública
41:36e mais federal,
41:37porque eu acho que
41:38a mentalidade de estados e municípios
41:40hoje é muito mais pró-negócio,
41:42existe uma cabeça muito antimercado.
41:44Então tudo que vem
41:45da política pública nacional,
41:48geralmente,
41:49é para controlar,
41:51regular,
41:52intervir no mercado
41:54e não para fazer o mercado
41:55funcionar melhor.
41:57Então como é que você vê
41:57esse grande desafio,
41:59que é a mudança de cultura?
42:00Eu imagino que os alunos
42:02também podem chegar lá
42:03com uma ideia mesmo
42:03que não,
42:04intervenção não é tão ruim assim,
42:06a regulação pesada
42:07não é tão ruim assim.
42:08Como é que a gente faz
42:09a confiar na cooperação,
42:12na colaboração,
42:14como meios fundamentais
42:17para fazer o mercado
42:18funcionar cada vez melhor
42:19e que competição é bom,
42:21não é ruim?
42:23A competição beneficia o consumidor
42:25que no final é o cidadão.
42:27No fundo,
42:27a gente vai atingir
42:28a universalização
42:29do saneamento no Brasil
42:32porque se privatizaram as empresas
42:34e se criou capacidade
42:36de investimento.
42:38Agora eu vou te falar uma coisa,
42:40pelo menos eu vou muito
42:41para a faculdade,
42:42eu adoro estar com os alunos,
42:44com os jovens
42:44e eu reparei uma coisa assim,
42:47uma transformação
42:47nas últimas décadas,
42:50como o empreendedorismo cresceu.
42:52Então você vê que os jovens
42:54estão querendo empreender,
42:56estão querendo crescer,
42:57admiram os empreendedores.
42:59Eu acho que nos jovens
43:02essa mudança de mentalidade
43:03já está acontecendo.
43:05E acho que como você falou,
43:06você vê isso nos estados
43:07e municípios.
43:09E de certo modo,
43:10você até vê isso
43:11no governo federal,
43:13através do projeto
43:14de concessões.
43:16Isso.
43:16Não se fala privatizações,
43:18se fala concessões.
43:19Parceria por privado.
43:21Exatamente,
43:22é o PPP,
43:23mas é o reconhecimento
43:24da limitação
43:25da capacidade de investimento
43:27do Estado
43:27e da maior eficiência
43:29dos agentes privados
43:30de fazerem esses investimentos.
43:33Obviamente que é importante
43:34ter um contrato forte,
43:36uma regulação boa,
43:37porque isso diminui,
43:38isso garante
43:39que o cidadão
43:40vai receber
43:41o benefício
43:42daquele investimento.
43:43mas eu,
43:46assim,
43:46pelo menos
43:47na juventude,
43:49eu estou vendo
43:50cada vez mais
43:51um reconhecimento
43:53pelo empreendedorismo,
43:54por quem constrói,
43:55por quem faz.
43:57Eu brinco,
43:57eu vou para as faculdades,
43:59eu brinco lá no banco
44:01que eu me sinto
44:01a Taylor Swift.
44:02A molecada vem,
44:03quer tirar selfie,
44:04quer falar comigo.
44:06Eu acho isso fantástico.
44:08E se você pensar,
44:09o que eu sou?
44:10Eu sou um banqueiro
44:12empreendedor.
44:13E eles estão achando
44:14isso legal.
44:15Então,
44:16isso me deixa
44:17mais otimista
44:19que eu acho que realmente
44:19essa parte
44:20de economia de mercado,
44:22de empreendedorismo,
44:23está ficando cada vez
44:24mais enraizada
44:25no Brasil.
44:26E você vê
44:27esse crescimento
44:28do trabalho autônomo,
44:30no fundo,
44:30são microempreendedores.
44:32Alguém escolhe
44:32quando quer fazer
44:33sua jornada,
44:34quando quer levar
44:35o filho na escola,
44:36quando quer levar
44:36o filho no futebol,
44:37quantas horas
44:38quer trabalhar no dia.
44:39Isso, no fundo,
44:40é você ser um empreendedor,
44:42da sua carreira.
44:43Então,
44:43esse aspecto,
44:45eu sou bastante otimista.
44:46O Brasil é um povo
44:47empreendedor.
44:48Não há dúvida,
44:49não há dúvida.
44:50É só o governo
44:50não atrapalhar
44:51e sair das costas
44:52de quem empreender
44:52que ajudaria muito.
44:54Mas você tocou
44:55num ponto aí
44:56que me parece fundamental.
44:57Essa cultura empreendedora
44:58nós já temos.
45:00O Brasil tem isso
45:01no sangue,
45:01os jovens
45:02têm muito isso.
45:04Agora,
45:05é frustrante
45:05para esses jovens
45:06terem nascido,
45:09crescido,
45:10estudado,
45:11e agora
45:12começam a trabalhar
45:12num país
45:13que não cresce.
45:15Como é que nós
45:16vamos agora
45:17juntar
45:17esta vontade
45:19de empreender
45:20num Brasil
45:21com baixo crescimento?
45:23Nós vamos começar
45:24daqui a pouco
45:25a exportar o Intel
45:26em vez de ter...
45:26Vai exportar a mão de obra
45:27para o mundo
45:28porque o cara fala,
45:29bom,
45:29aqui não dá,
45:29mas lá fora
45:30estou vendo que está
45:30todo mundo se dando bem.
45:31Como é que nós vamos
45:32acabar com essa frustração
45:34de um país
45:35que não cresce?
45:36Para absorver
45:37todos esses empreendedores?
45:38Eu acho que
45:39a maior frustração
45:40que você está se ouvindo
45:41é que você não cresce
45:42a renda per capita.
45:43É.
45:44E você
45:45segue...
45:47Como você não cresce
45:48a renda per capita,
45:49isso quer dizer
45:49que você tem
45:50uma grande parte
45:51da população
45:52que está
45:52numa renda
45:53mais baixa.
45:54Porque no fundo,
45:55no fundo,
45:56se você pensar,
45:57apesar disso
45:58que você falou,
46:00mesmo nos últimos...
46:01Vamos falar
46:01desde o plano real
46:02para cá,
46:03o Brasil tem histórias
46:04empreendedoras fantásticas.
46:06E acho que o BTG Pactual
46:07é uma dessas histórias
46:08fantásticas de empreendedorismo.
46:10Então,
46:11você tem as oportunidades.
46:13A minha frustração
46:14como cidadão
46:15é que
46:16se alguém estudou
46:17no Intel
46:18é bem qualificado,
46:19tem vontade,
46:21trabalha,
46:21se dedica,
46:23eu não tenho dúvida
46:23que ele vai ser bem sucedido.
46:25A minha frustração
46:26como cidadão
46:27é que a gente
46:28não está virando
46:29um país de classe média.
46:30pela baixa produtividade
46:33da população
46:34em geral
46:35e pela
46:36grande parte
46:37da população
46:37que não está
46:39no mercado de trabalho,
46:40mas sim ficou
46:41viciada
46:43em programas sociais.
46:45Eu recebi uns chineses
46:46outro dia
46:47no banco
46:48e eles falaram
46:49não,
46:49a gente está precisando
46:50aumentar o consumo,
46:51a nossa taxa de poupança
46:52é muito alta,
46:5340% do PIB.
46:55A gente está pensando agora,
46:56o governo está pensando
46:57até em fazer
46:58talvez
46:58um programa
46:59de aposentadoria pública.
47:02Na China
47:03não tem
47:04aposentadoria pública.
47:06Na China
47:06não tem
47:07todo esse assistencialismo,
47:09então todo mundo
47:10trabalha.
47:11As pessoas
47:11às vezes se surpreendem
47:13a como a China
47:14se desenvolveu,
47:15é muito trabalho.
47:16Então eu acho
47:17muito importante...
47:18E tem que poupar,
47:18porque senão
47:18chega na velhice...
47:19Tem que poupar,
47:20exatamente.
47:20Eu acho muito importante,
47:21eu não vejo
47:22as pessoas
47:22que têm as oportunidades
47:24que os alunos
47:25do Intel têm,
47:26que eu tive,
47:26que meus filhos têm,
47:27eu não tenho dúvida
47:29que o Brasil
47:29vai dar grandes oportunidades
47:30para ele,
47:31porque é um mercado
47:31grande,
47:32dinâmico,
47:34aberto,
47:34empreendedor.
47:36A minha frustração
47:37como cidadão
47:37é que a educação
47:40pública não está
47:41gerando o nível
47:42de conhecimento
47:43que vai deixar
47:44o povo
47:46ter uma produtividade
47:47maior e com isso
47:48ter uma renda maior
47:49e virar um país
47:50de renda média.
47:51Eu acho que isso
47:52que a gente tem que,
47:53como sociedade,
47:54estar endereçando.
47:54E isso parte
47:56do que você está
47:57investindo,
47:57que é a educação.
47:58Exatamente.
47:59A igualdade
47:59de oportunidade
48:00de verdade
48:00existe quando você
48:01tem uma educação.
48:02E é um trabalho
48:02que você conhece,
48:03você faz na CLP,
48:05eu e a Ana
48:05participamos do
48:06Parceiros da Educação,
48:07que são iniciativas
48:08de tentar melhorar
48:10o ensino público,
48:11o ensino em massa.
48:12E acho que a gente
48:13começa a ver,
48:14finalmente,
48:15alguns frutos
48:18desse trabalho.
48:20Saluto,
48:21você tocou
48:21num ponto
48:21das suas frustrações
48:23como cidadão.
48:26O que que você,
48:28que país você espera
48:30que essa geração
48:31do Inteli
48:32vai ter daqui
48:33pra frente?
48:33Pensando mais
48:34a longo prazo,
48:35porque o curto prazo
48:36sempre é um pouco
48:37desesperador
48:38quando a gente
48:38pensa no Brasil,
48:39porque a gente
48:39tem tantas dificuldades,
48:40tantas barreiras
48:41que nós temos que passar,
48:42mas como você falou,
48:43com uma vocação
48:43empreendedora,
48:44com uma vocação
48:45numa cultura
48:46de meio ambiente
48:47como alavancador,
48:49com energia limpa,
48:50com uma potência
48:52agrícola importante
48:53pra alimentar o mundo.
48:54Enfim,
48:54tem muitas oportunidades aí.
48:56Como você vê
48:57o Brasil
48:58daqui a
48:5910,
49:0015 anos?
49:03Olha,
49:05eu,
49:05a gente pode ser frustrado
49:07do que aconteceu,
49:09eu vou falar desse,
49:10eu comecei a trabalhar
49:11no dia 1º de julho
49:11de 94,
49:12que foi o lançamento
49:13do Plano Real.
49:14Então,
49:14eu acompanhei isso
49:15muito de perto.
49:17E a gente pode ser frustrado
49:18que talvez a gente não
49:19alcançou o nosso potencial.
49:21mas eu te garanto
49:23que
49:24o país
49:25de 94 pra cá
49:27avançou
49:27muito.
49:29Mercado de capitais,
49:30oportunidades empreendedoras,
49:32empreendedorismo
49:35e oportunidades.
49:38A gente tem,
49:39na minha visão,
49:40algumas coisas
49:42que a gente precisa
49:42endereçar
49:43que são mais fáceis
49:45do que a gente ter matado
49:46a hiperinflação,
49:47do que a gente ter acabado
49:48com a dívida dolarizada,
49:49do que a gente tinha
49:50um problema de déficit
49:51contra a corrente crônico,
49:53a gente tinha um problema
49:53de falta de reservas
49:55que não deixavam
49:56a gente ter
49:56crescimento sustentável.
49:59Na minha visão,
49:59hoje,
50:00o nosso grande
50:00calcanhar de Aquiles
50:01é a nossa
50:03falta
50:05de uma política fiscal
50:06que nos bote
50:08numa trajetória
50:09de dívida
50:09PIB cadente
50:10que deixe
50:11que a gente tenha
50:12juros reais
50:13compatíveis
50:15com os outros países
50:15emergentes
50:16do nosso suporte.
50:17A gente não precisa
50:17mais do que isso.
50:18Se a gente tiver
50:19uma meta de inflação
50:20de 3,
50:21um juro real
50:21entre 3 e 4,
50:23um juro nominal
50:24entre 7 e 8,
50:26o Brasil ia voar.
50:28Se você botar
50:29junto com isso
50:30a continuação
50:31do crescimento
50:32de mercado de capitais,
50:34trabalhar
50:34para endereçar
50:35as inseguranças
50:37jurídicas,
50:39insegurança pública,
50:41focar
50:41em realmente
50:42educação
50:44para a gente conseguir
50:45ter produtividade,
50:46eu sou otimista,
50:48eu não sou pessimista.
50:49Eu acho que
50:50a gente já teve
50:51como país
50:52desafios
50:53muito maiores.
50:55A própria parte fiscal,
50:57eu acho que
50:57algumas decisões
50:58políticas
50:59talvez
50:59difíceis,
51:01não populares,
51:03mas essas decisões
51:04tomadas
51:05a gente resolve
51:05a dinâmica fiscal
51:07rapidamente.
51:08E com isso
51:09as expectativas
51:10vão responder,
51:12o juro
51:13vai cair,
51:14o investimento
51:14vai subir,
51:15você vai ter
51:16mais investimentos,
51:17com isso você tem
51:17mais PIB potencial,
51:19mais emprego,
51:20mais renda.
51:20Eu acho que a gente
51:21está muito perto
51:23de entrar
51:23num ciclo virtuoso
51:24se a gente
51:25conseguir se convencer
51:27que para isso
51:27a gente precisa fazer
51:28uma política fiscal
51:29responsável,
51:30deixar o juro
51:31convergir para o nível
51:32global,
51:33focar na insegurança
51:34jurídica,
51:35insegurança pública
51:36e educação,
51:37que eu acho que aí
51:38a gente finalmente
51:38talvez pode
51:39caminhar para ser
51:41esse país de classe média
51:42que todos nós sonhamos.
51:43É um bom sonho
51:44e eu concordo
51:45com você,
51:45eu acho que o diagnóstico
51:46está perfeito.
51:47Eu falo assim,
51:47e tem uma outra coisa,
51:48o quarto ponto,
51:49o mundo quer que o Brasil
51:50dê certo.
51:51O mundo fala,
51:52pô, toma juízo
51:53do negócio do meio ambiente,
51:54a gente precisa
51:55da comida.
51:56Você falou uma coisa
51:57que é verdade,
51:58não só isso,
51:58você falou,
51:59obviamente o Brasil
52:00é uma potência
52:01agrícola,
52:02uma potência mineral,
52:04uma potência energética,
52:05uma potência ambiental,
52:06tem um mercado
52:07de 200 milhões
52:08de pessoas,
52:09dinâmico,
52:10competitivo.
52:11agora,
52:13mais do que isso,
52:14o que está acontecendo
52:15no mundo,
52:17principalmente com essa mudança
52:18de postura americana,
52:21os últimos 10,
52:2215 anos,
52:24os Estados Unidos
52:25outperformou
52:26o resto do mundo
52:27tanto,
52:28que ele sugou
52:29o capital,
52:31sugou o capital.
52:32O que se negociava
52:33de envidia
52:33era maior que todas
52:34as bolsas
52:35da América do Sul,
52:36o que é uma loucura.
52:37essa instabilidade
52:41gerada pelo governo
52:42Trump
52:42está criando
52:43uma oportunidade
52:43para nós
52:44porque os grandes
52:45investidores globais
52:46falaram,
52:46eu estou muito
52:47concentrado
52:48em Estados Unidos,
52:49eu preciso diversificar.
52:51Por isso que a gente
52:51está vendo
52:51o Ibovespa
52:52em all time high,
52:53por isso que a gente
52:53está vendo
52:54o real em 5,65.
52:56Esse fluxo
52:57está procurando
52:58para onde ir.
53:00O Brasil
53:00apresenta
53:01essas oportunidades.
53:02Se a gente,
53:03além disso,
53:05melhorar um pouco
53:06mais a percepção,
53:08vai ser uma chuva
53:09de investimento.
53:10Só depende de nós.
53:11É uma oportunidade
53:12única
53:12que a gente
53:13não devia perder.
53:15Você acabou
53:15de tocar
53:16nessa questão
53:16global
53:17dos Estados Unidos.
53:18Os Estados Unidos,
53:20para a nossa geração,
53:21ou seja,
53:21para os nossos pais,
53:22desde o fim
53:23da Segunda Guerra Mundial,
53:25foi sempre
53:25o esteio
53:27da estabilidade
53:28dessa ordem internacional.
53:29Inclusive o dólar
53:30como a grande moeda
53:31de reserva mundial.
53:33E agora,
53:33pela primeira vez,
53:34nós temos
53:34uma chacoalhada
53:35e as pessoas
53:35questionando
53:36inclusive o dólar
53:38como a grande moeda
53:38de reserva
53:39e além de tudo isso
53:40essa vontade
53:40de diversificar
53:41o investimento.
53:42Você enxerga,
53:44por exemplo,
53:44que a Europa
53:45tem chance
53:45de esse plano
53:47do Mario Drag
53:48ajudar a Europa
53:50a dar uma decolada
53:50e virar mais
53:51uma Europa
53:53com o mercado
53:53de capitais
53:54correto,
53:55com legislação
53:56melhor
53:56e com uma vocação
53:58econômica
53:58empreendedora
53:59até maior
54:00porque esse estado
54:01assistencial
54:02impediu muito
54:03que isso
54:03aflorasse na Europa?
54:05Eu acho que sim.
54:06Acho que
54:06nada como
54:08entre aspas
54:09uma ameaça externa
54:10para unir
54:12os irmãos
54:12em casa.
54:13Eu acho que
54:13é exatamente
54:14isso que vai acontecer.
54:15Acho que
54:15realmente
54:16o plano do Drag
54:17é muito claro,
54:18na minha visão
54:19muito bom,
54:20mas tem um custo
54:21político.
54:22Talvez que essa
54:23ameaça agora
54:23que está vindo
54:24dos Estados Unidos
54:24e da China
54:26também
54:26faça a Europa
54:27se mexer.
54:28Então acho que
54:29tem chance
54:29da gente se surpreender
54:30sim.
54:32Vocês que trabalham
54:33com mercados globais
54:34no BTG,
54:35como vê a África?
54:37A África é sempre
54:38esse grande mistério.
54:39Tem países
54:39que estão crescendo
54:40rapidamente
54:41e muito bem.
54:42Ainda tem uma outra
54:43África que ainda
54:44está em guerra civil
54:45muito atrasada.
54:47Como é que você
54:47enxerga a África
54:48nesses 10, 15 anos
54:49como um mercado global?
54:51Eu não sou um
54:52profundo conhecedor,
54:53então não vou me arriscar,
54:54mas que nem você falou,
54:56você tem a
54:57África Sahariana
54:58que é muito mais ligada
54:59ao Oriente Médio
55:00do que
55:01a África Tropical.
55:04Você tem
55:04pockets
55:05que nem Ruanda
55:06que estão indo
55:07super bem,
55:08então você tem desafios,
55:10mas
55:10quando você vê
55:12qualquer projeção
55:13de crescimento
55:13populacional,
55:15você vê como
55:15cada vez mais
55:16o Sudeste Asiático,
55:17a Índia
55:18e a África
55:19vão ser importantes.
55:21Então acho que
55:21quanto antes
55:22esses países
55:23conseguirem
55:25caminhar
55:26para economias
55:27estáveis
55:28oportunidades
55:28para os seus cidadãos,
55:29acho que vai ser melhor
55:30para o mundo como um todo.
55:31E última pergunta
55:32importante nessa questão
55:33global,
55:34você convive com
55:35tantos investidores,
55:36a China,
55:37você vê como
55:38um fator que vai
55:39trazer mais
55:40estabilidade
55:41ou instabilidade
55:43para a ordem mundial
55:43nos próximos 10 anos?
55:48Olha,
55:49uma...
55:52Eu acho que a China
55:53ela está
55:55se conscientizando
55:56que primeiro,
55:58no primeiro momento,
55:59a economia dela
56:00cresceu muito
56:00pelo investimento.
56:02No segundo momento,
56:03cresceu muito
56:03pelas exportações.
56:05E agora,
56:06acho que ela está
56:06chegando à conclusão
56:07que ela vai ter que
56:08gerar o crescimento
56:09pelo consumo
56:10interno,
56:11que foi um pouco
56:11que a gente falou
56:12antes.
56:14Se,
56:14nessa negociação
56:15com os Estados Unidos,
56:17o final disso
56:18for o maior estímulo
56:19da China
56:20ao consumo interno,
56:22uma menor força
56:23exportadora
56:24que,
56:25às vezes,
56:26é anticoncorrencial,
56:28porque não é
56:29free trade
56:30como a gente gostaria,
56:31porque ela está
56:31sendo subsidiada
56:33e acaba afetando
56:34os concorrentes globais
56:36de uma maneira
56:36não igual.
56:38Mas se a gente conseguir
56:38esse maior equilíbrio,
56:40acho que vai ser
56:41um fator de estabilidade.
56:43Se ela tentar
56:44simplesmente seguir
56:45nesse momento
56:47de ter crescimento
56:49exportando
56:50bens para o resto
56:51do mundo,
56:53dando subsídios
56:54para as indústrias
56:55locais
56:56que vão quebrar
56:57o resto do mundo,
56:58acho que vai ser
56:58um fator de instabilidade.
57:01Acho que a gente tem
57:01que ver o que vai acontecer
57:02nos próximos meses
57:03e anos
57:04para poder
57:04formar a nossa resposta
57:06do que vai acontecer
57:07nos próximos dez.
57:08E agora,
57:09última pergunta.
57:10Os nossos hermanos
57:11aqui em Argentina,
57:12como você está vendo
57:12o experimento
57:14Milley
57:14e agora
57:15parece que está
57:16passando por todos
57:18os momentos difíceis
57:18e capaz que comece
57:19a ver lá no fim
57:21o sol brilhar
57:21para a Argentina?
57:22Como é que você está
57:23vendo a Argentina?
57:25Olha,
57:25acho que
57:25o Milley
57:26quando começou
57:27era considerado
57:29uma curiosidade,
57:32depois o pessoal
57:33começou a estudar
57:34e agora
57:36o que a gente está vendo
57:36dos investidores
57:37é que eles estão
57:38começando a levar
57:38realmente
57:39a Argentina
57:40a sério
57:41como lugar
57:42para investir.
57:42e eu acho
57:44que
57:44se tudo
57:45seguir
57:46caminhando
57:46como está
57:47caminhando
57:48acho que o Milley
57:49vai mostrar
57:49para os restos
57:51dos países latinos
57:52e acho que
57:52para o Brasil
57:53a importância
57:54de você ter
57:55uma política fiscal
57:57responsável
57:57que é aquilo
57:58um pouco
57:58que eu falei
57:59antes
57:59acho que
58:01ele pegou
58:01a Argentina
58:02numa situação
58:02muito mais dramática
58:04do que nós somos
58:05mas é impressionante
58:06ver
58:06o que já
58:07aconteceu
58:08com essa política
58:11fiscal
58:11responsável
58:12acho que ainda
58:13tem muitos
58:15desafios políticos
58:16tem o desafio
58:18ainda
58:18da inércia
58:19inflacionária
58:20tem o desafio
58:21de você realmente
58:22trazer os investimentos
58:23mas eu garanto
58:25que
58:2597
58:28ou 98%
58:30de todos
58:31os investidores
58:31globais
58:32jamais imaginariam
58:33que a Argentina
58:34está onde está hoje
58:35vale a pena
58:36o sacrifício
58:37de curto prazo
58:38você ganha de longo prazo
58:39é isso que nós precisamos ter
58:40você precisa estudar
58:41para depois trabalhar
58:42e por aí vai
58:43não tem jeito
58:44Salute
58:44muito obrigado
58:45por essa sua entrevista
58:46aqui
58:46e é sempre muito bom
58:48ver uma visão
58:49otimista
58:50do Brasil
58:51e do mundo
58:51se tivermos
58:53juízo
58:54obrigado
58:55é um prazer
58:56estar aqui com vocês
58:57eu sou um eterno
58:58otimista
58:58um eterno
58:59apaixonado pelo Brasil
59:00só depende da gente
59:02só a gente trabalhar
59:03que dá
59:04muito obrigado
59:05Salute
59:05e a gente fica por aqui
59:07e para você que gosta
59:08do jeito
59:09Jovem Pan
59:09de notícias
59:10não deixe de fazer
59:11a sua assinatura
59:12no site
59:13jp.com.br
59:15lá você acompanha
59:16conteúdos exclusivos
59:17análises
59:18comentários
59:18e tem acesso
59:20ilimitado
59:20ao Panflix
59:21o aplicativo
59:22da Jovem Pan
59:23obrigado pela sua
59:24companhia
59:25e até o próximo
59:26Entrevista com Dávila
59:28Entrevista com Dávila
59:34A opinião dos nossos comentaristas
59:39não reflete necessariamente
59:41a opinião do Grupo Jovem Pan
59:43de Comunicação
59:44Realização Jovem Pan News
59:50Atenção Jovem Pan
59:51Atenção Jovem Pan
59:52Atenção Jovem Pan
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