O governo federal celebrou o sucesso do recente leilão de petróleo, que arrecadou quase R$ 1 bilhão em bônus de assinatura e garantiu R$ 1,45 bilhão em investimentos. A Petrobras foi destaque entre os compradores, e o ministro Alexandre Silveira classificou o resultado como um “recorde absoluto”. Reportagem: Rodrigo Viga
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00:00Pois é, e sob a tensão com o conflito no Oriente Médio, o governo celebrou os resultados do leilão de áreas de exploração de petróleo.
00:08O destaque para a Foz do Amazonas. A reportagem é de Rodrigo Viga.
00:12Em meio à guerra entre Israel e Irã, que tem impactado bastante os preços do barril do petróleo no mercado internacional,
00:18a ANP, Agência Nacional de Petróleo, Gas Natural e Biocombustíveis, promoveu nesta terça-feira aqui no Rio de Janeiro mais um leilão de blocos para exploração e produção de petróleo na costa brasileira.
00:28Com destaque para a Bacia da Foz do Amazonas, que foi aquela que despertou a maior cobiça e interesse dos participantes.
00:39Ao todo, a ANP ofertou 172 blocos nessa quinta oferta permanente de áreas.
00:4734 foram arrematados. Na Bacia da Foz do Amazonas, eram 47 blocos oferecidos.
00:5419 foram arrematados. Mais uma vez, a Petrobras comprou áreas.
00:59Porém, petroleiras internacionais, chamadas de Majors, também compraram blocos.
01:07Casos das norte-americanas ExxonMobil e Chevron e do grupo estatal chinês CNPC.
01:13Outras empresas internacionais também participaram do certame.
01:17A norueguesa Equinor, a francesa Total e a anglo-holandesa Shell.
01:23A diretora-geral da ANP, Agência Nacional de Petróleo, Gas Natural e Biocombustíveis, Patrícia Barã,
01:30Acredita que as petroleiras que participaram do certame aqui no Rio de Janeiro,
01:37ponderaram e levaram em consideração o fato de o país ser geopoliticamente estável
01:45e ter também segurança jurídica.
01:48Diferentemente da zona de conflito, Oriente Médio, falco no momento de uma guerra entre iranianos e israelenses.
01:58A visão da ANP foi extremamente positiva, demonstrando uma grande confiança por parte dos investidores
02:09no potencial petrolífero do Brasil.
02:13Bônus de assinatura de R$ 989,26 milhões, quase R$ 1 bilhão,
02:20arregadado em bônus de assinatura, que foi um recorde da oferta permanente de concessão.
02:24Investimentos mínimos previstos no programa exploratório mínimo de R$ 1,46 bilhão.
02:31Do lado de fora do hotel onde foi realizado o leilão,
02:34ambientalistas indígenas e manifestantes fizeram um ato contra o leilão da ANP.
02:41Nicole Oliveira, do Instituto Internacional Araiara,
02:46considera um grande equívoco falar em aumentar a exploração de petróleo em tempos de transição energética.
02:55Em ano de COP, um governo que se compromete com redução das emissões e com a contenção do caos climático,
03:02fazer um leilão desse porte, que oferta meia bomba de carbono de uma vez, é inaceitável e inconcebível.
03:09Já Roberto Ardengue, presidente do IBP, o Instituto Brasileiro de Petróleo,
03:13acredita que as grandes petroleiras olham para o Brasil como um país estável, seguro,
03:19longe de guerras e conflitos e ainda capaz de produzir grandes volumes de petróleo ao longo dos próximos anos.
03:28O Brasil vai continuar consumindo petróleo, o mundo vai continuar precisando ainda dos hidrocarbonetos,
03:34talvez não mais como um mero gerador de energia, mas para a indústria petroquímica,
03:40para a produção de fertilizantes.
03:42Então, esse petróleo vai ter que vir de algum lugar.
03:45Melhor que ele venha do Brasil, porque nós não só temos petróleo,
03:49mas nós temos condição de produzir esse petróleo com uma baixa emissão de CO2.
03:52O governo brasileiro pretende realizar ainda esse ano,
03:55pelo menos mais um leilão de áreas para exploração de petróleo e gás em território nacional.
04:01Mas corre contra o tempo para viabilizar um terceiro e inédito certame,
04:08envolvendo áreas que já estão em produção, não contratadas na camada pressão.
04:14Esse eventual terceiro leilão é de total interesse do Ministério da Fazenda.
04:19Poderia render aos cofres públicos mais de 20 bilhões de reais
04:24e ajudar no equilíbrio das contas públicas do Rio.
