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  • 17/06/2025
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou em pronunciamento nas redes sociais que o país "não pretende matar o líder iraniano por enquanto", o aiatolá Ali Khamenei. A declaração ocorre em meio à escalada de tensão no Oriente Médio. Além disso, o líder da França, Emmanuel Macron, disse, durante a Cúpula do G7 no Canadá, que uma "mudança de regime resultaria em caos".

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Transcrição
00:00Eu quero começar falando do conflito no Oriente Médio.
00:03O presidente Donald Trump declarou hoje que os Estados Unidos não matarão o líder supremo do Irã,
00:08o Ayatollah Ali Khamenei, por enquanto.
00:11Ô, Fábio Piperno, recado mais direto que esse, impossível.
00:15Como é que você avalia? Porque o que a gente percebe é que Donald Trump estaria tomando o protagonismo.
00:24É como se a guerra fosse dos Estados Unidos e não mais apenas de Israel.
00:27Pois é, Ivandro. O por enquanto é de uma arrogância inaudita, né?
00:33Porque, vejam só, né? Bom, eu vou lá e eu faço o que eu bem entender.
00:39E a gente sabe que em um conflito como esse há muitas variáveis que pesam.
00:44Não é tão simples assim.
00:46Eu já citei aqui que há mais de dez anos eu conversei com um veterano diplomata,
00:53alguém que foi, inclusive, embaixador do Brasil lá nos Estados Unidos,
00:57e naquele momento já se falava da possibilidade de uma guerra entre Israel e Irã.
01:05E aí ele me disse naquele momento o seguinte, olha, você tem que ficar atento a uma coisa.
01:10Não vai se tratar de uma invasão do Irã, mas sim de uma guerra,
01:15porque o Irã vai se preparando bastante para isso.
01:19Então, vejam, não adianta o presidente Trump, com a sua retórica sempre inflamada,
01:26sempre bastante arrogante, achar que aquilo vai ser um passeio no parque bélico.
01:31Não vai.
01:32Quer dizer, ele já prometeu, por exemplo, que haveria rapidamente uma solução de paz
01:38no conflito Rússia e Ucrânia,
01:40que a guerra seria cessada também entre Israel e Gaza.
01:46E a gente não está vendo absolutamente nada disso, muito pelo contrário.
01:48A partir do momento da ascensão dele, infelizmente,
01:51o mundo passou a contar com mais um conflito bélico bastante ostensivo e sangrento.
01:59Então, eu acho que esse tipo de declaração,
02:02que soa intimidatória, não contribui.
02:06Olha, inclusive nós temos imagens ao vivo de Tel Aviv, é isso, né?
02:09Aquelas são imagens ao vivo de Tel Aviv em Israel.
02:11Sirenes foram acionadas, tocaram em uma grande faixa do norte de Israel,
02:15nesta terça-feira, um alerta sobre a enxurrada de mísseis iranianos,
02:21segundo os militares israelenses.
02:23Então, ontem houve um aviso da TV estatal iraniana
02:28de que um novo ataque seria conduzido pelas autoridades do Irã.
02:32Isso agora chega também por parte de avisos que são dados pelos militares de Israel
02:38para que a população possa se proteger de uma chuva de mísseis
02:44que poderia chegar a Israel nesta terça-feira.
02:47Eu quero conversar aqui com o Luca Bassani, que está também nessa cobertura
02:50e vai trazer mais informações para a gente agora
02:52sobre esse posicionamento dos Estados Unidos.
02:55O que mais que Donald Trump disse, hein, Luca Bassani? Bem-vindo.
02:58Boa tarde a você, Evandro, e a todos que nos acompanham
03:00mais um dia dessa cobertura histórica, o presidente norte-americano,
03:04nas suas últimas publicações, ele fez certas ameaças ao Irã,
03:09se a gente pode dizer, utilizando, de certa forma, a sua retórica.
03:13Não é uma ameaça direta de participação dos Estados Unidos,
03:16mas ele diz rendição incondicional agora.
03:20Além disso, ele publicou também na True Social, a sua rede social,
03:24o seguinte post, vamos lá.
03:27Sabemos exatamente onde o chamado líder supremo está escondido.
03:31Ele é um alvo fácil, mas está seguro lá.
03:33Não vamos matá-lo, pelo menos não por enquanto.
03:36Mas não queremos mísseis disparados contra civis ou soldados americanos.
03:42Nossa paciência está se esgotando.
03:44Agradecemos a sua atenção a este assunto.
03:47Ele também mais cedo publicou que, com a palavra a nós,
03:52dizendo que Israel tem o controle total do espaço aéreo iraniano.
03:58Ele falou, nós temos o controle do espaço aéreo total e completamente.
04:02Ou seja, dando a entender que os Estados Unidos também estariam envolvidos
04:05nessas operações, pelo menos naquelas de assegurar a Israel
04:09essa posição privilegiada na aeronáutica, como nós falávamos ontem.
04:14Isso acontece por conta da frota ser muito mais moderna,
04:17enquanto o Irã tem poucas aeronaves e muito antigas,
04:20de 40, 50 anos de idade, com manutenção também não feita regularmente.
04:25Portanto, a gente vê que mais ataques aconteceram no Irã.
04:28A Agência Internacional de Energia Atômica também referendou
04:31que as instalações subterrâneas de Natanz foram atingidas
04:35e a instalação de Isfahan.
04:37Por enquanto, a terceira instalação em Fordo,
04:40essa que fica em uma montanha,
04:42não teve nenhum tipo de ataque, pelo menos notificado,
04:46mas nós sabemos que é um objetivo israelense também
04:49inviabilizar a produção, o enriquecimento de urânio nessa localidade
04:53por ser um daqueles lugares com maiores centrífugas nucleares
04:58que podem fazer o urânio chegar a 90% de pureza,
05:02fundamental para uma bomba atômica.
05:03Obviamente que isso também pode ter a participação dos Estados Unidos.
05:07Donald Trump segue na sala de, na Situation Room,
05:10na sala de crise, mais ou menos, que nós temos nos Estados Unidos,
05:14onde muitas dessas operações de política externa,
05:17sobretudo as militares, acontecem.
05:19Vamos ficar aqui de olho em qualquer atualização também
05:21sobre uma decisão norte-americana,
05:23já que Donald Trump deixou a reunião do G7 de forma antecipada,
05:28porque disse que teria assuntos sérios para resolver em Washington.
05:32Imaginamos que tem a ver com a guerra no Oriente Médio
05:34que se desenrola há seis dias.
05:36Muito obrigado pelas informações, Luca.
05:38A gente conversa mais ao longo dessa edição.
05:39Gustavo Segre, como é que você avalia essa estratégia dos Estados Unidos
05:43que agora passam a fazer parte diretamente,
05:47não só oferecendo uma estrutura,
05:49mas também lançando avisos e até ameaças às autoridades do Irã?
05:54Evandro, eu consultei com algumas autoridades científicas
05:59que têm vínculo com o enriquecimento do uranho aqui na Argentina.
06:04Eles me indicaram que, em função do que está acontecendo,
06:07foram colocados em alerta aqui, na Argentina,
06:10muito longe do conflito.
06:12Mas por se tratar de questões atômicas,
06:15eles têm que ficar alertas.
06:17Por outro lado, me indicam que, à luz das informações que eles têm,
06:21o enriquecimento do uranho que tem Irã
06:23não permitiria, até este momento, pelo menos,
06:26a construção de uma bomba atômica.
06:28São informações, claro, que eles, entre eles, estão compartilhando.
06:34E aí, voltaria, me lembraria,
06:37aquela ideia quando o Iraque foi atacado,
06:41porque teria armas mortais em massa,
06:48armas letais em massa.
06:50E isso, obviamente, chama a atenção,
06:52porque naquela época não foram encontradas.
06:54Agora, a informação de cientistas que trabalham com o enriquecimento do uranho
07:00indicam que o Irã não teria essa potência toda.
07:05Mas o que me chama a atenção é assim.
07:06Moussabe, que é o geral das forças do Irã,
07:11indicou que até agora foram ataques de persuasão,
07:13e que o ataque definitivo estaria por vir.
07:16Isso, obviamente, chama a atenção.
07:17E outra informação que também recabei é que existe uma base
07:23que se chama Diego Garcia, no arquipiélago de Chagos,
07:27que é um território britânico no Oceá Índico,
07:30e que está sendo utilizado entre o Reino Unido e os Estados Unidos.
07:35Tem bombardeiros B-52 da Força Aérea Americana,
07:41e esses bombardeiros nessa posição estão ao alcance do Irã.
07:47Tudo isso são informações que a gente cruzando uma com outra,
07:52a realidade começa a preocupar um pouco.
07:54Olha, inclusive a gente teve uma manifestação agora há pouco
07:57do presidente francês Emmanuel Macron,
07:59e o Luca Bassani acabou de compartilhar conosco.
08:02Ele já está disponível ainda, Luca?
08:04Tá? Então vamos conversar com ele então, Luca,
08:06porque Emmanuel Macron não vê com, digamos,
08:09segurança a possibilidade ou a estratégia
08:12de se derrubar o regime iraniano agora, né?
08:16É, parece que o presidente Emmanuel Macron
08:18dá uma indireta aos seus parceiros ocidentais,
08:21principalmente aos Estados Unidos,
08:22que a França não apoiaria uma mudança brusca
08:25de regime iraniano, sobretudo com as forças externas, né?
08:29Não com um levante popular, uma revolução que nasce de forma natural
08:33dentro do Irã, mas com uma ação militar coordenada
08:36de Israel e Estados Unidos.
08:37Ele disse que isso poderia trazer ainda mais caos para a região
08:40e que acredita que há outros meios para a conclusão dessa crise
08:44e também para a desnuclearização do Irã.
08:47Nós sabemos que, apesar de Israel e Estados Unidos
08:51não dizerem isso abertamente,
08:54falarem que os focos são militares
08:55e evitar com que o Irã tenha uma bomba atômica,
08:57o que de fato é verdade,
08:59o grande sonho destes dois parceiros desde 1979
09:02é que não haja mais a República Islâmica do Irã,
09:06porque é uma força que causa grandes instabilidades na região,
09:10não só para Israel e Estados Unidos,
09:11mas para outros aliados importantes dos Estados Unidos
09:14no Oriente Médio, como a Arábia Saudita,
09:16como a Jordânia, como o Egito.
09:18Então, provavelmente, os parceiros europeus
09:21não estariam apoiando essa ideia
09:23que está sendo aventada por muitos analistas,
09:26tanto aqui na Europa,
09:27quanto também, provavelmente,
09:28nas grandes salas de decisão
09:30do corpo diplomático e militar dos Estados Unidos e de Israel.
09:33Ô, Luca, rapidamente,
09:35o Piperno tem uma pergunta para você.
09:36Diga, Piperno.
09:37Não, é claro.
09:38Enfim, o Luca tocou num ponto muito importante
09:40sobre esse desejo, né?
09:42Sobre essa ambição ocidental de que,
09:44enfim, de remover esse regime
09:47que esses países consideram muito incômodos ao Irã.
09:51E é algo no qual eu tenho insistido muito
09:54nesses últimos tempos,
09:55porque, vejam só,
09:56de fato, a Revolução de 1979,
09:59ela acabou marcando a ascensão ao poder
10:04de um regime que se antagoniza aos ocidentais,
10:08isso é muito claro,
10:09mas não custa lembrar que
10:12o Ocidente, na verdade,
10:14foi quem patrocinou a ditadura anterior
10:17e foi quem patrocinou a invasão do Irã pelo Iraque
10:21em 1980,
10:23levando esses dois países
10:24há oito anos de uma guerra sangreta
10:27que acabou exaurindo os dois.
10:29Vejam, o Iraque, por exemplo,
10:31naquela época,
10:32era uma potência,
10:33uma média potência regional
10:35e depois disso ele nunca mais conseguiu se reerguer.
10:38Dava uma forma que o Irã também teve muitos prejuízos.
10:41Então, na verdade,
10:43quem começou a provocação lá atrás
10:45não foi exatamente o Irã,
10:48foram as potências ocidentais
10:52que atacaram, enfim,
10:54esse país de regime teocrático.
10:57Pois é, Piperno,
10:58inclusive eu estive no Irã e no Iraque
11:00e você vê que as memórias da população dessa guerra
11:03são muito vívidas, né?
11:04Mais de um milhão de mortos nos dois lados,
11:06destruição de infraestrutura
11:07e uma guerra que acabou em impasse
11:09e só acabou, de certa forma,
11:11enfraquecendo momentaneamente Saddam Hussein,
11:13que continuaria no poder até o começo deste século,
11:17enquanto que o regime dos Ayatollahs consolidou o seu poder,
11:20sendo exatamente o oposto daquilo que queria o Ocidente.
11:23Mas é bom mencionar que em 1979,
11:25quando há revolução,
11:27há um vácuo de poder criado.
11:29Os iranianos,
11:30eles não queriam o regime corrupto do Shah,
11:32isso é verdade,
11:32mas não queriam uma república teocrática.
11:34Muitos queriam uma república islâmica moderna,
11:37como talvez era a Turquia naquele momento,
11:39ou um país que fosse culturalmente islâmico,
11:42mais secular, com direito às mulheres,
11:44com uma boa relação econômica com o resto do mundo,
11:47algo que não aconteceu.
11:48A república islâmica,
11:50liderada pelos líderes religiosos xiítas,
11:53fez com que o Irã caísse em ostracismo,
11:55se transformasse em um Estado párea ao longo prazo,
11:59e também oprimisse a sua população,
12:01principalmente as suas minorias,
12:03as suas mulheres,
12:03como nós noticiamos aqui corriqueiramente.
12:05Um regime realmente nefasto,
12:07mas que, como eu disse,
12:09a esperança do mundo é que haja uma mudança automática,
12:12que isso nasça de maneira natural
12:15dentro da população iraniana,
12:16ou até mesmo uma cisão dentro das forças armadas,
12:18mas não imposta por uma potência estrangeira,
12:21sobretudo durante uma guerra.
12:23Muito bom, Luca Bassani,
12:24já já falamos mais.

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