O governo do Irã confirmou a prisão de duas pessoas suspeitas de atuarem como agentes do Mossad, o serviço secreto de Israel, em território iraniano. Segundo a polícia de Teerã, os suspeitos foram detidos em operações separadas que também resultaram na apreensão de uma grande quantidade de explosivos. O presidente da Conib, Cláudio Lottenberg, analisou o assunto.
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00:00Para trazer algumas informações, o que aconteceu ao longo dessas últimas horas, esse domingo, dia 15 de junho, muito agitado no Oriente Médio,
00:08o governo do Irã confirmou a prisão de duas pessoas suspeitas de serem agentes do Mossad, o Serviço Secreto Israelense, em território iraniano.
00:18Segundo a polícia em Teherã, esses agentes do Mossad teriam sido presos em operações separadas que levaram também ao confisco de uma grande quantidade de explosivos.
00:31Mais de 200 quilos de explosivos, um equipamento para 23 drones, além de lançadores que teriam sido capturados, que teriam sido retirados pela polícia iraniana.
00:43A gente sabe, de fato, que o Mossad está operando dentro do território iraniano.
00:49Essa informação foi confirmada pelo exército israelense já desde quinta-feira, que agentes do Mossad auxiliaram na operação que deu início a esse conflito,
01:00a Operação Rising Lion, Leão em Ascensão, afirmando que o Mossad estava, sim, operando para evitar que a defesa aérea do Irã funcione corretamente,
01:12com drones, com mísseis de curto alcance, justamente para neutralizar essa defesa iraniana e permitir que os ataques israelenses possam ocorrer com mais efetividade.
01:24Não foram as únicas prisões de pessoas suspeitas de operar para o Mossad nesse domingo.
01:30Outros dois agentes já haviam sido presos na manhã de hoje, ou seja, quatro no total só neste domingo.
01:37Isso confirmado pela agência AIR, na agência de notícias do Irã.
01:43Quem está nessa conversa aqui com a gente também, acompanha todos esses desdobramentos, é o Cláudio Lotenberg,
01:49presidente da Confederação Israelita do Brasil, a Conib.
01:53Cláudio, muito boa noite para você.
01:55A gente conversava aqui agora há pouco com o professor Sérgio Tibirissá,
01:59sobre o informe feito pelo governo iraniano de que, nesse momento, pelo menos foi isso que disse aos governos do Qatar e do Oman,
02:08o Irã não vai abrir negociações de cessar fogo enquanto permanecer sob ataque israelense.
02:14Israel também está irredutível nessa questão.
02:17Acontece que, para a gente ter uma conversa de cessar fogo, alguém vai ter que parar de disparar a míssil de um dos lados.
02:23Quem é que vai chegar nesse ponto primeiro?
02:26O que a gente pode esperar para que as tensões possam baixar e as negociações possam ocorrer lá na região?
02:33Boa noite para você.
02:36Boa noite. É um prazer estar com vocês aqui na Jovem Pan.
02:39O que eu acho interessante é que as pessoas fazem análises como se uma coisa não estivesse interligada com outra coisa.
02:47O Irã é um país que é regido por um grupo totalitarista, religioso, absolutista,
02:55que pratica sexismo, discriminação de minorias e, portanto, não é um país que é um modelo dentro daquilo que a gente pode imaginar da tolerância.
03:06Ele é o grande patrocinador de braços terroristas.
03:09Quer dizer, quando falamos de Hamas, quando falamos de Hutis, quando nós falamos do Hezbollah,
03:13são próprios, são filiais, por assim dizer, e braços armados que espalham terrorismo em toda a região do Oriente Médio.
03:22Esses dois pontos que são vitais.
03:25Em primeiro lugar, a questão da bomba atômica.
03:28O Irã, ele é um signatário da agência como não produtor de armamentos, ele se compromete com isso e faz o contrário.
03:38Quer dizer, todo mundo sabe que ele está enriquecendo o Urano e está se preparando para isso.
03:42Por outro lado, nós temos aí também uma questão envolvendo reféns.
03:47Você diz, como é que isso aqui pode acalmar?
03:48Eu acho que é muito simples liberar os reféns que estão presos pelo Hamas
03:53e, efetivamente, o Irã desistir das suas pretensões de produção de armas nucleares.
03:59Israel está se defendendo desse regime.
04:02Israel está protegendo seus cidadãos.
04:05Israel está lutando pela sua sobrevivência.
04:07Se a inteligência de Israel tivesse detectado em 7 de outubro de 23,
04:12aquilo que o Irã está fazendo neste momento em relação às bombas atômicas,
04:16provavelmente nada disso estaria acontecendo.
04:18Israel se antecipou.
04:20Nós estamos lidando com um grupo de terroristas, com um país que patrocina o terrorismo,
04:25e mais, que não pretende fazer somente a destruição do Estado judeu.
04:29É muito claro, ele pretende atingir outros países da Europa,
04:32ele pretende impor um modelo de sociedade que não é o modelo que todos nós queremos.
04:38Cláudio, a gente mencionava também agora há pouco a possibilidade de conversas
04:43sendo mediadas pelo governo do Qatar.
04:45O Qatar tem esse histórico, a gente já mencionou aqui,
04:48que ele mediou, foi um dos países que esteve ali ligado diretamente na mediação do cessar-fogo
04:52que tivemos na faixa de Gaza no começo do ano, entre Israel e Hamas.
04:56Você acredita que o Qatar poderia servir nesse processo também, novamente, como um mediador?
05:02Ou vai sobrar para algum outro país essa função?
05:07Veja, evidentemente que o Qatar é um país que pode fazer isso.
05:10Existem outros países que poderiam fazer,
05:13à medida em que tivessem uma certa neutralidade na abordagem da aproximação.
05:18Mas eu acho que os fatores são tão claros.
05:21Quer dizer, como é que a gente pode viver com terrorismo,
05:22com reféns que estão ali sequestrados há praticamente dois anos,
05:28já para chegar perto disso,
05:30e como é que a gente pode conviver com alguém que está produzindo uma bomba atômica
05:34e que pretende usá-la?
05:36Quer dizer, deixa isso muito claro.
05:37Então, eu acho que a interlocução, a mediação,
05:40ela, independentemente de quem eu faça,
05:43os argumentos têm que ser muito claros.
05:44Porque, sem argumentos claros e consistentes que possam, de fato,
05:49trazer um redesenho para a situação geopolítica dentro do Oriente Médio,
05:55pouco vai importar quem vai fazer essa mediação.
05:58Cláudio, uma outra questão envolvendo as ações da Conib aqui no Brasil
06:02para ajudar o povo israelense nesse momento.
06:06Eu queria que você contasse um pouco mais do que tem sido feito.
06:09Há previsão, há algum tipo de conversa, talvez, envolvendo a retirada dos brasileiros
06:15que estão por lá.
06:16A gente sabe que existe uma grande comunidade brasileira
06:18ou parentes de brasileiros em Israel.
06:21E, nesse momento, com o espaço aéreo fechado,
06:24fica um pouco mais difícil essa movimentação.
06:26Mas eu queria que você pudesse falar aqui para a gente um pouquinho
06:29sobre o que tem sido discutido, o que tem sido debatido,
06:32se há alguma conversa com o governo, com o Itamaraty, em relação a isso,
06:36para ajudar essas pessoas que estão por lá nesse momento.
06:39O Conib tem toda e a melhor das boas vontades
06:44para fazer uma interlocução com o governo brasileiro.
06:47É bom registrar que, desde o início desse cenário do Oriente Médio,
06:51ainda em outubro de 2023,
06:54nós temos sentado reiteradamente marcar um encontro com o presidente da República.
06:58E não foram poucas vezes, foi mais de uma dezena de vezes,
07:01e isso nos foi negado.
07:03Tentamos também criar algum tipo de canal um pouco mais acessível
07:07com outras frentes do governo,
07:08e o Brasil nitidamente tem uma posição contrária em relação ao Estado de Israel.
07:13Firmou posição aliando-se às ditaduras da China, da Coreia do Norte e também junto ao Irã.
07:20É bom lembrar que nessa mesma Jovem Pan, eu em dado momento,
07:23cheguei até a propor que o presidente Lula,
07:26ele que conhece, se dá com os líderes do regime iraniano,
07:29poderia ter sido lá atrás um bom interlocutor.
07:32Hoje, eu já não acredito nisso.
07:34Ele tomou uma posição muito clara e, evidentemente,
07:37hoje até Israel não aceitaria.
07:39A Conib, ela tem todo o interesse de fortalecer as relações
07:43entre os judeus aqui presentes e o governo,
07:47criar um ambiente político efetivo,
07:49trabalhar contra o antissemitismo,
07:51não permitir que o holocausto seja banalizado,
07:53e também estamos sensíveis em relação a esses brasileiros.
07:56Eu tive a oportunidade de falar com um dos prefeitos,
07:58que estava com os demais, o prefeito de Santarém,
08:01conversei com ele, ontem mesmo telefonei para o ministro Xicri,
08:06que é o ministro da diáspora,
08:07solicitei a ele se ele poderia ajudar no sentido de criar
08:10uma maior mobilização para os brasileiros que estão lá,
08:13para que eles possam se locomover e voltar.
08:16Mas, efetivamente, isso é um assunto que o Itamaraty tem que mediar.
08:20É o Itamaraty que tem que estabelecer e manter boa relação com todos os países.
08:24Aliás, o Brasil sempre foi um parceiro,
08:27sempre teve um papel bastante respeitador
08:30de grande amizade com o Estado de Israel.
08:34Nos últimos dois anos e meio que nós estamos assistindo,
08:37é justamente o afastamento de um país que se relacionava,
08:40um país que participou da criação, aliás, de dois estados.
08:44Oswaldo Aranha era o presidente da Assembleia das Nações Unidas.
08:48Portanto, muita estranheza a respeito desse tipo de ligação
08:52que o Brasil acabou adquirindo.
08:53E, logicamente, criando um afastamento com o Estado de Israel,
08:56com o Estado irmão do Brasil.
08:58É bem diferente daquilo que os brasileiros almejam
09:00nas relações entre Brasil e Israel.
09:02Basta ver quais estão as pesquisas de opinião
09:04a respeito da política externa brasileira por parte da sociedade maior.
09:09Cláudio, você mencionava que estava em contato com alguns prefeitos brasileiros
09:12que estão lá em Israel, em missão diplomática,
09:15conversando, conhecendo Tel Aviv,
09:17e adquirindo experiências sobre gerenciamento de cidades, enfim.
09:22E a gente mencionou aqui agora há pouco o espaço aéreo fechado.
09:26Queria que você confirmasse que, para a gente,
09:27a única rota de saída possível nesse momento seria por terra
09:30em direção à Jordânia, não é isso?
09:32Ou há alguma outra possibilidade sendo ventilada nesse momento?
09:35Veja, eu não seria a melhor pessoa para poder responder isso.
09:40Eu simplesmente conversei com os prefeitos,
09:43eles trouxeram essa sugestão e foi em cima dela que eu trabalhei.
09:48Sei que é isso que é possível e factível nesse momento.
09:53Tá certo.
09:53É importante a gente ficar de olho em todas essas movimentações,
09:57saber como é que estão os brasileiros por lá,
09:59todo o povo israelense também, muita gente de Israel,
10:02um país que recebe gente de todos os cantos do mundo,
10:04não apenas moradores, mas também turistas.
10:07O Cláudio pode confirmar isso até melhor do que eu.
10:10Mas uma situação bastante tensa e a gente vai seguir acompanhando.
10:13Daqui a pouco a gente volta a falar com o Cláudio Lutemberg,
10:16presidente da Confederação Israelita do Brasil.
10:19Eu queria trazer novamente o professor Sérgio Tibirissá aqui para essa conversa,
10:22porque, professor, a gente mencionava a questão da mediação
10:27e existe um ponto aqui bastante interessante de se trazer,
10:32que é o apoio norte-americano.
10:34Donald Trump diz que o apoio dos Estados Unidos para Israel
10:40é um apoio que vai continuar, esse apoio militar,
10:44não necessariamente para atacar o Irã, mas para ajudar na defesa de Israel.
10:48Agora, professor, a gente viu nos últimos meses
10:51uma boa reaproximação do governo americano com países importantes do Oriente Médio.
10:57Os Estados Unidos retomaram relações com a Síria,
11:01os Estados Unidos se aproximaram bastante da Arábia Saudita,
11:05que é indiscutivelmente um dos grandes players ali da região.
11:09Isso não poderia significar que os Estados Unidos poderiam diminuir,
11:14talvez, um pouco da sua dependência de Israel como representante ali na região?
11:20Ou ele ainda precisa manter essa relação tão próxima,
11:24tão ao lado de Israel como tem feito nos últimos dias?
11:28Talvez o Claudio seja o especialista para falar disso.
11:33O relacionamento dos Estados Unidos da América do Norte com Israel é muito forte,
11:40por conta do protestantismo, por conta dos grandes empresários judeus
11:47que fizeram o crescimento dos Estados Unidos.
11:50Então, eu acredito que tanto democratas como republicanos
11:55sempre estiveram alinhados a Israel.
11:59Então, nesse sentido, eu acho que seria difícil Israel perder esse apoio dos Estados Unidos,
12:07mesmo estando atualmente com um primeiro-ministro,
12:11que é bastante discutível sobre alguns aspectos.
12:15Bem, me causou espanto, né?
12:20Claro, o Bachar Al-Assad era um alauíta, uma minoria da minoria na Síria,
12:26e governou com mão de ferro, foi recebido pela Rússia.
12:29Agora, o novo mandatário lá da Síria é um terrorista, como o professor falou anteriormente.
12:38E os Estados Unidos, ele tinha uma ordem de prisão operante, né?
12:43Tinha até um prêmio em dinheiro pela sua captura.
12:48E os Estados Unidos, mais que depressa, para ganhar mais um aliado,
12:55assumiu uma posição de aceitá-lo e reconhecê-lo como líder da Síria,
13:04diante de circunstâncias bastante difíceis, né?
13:08dessa guerra civil da Síria, que praticamente chegou a todos os rincões do território sírio.
13:16Bem, eu acredito que todo o aparato de países que possam ajudar, são bem-vindos.
13:25Agora, eu não deixaria de ressaltar a questão da Arábia Saudita.
13:31A Arábia Saudita é um país extremamente armado, muito bem, tem muitas reservas petrólevas,
13:39tem muito dinheiro, muito investimento em todas as grandes empresas do mundo.
13:44E a Arábia Saudita deixou o seu recado, dizendo, olha,
13:48se esses líderes revolucionários de um povo que não é árabe,
13:54são persas, farzis, tem a bomba atômica, nós, como inimigos históricos dele,
14:00precisamos também ter a bomba atômica.
14:03Então, me deixa, assim, bastante preocupado em ser escalada.
14:08E a IEA, a Agência Internacional de Energia Atômica, que fica em Viena, na Alça,
14:14tem seus laboratórios, já havia detectado essa possibilidade do Irã,
14:20numa crescente de beneficiar o urânio para a produção de artefatos nucleares.
14:28E isso é uma preocupação, é mais uma preocupação para a região.
14:32Por quê?
14:33Porque o Irã não tem limites.
14:35A Revolução entrou na Embaixada Americana,
14:38você pegar a história, dá para contar no dedo,
14:41as embaixadas sempre foram respeitadas,
14:44matou cidadãos americanos,
14:47promoveu uma carnificina a Revolução Irâniana.
14:50Então, me parece que o Irã não tem muito limite.
14:55Teve uma guerra contra o Iraque,
14:57financia esses grupos terroristas.
15:01Então, é uma preocupação, porque um artefato nuclear,
15:04ou bombas nucleares na mão de um país que nunca teve limites,
15:08é preocupante para todo o mundo.
15:10Vamos voltar a falar com o comandante Robson Farinazo.
15:16Comandante, a gente conversava ontem mesmo sobre os ataques iranianos a Israel,
15:23como o Irã tem buscado saturar a defesa aérea de Israel,
15:27e a gente sabe que é uma defesa aérea muito bem estabelecida.
15:30São vários elementos, é toda uma rede de defesa aérea de Israel,
15:35que é conhecida já há bastante tempo,
15:38e que Israel, inclusive, tem dito, o governo israelense tem afirmado,
15:42que o país estava preparado para uma reação iraniana.
15:45Sabia que o Irã ia reagir, ia reagir de maneira forte,
15:48mais forte do que nas últimas operações feitas pelo governo iraniano.
15:53Agora, será que Israel já imaginava essa saturação do seu sistema de defesa?
15:57Isso já estava na contabilidade do Netanyahu?
16:02Bom, se estava na contabilidade dele, ele não avisou a sociedade, né?
16:05Porque, Fabrício, não é nenhuma novidade que sistemas de defesa aérea da Ucrânia,
16:11que tem comunalidade com alguns de Israel,
16:13tem sido saturado pela Rússia nos últimos meses.
16:17Não é novidade para ninguém, né?
16:18Qualquer analista militar que está iniciando aqui na profissão hoje já sabe disso.
16:23Então, acredito que o Netanyahu deveria saber disso.
16:26Agora, o problema todo foi o seguinte.
16:27Durante tantos anos, se falou tanto da eficácia do sistema de defesa aérea
16:31que acho que eles mesmos acabaram acreditando.
16:34Não existe sistema de defesa aérea que seja,
16:38ou de qualquer outro tipo de defesa que você pode imaginar aí,
16:41que seja insuplantável.
16:42Você quer ver?
16:43Nós tivemos um problema sério da Marinha dos Estados Unidos,
16:45que é pouco divulgado.
16:47Os porta-aviões americanos precisaram deixar o mar vermelho
16:50porque havia saturação de mísseis e nem eram mísseis de última geração.
16:55Mísseis de drones aí de uma geração até B ou C aí dos Rússias.
17:01Mas causaram um problema enorme para a Marinha Americana.
17:03Por quê?
17:04Porque esses poucos e defasados mísseis,
17:07eles faziam com que a Marinha esgotasse todos os lançadores verticais
17:12dos seus navios de escolta.
17:13Então, se isso aconteceu com a Marinha dos Estados Unidos,
17:16que é a marinha mais poderosa do mundo,
17:19isso certamente vai acabar acontecendo em Israel.
17:24Eu acho que nesse ponto,
17:26talvez tenha havido um erro de cálculo aí do Netanyahu.
17:30Eu não sei se ele precificou isso.
17:33Eu não tenho condições de dizer para você,
17:36eu não sei o que vai na cabeça dele,
17:38mas eu acho bom as pessoas já começarem a desistir
17:41dessa ideia de que existe um sistema de defesa,
17:44seja por parte da Rússia, dos Estados Unidos, da China,
17:46quem quer que seja,
17:47um sistema de defesa que não tenha,
17:50que não tenha,
17:52assim, que não possa ser superado.
17:55Todo o sistema, ele tem o seu ponto aí,
17:57que ele vai colapsar.
17:59Não digo que tem acontecido isso com Israel ainda,
18:01mas é bem preocupante o ataque que o Miran está fazendo.
18:04Comandante, é certamente muito preocupante.
18:07A gente não tinha visto algo nesse sentido
18:08desde o 7 de outubro.
18:11Certamente é o ataque mais intenso que Israel tem vivenciado
18:15nos últimos 20 meses.
18:17Eu queria te perguntar sobre um outro ator
18:19que está envolvido nessa história,
18:20que é o Reino Unido.
18:21O primeiro-ministro, Keir Starmer,
18:23confirmou que mais caças da Força Aérea,
18:26da Royal Air Force,
18:27a Força Aérea Britânica,
18:29foram enviados para o Oriente Médio,
18:31incluindo também aeronaves que ajudam no reabastecimento aéreo,
18:37e que essas aeronaves estão sendo utilizadas
18:39para um apoio de contingência ali na região.
18:42Qual que é a função, então, dessas aeronaves?
18:45Qual que é a jogada aqui do Reino Unido?
18:48O que explica essa movimentação britânica nesse momento?
18:51Olha, eu acho que todo o apoio militar que for prestado a Israel,
18:57de uma certa forma,
18:59alivia a sobrecarga dos pilotos,
19:02a sobrecarga das aeronaves,
19:04a sobrecarga de todos os sistemas,
19:06e também auxilia com meios que Israel não teria
19:09em grande quantidade,
19:11como sistemas de alerta aéreo antecipado,
19:15e sistemas de inteligência eletrônica também,
19:17que a Força Aérea de Israel tem em grande quantidade.
19:20E você tem que lembrar uma coisa,
19:22isso é muito importante lembrar,
19:24o Reino Unido tem diversas bases,
19:27eu vou destacar no Chipre, mas tem outras,
19:29tem diversas bases importantes no Oriente Médio,
19:33que seriam de grande valia para Israel.
19:35No Chipre, além da base servir como pista de pouso
19:40para aeronave,
19:42eles têm também um sistema de inteligência eletrônica ali,
19:45excelente, talvez um dos melhores do mundo,
19:47está situado no Chipre,
19:49e é pouco divulgado.
19:51Fabrício, só vou mostrar uma coisa aqui,
19:53que diz respeito à matéria que nós estamos tratando hoje.
19:55Por favor.
19:56Eu recomendo esse livro,
19:57do Luiz Felipe Lampréia,
20:00Aposta em Teirã,
20:01que fala da tentativa brasileira,
20:04e da Turquia,
20:06de mediar um acordo nuclear do Irã,
20:08acho que em 2010,
20:10ou 2014,
20:11não, 2010,
20:12e que foi torpedeado pela Hillary Clinton.
20:16Então, assim,
20:17essa história do programa nuclear iraniano,
20:20e esse livro,
20:21o Lampréia explica com brilhantismo,
20:24tem diversas facetas, assim,
20:26interessantes para a gente estudar.
20:29Pois é, Luiz Felipe Lampréia,
20:30sociólogo, diplomata,
20:32aqui brasileiro,
20:33algumas das obras dele,
20:35sempre muito valiosas,
20:36e a leitura sempre é boa,
20:38né, comandante?
20:38Muito obrigado pela sua participação aqui com a gente,
20:42nessa cobertura especial.
20:44Volte sempre para conversar aqui,
20:45para ajudar a explicar um pouco mais
20:47do que está acontecendo,
20:49não só no Oriente Médio,
20:50mas ao redor do mundo,
20:51a gente já teve muitas conversas valiosas,
20:53certamente teremos outras ao longo da semana.
20:57Muito obrigado, Fabrício,
20:58os senhores componentes da mesa,
21:00um grande abraço,
21:00um bom domingo a todos.
21:01Até mais.
21:02Até mais.
21:03Olha, vamos com informação,
21:05o governo do Irã,
21:06o ministro das Relações Exteriores do Irã,
21:08Abbas Arash,
21:10afirmou que o país havia solicitado
21:12uma sessão de emergência
21:14no Conselho de Segurança da ONU,
21:16mas que o pedido foi rejeitado
21:18por conta de uma interferência dos Estados Unidos,
21:22um dos membros permanentes
21:23do Conselho de Segurança.
21:25O governo iraniano
21:26também solicitou uma reunião urgente
21:29da Agência Internacional de Energia Atômica,
21:32por conta dos ataques israelenses
21:34em instalações nucleares iranianas.
21:37Ainda não teve uma resposta sobre isso,
21:39mas, segundo o ministro Abbas Arash,
21:41a expectativa do governo de Teherã
21:43é que essa reunião possa surtir
21:46uma resolução da Agência Internacional de Energia Atômica,
21:51ou pelo menos uma forte declaração
21:54contra os ataques israelenses.
21:57O governo de Teherã
21:59também tem criticado
22:00a postura americana
22:02e de alguns países europeus
22:04consideradas muito favoráveis
22:07a Israel.
22:08Essas são as últimas informações
22:10vindas de Teherã.
22:11Essa conversa do ministro
22:13das Relações Exteriores,
22:14Abbas Arash,
22:15foi com repórteres
22:16lá na capital iraniana.
22:19Vou chamar novamente
22:19o professor Sérgio Tibirissá.
22:21Professor,
22:22os Estados Unidos
22:24têm, claro,
22:25esse poder de,
22:26ou pelo menos a força
22:28para vetar uma possibilidade
22:30de uma reunião de emergência
22:31no Conselho de Segurança.
22:33Mas até que ponto
22:34que isso é interessante
22:35para os americanos?
22:38É, eu também não sei
22:40o que seria positivo
22:42para os americanos.
22:43Mas, pelo próprio regimento
22:45do Conselho de Segurança,
22:48há possibilidade
22:49do secretário-geral
22:50convocar uma reunião de emergência.
22:53Ou convocar até
22:54a Assembleia Geral,
22:56mas o mais interessante
22:57seria mesmo
22:58o Conselho de Segurança.
23:00Agora,
23:00sobre a Agência Internacional
23:02de Energia Atômica,
23:03que tem a sede em Viena,
23:05na Áustria,
23:05pertinho de Viena ali,
23:07eu acredito que seria
23:09uma boa alternativa
23:11às discussões
23:12sobre enriquecimento de urânio.
23:14Porque ela teria,
23:15ela tem técnicos
23:16especializados, né?
23:18E ela pode, né,
23:19visitar as instalações
23:22nucleares iranianas,
23:24né,
23:24e ver o que está sendo feito,
23:26se o beneficiamento
23:29proporciona
23:30artefatos nucleares
23:32para uso na guerra.
23:34Isso seria muito importante.
23:35E o Guterres,
23:37né,
23:37Antônio Guterres,
23:37português,
23:38secretário-geral da ONU,
23:40teria a obrigação
23:41de ele mesmo
23:42assumir essa condição
23:43e convocar,
23:44né,
23:44uma reunião,
23:46porque me preocupa muito
23:48a população civil,
23:50né,
23:51a população civil,
23:52tanto da população civil
23:53de Israel,
23:54como a população civil
23:56do Irã.
23:57E Israel, né,
23:58tem os prefeitos aí,
23:59como o membro da comunidade
24:01judaica disse,
24:03estão lá
24:04vários prefeitos,
24:05autoridades brasileiras
24:07que passam a correr riscos.
24:11Professor,
24:12uma outra questão
24:12que surge aqui,
24:13hoje a gente teve declarações
24:15também de líderes europeus,
24:16agora já está bem tarde
24:17lá na Europa,
24:19né,
24:19e nós tivemos o chanceler
24:20alemão,
24:21Friedrich Merz,
24:22afirmando que a Alemanha
24:23está se preparando,
24:24está preparada
24:25para possíveis ataques
24:27ligados ao Irã,
24:29não necessariamente
24:30diretos do Irã,
24:32contra locais
24:33importantes
24:34da comunidade judaica,
24:36da comunidade israelense,
24:38no território alemão.
24:39A gente sabe que
24:40essa é uma preocupação
24:41que nesse momento
24:42qualquer chefe
24:43de Estado europeu
24:44tem dentro do seu país,
24:45de desencadear
24:46violência interna,
24:48possíveis ataques,
24:49aqueles famosos
24:50lobos solitários,
24:51pessoas que tentam
24:52tomar ali ação
24:53por conta própria,
24:55às vezes vão
24:55para frente
24:56de uma embaixada,
24:57uma sede diplomática,
24:59algum museu,
25:00algum ponto considerado
25:01importante
25:02para uma determinada
25:04comunidade,
25:05e isso desencadear
25:06um outro problema
25:07ainda maior.
25:09Você acredita
25:10que uma situação
25:10como essa
25:11poderia ser capaz
25:12de levar
25:13um país europeu
25:15mais a fundo
25:16nesse conflito?
25:18Bem,
25:19o primeiro-ministro
25:21alemão
25:21não faria
25:23uma declaração
25:23dessa
25:24se ele não tivesse
25:25informações de ameaça,
25:27porque o que acontece,
25:29principalmente,
25:30nos países
25:32que são parlamentaristas,
25:34que todas as questões,
25:36qualquer política,
25:37da mais simples
25:38nomeação,
25:39a mais simples lei,
25:40tudo elevado
25:42ao parlamento,
25:44porque o primeiro-ministro
25:45ele é o representante
25:47da maioria,
25:49e se ele
25:50fizesse uma afirmação
25:52dessa natureza
25:54e não tivesse
25:54respaldado
25:56em análises
25:58técnicas
25:59do serviço secreto
26:01alemão,
26:02do exército alemão,
26:04ele poderia até
26:05tomar um veto,
26:07ou responsabilidade,
26:08porque a comunidade
26:10árabe
26:11na Alemanha
26:12é muito grande,
26:13agora,
26:14a comunidade iraniana,
26:16os persas,
26:16não são tão numerosos
26:18na Alemanha,
26:19mas isso poderia,
26:20principalmente,
26:21levar as xiitas,
26:22né,
26:23então,
26:24se ele fez
26:24essa declaração,
26:25acredito que haja mesmo
26:27uma fundada
26:29ameaça
26:29aos mais diversos
26:32locais,
26:32né,
26:33nós tivemos
26:34em Buenos Aires
26:36o ataque
26:37à Âmia,
26:38tivemos
26:38outros
26:39ataques
26:41em vários lugares,
26:42né,
26:43cemitérios,
26:45sinagogas,
26:47então,
26:47eu acho que,
26:48se,
26:49acho não,
26:49tenho a convicção
26:50que se o
26:51primeiro-ministro
26:52alemão
26:52tomou essa medida,
26:55há mesmo
26:56algumas questões
26:57de segurança
26:59que precisam
26:59de medidas
27:00preventivas.
27:02É sempre muito bom
27:03a gente ficar de olho
27:04nisso,
27:04né,
27:05não dá pra esquecer,
27:05por exemplo,
27:06o que aconteceu
27:06em Buenos Aires,
27:08envolvendo a
27:09embaixada israelense,
27:10um ataque
27:10que foi coordenado
27:12pelo Irã,
27:13na ocasião,
27:14contra a
27:15embaixada de Israel,
27:17isso já faz
27:18algum tempo,
27:18é verdade,
27:19foi em março
27:20de 92,
27:21né,
27:21mas teve bastante
27:22gente morta,
27:22foram 29 mortos
27:24naquela ocasião,
27:25e isso é uma situação
27:26que acaba envolvendo
27:28outros países,
27:28né,
27:29no caso,
27:29envolveu aqui
27:30a Argentina,
27:30que,
27:31obviamente,
27:31a gente sabe,
27:32não entrou em
27:33conflito direto
27:34com o Irã,
27:35na ocasião,
27:36no caso,
27:36quem assumiu
27:37a responsabilidade,
27:38quem reivindicou
27:40a responsabilidade
27:42foi o Hezbollah,
27:43mas que é um
27:44proxy iraniano,
27:45né,
27:46então a gente sabe
27:47que isso,
27:47às vezes,
27:48acaba provocando
27:49reações em outros
27:50países,
27:51acaba desencadeando
27:52situações muito graves,
27:53ano passado,
27:54teve ameaça de bomba
27:55na embaixada
27:56israelense
27:58em Paris,
27:59também envolvendo
28:00a embaixada iraniana,
28:01lá em Paris,
28:02muitas coisas
28:03acontecem,
28:04por exemplo,
28:05a França,
28:05a gente,
28:06você mencionava aqui
28:07muito bem,
28:07né,
28:07professor,
28:08a Alemanha não é um país
28:09com uma grande
28:10diáspora persa,
28:12mas a França,
28:13particularmente,
28:13é o país europeu,
28:14com a maior população
28:15judaica do continente
28:17e também com a maior
28:18população muçulmana,
28:20então,
28:20certamente,
28:21que isso pode acabar
28:22desencadeando
28:23uma grande pressão
28:25ali na região,
28:26até por isso,
28:27a gente imagina
28:27umas declarações
28:28que a gente tem visto
28:29mais comedidas,
28:31por enquanto,
28:32professor,
28:32dos líderes europeus,
28:34eles tentam também
28:35colocar na conta
28:36essa possível reação
28:38interna
28:38das comunidades
28:40árabes,
28:41comunidades persas,
28:42comunidade muçulmana
28:43e da comunidade
28:44israelense e judaica
28:46dentro dos seus
28:46próprios países?
28:47Olha,
28:49eu vou usar
28:50a minha experiência,
28:51eu fui bolsista
28:51do Rotary na Índia
28:53e quando nós
28:54avançamos,
28:56morando em várias
28:56casas,
28:57começamos por Goa,
28:58depois morei em
28:59Marahasta,
29:00Bombaim,
29:01fui subindo
29:02e fui morar
29:04numa região muçulmana,
29:05Sultanato de Bijapur
29:06e quando estava
29:08no Sultanato de Bijapur,
29:09que é uma região
29:10eminentemente
29:11muçulmana,
29:12estourou a Guerra
29:13do Golfo.
29:14Bom,
29:15nós éramos cinco
29:16bolsistas
29:17e mais um líder
29:18de grupo,
29:19todos com
29:20fisionomia
29:21ocidentais,
29:25não podíamos
29:26sair na rua
29:27mais
29:27e o Rotary
29:29acabou
29:30pedindo para
29:32que a gente
29:32voltasse
29:33e na Índia,
29:36dentro da Índia,
29:37só que é uma região
29:37extremamente
29:39muçulmana,
29:39xiita.
29:41Então,
29:41esse tipo
29:42de experiência
29:43pessoal
29:44que eu tive
29:44nós tivemos
29:45que sair
29:45de noite
29:46e ir para
29:46Bombaim,
29:48ficar esperando
29:49ter voo
29:51porque todas
29:52as pessoas
29:53estavam saindo
29:54da Índia
29:56também,
29:57o número
29:58de voos,
29:58então,
29:59essas questões
30:00são muito
30:01sensíveis
30:02e não podemos
30:04nos esquecer
30:04que o prefeito
30:05de Londres,
30:06várias autoridades
30:08que hoje
30:11ocupam cargos
30:12chaves
30:13na Inglaterra
30:14e em outros lugares
30:15são muçulmanos
30:18e alguns
30:18desses muçulmanos
30:20são
30:21chinitas,
30:22então,
30:23isso faz com que
30:24haja mesmo
30:25uma preocupação.
30:26É uma situação
30:28bastante tensa
30:28que a gente tem
30:29acompanhado aqui.
30:30e aí
30:35a gente tem