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  • 15/06/2025
O grupo terrorista Hamas, por meio do seu braço armado, as Brigadas Al Qassam, divulgou um comunicado expressando apoio total ao Irã no atual confronto militar contra Israel. Na nota, o grupo afirma: “Estamos ao lado do Irã, de sua liderança e de seu povo” e elogia o que chamou de papel histórico e decisivo do regime iraniano no apoio à causa palestina e à chamada resistência contra a ocupação. O doutor e mestre em Direito Constitucional Sergio Tibiriçá analisa o assunto.

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Transcrição
00:00E atenção, mais uma notícia que chega há pouco à redação da Jovem Pan News.
00:05O grupo palestino Hamas, terrorista, por meio de seu braço armado às brigadas Al-Qaçã,
00:11divulgou um comunicado expressando apoio total ao Irã diante do atual confronto militar com Israel.
00:18Em nota, o grupo afirma, abre aspas,
00:20estamos ao lado do Irã, de sua liderança e de seu povo, fecha aspas.
00:24E elogia o que chamou de papel histórico e decisivo do regime iraniano
00:29no apoio à causa palestina e à chamada resistência contra a ocupação.
00:34As brigadas Al-Qaçã também prestaram homenagem aos comandantes militares iranianos
00:40mortos nos ataques aéreos israelenses e lamentaram as mortes de civis,
00:45classificando os bombardeios como parte da agressão sionista contínua,
00:50na palavra das brigadas Al-Qaçã.
00:53O grupo ainda afirmou que a resposta iraniana abalou as fundações
00:58da ocupação israelense e disse que o povo palestino, em especial em Gaza,
01:03teria assistido com orgulho os ataques contra os alvos em Israel.
01:08Em manifestação pública, essa manifestação pública evidencia o fortalecimento
01:13do alinhamento político e militar entre o Hamas e o Irã,
01:16que já mantinham cooperação estratégica há muitos anos.
01:19O apoio explícito ocorre em um momento de intensa tensão e levanta preocupações
01:25sobre uma possível ampliação regional do conflito com a entrada de milícias
01:31apoiadas por Teherã em outros países, como Líbano, Síria e Iêmen.
01:36Já quero passar essa bola para o comandante Robson Farinazo,
01:40de que haveria um apoio do Hamas ao Irã.
01:43Isso parece muito claro, são aliados.
01:46Aliás, o Hamas é financiado pelo próprio Irã, comandante Farinazo.
01:50Mas a preocupação maior agora é se o grupo entra para escalar esse conflito regionalmente,
01:57uma ampliação regional desse conflito.
02:00Há possibilidade, não só envolvendo o Hamas, mas também resbolar ao norte
02:04essas fronteiras com os demais países que já vivem conflitos com o Estado de Israel?
02:11São dois casos distintos.
02:16Saiu em algumas mídias do Oriente Médio ontem que a Gaza agora vai ser um cenário secundário
02:22para os israelenses, que eles estão focados no Irã.
02:25A gente não tem dúvida que vai haver um recrudescimento da luta contra o Hamas.
02:29O Hamas vai, a partir do momento que Israel desvia a tensão, aviação, tropas, armamentos, etc.,
02:37para a luta contra o Irã, o Hamas vai se reconstruir.
02:41Eu não tenho a menor dúvida disso.
02:44E, lógico, a hora que Israel voltar, já teve todo aquele renascimento do Hamas ali.
02:51A situação do Hezbollah eu acho mais complicada.
02:53Por quê?
02:54Porque quando caiu o governo do Bashar Assad,
02:57o Hamas perdeu a sua via logística,
03:01que começava no Irã, atravessava o Iraque, a Síria e desaguava no Líbano.
03:06Então, hoje, o Hamas tem muita dificuldade de receber,
03:10não tem mais as facilidades que eles tinham aí.
03:15É, o Hezbollah, perdão.
03:17De receber os seus armamentos que vinham aí da Síria.
03:21Então, é difícil saber isso, a não ser que eles tenham armamentos tocados.
03:24E também, nós temos que lembrar o seguinte,
03:27Israel conduziu uma campanha sistemática de eliminação de lideranças do Hezbollah,
03:33e isso aí já dificulta bastante.
03:35A gente tem que lembrar que o Hezbollah, ele não é que nem o exército iraniano.
03:39Quando você decapita as lideranças de um exército,
03:43você tem um escalão de comando que vai subindo.
03:45Uma organização, tanto quanto mais informal como o Hezbollah,
03:48tem um pouco mais aí de dificuldades.
03:51Mas eu não tenho dúvida disso, que o Netanyahu não acabou uma tarefa,
03:54está começando outra, né?
03:56Eu não sei, o Netanyahu, às vezes,
03:59nesse ponto, eu acho ele meio parecido com o Donald Trump,
04:02ele é errático.
04:03Porque, se você pegar bem mesmo,
04:05quantas vezes o Netanyahu já anunciou o fim do Hamas?
04:09Várias vezes ele anunciou o fim do Hamas.
04:11E, no entanto, a guerra já dura aí, né?
04:13Nós já estamos aí com quase 20 meses de guerra.
04:17Eu quero receber o professor Sérgio Tibirissá,
04:21doutor em Direito, professor de Direito Internacional
04:24e reitor da Toledo Prudente Centro Universitário,
04:26que se junta ao nosso time na cobertura especial da Jovem Pan
04:30a respeito do conflito entre Israel e o Irã.
04:33Professor Sérgio Tibirissá, que prazer enorme te receber
04:36aqui nesta cobertura especial.
04:38E eu já quero passar a palavra a você
04:41para fazer uma análise geral de como você tem visto este conflito.
04:45Bem-vindo. Boa noite.
04:45Boa noite, Nelson.
04:48Boa noite aos demais membros dessa mesa aqui, né?
04:52E todos os ouvintes da Jovem Pan.
04:55Olha, eu concordo bastante com o que foi dito até agora
04:59e ressalto que alguns papéis, ao longo do tempo,
05:03deixaram de ser feitos, né?
05:05Nós temos uma organização que é membro da ONU,
05:09que faz parte dos vários braços da ONU, né?
05:16Que fica em Viena, na Áustria, que é a Agência Internacional de Energia Atômica.
05:21Essa agência poderia ter cumprido um papel melhor
05:25na fiscalização do urânio beneficiado por Irã.
05:30Porque a principal desculpa aí do Netanyahu
05:34é que o Irã está se armando com armas nucleares.
05:39E essa ideia não é só de Israel, não.
05:43O principal chanceler da Arábia Saudita
05:45disse que, se for o caso, a Arábia Saudita também vai partir
05:50para artefatos atômicos.
05:54E isso começa uma segunda, diríamos, fase
05:59daquilo que se denominou lá de Guerra Fria.
06:02Bom, dos mísseis, essas coisas todas.
06:06Agora, eu penso que Israel tem alguns problemas graves aí
06:11de logística, tudo para atacar o Irã,
06:14mas tem sido muito cirúrgico, né?
06:18O Mossad e os demais serviços de Israel
06:22mapearam muito bem, os ataques aí foram feitos
06:25de forma cirúrgica, com grandes perdas.
06:29O Irã, ele é persa, né?
06:32Embora seja xiítas, o principal grupo xiita
06:38ganhou apoios importantes, aí como você acabou de narrar
06:43o Hamas, Hezbollah, e deve ter outros grupos terroristas
06:48que também vão apoiá-lo.
06:50E isso, como os colegas disseram anteriormente,
06:53pode causar mesmo um aumento, né?
06:58Não apenas nas tensões, mas uma guerra setorizada aí na região
07:03por conta da participação desses outros agentes aí.
07:09Professor Niemeyer, quero te trazer novamente para a conversa
07:12justamente para falar a respeito deste ponto
07:15trazido pelo professor Sérgio, que é a peculiaridade,
07:18a questão do armamento nuclear, da possibilidade de enriquecimento de urânio.
07:22Como isso impacta este conflito entre Israel e o Irã?
07:26É, o comandante Farinav é mais, com certeza, mais especialista
07:30que eu em questões de energia nuclear.
07:32Mas o que a gente sabe é que o Irã já está conseguindo trabalhar
07:36com 90% de enriquecimento de urânio.
07:39Isso é muito, é pronto, está preparado para uma bomba.
07:42Fala, assim, em torno de 12 a 15 bombas nucleares que o Irã planeja produzir.
07:48Israel tem 90 bombas, 90 artefatos.
07:51Israel não comenta muito sobre o seu programa nuclear,
07:55mas é um programa nuclear muito poderoso.
07:57Diz que a guerra hoje será muito mais pelo vetor tecnológico do que nuclear,
08:03e eu concordo.
08:05A arma atômica é uma péssima arma para se ganhar uma guerra,
08:08porque você não controla a destruição que você causa ao inimigo.
08:11Mas foi a principal motivação, nas palavras do líder Netanyahu,
08:17a tentativa de impedir que o Irã consiga ter acesso no futuro,
08:24no curto prazo, a artefatos nucleares.
08:27E foi, como disse o professor Chibri Sá,
08:30foi muito eficiente ao tacar a infraestrutura sensível,
08:36que são usinas e parte de usinas nucleares no Irã.
08:40Eu só não sei se, aí seria uma informação que eu não tenho,
08:44se são todas as usinas e todos os meios que foram destruídos,
08:48ou parte deles, porque são muito espalhados pelo país.
08:51O Irã é um país grande, é o 17º país em extensão no mundo.
08:55Inclusive, por isso, é um país muito difícil ser invadido também.
08:58Mas precisa ver se o programa nuclear,
09:00na sua infraestrutura mais central, foi realmente abalado.
09:06Eu não tenho essa certeza.
09:08Você sabe que a gente tem uma certa dificuldade em obter essas informações no Irã,
09:12professor Niemeyer, até pelo acesso às informações.
09:16Boa parte das informações são tratadas justamente pelas agências estatais.
09:21As imagens, enfim, que a gente tem em Israel,
09:24a facilidade, por exemplo, agora a gente tem imagens ao vivo de Jerusalém,
09:27assim como temos de diversas outras cidades.
09:29O acesso à informação em Israel acaba sendo muito mais fácil do que lá no Irã.
09:37E isso, de alguma maneira, atrapalha até a responder essa sua pergunta,
09:41a respeito da dimensão dos ataques em Israel.
09:44O que se tem até agora são as informações que são emitidas pelo próprio Irã,
09:49através de suas agências estatais.
09:51Há pouco, mais 100 mortos foram anunciados,
09:54mais 200, aliás, 224 mortos foram anunciados,
09:57mas sem muito critério de confirmação de todas essas informações que chegam do Irã.
10:03Professor Sérgio Tibirissá,
10:05quero te fazer uma pergunta a respeito da possibilidade
10:08de alguma solução vinda de algum desses entes internacionais,
10:13como, por exemplo, o Conselho de Segurança da ONU,
10:16que até se reuniu em uma reunião de urgência convocada.
10:21Então, logo esse conflito se instaurou há três dias,
10:24mas que não gerou, pelo menos naquela reunião,
10:27nenhum tipo de resolução que pudesse indicar a solução desse conflito.
10:32Há alguma expectativa de que o Conselho de Segurança da ONU
10:35possa colaborar para a solução deste conflito,
10:39ou a ONU perdeu muita relevância nos últimos anos?
10:41Não, a ONU tem condições plenas de intervir.
10:46O problema é a questão dos cinco países que têm o poder de veto, né?
10:51E esse veto é usado das maneiras mais, diríamos, espúrias possíveis.
10:58Então, normalmente, Israel comete alguns crimes aí,
11:04violações, sempre os Estados Unidos vetam qualquer moção contra Israel,
11:15até de uso da força.
11:16Se o Conselho de Segurança, eu acho que tem um papel decisivo,
11:21quiser, ele pode, né?
11:23Ele tem plenas condições, né?
11:26De estabelecer um diálogo aí entre as partes, né?
11:31Mas é necessário que os cinco países que têm o poder de veto, né?
11:37Os Estados Unidos, a França, a Grã-Bretanha, a China e a Rússia cheguem a um acordo.
11:43Porque o terrorismo e o problema islâmico também é registrado na China
11:49e também na Rússia.
11:51A Rússia tem alguns problemas.
11:54Há uns anos atrás teve um problema grave com a Chechênia.
11:57Então, seria muito importante o Guterres comandar uma reunião do Conselho de Segurança
12:05e tentar colocar o fim a essa escalada, né?
12:09De bombardeios diários de um país para com o outro.
12:13Isso seria de vital importância para que não houvesse um aumento,
12:18não apenas das tensões, mas um aumento de mortes de pessoas inocentes aí
12:23envolvidas nesse conflito por questões circunstanciais.
12:27Professor Niemeyer, você acredita em alguma solução vinda do Conselho de Segurança da ONU?
12:33Não, não é possível.
12:35Ontem mesmo, antes de ontem, teve uma reunião, eu já falei aqui,
12:38onde ficou clara a posição dos Estados Unidos favorável a Israel,
12:42apoiando o ataque, inclusive.
12:44Estou falando da diplomacia presente na sala do Conselho, não o presidente Trump.
12:47que aí são funcionários de Estado que não necessariamente seguem uma orientação de Donald Trump,
12:54seguem uma orientação do Estado norte-americano.
12:55E o líder russo e chinês, principalmente chinês, a diplomacia lá presente,
13:01foram favoráveis à posição iraniana e contrários à posição israelense.
13:06Inclusive, a comitiva chinesa no Conselho, é muito raro a China se posicionar de maneira dura
13:13com relação a alguma questão do Conselho de Segurança.
13:16Então, fica clara uma divisão.
13:18E mesmo se chegasse a uma decisão que a ONU deveria, de alguma maneira, intervir,
13:25intervir de que maneira?
13:26Muito difícil.
13:27Um mundo dividido, como nós vivemos hoje, do ponto de vista da política internacional.
13:32Um mundo, uma guerra, uma guerra muito grave na Ucrânia, de invasão territorial,
13:37de um país soberano e independente como a Ucrânia.
13:41Como seria isso?
13:43Para se organizar uma ação da ONU, para tentar neutralizar?
13:47Não vejo isso como possível.
13:49Cada vez mais o Conselho de Segurança, se não se modernizar,
13:52se não expandir o número de membros permanentes, como disse o professor.
13:58E também mudar a questão do poder de veto.
14:00O que você tinha que fazer no Conselho de Segurança é ter um representante
14:03de cada região do sistema internacional.
14:07Mais um representante na América do Sul, que deveria ser o Brasil,
14:10pelo seu poder perceptível.
14:13A Nigéria na África, sendo que a África do Sul não conseguiria,
14:17pelo seu passado de apartheid.
14:19A Alemanha teria que participar, talvez fosse algo complicado,
14:22para os franceses.
14:23O Japão teria que participar, a China vetaria na hora.
14:27Talvez a Indonésia, representando ali a parte baixa do Sudeste Asiático.
14:31E aí você teria um número maior de representantes,
14:33você faria, acabaria com o poder de veto, faria por maioria simples.
14:37Então, se ficasse 11 representantes,
14:40se seis aprovassem uma moção, ela estaria aprovada.
14:43Mas é difícil, eu estou aqui trabalhando sobre um cenário muito idealista.
14:48Professor Tibirissá, o professor Neymar já comentou há pouco,
14:52eu quero também o seu comentário, sobre uma reunião convocada pela União Europeia,
14:56para a próxima terça-feira, em que se reunirão 27 diplomatas,
15:0027 representantes de Ministérios de Relações Exteriores,
15:04para debater justamente este conflito.
15:06Em relação a esta reunião específica, como o senhor avalia,
15:10qual a sua análise sobre esta reunião?
15:13Esta reunião tem algum poder de colaborar para a solução do conflito?
15:16Olha, eu concordo com o que o professor falou agora,
15:22eu acho que no caso da União Europeia, o poder é menor ainda.
15:28Precisava de um novo formato mesmo da ONU,
15:33talvez um modelo igual da Organização Mundial de Comércio,
15:37onde é possível os países mais ricos serem condenados,
15:43serem punidos, o que não acontece no atual sistema desses cinco que venceram a guerra.
15:52Toda sorte de fazer reuniões, tentar relacionamentos,
16:02é importante no momento desse.
16:04É um momento aí de muita dificuldade, né?
16:08Nós temos a guerra na Ucrânia, temos essa guerra,
16:11temos outros problemas setoriais em vários lugares, né?
16:17Mas os dois principais são esses, a guerra da Ucrânia.
16:21E aí?
16:22A China, no meu modo de entender, ela tem um problema com os iogures lá.
16:26Mas, parece que para fazer uma média com os xiítas, né?
16:33Porque nós temos os sunitas e os xiítas, né?
16:37São os dois grupos, diríamos, divergentes do islamismo.
16:44E esse grupo que está sendo atacado, o Irã,
16:48e os principais grupos terroristas aí, são os xiítas, né?
16:52Então, eu acho que a posição da China foi no sentido de fazer uma média
17:01pensando nos problemas que eles têm com essas minorias muçulmanas
17:06dentro da própria Índia.
17:09Essa reunião da ONU pode dar um norte político, né?
17:14Mas a efetividade disso, eu acho que o Conselho de Segurança,
17:19o seu líder máximo, Antônio Guterres, né?
17:23Que é o secretário-geral da ONU, devia convocar uma reunião
17:26e tentar um diálogo.
17:29Porque nós estamos diante aí de alguns países bastante radicais.
17:34Vamos lembrar que há tempos, durante a Revolução Iraniana,
17:39quando foi derrubado o Shah Reza Pahlavi,
17:43a embaixada americana foi invadida,
17:45cidadãos americanos foram mortos, né?
17:47Então, é um país extremamente radical no tocante.
17:54As pessoas que assumiram o esquema da Revolução
17:59tornou a antiga Pérsia num país de extrema violência
18:04e sem muito diálogo.
18:07Já o Irã já teve guerra com o Iraque, vizinho,
18:11tem problemas com vários países ali,
18:14com a Arábia Saudita principalmente,
18:16apoia guerrilhas e grupos armados revolucionários em vários países.
18:24Então, é um grupo bastante radical, né?
18:28E, com isso, seria toda sorte de contato diplomático,
18:34de discussões diplomáticas, seria importante.
18:36Mas, eu também acredito que a União Europeia não teria êxito
18:42em qualquer medida que pudesse ser tomada.
18:46Estamos aqui conversando com o professor Sérgio Tiberiçá,
18:51doutor em Direito Constitucional, professor de Direito Internacional,
18:54também com o comandante Robson Farinaz.
18:56Eu quero receber aqui, mais uma vez,
18:58na cobertura especial da Jovem Pão, Fabrício Nays,
19:00que é nosso editor internacional, que se junta ao nosso time
19:03e que vai me ajudar agora a tocar estas informações
19:06que chegam minuto a minuto.
19:07Fabrício, tem mais notícias, inclusive,
19:10que repercutem no mundo todo,
19:12a partir de agora, Fabrício Nays,
19:14que se juntando ao nosso time.
19:15Antes, porém, Fabrício Nays,
19:16quero agradecer demais a participação do professor José Niemeyer,
19:20sempre conosco, nos ajudando aqui na Jovem Pan
19:23a entender todas essas questões internacionais.
19:26Professor José Niemeyer, muito obrigado pela sua participação.
19:29Considerações finais.
19:30Kobayashi, você é muito gentil comigo,
19:32agradeço a equipe, agradeço aos professores Tibiriçá,
19:36ao comandante, aprendi muito com o comandante hoje,
19:39também com o professor Tibiriçá.
19:41Um abraço a vocês e, principalmente, ao assinante da Jovem Pan.
19:46Muito obrigado.
19:46Esse foi o professor José Niemeyer,
19:48professor de Relações Internacionais,
19:49sempre conosco aqui na Jovem Pan,
19:51nos ajudando a entender estes conflitos.
19:54Fabrício Nays, bem-vindo.
19:55Boa noite, Kobayashi.
19:57Boa noite a todos que acompanham a programação
19:59da Jovem Pan News.
20:00Agora são 6 horas e 51 minutos pelo horário de Brasília.
20:04Você acompanha todos os desdobramentos
20:06da guerra entre Israel e Irã ao vivo na Jovem Pan News.
20:11Vamos longe, vamos nessa cobertura ao vivo
20:13com o nosso timaço de especialistas.
20:15Comandante Robson Farinazo está aqui com a gente.
20:19Professor Sérgio Tibiriçá,
20:20professor de Direito Internacional também.
20:23Vamos trazer as últimas atualizações desse confronto
20:26que começou na quinta-feira.
20:28um novo capítulo, uma nova página desse confronto antigo
20:32entre Israel e Irã, que tomou novas proporções
20:36desde quinta-feira.
20:38Já são 224 mortos do lado iraniano,
20:41número confirmado pela agência estatal Irna do Irã,
20:45e pelo menos 14 mortos do lado israelense,
20:48número também confirmado pelas autoridades de Israel.
20:51Os mísseis não param em nenhum dos lados.
20:55Tanto o território iraniano quanto o território israelense
20:57são frequentemente alvos de disparos do outro país.
21:02Uma situação intensa, uma situação onde a comunidade internacional
21:06pede uma desescalada urgente para evitar um espraiamento do conflito,
21:12para evitar que as coisas fiquem ainda piores,
21:15em uma guerra total.
21:17A situação é muito complicada.
21:20Há pouco, o Irã disparou mais uma rodada de mísseis contra Israel.
21:24Explosões foram ouvidas em cidades como Haifa, Tel Aviv e também em Jerusalém.
21:30Pelo menos mais 10 pessoas ficaram feridas por conta destes disparos.
21:34O Ministério da Saúde do Irã confirma 224 mortos no país desde sexta-feira.
21:41Muitas pessoas tentam deixar a capital Teherã temerosas
21:45de que os disparos israelenses, os mísseis israelenses,
21:49atingirão a cidade a qualquer momento,
21:53possivelmente fazendo vítimas civis ou mais vítimas civis.
21:57Entre as vítimas já confirmadas está Mohamed Kazemi,
22:01chefe da Inteligência da Guarda Revolucionária do Irã,
22:04confirmado pela mídia estatal neste domingo.
22:08Também no domingo, a Casa Branca confirma
22:11um plano para a morte do líder supremo do Irã,
22:15o Ayatollah Ali Khamenei,
22:17foi vetado pelo presidente Donald Trump.
22:20Essa ideia havia sido ventilada pelo governo de Israel
22:23e a Casa Branca proibiu essa atitude.
22:26Foi contra a sugestão do governo de Benjamin Netanyahu.
22:31Mas o primeiro-ministro israelense afirma
22:33uma troca de regime no Irã pode ser o resultado final deste conflito,
22:39encerrando uma possível passagem de Ali Khamenei no comando do Irã
22:44como líder supremo desde o final da década de 70.
22:48Uma longa hegemonia no Irã poderia chegar ao fim,
22:52segundo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
22:54Quais são as consequências?
22:55O que pode acontecer e o que vai acontecer a partir de agora?
22:59É isso que nós vamos seguir acompanhando aqui ao vivo na Jovem Pan
23:02com a sua participação pela TV, pela rádio, pelas redes sociais,
23:07também com os nossos comentaristas, nossos especialistas.
23:11Vamos ouvir moradores, pessoas que estão na região,
23:14que estão no Oriente Médio,
23:16para saber o que está acontecendo de fato.
23:19Qual é a sensação da população neste momento?
23:23Alertas que chegam a todo momento,
23:25para que as pessoas busquem abrigos em locais antibombas,
23:29em bunkers, dentro dos apartamentos,
23:32nos subsolos das cidades, em estações de metrô,
23:35em locais de oração como mesquitas e sinagogas.
23:39Tudo isso está em jogo neste momento
23:41e a gente não vai deixar passar nada batido por aqui.
23:44Mais uma vez a gente agradece a presença do comandante Robson Farinazo,
23:47também do professor de Direito Internacional, Sérgio Tibirissá.
23:51Sérgio, é com você que eu quero começar fazendo a primeira pergunta.
23:55Uma troca de regime no Irã, neste momento,
23:58seria algo considerado inesperado a questão de poucos dias.
24:02Mas agora é uma possibilidade que Israel consegue
24:05ventilar na comunidade internacional,
24:09levar isso à frente abertamente.
24:11Por que que isso mudou tão rápido?
24:15E até onde que Israel conseguiria levar essa pressão, professor,
24:19para de fato conseguir derrubar o regime de Ali Khamenei no Irã?
24:23Boa noite para você.
24:24Boa noite.
24:26Eu acredito que há um desgaste muito grande
24:29desse regime que se instalou com a Revolução Islâmica.
24:33O Irã era um paraíso.
24:35Se a gente pegar a construção da ONU,
24:38em Teherã foi palco das principais reuniões dos tratados,
24:44as quatro primeiras reuniões da ONU,
24:48para a criação da ONU, a substituição da Liga das Nações,
24:51uma delas foi em Teherã, com participação.
24:54E no tempo do Chá Reza Parleve,
24:56o Irã tinha uma classe grande de pessoas
25:01que desenvolviam comércio muito próspero.
25:05Boa parte desses iranianos
25:07que não são islâmicos,
25:12tem vários tipos que não são islâmicos.
25:18Tem seguidores de Zoroastro,
25:21os zoroastricos,
25:22esses a maioria moram na Índia,
25:24na região de Bombayim,
25:26estado de Marahaj.
25:28Então, sempre houve uma oposição grande
25:31a esse grupo que assumiu,
25:34tanto dentro do Irã,
25:36como fora do Irã.
25:37E a questão tribal no Irã é muito grande.
25:41Mas a dificuldade que eu aponto
25:43é que, normalmente,
25:45esse modelo que foi criado no Irã,
25:49criou a Guarda Revolucionária,
25:52criou um exército de...
25:54Então, essas pessoas estão todas armadas.
25:56Por isso, eu vejo algumas dificuldades
25:59numa mudança de regime.
26:01Embora, acredite que haja mesmo
26:04um descontentamento interno com o Irã.
26:07Porque o Irã gasta boa parte
26:09do seu dinheiro,
26:10dos seus recursos,
26:12que não são poucos,
26:14financiando grupos terroristas,
26:17financiando grupos armados.
26:21e a economia do país,
26:24já há algum tempo,
26:25por conta de questões das mais variadas,
26:28não vai bem.
26:29Então, isso gera uma insatisfação.
26:31Mas, como as armas estão na mão
26:34da Guarda Revolucionária,
26:35do Exército,
26:36eu acho bastante difícil,
26:39a menos que houvesse um golpe
26:40do Exército
26:41em cima
26:42dessa cúpula islâmica lá.
26:46E essa é toda uma cadeia de comando
26:49muito bem estabelecida
26:50já há muito tempo,
26:51como você vinha destacando, né, professor?
26:53Então, não é exatamente
26:54um processo simples.
26:55A gente já destacava aqui
26:57ao longo da programação
26:58que uma eventual troca de regime
27:00no Irã
27:00não necessariamente significa
27:02um novo regime
27:03pró-Israel.
27:05Ou seja,
27:05a Benjamin Netanyahu
27:07poderia estar trocando
27:08um problema pelo outro.
27:09Não é exatamente
27:10uma grande certeza
27:11de uma virada
27:12nas relações
27:14lá pelo Oriente Médio.
27:15Tudo isso que a gente vai ficar
27:16de olho aqui
27:17na programação da Jovem Pan.
27:18Vou chamar também
27:19o comandante
27:20Robson Farinaz.
27:21O comandante,
27:22ontem mesmo a gente conversava
27:23também sobre
27:24a questão dos armamentos
27:26disponíveis
27:27para o Irã,
27:28do lado iraniano.
27:29E a gente sabe
27:30que esse é um exército vasto,
27:32um exército numeroso,
27:33com um arsenal muito grande
27:35à sua disposição.
27:36Mas esse arsenal,
27:37esses equipamentos
27:38utilizados pelo Irã,
27:39eles já não são mais
27:40equipamentos tão modernos assim, né?
27:42O que levou o Irã
27:43a ficar tão defasado
27:45militarmente
27:46nesses últimos anos?
27:49Fabrício,
27:49eu discordo.
27:50Os armamentos do Irã
27:51são modernos
27:52e a prova disso
27:53é que os Estados Unidos
27:54estão precisando
27:54deslocar fragatas
27:56para Israel, né?
27:57O Irã ficou defasado
27:58por 40 anos
28:00de sanções.
28:01Mas se as armas
28:03iranianas
28:04são tão defasadas,
28:06por que os Estados Unidos
28:06estão enviando
28:07tanto a defesa
28:08para Israel?
28:09As armas iranianas,
28:10pessoal,
28:10a gente precisa...
28:12eu tenho aqui
28:13por acaso
28:14um exemplar
28:15de um drone
28:16Shahid
28:17fabricado no Irã.
28:19Eu tinha a oportunidade
28:19de ver um drone
28:20desse ao vivo
28:21em Stalingrado,
28:22a versão russo,
28:23o Gerão.
28:24Aquilo é o tamanho
28:24de uma asa delta.
28:26O Irã,
28:27ele faz
28:28grandes ataques
28:29de precisão.
28:30Então,
28:31eu acho que não dá
28:32para subestimar
28:33a indústria
28:35de defesa do Irã,
28:36mas a gente tem que
28:37precisar colocar
28:37umas coisas importantes
28:38também,
28:39porque o Irã,
28:41gente,
28:41o Etolá
28:42só chegou no poder
28:43porque o regime
28:45do Shah
28:45era um regime
28:46sangrento.
28:47A SAVAC,
28:48que é a polícia
28:48secreta do Irã,
28:50era uma das mais
28:50violentas do mundo
28:51e era treinada
28:52por Israel.
28:53Essa é uma coisa.
28:54O Shah só volta
28:55ao poder em 1953
28:56depois de um golpe
28:57sangrento
28:58que derrubou
28:59o primeiro-ministro
29:00Mohamed Mossadegh
29:01que foi eleito
29:03democraticamente.
29:04Outra coisa,
29:05grupos terroristas,
29:06os Estados Unidos
29:07financiou recentemente
29:09o Julani lá na Síria
29:11que é ex-Al-Qaeda.
29:12A Síria hoje
29:13é governada pela Al-Qaeda
29:14que é um grupo terrorista.
29:16O Julani,
29:17que é o atual
29:18mandatário da Síria,
29:19ele tem uma recompensa
29:21de 10 milhões de dólares
29:22sobre a cabeça dele.
29:24E também a gente
29:24precisa lembrar
29:25que Benjamin Netanyahu
29:26é um foragido
29:27da justiça internacional.
29:29Ele é procurado
29:30pelo Tribunal Penal Internacional.
29:32Então a gente precisa
29:33colocar essas coisas
29:34para colocar o mundo
29:35que nós estamos vivendo.
29:36não é o mundo cor-de-rosa.
29:37Nós não temos aqui
29:38bonzinhos contra mauzinhos.
29:40Nós temos um choque
29:42de civilização
29:43que eclodiu agora,
29:45mas nós não podemos
29:46chegar e florear
29:47esse mundo,
29:48colocar como se fosse,
29:49tivesse um lado melhor
29:51e um lado que não é.
29:52Eu não acho
29:53que as coisas são assim.
29:54Só para concluir,
29:55eu preciso colocar
29:55uma coisa muito importante.
29:57A festa de coroação
29:58do Shah,
29:59a Reza Parleve,
29:59em 1967,
30:01foi um dos eventos
30:02mais caros
30:03da história da humanidade,
30:04não obstante haver
30:04muita miséria no Irã.
30:06Então,
30:06o Ayatollah Khomeini,
30:08gente,
30:08ele não botou das flores.
30:10Ele não brotou das flores.
30:11Esse regime
30:12que aconteceu ali
30:13é principalmente
30:14uma reação
30:15à derrubada
30:16do Mohamed Mossadegh
30:17em 1953
30:18por parte
30:19de petrolíferas
30:20anglo-americanas.
30:22Não estou dizendo,
30:23não estou aqui
30:23aliviando
30:24o Mossadegh,
30:25o Khamenei,
30:27nada disso.
30:28Mas eu quero
30:28colocar para vocês
30:29que as pessoas
30:30que fizeram
30:31com que essa situação
30:32chegasse no Irã,
30:34não são pessoas
30:35muito assim
30:35que a gente pode,
30:36a gente escolheria
30:37para uma ilha deserta.
30:39Comandante,
30:39uma outra pergunta.
30:40A gente tem uma informação
30:41que chega nesse momento
30:42de que o exército
30:43de Israel
30:44está enviando mísseis,
30:45está disparando mísseis
30:46contra a região central
30:48do Irã.
30:48A gente está vendo
30:49várias cidades
30:50serem atingidas
30:51nesse momento,
30:52ou pelo menos
30:52nós estamos vendo
30:53ao longo
30:53das últimas horas,
30:55desde quinta-feira
30:56quando esses ataques
30:56começaram
30:57lá no território iraniano.
31:00Qual que deve ser,
31:01o que você imagina
31:02que seja a prioridade
31:03de Israel
31:03nesse momento
31:04em termos de áreas
31:05a serem atingidas?
31:07Eles querem destruir
31:09principalmente
31:09o sistema de defesa aérea,
31:11o comando,
31:12controle e comunicações
31:13do Irã
31:13e talvez alguma coisa
31:15que eles consigam
31:15das fábricas
31:16de armamentos,
31:17lançadores de mísseis
31:19e alguma coisa
31:20do projeto nuclear iraniano.
31:22Só que eu andei fazendo
31:22uma pesquisa
31:23algum tempo atrás
31:24sobre as instalações
31:26nucleares do Irã,
31:27além de elas estarem
31:27em grande profundidade,
31:29provavelmente o concreto,
31:32o sistema de concreto
31:33que o Irã usa
31:34nessas fortalezas aí,
31:37ele é bastante resistente,
31:38mesmo que sejam empregadas
31:41bombas anti-bunker
31:42que até onde se sabe
31:43Israel não tem,
31:44a dificuldade vai ser
31:45muito grande.
31:46É assim,
31:46eu penso que o Israel
31:48talvez tente jogar
31:50a população
31:51contra o regime,
31:52mas nós precisamos
31:52lembrar o seguinte,
31:53a Guarda Revolucionária
31:56do Irã
31:56tem 125 mil
31:57combatentes em armas
31:58e eles conseguem
31:59mobilizar aí
32:00acho que uns 300 mil
32:02milicianos da Bacis,
32:04que é a milícia do Irã
32:05e ela é fortemente armada
32:06e ideologicamente
32:08muito imbuída.
32:09Então acho que vai ser
32:10bastante difícil,
32:11não duvido que se consiga.
32:13O Chá tinha um aparato
32:14bem melhor que esse,
32:15o Chá tinha um melhor
32:16exército,
32:16o Oriente Médio caiu,
32:18mas as condições
32:19geopolíticas são outras.
32:20Um outro ponto
32:22para a gente discutir
32:23aqui também,
32:23comandante,
32:24hoje houve uma ligação
32:25por telefone
32:26de Massoud Pezeshikian
32:28para o presidente
32:29do Iraque,
32:30Abdul Latif Rashid.
32:31Ele pediu
32:32para que o presidente
32:32iraquiano feche
32:33o espaço aéreo
32:34do país
32:35para aeronaves
32:36israelenses,
32:37incluindo caças.
32:39Isso é realizável
32:40nesse momento?
32:40O que você acredita
32:41que pode ser
32:42da posição do Iraque
32:44daqui para frente
32:45envolvendo esse conflito?
32:48Não,
32:48de forma alguma
32:49o Iraque não tem
32:49condições.
32:50A gente precisa lembrar
32:51que os Estados Unidos
32:51ocupam uma boa parte
32:52do território do Iraque
32:53de forma ilegal.
32:54Os Estados Unidos
32:55invadiram o Iraque
32:56no ano de 2003.
32:57A revelia do Conselho
32:58de Segurança da ONU,
33:00então eles deixaram
33:01a ONU numa situação
33:02bastante difícil.
33:03E o Iraque não tem
33:03força armada,
33:04ele não tem musculatura
33:05para impedir
33:06uma ação de Israel.
33:07Mas isso aí
33:08em termos diplomáticos,
33:10quando o Irã faz isso,
33:12se o Iraque falar
33:13que não quer
33:13a presença israelense
33:15no seu espaço aéreo,
33:17já começa a deixar
33:18a situação de Israel
33:19um pouco mais complicada.
33:21Mas o Iraque não tem
33:23de forma alguma
33:24condições de impedir
33:26essa movimentação
33:27de Israel.
33:28Bom, vamos com informação.
33:29Agora há pouco,
33:30o governo do Irã
33:30afirmou,
33:31tanto ao governo
33:32do Qatar
33:33quanto também
33:34ao governo do Oman,
33:35que o país
33:36não está aberto
33:37a negociar
33:38um cessar-fogo
33:38com o Israel
33:40enquanto continuar
33:41sob ataque
33:42israelense.
33:43essa foi a informação
33:45que a diplomacia,
33:46o recado
33:46que a diplomacia
33:47do Irã
33:48passou para o Qatar
33:50e o Oman,
33:51dois países
33:51muito ativos
33:52nesse meio
33:53diplomático
33:54ali no Oriente Médio.
33:55A gente lembra
33:56que estavam programadas
33:57para hoje
33:58conversas no Oman
33:59entre o governo
34:01do Irã
34:01e o governo
34:02dos Estados Unidos
34:03para aquela
34:04negociação nuclear
34:05que estava em curso
34:06e agora obviamente
34:07não está mais
34:08e que o Qatar
34:09também foi responsável
34:11por mediar
34:11as conversas
34:12de cessar-fogo
34:13entre Israel
34:14e Hamas
34:15que perduraram
34:16ali por cerca
34:17de um mês
34:17aproximadamente
34:18em março
34:19desse ano
34:20depois o cessar-fogo
34:21foi rompido
34:22lá na faixa de Gaza
34:23os conflitos
34:24foram retomados
34:25mas são dois países
34:26que tem
34:27esse histórico
34:28no Oriente Médio
34:29de se posicionar
34:30como mediadores
34:32de conflitos
34:33internacionais
34:34principalmente
34:34conflitos
34:35envolvendo esses países
34:36Israel
34:37Irã
34:38dois países
34:39sempre muito ativos
34:40no caso do Qatar
34:41mediou
34:42o cessar-fogo
34:43entre Israel
34:43e Hamas
34:44o Hamas
34:44a gente sabe
34:45muito bem
34:45um proxy iraniano
34:47ou seja
34:48um grupo
34:48que age
34:49sob ordens
34:50sob instruções
34:51com apoio
34:52militar e financeiro
34:54do Irã
34:54uma espécie
34:55de guerra
34:56por procuração
34:57por assim dizer
34:58vou chamar novamente
35:00o professor
35:00Sérgio Tibirissá
35:01para a gente conversar
35:02um pouquinho
35:02sobre isso
35:03professor
35:03o Qatar
35:05se posicionou
35:06se ofereceu
35:07como um grande
35:08mediador
35:09para essas conversas
35:11a gente deve estar
35:12aqui
35:13muito possivelmente
35:14claro
35:14um pouco cedo
35:15para a gente saber
35:16quem é que vai acabar
35:17mediando as conversas
35:19entre Irã e Israel
35:20porque uma hora
35:21elas precisam acontecer
35:22certamente
35:23mas diante
35:25diante de um cenário
35:25onde você tem
35:26os Estados Unidos
35:27tão alinhados
35:28com Israel
35:29onde você tem
35:30uma União Europeia
35:31um pouco fragilizada
35:33nesse momento
35:34mesmo vale para a Rússia
35:35e uma China
35:36distante
35:37a gente pode
35:38estar diante
35:39de uma terceira via
35:40vamos dizer assim
35:41para a mediação
35:43desse conflito
35:44eu volto
35:46a defender
35:47minha tese
35:48que
35:48a solução
35:50para isso
35:50seria a organização
35:51das Nações Unidas
35:52os dois países
35:54são países
35:55árabes
35:56diríamos
35:58que não gozam
35:59de neutralidade
36:00suficiente
36:01embora possam
36:02até trabalhar
36:03todo tipo
36:05de
36:05relações diplomáticas
36:08tentando pôr
36:09o fim
36:10ao conflito
36:11são vales
36:11todas
36:12todos os países
36:14que quiserem
36:14podem
36:15e devem
36:16fazer isso
36:17mas eu acredito
36:18que nesse momento
36:19o ideal
36:20seria que
36:21as três grandes
36:22forças
36:23China
36:24a Rússia
36:25e os Estados Unidos
36:27se reunissem
36:29e estabelecessem
36:30porque esses três
36:31juntos teriam
36:32condições
36:32de colocar
36:33fim ao conflito
36:34agora
36:35precisa ver
36:36se a China
36:37deixa
36:39a sua neutralidade
36:40para se envolver
36:41num conflito
36:42que para ela
36:43não é
36:43muito bom
36:45e a Rússia
36:46está com
36:47o seu problema
36:48interno
36:48ali na Ucrânia
36:49na Crimeia
36:50então
36:50também
36:51e os Estados Unidos
36:54passam por um
36:54problema de crise
36:55tem bastante
36:58descontentamento
36:59com as
36:59medidas
37:00do Donald Trump
37:02então eu acredito
37:04que
37:04a ONU
37:05poderia servir
37:06de palco
37:07para uma
37:08negociação
37:08mais ampla
37:09envolvendo esses
37:10países
37:11como aconteceu
37:12em outras
37:13tensões
37:13certa vez
37:15Paquistão e Índia
37:16já fizeram
37:17várias guerras
37:18são duas potências
37:19nucleares
37:20uma briga
37:21interminável
37:22pela Cachimira
37:23eu tive oportunidade
37:24de morar
37:25na Índia
37:26fui bolsista
37:26na Índia
37:27aquilo é um problema
37:29e graças
37:31a mediação
37:31de alguns países
37:32na época
37:33se colocou fim
37:34a um conflito
37:35que vai desde
37:35a separação
37:37de Índia
37:38Paquistão
37:38e Bangladesh
37:39com a independência
37:41da Inglaterra
37:42o problema
37:43mais
37:44premente
37:45agora
37:45é conseguir
37:47um
37:47cessar
37:47fogo
37:48porque
37:49isso
37:50tem afetado
37:51a população
37:52civil
37:52o professor
37:54fez algumas
37:55ponderações
37:57dos alvos
37:57e eu acho
37:58que realmente
37:59os alvos
37:59são esses
38:00as estruturas
38:01militares
38:02e uma tentativa
38:03de bombardear
38:04as estruturas
38:06atômicas
38:07que algumas
38:08são até sabidas
38:09porque receberam
38:10lá atrás
38:11a visita
38:13da Agência Internacional
38:14de Energia Atômica
38:15de Viena
38:16então
38:17sabe-se mais ou menos
38:19aonde ficam isso
38:20mas esses
38:21bunkers
38:21aonde
38:22se beneficia
38:24o urânio
38:24que se faz
38:25a produção
38:26dessas
38:28possíveis
38:28bombas nucleares
38:29é realmente
38:31difícil
38:32de bombardeio
38:33com os dispositivos
38:35que Israel
38:35tem
38:36atualmente
38:37agora vamos esperar
38:38o que o Iraque
38:39vai dizer
38:39o Iraque
38:40realmente
38:41hoje em dia
38:42acabou
38:43com a sua
38:44potência
38:46militar
38:47com os seus
38:48armamentos
38:49está muito sucateado
38:50não teria condições
38:51mesmo que
38:52criasse uma zona
38:54de explosão
38:54proibindo
38:55os aviões
38:56e drones
38:57israelenses
38:58de sobrevoar
38:59efetivamente
39:00isso não teria
39:01prática
39:03nenhuma
39:04não seria
39:05possível
39:05que o Iraque
39:07fizesse algum
39:08tipo de controle
39:09do seu espaço
39:10aéreo
39:11professor mais uma
39:12pergunta
39:13a gente recebeu
39:14também uma informação
39:14mais cedo
39:15o presidente
39:16dos Estados Unidos
39:17Donald Trump
39:17conversou com a
39:18ABC News
39:19lá dos Estados Unidos
39:21ele foi questionado
39:21sobre a possibilidade
39:23de Vladimir Putin
39:24mediar
39:25esse conflito
39:26entre Israel
39:27e Irã
39:28a gente sabe
39:29que historicamente
39:30a Rússia tem
39:32relações próximas
39:33com o Irã
39:33e tem até mesmo
39:35uma boa interlocução
39:36com Israel
39:37não é um país
39:38assim tão distante
39:39de Israel
39:39agora
39:40a Rússia vive
39:41um cenário
39:42de muita
39:42falta de credibilidade
39:44perante a comunidade
39:46internacional
39:46vivendo uma guerra
39:48ela própria
39:48contra a Ucrânia
39:49que já dura
39:50bastante tempo
39:51mais de três anos
39:52de guerra
39:52praticamente
39:53três anos e meio
39:54de guerra
39:54há uma
39:56possibilidade
39:57há uma legitimidade
39:59para Vladimir Putin
40:00ser um mediador
40:01em uma guerra
40:01sendo que
40:02o próprio governo russo
40:04está em guerra
40:06atualmente
40:06e não consegue
40:07chegar a um acordo
40:08de cessar fogo
40:08com a Ucrânia
40:09é
40:10pedir
40:12o Trump
40:13pode pedir
40:14
40:14mas
40:15aquilo que eu disse
40:16para você
40:17os ouvintes
40:19tem que entender
40:19que nesse momento
40:21a Rússia
40:21não tem uma credibilidade
40:23pela anexação
40:23da Crimea
40:24pelo que tem feito
40:25lá na guerra
40:26da Ucrânia
40:27o ideal mesmo
40:28era o conselho de segurança
40:29os cinco
40:30que tem o poder de veto
40:31em especial
40:32os três
40:33se reunirem
40:34para tentar
40:34uma solução
40:36pacífica
40:38não diria
40:38mas pelo menos
40:39um cessar fogo
40:40
40:41para que essas
40:42questões todas
40:43fossem
40:44colocadas na mesa
40:47porque
40:47há uma grande
40:49preocupação
40:50
40:50de um ataque nuclear
40:52e um ataque nuclear
40:54seria
40:55o início
40:56de um
40:57de um
40:57hectacombi
40:58no planeta
40:59porque essas
41:00armas nucleares
41:00mesmo as
41:01de menor
41:02potencial
41:03
41:04são
41:06de uma
41:07destruição
41:09
41:09por exemplo
41:09uma bomba atômica
41:10poderia
41:11destruir
41:12praticamente
41:13aniquilar
41:14o estado
41:14de Israel
41:15então
41:16precisa conversar
41:17precisa ter
41:18uma boa vontade
41:19precisa
41:20que haja
41:21uma negociação
41:22internacional
41:23e mais uma vez
41:24eu não digo
41:25que a ONU
41:25é a oitava maravilha
41:26do mundo antigo
41:27não
41:27não
41:27é
41:28tem muitos
41:29problemas
41:29a Liga das Nações
41:30já fracassou
41:31lá atrás
41:32
41:32pelos mesmos
41:33problemas
41:34que a ONU
41:34tem hoje
41:35
41:36mas
41:37um pouco
41:37de bom senso
41:38desse Conselho
41:39de Segurança
41:39e do
41:40Secretário-Geral
41:41poderia levar
41:42a uma negociação
41:44um cessar fogo
41:45momentâneo
41:46para começar
41:47a discutir
41:47os pontos
41:48principais
41:49dessa escalada
41:50nuclear
41:51por assim dizer

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