- 11/06/2025
Os líderes da Câmara demonstraram insatisfação com o atraso no pagamento das emendas impositivas por parte do governo. O descontentamento dos parlamentares ocorre após uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, que cobrou do Congresso mais transparência na execução das verbas. Nesta quarta-feira (11), o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), reclamou do ritmo de liberação das emendas e negou que o atraso vá afetar, de alguma forma, os projetos de interesse do Palácio do Planalto no Congresso. A bancada do Linha de Frente, coordenada por Thiago Uberreich, com comentários de Rodolfo Mariz, Cinthya Nunes, Sérgio Zagarino e Rafael Paiva, analisa os desdobramentos do tema.
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NotíciasTranscrição
00:00É justamente sobre isso que a gente destaca agora, os líderes da Câmara mostraram insatisfação com o atraso justamente no pagamento das emendas impositivas pelo governo.
00:09O descontentamento dos parlamentares ocorre depois de uma decisão do ministro do STF, Flávio Dino, que cobrou do Congresso mais transparência na execução das verbas.
00:19Na manhã de hoje, Hugo Mota, que comanda a Câmara, reclamou do ritmo de liberação das emendas e negou que o atraso vai afetar de alguma forma os projetos de interesse do Palácio do Planalto no Congresso.
00:32Acompanhe.
00:33É importante registrar que nós tivemos um atraso na aprovação do orçamento desse ano.
00:39O orçamento só foi aprovado no final do mês de março e sancionado praticamente no final de abril.
00:44Então isso fez com que toda a execução fosse postergada.
00:47Então estamos sofrendo as consequências dessa aprovação tardia.
00:53E nós temos sim cobrado agilidade na execução, até porque o orçamento é impositivo em sua grande parte.
00:58É importante para o exercício parlamentar.
01:01As emendas, elas são uma forma de se levar desenvolvimento, melhorias e infraestrutura para os lugares mais distantes do Brasil.
01:09Eu sou um defensor claro da atuação parlamentar no que diz respeito ao orçamento.
01:14E tenho obrigado muito para que essa execução possa ser agilizada dentro do possível e dentro do rigor da lei.
01:20É isso que nós temos feito.
01:21Os parlamentares precisam sim executar.
01:24Estamos praticamente no meio do ano e nenhuma emenda nossa chegou a ser empenhada ou paga.
01:29Então eu tenho cobrado nesse sentido.
01:31Mas sem fazer condicionantes, até porque até aqui, até esse momento,
01:35o Congresso foi extremamente colaborativo e correto com aquilo que chegou do governo.
01:40Bom, é a fala do presidente da Câmara, Hugo Mota, sobre as emendas, fazendo essa crítica em relação à liberação dos recursos.
01:48Começa esse giro pelo Rafael Paio.
01:50Rafael, é interessante que o Supremo está há muito tempo no encalço do Congresso Nacional em relação às emendas.
01:56Essa polêmica vem desde o ano passado, pelo menos.
01:59E agora vem essa reclamação do presidente da Câmara.
02:02Bom, eu sou um grande crítico do STF, normalmente, mas nesse ponto, Thiago, eu tenho que dar razão para o Supremo.
02:13E eu vou ser até um pouco mais rigoroso aqui.
02:16Eu acho que a forma como se instituíram essas emendas, e até vendo a declaração do Hugo Mota aqui na Sonora,
02:25me parece muito um mensalão institucionalizado.
02:29Ou seja, quando o governo quer liberar, libera as emendas, libera o dinheiro, parece que é um fluxo de dinheiro.
02:35Libera, libera, libera, a Câmara, o Congresso fica manso.
02:39Não libera, vamos endurecer.
02:42Então, isso é institucionalizado.
02:46Ou seja, quando o dinheiro entra, a aprovação sai.
02:50Quando o dinheiro não entra, a aprovação não sai.
02:53Isso dentro de uma sistemática que nós estávamos discutindo agora, em que nós precisamos economizar.
03:00Que economia é essa?
03:02E sempre se fala na casa dos milhões, dos bilhões, como se fosse um dinheiro criado, gerado, a partir de um passe de mágicas.
03:12Então, evidentemente que eu entendo que o parlamentar, ele tem que ter acesso a uma parte do orçamento,
03:19até para ele alimentar as bases dele, cumprir aí as promessas que ele eventualmente tenha feito em campanha.
03:26Só que a forma, preste atenção, a forma como isso é feito, me parece muito ruim.
03:35A forma como nós tratamos o nosso dinheiro pelos nossos parlamentares.
03:40E a Cíntia aqui dizendo que concorda, né?
03:43Então, por enquanto, estamos 100% concordando.
03:45Vocês, claro, né?
03:46Os nossos debatedores aqui.
03:48Agora, de qualquer forma, o Rafael fala no Mensalão, né?
03:51Na sexta da semana passada, a gente relembrou o início do que detonou o escândalo do Mensalão, 20 anos atrás.
03:58É um novo Mensalão?
03:59Você concorda com essa frase ou com esse termo?
04:01Ah, olha, de fato, não sei se a gente tem a mesma proporção de coisas,
04:07a mesma realidade de situação, que realmente é um pouco chocante, né?
04:12Como o Rafael disse, eu também, muitas coisas não concordo com a postura do Supremo,
04:18mas nesse ponto concordo completamente com o papel que o ministro Dino vem exercendo.
04:24É preciso, sim, exigir ser transparente.
04:26É sob pena de que talvez a gente descubra, embaixo de tudo isso,
04:30um escândalo que beire aí a similitude do Mensalão.
04:34Mas realmente, se trata do dinheiro, bilhões, né?
04:38Como se bilhão fosse um número, assim, alegórico, fantasmagórico e é um dinheiro de qualquer um.
04:45E é um dinheiro que, no momento que a gente discute que não tem dinheiro para pagar as coisas básicas,
04:51por outro lado, parece que vivendo em países completamente diferentes,
04:55como se a gente estivesse em duas dimensões,
04:57se discute bilhões de um dinheiro que não tem uma rastreabilidade,
05:01que não tem uma transparência, chega a ser imoral essa forma de tratamento do dinheiro.
05:07É fato que algumas emendas têm uma destinação,
05:11supondo que elas realmente vão para onde precisam ir,
05:15atrelados à saúde, por exemplo.
05:17E que há repassos que precisam ser feitos.
05:20Há hospitais, há determinados recursos que, se não passarem,
05:25eles estão, na última linha das coisas,
05:27massacrando as pessoas que estão dependendo desses recursos.
05:31Quem trabalha nos hospitais públicos,
05:33quem nas pequenas cidades onde não chegam, muitas vezes,
05:37os recursos que a gente tem numa cidade como São Paulo,
05:40realmente está lá na ponta, acaba sofrendo.
05:43Muitas vezes, um município está precisando daquele repasse.
05:47Então, de fato, a gente precisa avaliar.
05:50A forma está errada.
05:52Não quero dizer aqui que toda destinação está equivocada,
05:55mas a forma como trata esse dinheiro como uma moeda de troca,
05:59do tipo, quando o dinheiro solta para vocês, tranquilo,
06:02fica todo mundo manso, quando não solta, as pessoas se insurgem,
06:05é realmente, no mínimo, questionável.
06:07E respondendo a sua pergunta, hoje, não sei, não posso ser leviana,
06:11mas talvez o futuro diga, quando a gente desvendar,
06:16tirar o véu que encobre tudo isso,
06:18que talvez possa se chegar a uma descoberta de desvios bilionários.
06:23Hoje, não dá para a gente assegurar isso de forma leviana,
06:28pelo menos ao meu sentido.
06:30Bom, você conhece o Zagarino, depois o Maris.
06:33E o que a Cintia fala, não é, Zagarino,
06:35é importante porque os municípios, principalmente os menores,
06:39dependem muito desses recursos.
06:41Às vezes, a saúde, por exemplo, como foi citado aqui,
06:45é uma área que só funciona com dinheiro.
06:48E mesmo com dinheiro irrigado,
06:50é uma área que tem muitas deficiências no país.
06:52Sem sombra de dúvidas.
06:55O primeiro passo que a gente tem que entender
06:56é que as emendas parlamentares,
06:59elas, no meu ponto de vista,
07:01elas são um ataque à democracia.
07:03Por quê?
07:04A partir do momento que, num sistema democrático,
07:06nós temos que ter uma paridade de armas
07:09para a pessoa poder se eleger,
07:12e aí, seja para o Executivo, seja para o Legislativo,
07:15que são os dois poderes que nós elegemos,
07:17os nossos representantes,
07:19no Executivo para gerir o dinheiro,
07:21e no Legislativo para criar nossa legislação
07:23e fiscalizar onde será gasto o nosso dinheiro.
07:26A gente não elege representantes do povo
07:29para gastar o nosso dinheiro.
07:31A gente elege representantes do povo
07:32para fiscalizar onde quem nós elegemos para executar.
07:36É muito simples a conta da democracia.
07:39Porém, por que eu comecei falando
07:41que a emenda é um ataque à democracia?
07:43Porque ela faz, cada vez mais,
07:45com que quem não esteja dentro do poder
07:48tenha menos condições de conseguir chegar ao poder.
07:52Como que um candidato a deputado federal
07:54irá vencer uma eleição contra um atual deputado federal
07:58que busca a reeleição?
08:00É praticamente impossível,
08:01porque ele jorra toda a sua base eleitoral,
08:06ele irriga ela com milhões e milhões de reais por ano.
08:10Esse é um ponto em relação à emenda.
08:12Agora, a emenda existe, vamos para a realidade.
08:15O que é feito com essa emenda?
08:17Que é o que a gente está discutindo agora.
08:19Muitos deputados, eles se aproveitaram,
08:21e senadores, da forma que foi feito isso
08:23para substituir o que realmente,
08:26eu concordo com o Rafael, existia.
08:27Existia um modo obscuro de você conseguir
08:29a aprovação do Congresso.
08:32E aí eles criaram as emendas.
08:35Corrigiu esse problema?
08:36Você repara, o Congresso vai se ajustando
08:39sempre em prol de benefício próprio.
08:41Ninguém está falando do povo aqui.
08:42Mas as emendas existem.
08:44A forma que elas são aplicadas hoje
08:46é aí que entra o STF
08:48e as medidas que vêm sendo tomadas pelo ministro Dino
08:50desde o final do ano passado,
08:52que é, olha, bloqueia,
08:54enquanto não existe transparência.
08:55Aqui no estado de São Paulo, por exemplo,
08:57tem deputado que mandou emenda
09:00para dar a Maranhão.
09:01Aí você fala, poxa,
09:02a emenda do deputado já nem deveria existir.
09:05Ela existe.
09:05Então ele vai destinar para quem elegeu ele
09:08e que o representa, certo?
09:09No estado de São Paulo.
09:09Mas não, acabou enviando para outro estado.
09:12Isso é bom?
09:13Isso é ruim?
09:13Isso é péssimo.
09:14Principalmente pela falta de transparência.
09:16Então a gente tem que exigir cada vez mais transparência
09:18e principalmente chegar num teto.
09:21Porque as emendas, elas começaram num valor,
09:24a gente já está chegando aqui em 50,
09:2550 a 60 bilhões de reais
09:27e em alguns estados,
09:29que em razão da criação da emenda federal,
09:32alguns estados e municípios
09:33criaram as emendas parlamentares,
09:35estaduais e municipais.
09:37Essas estaduais,
09:38alguns estados,
09:39elas estão criando até emendas voluntárias,
09:41que é uma forma dos governadores
09:43conseguirem sempre ter ali as assembleias ao seu lado.
09:47Isso é ruim.
09:48Porém, a decisão do STF, nesse caso,
09:50é certeira,
09:51atendendo o seu papel.
09:52E é isso que a gente tem que ter no Brasil.
09:54Uma regra de que cada poder,
09:57dentro da democracia,
09:58tem que cumprir exatamente o seu papel.
10:00Por isso que a gente critica muitas vezes
10:01o judiciário que acaba intervindo.
10:02Ou agora,
10:03essa intervenção no legislativo
10:05com a fatia do bolo do nosso orçamento,
10:07do poder executivo.
10:09Então, se a gente conseguir ter uma democracia
10:11que cada poder exerça devidamente seu papel,
10:14você pode ter certeza
10:15que a gente vai conseguir navegar em mares mais calmos.
10:19Ô Maris,
10:19você que falou sobre as emendas
10:21na nossa rodada passada,
10:24a minha dúvida é a seguinte,
10:25se fala hoje muito de um Congresso empoderado.
10:28Será que o Congresso não se curva,
10:31não abre as emendas,
10:32não é mais transparente
10:33só pelo fato de mostrar que tem poder
10:36ou é porque talvez
10:37haja alguma irregularidade por trás?
10:41Bom ponto,
10:42mas eu quero deixar aqui uma pergunta.
10:44Será que é irregularidade
10:45ou será que foram doutrinados a isso?
10:48Será que a lei fala alguma coisa
10:50sobre essa não transparência?
10:52O Flávio Dino,
10:53para mim,
10:53foi extremamente assertivo
10:55quando se intrometeu nesse assunto
10:58e falou,
10:58olha,
10:58agora para libertar essas emendas,
11:00eu preciso da destinação dessas emendas.
11:03Para onde está indo essas emendas?
11:04Porque no Brasil,
11:06nós pregamos aqui
11:08principalmente a transparência
11:10e nós tivemos uma bandeira política
11:12aqui de campanha
11:13em 2022
11:14que falava sobre isso.
11:15O nosso governo será transparente
11:17em todas as suas questões.
11:19E agora o Flávio Dino
11:20vem e fala,
11:21olha,
11:22a questão das emendas
11:22tem que ser transparente.
11:24E é assertivo isso.
11:25Isso é muito bom
11:26a gente falar aqui
11:27porque nós estamos sempre
11:29falando sobre política
11:30e trazendo as prerrogativas
11:32de um STF,
11:33de um governo.
11:34E quando há algo
11:35que tem que bater palmas,
11:37Tiago,
11:38a gente tem que,
11:39de fato,
11:39fazer isso.
11:41Mas deixa eu falar uma coisa
11:42sobre as emendas parlamentares.
11:44No Brasil,
11:45virou uma festa
11:45essas emendas
11:46e, infelizmente,
11:48bons políticos
11:48acabam pagando
11:49pelos maus políticos.
11:51A boa administração
11:52acaba pagando
11:53pela má administração
11:55de alguns deputados
11:56ou aqueles
11:57que recebem isso.
11:59No Brasil,
12:00o Estado
12:00que menos depende
12:01de emenda parlamentar
12:03é o Rio de Janeiro,
12:04com apenas,
12:05olha só,
12:06nove de seus municípios
12:08dependem
12:09de emendas parlamentares.
12:11Agora,
12:11o Norte e o Nordeste,
12:13por exemplo,
12:14nós temos em Manaus
12:15184 municípios,
12:18ou seja,
12:1984,8%
12:21desse Estado
12:22precisa
12:23das emendas parlamentares
12:24ou necessitam
12:25dessas emendas parlamentares.
12:27E aí,
12:27eu tenho uma lista aqui
12:28com todas as capitais
12:30do país,
12:31com todos os estados
12:32do nosso país
12:33e cada cidade
12:34que depende disso.
12:35O que eu quero dizer
12:36com isso
12:36para resumir?
12:37As emendas parlamentares,
12:38elas são constitucionais.
12:40existe uma afinidade
12:41por isso,
12:42existe uma finalidade
12:44para essas emendas parlamentares
12:45que ao longo da história
12:47foi se corrompendo
12:48e agora é a hora
12:49de fechar as torneiras
12:50dessas emendas parlamentares
12:52e pegar esse dinheiro
12:53e talvez gastar
12:54em outros lugares
12:55ou, de fato,
12:56ser muito mais
12:57acirrado e assertivo
12:58e levar esse dinheiro
13:00direto para os municípios
13:01fiscalizando,
13:02de fato,
13:03para onde esse dinheiro
13:03está indo.
13:04Pois é,
13:04você já falaram aqui
13:06sobre as cidades
13:07que necessitam
13:09desses recursos,
13:10mas o próprio parlamentar
13:12que tenta a reeleição
13:13ele consegue irrigar o dinheiro,
13:16mas também muitos prefeitos
13:17conseguem a reeleição
13:18por causa do dinheiro
13:19que vem.
13:20A política está atrás,
13:22obviamente,
13:22de tudo,
13:23mas é preciso pensar
13:25nas necessidades
13:26da população.
13:27Isso,
13:27muitas vezes,
13:28os parlamentares
13:29ou os políticos
13:29de uma certa forma
13:31não pensam.
13:31Infelizmente,
13:33embora a gente
13:33não possa generalizar,
13:35embora a gente
13:36não possa generalizar,
13:38a gente tem,
13:39de fato,
13:39sempre o interesse público
13:41em terceiro,
13:42quarto lugar.
13:43Nós temos um sistema
13:45eleitoral
13:45que não é de hoje,
13:46isso não é uma crítica
13:46que estou fazendo
13:47ao atual governo,
13:48isso é praticamente
13:49institucionalizado
13:51no nosso país,
13:52em que nós vivemos
13:53uma política
13:54que vive
13:54à base
13:55de recursos
13:56que se liberam.
13:57Então,
13:58não sei se,
13:59historicamente,
14:00a gente consegue
14:01fazer essa virada
14:02de chave.
14:03Eu costumo,
14:03muitas vezes,
14:04criticar o atual governo,
14:05mas a gente também
14:06não pode ser
14:07extremamente polarizado
14:08ao ponto de colocar
14:09todas as culpas
14:11históricas
14:12em cima
14:13de quem está
14:13na situação
14:14quando isso é
14:15uma coisa
14:15que já está
14:16arraigada
14:16no nosso sistema
14:18político
14:18e nosso sistema
14:19eleitoral.
14:20É preciso,
14:21acima de tudo,
14:22que a gente
14:22minimamente
14:24fiscalize
14:25o destino
14:26do dinheiro.
14:26Se o dinheiro
14:27tiver destinação,
14:29previsão orçamentária
14:30correta,
14:31se tiver
14:32transparência,
14:33isso já é o começo
14:34para que a gente
14:35possa modificar
14:36uma mentalidade
14:37de coisas.
14:38Enquanto isso
14:39fica embaixo
14:40de uma cortina
14:41de fumaça,
14:42enquanto isso
14:42fica numa caixa
14:43preta que ninguém
14:44sabe para onde vai,
14:45quanto vai,
14:46é muito mais fácil
14:47que o dinheiro
14:48vire moeda
14:49de troca,
14:50que a gente
14:51tenha uma política
14:52de cabresto,
14:53em que tudo isso
14:54seja apenas
14:55objeto de negociação.
14:56O Brasil
14:56é um país
14:57continental,
14:58realmente não
14:58é fácil
14:59fazer esse controle,
15:01mas tem que
15:02começar de algum
15:02lugar.
15:03O que me incomoda
15:04é que nunca
15:04se começa,
15:05apenas se discute,
15:06se discute
15:07e a gente
15:08roda,
15:09rodopia,
15:10ficamos todos
15:10tontos cada vez
15:12olhando para um
15:12escândalo novo
15:13e nunca saímos
15:15do lugar.
15:15Se algo realmente
15:16não for feito
15:17para mostrar
15:17a vontade
15:19de se modificar
15:20alguma coisa,
15:21a gente estabelecer
15:22realmente não só
15:23uma política fiscal
15:24que determine
15:25de onde o dinheiro
15:26sai para onde
15:27ele vai,
15:28os bons políticos
15:29vão poder fazer
15:30aquilo que eles
15:30são vocacionados
15:31a fazer
15:32e os maus políticos
15:33vão parar na cadeia,
15:34simples assim.
15:35Rafael,
15:36essa fala da Cíntia
15:36me lembra recentemente
15:38um artigo
15:38que eu acabei lendo
15:40sobre a qualidade
15:41dos políticos.
15:42É claro que tudo isso
15:43é muito genérico,
15:44é muito difícil
15:45talvez saber lá na ponta
15:46se isso ia mudar,
15:48mas os defensores
15:49do voto distrital,
15:50por exemplo,
15:51acham que a qualidade
15:52dos políticos
15:53pode melhorar
15:54e consequentemente,
15:55tendo políticos melhores,
15:57aí teremos talvez
15:58mais transparência
15:59ou não necessariamente?
16:01Bom,
16:01a questão do voto distrital
16:03ela sempre volta
16:04à tona
16:05aqui no país.
16:07O que eu penso
16:08é o seguinte,
16:10o parlamentar
16:11ele não vem
16:12de outro país,
16:14o parlamentar
16:14não vem
16:15de outro planeta,
16:17o parlamentar
16:17é fruto
16:18da nossa sociedade
16:20e aqui
16:21eu tenho
16:22uma resposta
16:23um pouco pessimista,
16:24enquanto nós
16:25não tivermos
16:26uma mudança
16:27muito grande
16:28na nossa sociedade,
16:31me parece
16:31que teremos
16:32muita dificuldade
16:34em elegermos
16:36bons parlamentares,
16:37porque o parlamentar
16:38ele nada mais é
16:39do que alguém
16:40que sair
16:42do nosso próprio povo.
16:44Evidentemente
16:44que dentro
16:45do povo brasileiro
16:47existem melhores
16:49e piores escolhas
16:50e nós
16:51sempre
16:53fazemos
16:54as piores
16:55escolhas,
16:56pelo menos
16:56a maior parte
16:57das vezes.
16:58E
16:58sobre o voto distrital,
17:01Tiago,
17:02eu acho que
17:02vale a pena
17:03a gente tentar,
17:04porque
17:05o que me parece
17:06muito claro
17:07são duas coisas.
17:09Um,
17:09o sistema atual
17:10é problemático.
17:13Dois,
17:14por mais que
17:16não seja a solução
17:17e parece que no Brasil
17:18nós estamos sempre
17:19buscando uma solução
17:20mágica para tudo.
17:22O voto distrital
17:22não é essa solução
17:23mágica,
17:25mas eu acho
17:25que vale a pena
17:26a gente tentar.
17:28Para pelo menos
17:28a gente,
17:29sei lá,
17:30acho que falta
17:30uma balançada
17:31no Brasil,
17:31uma coisa assim,
17:32a gente precisa
17:33viver alguma coisa
17:34diferente,
17:35porque o jeito
17:36que está
17:36é aquilo que nós
17:37já debatemos aqui.
17:39Quem está no poder
17:40tem vantagem,
17:41tem mais chance
17:42de se reeleger.
17:43Então,
17:43isso dificulta
17:44a entrada
17:44de novas cabeças,
17:46de jovens,
17:47de pessoas que realmente
17:47têm uma mudança
17:48de mentalidade
17:49que poderia mudar
17:50a situação
17:51do nosso país.
17:52Nós sempre vemos,
17:53e é engraçado de ver,
17:55a gente sempre vê
17:56as mesmas figuras
17:57em papéis de destaque,
18:00as mesmas autoridades,
18:01são pessoas que há anos,
18:03anos,
18:04décadas,
18:06estão no poder
18:06e pouco fazem
18:08para o povo
18:09e sempre são reeleitos.
18:11Então,
18:11eu sou um pouco pessimista,
18:12mas eu acho
18:13que vale a pena
18:13a gente tentar.
18:15Está vendo, Marinho?
18:15Só para a gente
18:16fechar esse giro,
18:17se o Zagarino
18:17quiser falar rapidamente
18:18antes do intervalo,
18:20a gente começou falando
18:20de emendas
18:21e acabamos
18:21no voto distrital.
18:24Pois é,
18:25é um bom ligamento esse.
18:28Mas eu quero voltar
18:29à pergunta
18:31que você me fez,
18:31por favor,
18:32porque a palavra
18:33que eu estava buscando
18:34é natureza,
18:35parece que é já
18:35natureza do parlamentar
18:37pegar as emendas
18:38e barganhar,
18:40sabe?
18:40Você colocar numa mesa
18:41o quanto você tem
18:42e para quem você vai
18:44dirigir essas emendas.
18:46E o Flávio Dino
18:46vem agora falando,
18:47não, espera um pouquinho,
18:48a gente precisa
18:49de transparência
18:49em relação a isso.
18:51E é claro
18:51que vai causar
18:52não só no Hugo Mota,
18:54mas em todos os deputados
18:55que fazem parte
18:56dessa casa,
18:57senadores,
18:58e até quem recebe,
18:59todos que recebem
19:00as emendas,
19:00porque causa um desconforto.
19:02Como é que você muda
19:03a natureza
19:05de um navio
19:06que já estava
19:07em alto mar
19:08à deriva?
19:09É muito difícil.
19:10Vai causar desconforto
19:11não só nele,
19:12mas em todos
19:13os seus parlamentares.
19:15Bom, Zagarino,
19:16só para a gente
19:16fechar esse giro,
19:18um minutinho para você.
19:19Eu sei que o tema
19:19é bom,
19:20mas um minutinho,
19:21por favor.
19:21Eu já não sei
19:22até que ponto
19:23que a gente precisaria
19:24mudar o voto distrital
19:27ou ele ser regional
19:28nos modos que é.
19:30Uma coisa,
19:30eu tenho certeza,
19:31o que seria muito ruim
19:32é se aprovassem
19:33a PEC
19:33da unificação
19:34das eleições
19:36municipais com regionais.
19:37Nós teríamos
19:38um problema muito grande
19:38porque são pautas
19:39muito distintas.
19:41A gente não pode,
19:41numa única eleição,
19:42permitir que a polarização,
19:45oriunda da eleição
19:47do governo federal,
19:48ela atinja também
19:48os municípios,
19:49porque são nos municípios
19:50que as pessoas vivem.
19:51Então, as pautas
19:51são completamente distintas.
19:53É por isso que é importante
19:54manter eleições separadas
19:56a cada dois anos.
19:57Isso acaba também
19:58tendo impacto
19:59no orçamento,
20:00na questão das obras,
20:01licitação,
20:02mas eu acredito que
20:03a democracia,
20:04ela não é a perfeição,
20:05mas ela é ainda
20:06o que nós temos
20:07de melhor hoje.
20:08E talvez mudanças repentinas
20:09só para tentar
20:10ver se funciona
20:11não seria o caso.
20:12Eu não sou a favor ainda
20:15do voto distrital,
20:16eu sou a favor
20:17que nós tenhamos
20:18um mínimo necessário
20:19para eleger
20:20os nossos representantes.
20:21Um nível superior,
20:23uma formação política
20:24adequada,
20:25porque aí sim,
20:26isso gera um prejuízo
20:26muito grande.
20:28Dificilmente eles sabem
20:29o que estão fazendo
20:29e é desesperador.
20:31É a mesma coisa
20:32se fazer uma cirurgia
20:32com um médico
20:33que não é médico,
20:34que não sabe te operar.
20:35Você vai fazer?
20:35Você não vai.
20:36É simples assim.
20:37E aí
20:42E aí
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