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  • 06/06/2025
O Documento JP explora o contraste marcante do Brasil: paisagens deslumbrantes de um lado, e a criminalidade em alta do outro. Especialistas analisam como a violência impacta a sociedade, afetando a segurança, o bem-estar e o desenvolvimento do país.

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Transcrição
00:00Enquanto a criminalidade cresce, a sociedade tenta sobreviver.
00:05A segurança pública é hoje uma das maiores preocupações do povo brasileiro.
00:09Em cidades grandes ou pequenas, a violência atinge todas as camadas da sociedade
00:14e impõe uma rotina marcada pelo medo.
00:19Um país acolhedor de uma energia que pulsa em cada cidadão.
00:24O Brasil é marcado por contrastes. A exuberância das festas convive com a sombra do crime.
00:34A violência no país é um problema estrutural que gera pânico na população,
00:39perdas financeiras e reduz a qualidade de vida do povo.
00:42Mas eu presencio várias coisas nesse mundo que generalizam muita coisa, entendeu?
00:51Voltada pra isso, tem que ter umas campanhas mesmo.
00:55E é bom, toda iniciativa é bom.
00:58Você se sente seguro na cidade de São Paulo?
01:01Na verdade, hoje a insegurança faz parte de todos os brasileiros, né?
01:06Isso tudo é fator.
01:09Todo fator gera uma consequência.
01:12E eu acredito que pra mudar essas coisas é só a união mesmo da sociedade mais transparente,
01:20porque senão as coisas vão continuar desse jeito.
01:24Um exemplo é nós, e aí, ó? Avenida, várias viaduras.
01:28Então, a violência, ela impacta tanto a nível de a nossa vida cotidiana, no lazer, no hobby,
01:41mas ela também vai contribuindo pra que cada vez mais as pessoas se sintam sozinhas.
01:46E aí elas vão recorrer à tecnologia como uma forma, inclusive, pra se relacionar,
01:51uma forma, inclusive, pra tentar ser reconhecida de alguma forma.
01:54E aí vem os likes pra tentar capturar isso.
01:5758% dos brasileiros perceberam o aumento da criminalidade em suas cidades,
02:04segundo a última pesquisa do Datafolha.
02:06Tem muito crime pela cidade, muita gente que acaba tendo essa vontade de roubar, né?
02:14Aí tem bastante moradores de ruas também,
02:18muita polícia afastada de lugares ambientados por crime, então fica meio complicado.
02:23A nação não consegue descolar de uma realidade assustadora e continua a representar cerca de 10% das mortes violentas intencionais no mundo,
02:34de acordo com a Organização das Nações Unidas.
02:37O cenário integra o problema histórico de segurança pública no país.
02:41Como delegada de polícia, integrando a segurança pública do Estado,
02:48nós encontramos desafios muito específicos em relação ao combate ao crime.
02:53Não só no tocante à estrutura em si, mas principalmente no tocante à legislação.
03:00Isso nos breca muito quando a gente tem uma atuação de prisão em flagrante, por exemplo,
03:08de um furto qualificado e no dia seguinte são os mesmos criminosos, a mesma quadrilha,
03:13porque a legislação se torna muito leniente em relação aos crimes, principalmente patrimoniais.
03:20Nós vemos a necessidade de informar a população qual é o papel das polícias,
03:24porque não só nós temos que combater o crime, mas nós temos que respeitar a legislação,
03:31as prerrogativas inerentes a cada instituição policial.
03:36Então não pode haver uma afronta, um atropelo dessas prerrogativas.
03:41Então como segurança pública municipal, já temos avançado muito, inclusive em posicionamentos no STF,
03:48da necessidade de uma maior colaboração com as forças estaduais.
03:52E nesse sentido, a sociedade muitas vezes não entende qual é o papel de cada polícia.
03:58A polícia civil é uma polícia investigativa, ela atua após a prática criminosa.
04:03A polícia militar, inerente às forças de segurança do Estado,
04:08ela responde num policiamento ostensivo preventivo para prevenir práticas criminosas.
04:15E as guardas civis municipais, nos municípios que detêm segurança pública municipal ou segurança urbana,
04:24colaboram de forma complementar, tanto com a polícia civil como com a polícia militar.
04:30A violência matou 45.747 pessoas no Brasil, uma média de 125 mortes por dia em 2023.
04:39O número, entretanto, registra uma pequena redução em relação ao ano anterior,
04:45quando foram contabilizadas 46.409 mortes violentas.
04:51As informações fazem parte do Atlas da Violência 2025,
04:55divulgado pelo IPEA, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.
04:59O estudo faz comparativos desde 2013, quando o número de mortes passou de 57 mil.
05:08Ou seja, de lá para cá, houve uma redução de 20,3% na quantidade de homicídios.
05:14É importante lembrar que o levantamento feito pelo IPEA, sobre os dados de mortalidade do SUS,
05:20mostram 45 mil mortes, o que é um significado claro.
05:26Mesmo tendo reduzido um pouco menos, 2%, entre 2022 e 2023,
05:30isso mostra que o Brasil é um país muito violento.
05:33E há várias dimensões dessa violência.
05:35Lembrando que cerca de 20 mil dessas mortes são de jovens,
05:41que teriam muita vida pela frente, muita produtividade para acrescentar ao país.
05:47Isso é uma tragédia gigantesca.
05:49Nos últimos 10 anos, o Atlas também mostra que cerca de 100 mil jovens,
05:53com menos de 19 mil, morreram nessa máquina da violência.
05:57Existem dados que estão tanto escondidos ali,
06:00como, por exemplo, o fato de uma constatação que, entre 2022 e 2023,
06:07houve um aumento de 52% de violência contra crianças há menos de 4 anos.
06:13Isso é um dos tantos absurdos.
06:15Além dessas 45 mil mortes, nós temos mais de 34 mil mortes de pessoas que morreram no trânsito.
06:21Nós estamos chegando praticamente a 80 mil mortes violentas,
06:24e sem ter nenhum programa, nenhuma política clara para tentar reduzir essa violência.
06:32Mas não há o que comemorar no país,
06:35onde a violência grita e o povo pede socorro.
06:39Apesar da queda geral de homicídios,
06:42as mortes de mulheres, bebês e crianças de até 4 anos estão em alta
06:46e preocupam analistas por terem um ponto em comum, a violência doméstica.
06:54Não necessariamente uma incidência real.
06:57A violência, ela existe há muito tempo.
06:59O que acontece?
07:01Esse aumento estatístico, ele revela um colapso mesmo dentro dessa estrutura familiar,
07:07mas hoje as pessoas têm mais acesso à informação,
07:10então elas denunciam mais, por isso que os índices aumentam.
07:14Então, a maioria das agressões hoje acontece dentro de casa,
07:17onde as crianças deveriam estar seguras.
07:19Então, como eu disse, esse aumento, sim, estatisticamente,
07:24porque as pessoas estão denunciando mais,
07:26mas eu também vejo que como as escolas e as unidades básicas de saúde,
07:30as UBS, os centros comunitários, estão pecando nisso
07:33e contribuem para esse aumento das agressões.
07:35Por quê?
07:36Eles deixam de cumprir um papel de frente, de combate,
07:41eu sou a primeira pessoa a combater isso,
07:43como um agente identificador e comunicador desse sinal de violência,
07:48porque é para isso que a gente tem assistentes sociais que vão nas casas,
07:51identificam sinais que muitas vezes são sinais velados dessa violência
07:55e também não estão fazendo isso.
07:58Então, existe um mau aumento, porque as pessoas denunciam mais,
08:02mas também porque os órgãos que deveriam fornecer uma proteção primária
08:07estão deixando a desejar.
08:09A cada dia, 10 mulheres são assassinadas no Brasil.
08:13Foram 3.903 ocorrências em 2023.
08:17o maior patamar desde 2018.
08:21Estima-se que um em cada três casos seja de feminicídio.
08:26Caroline Sigolini, advogada de direito de família,
08:30ressalta que o panorama cobra a adoção urgente
08:32de políticas públicas focadas em diminuir essas estatísticas.
08:37Na minha opinião, a relação entre a falta de segurança pública
08:40com os crimes de violência contra a mulher é total
08:43e isso ocorre por diversos motivos.
08:46Então, a gente tem aqui a inércia do Estado,
08:48que na minha opinião é a principal.
08:50Muitas mulheres já denunciaram seus agressores,
08:52denunciam, as autoridades não oferecem uma proteção efetiva.
08:56E quando elas oferecem essa pseudo-proteção efetiva,
09:00a gente tem a questão da impunidade.
09:02Não existe uma falta de investigação e punição efetiva.
09:08Isso que reforça a ideia de que o agressor não vai ser responsabilizado.
09:13Não temos políticas preventivas.
09:16Hoje não existe programas estruturados, de fato,
09:19de apoio a essas vítimas.
09:21Então, casas de acolhimento de verdade.
09:23Então, a mulher permanece numa situação vulnerável.
09:27E, por fim, não há hoje, entre sistema de justiça, saúde
09:31e a própria assistência social, UBS, enfim,
09:34uma articulação entre esses sistemas.
09:36A mulher não tem hoje na sociedade um suporte integrado
09:40que faça com que ela rompa esse ciclo de violência.
09:48A violência no Brasil segue como uma sombra constante
09:52na vida dos cidadãos.
09:54Sair de casa é um ato de coragem diária.
09:57O medo está presente nas ruas e até mesmo dentro de casa.
10:01Famílias inteiras moldam suas rotinas para evitar o risco.
10:05O cidadão comum vive entre a esperança por dias mais seguros
10:09e a dura realidade de um país que ainda não consegue proteger
10:13sua população por completo.
10:15O nosso grande erro histórico e erro que cometemos até hoje
10:20foi sempre acreditar que segurança pública
10:24é sinônimo de encarceramento, de endurecimento de pena.
10:29E não, é isso também.
10:31Mas não somente isso.
10:33Segurança pública se faz principalmente com políticas sociais.
10:37políticas sociais voltadas para os menos desfavorecidos.
10:44Voltada para a população que anda na faixa da exclusão.
10:48Para a população mais vulnerável.
10:51Mas esse tipo de abordagem, esse tipo de política social
10:56é uma política que já deveria ter sido implementada lá atrás.
10:59Há muito tempo.
11:00como já ocorreu em diversos países, inclusive em nossos vizinhos aqui do Cone Sul.
11:06Porque é uma política que leva muito tempo para surtir efeito.
11:11Geralmente leva duas, três gerações para surtir efeito.
11:15E esse tempo nós não temos.
11:17Nós precisamos de uma melhora, embora parcial, para agora, para hoje.
11:21Não podemos esperar tanto tempo para isso.
11:23A segurança pública nunca deixou de ser um dos maiores desafios
11:26enfrentados por governos em todas as esferas.
11:30Os estudos mostram que nove em cada dez brasileiros
11:34consideram a criminalidade uma grande preocupação.
11:37Ah, porque eu acho que a segurança aqui...
11:40Mulher, no geral, nunca se sente 100% segura, independente do lugar.
11:46E acho que aqui, como uma grande metrópole, como várias outras,
11:49a gente tem vários problemas de segurança pública.
11:53Então, a gente exige cuidados extras que eu não gostaria de ter,
11:58que não me fazem sentir segura.
12:00O pilar dos direitos sociais é, sim, a segurança pública.
12:04E a segurança pública, ela não é tratada como prioridade
12:07por parte do governo federal, por exemplo.
12:11Quando a gente não tem uma estrutura sólida e forte de segurança pública,
12:15automaticamente, sim, viabiliza o usufruto do exercício
12:21de outros direitos sociais, como educação, como saúde, como lazer.
12:27Porque, ora, uma sociedade insegura, ela não consegue ir
12:32numa praça, usufruir do seu lazer.
12:36Uma sociedade insegura, ela não consegue levar o seu filho na escola
12:41numa situação, numa região periférica de uma grande metrópole,
12:47sem temer a própria vida.
12:50Enquanto o governo federal não olhar com prioridade
12:56a segurança pública, nós iremos continuar fracassando como sociedade.
13:04Quem convive com a criminalidade sabe o que é fracasso.
13:08O cidadão vive encurralado.
13:11São várias questões que perturbam quando o assunto é segurança pública.
13:16Uma delas é em quais áreas é mais eficiente
13:19colocar recursos para diminuir a violência.
13:23Para analistas, vários são os caminhos para minimizar a criminalidade,
13:27mas ainda pouco eficazes.
13:29É impossível termos uma segurança pública de qualidade
13:33se todas as esferas da sociedade deram errado e continuam dando errado.
13:40Nós estamos falando diretamente em exiladoria urbana,
13:43nós estamos falando diretamente em educação,
13:46estamos falando em células familiares, estrutura social.
13:51Então é um conjunto complexo.
13:53Quando a segurança pública está realmente em índices alarmantes,
14:00isso traz um significado muito mais grave do que aqueles gráficos.
14:05É um significado que toda a sociedade fracassou em suas esferas.
14:10É necessário que cada esfera do serviço público,
14:14dos poderes públicos, atuem na sua potência máxima.
14:19Se a gente não tivesse tantos escândalos de corrupção endêmica
14:24dentro de estruturas governamentais,
14:27essas estruturas governamentais que escoam o dinheiro público,
14:32que deveria ser investido na sociedade, na população,
14:35para onde eles estão indo?
14:37Então a segurança pública é complexa e ela atua de forma conglobante.
14:42Na análise de medidas a serem adotadas para diminuir a violência
14:46nas áreas mais vulneráveis, mais violentas,
14:49é necessário pelo menos observar onde as coisas vão bem.
14:53É perceptível que o trabalho que as polícias,
14:56principalmente a polícia militar,
14:58em relação aos estados que vão bem,
15:00como Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Distrito Federal,
15:04essas medidas mostram que o grande fator de contenção da violência
15:08é a polícia militar.
15:10É porque ela tem 80% do aparato policial dos estados
15:14e do Distrito Federal, da natural,
15:17e ela ocupa as ruas.
15:18Ela tem uma enorme capacidade de resposta
15:20e em poucos minutos praticamente atende um pedido de socorro.
15:24As outras instâncias, como é o caso do Polícia Civil,
15:28do Ministério Público, atuam depois que o crime acontece.
15:31Então o poder de prevenção é escasso nessas estruturas.
15:33Polícias que desenvolveram a sua estrutura de gestão,
15:40treinamento, treinamento de São Paulo,
15:42chega a ser feito para a base de soldados dois anos,
15:45alguns estados fazem seis meses.
15:47A Polícia Civil em São Paulo está fazendo um treinamento
15:50de dois meses apenas para formar seus agentes.
15:53Então isso é investir no despreparo de resposta do aparato policial.
15:58Então, pelo menos copiar onde existem as boas práticas é importante.
16:01Existem bancos de dados sofisticados para fazer o planejamento operacional,
16:07como é o caso de São Paulo e do Estado da Catarina,
16:09Minas Gerais também,
16:10e esse subsídio tecnológico deveria também estar sendo aplicado em outros estados.
16:16O coronel da Reserva da PM de São Paulo,
16:19ex-secretário nacional de Segurança Pública, José Vicente,
16:23destaca que ações precisam ser sustentáveis,
16:26baseadas em dados e planejamentos de longo prazo.
16:29As operações ainda são reativas e pontuais,
16:33que geram impacto momentâneo,
16:35mas não resolvem os problemas estruturais.
16:38O país não tem um plano consistente e de longo prazo.
16:43Qual é o plano que o Brasil tem para a contenção da criminalidade
16:46em todas as suas expressões,
16:48desde o crime do dia a dia,
16:49que fica incomodo, demasiado,
16:52perturba e ameaça a população
16:54nas esquinas das grandes e pequenas cidades também,
16:56até a grande expressão do crime organizado,
17:00que já se articula com grandes facções internacionais,
17:03principalmente na Amazônia e pelos portos brasileiros.
17:06Qual é o plano que nós temos?
17:08Não temos.
17:08Evidentemente que é necessário um grande plano estratégico,
17:11está falando estratégico,
17:12pensando em grandes estruturas,
17:14portanto, de contenção do país,
17:17suas políticas,
17:18suas políticas,
17:18e também pensando na dimensão do país
17:23com a vulnerabilidade de suas fronteiras,
17:25que tem aí esquemas ameaçadores
17:29de entrosamento de facções nossas
17:32com grandes máfias internacionais.
17:34Obrigado.
17:35Obrigado.
17:36Obrigado.

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