- 31/05/2025
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Categoria
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NotíciasTranscrição
00:00emissoras do rádio.
00:14Documento Jovem Pan. Enquanto a
00:17criminalidade cresce, a sociedade
00:19tenta sobreviver. A segurança
00:22pública é hoje uma das maiores
00:24preocupações do povo brasileiro.
00:26Em cidades grandes ou pequenas,
00:28a violência atinge todas as
00:30camadas da sociedade e impõe
00:32uma rotina marcada pelo medo.
00:36Um país acolhedor
00:38de uma energia que pulsa
00:40em cada cidadão.
00:42O Brasil é marcado
00:44por contrastes. A exuberância
00:47das festas convive
00:48com a sombra do crime.
00:51A violência no país
00:52é um problema estrutural que gera
00:54pânico na população, perdas
00:56financeiras e reduz a qualidade de
00:58vida do povo.
00:59Mas eu presencio
01:01várias coisas nesse mundo
01:05assim que generaliza
01:06muita coisa, entendeu?
01:08Voltada pra isso, tem que ter
01:10umas campanhas mesmo.
01:12E é bom, toda iniciativa é bom.
01:15Você se sente seguro na cidade de
01:16São Paulo?
01:17Na verdade, hoje a insegurança faz
01:21parte de todos os brasileiros, né?
01:23Isso tudo é fator.
01:27Todo fator gera uma consequência.
01:29E eu acredito que pra mudar
01:31essas coisas é só a união mesmo
01:34da sociedade mais transparente,
01:37porque senão as coisas vai continuar
01:40desse jeito.
01:41Um exemplo é nós, e aí, ó,
01:43avenida, várias viaturas.
01:46Então, a violência, ela impacta
01:51tanto a nível de a nossa vida
01:55cotidiana, no lazer, no hobby,
01:58mas ela também vai contribuindo
02:00pra que cada vez mais as pessoas
02:02se sintam sozinhas.
02:03E aí elas vão recorrer à tecnologia
02:05como uma forma, inclusive, pra se
02:06relacionar, uma forma, inclusive,
02:08pra tentar ser reconhecida de
02:10alguma forma.
02:11E aí vem os likes pra tentar
02:12capturar isso.
02:1458% dos brasileiros perceberam
02:18aumento da criminalidade em suas
02:20cidades, segundo a última pesquisa
02:22do Datafolha.
02:23Tem muito crime pela cidade,
02:26muita gente que acaba tendo essa
02:30vontade de roubar, né?
02:31Aí tem bastante moradores de ruas
02:34também, muita polícia afastada de
02:37lugares ambientados por crime,
02:38Então, fica meio complicado.
02:41A nação não consegue descolar de uma
02:43realidade assustadora e continua a
02:45representar cerca de 10% das mortes
02:49violentas intencionais no mundo,
02:51de acordo com a Organização das
02:53Nações Unidas.
02:54O cenário integra o problema histórico
02:57de segurança pública no país.
02:58Como delegada de polícia,
03:02integrando a segurança pública do
03:04Estado, nós encontramos desafios muito
03:07específicos em relação ao combate ao crime.
03:10Não só no tocante à estrutura em si,
03:15mas principalmente no tocante à legislação.
03:18Isso nos breca muito quando a gente tem
03:21uma atuação de prisão em flagrante,
03:24por exemplo, de um furto qualificado e no
03:27dia seguinte são os mesmos criminosos,
03:29a mesma quadrilha, porque a legislação
03:31ela se torna muito leniente em relação
03:34aos crimes, principalmente patrimoniais.
03:37Nós vemos a necessidade de informar a
03:40população qual é o papel das polícias,
03:42porque não só nós temos que combater o
03:45crime, mas nós temos que respeitar a
03:47legislação, as prerrogativas inerentes
03:51a cada instituição policial.
03:53Então não pode haver uma afronta, um
03:56atropelo dessas prerrogativas.
03:58Então como segurança pública municipal,
04:01já temos avançado muito, inclusive,
04:03em posicionamentos no STF, da necessidade
04:06de uma maior colaboração com as forças
04:08estaduais.
04:10E nesse sentido, a sociedade muitas vezes
04:12não entende qual é o papel de cada
04:14polícia.
04:15A polícia civil é uma polícia
04:17investigativa, ela atua após a prática
04:19criminosa.
04:20a polícia militar, inerente às forças de
04:23segurança do Estado, ela responde num
04:27policiamento ostensivo preventivo para
04:29prevenir práticas criminosas e as guardas
04:33civis municipais e nos municípios que
04:36detêm segurança pública municipal ou
04:39segurança urbana colaboram de forma
04:43complementar, tanto com a polícia civil
04:46como com a polícia militar.
04:47A violência matou 45.747 pessoas no Brasil,
04:53uma média de 125 mortes por dia em 2023.
04:57O número, entretanto, registra uma pequena
05:00redução em relação ao ano anterior,
05:02quando foram contabilizadas 46.409 mortes
05:07violentas.
05:07As informações fazem parte do Atlas da
05:10Violência 2025, divulgado pelo IPEA,
05:13Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.
05:18O estudo faz comparativos desde 2013,
05:22quando o número de mortes passou de 57 mil,
05:25ou seja, de lá para cá, houve uma redução
05:27de 20,3% na quantidade de homicídios.
05:31É importante lembrar que o levantamento
05:34feito pelo IPEA, sobre os dados de
05:36mortalidade do SUS, mostram 45 mil mortes,
05:41o que é um significado claro, mesmo tendo
05:43reduzido um pouco menos 2%, entre 2022 e 2023,
05:47isso mostra que o Brasil é um país muito
05:49violento. E há várias dimensões dessa
05:52violência. Lembrando que cerca de 20 mil
05:56dessas mortes são de jovens, que teria
05:59muita vida pela frente, muita produtividade
06:02para acrescentar ao país. Isso é uma
06:04tragédia gigantesca. Nos últimos 10 anos,
06:07o Atlas também mostra que cerca de 100 mil
06:10jovens, com menos de 19 mil, morreram
06:13nessa máquina da violência. Existem dados
06:15que estão tanto escondidos ali, como por
06:18exemplo, o fato de uma constatação que
06:21entre 2022 e 2023, houve um aumento de
06:2552% de violência contra crianças há menos
06:28de quatro anos. Isso é um dos tantos
06:31absurdos. Além dessas 45 mil mortes, nós
06:34temos mais 34 mil mortes de pessoas que
06:37morreram no trânsito. Nós estamos chegando
06:39praticamente a 80 mil mortes violentas e
06:42sem ter nenhum programa, nenhuma política
06:45clara para tentar reduzir essa violência.
06:49Mas não há o que comemorar no país, onde a
06:53violência grita e o povo pede socorro.
06:56Apesar da queda geral de homicídios, as
06:59mortes de mulheres, bebês e crianças de
07:01até quatro anos estão em alta e preocupam
07:05analistas por terem um ponto em comum, a
07:08violência doméstica.
07:09não necessariamente uma incidência real. A
07:14violência, ela existe há muito tempo. O que
07:17que acontece? Esse aumento estatístico, ele
07:20revela um colapso mesmo dentro dessa
07:22estrutura familiar, mas hoje as pessoas têm
07:26mais acesso à informação. Então, elas
07:28denunciam mais. Por isso que os índices
07:30aumentam. Então, a maioria das agressões hoje, ela
07:33acontece dentro de casa, onde as crianças
07:35deveriam estar seguras. Então, como eu disse, esse
07:38aumento sim, estatisticamente, porque as
07:41pessoas estão denunciando mais, mas eu também
07:43vejo que como as escolas e as unidades de
07:46básicas de saúde, as UBS, os centros
07:48comunitários, estão pecando nisso e contribuem
07:51para esse aumento das agressões. Por quê? Eles
07:53deixam de cumprir um papel de frente, de combate. Eu sou
07:58a primeira pessoa a combater isso, como um agente
08:01identificador e comunicador desse sinal de
08:04violência, porque é para isso que a gente tem
08:06assistentes sociais que vão nas casas,
08:08identificam sinais que muitas vezes são
08:10sinais velados dessa violência e também não
08:13estão fazendo isso. Então, existe um aumento,
08:17porque as pessoas denunciam mais, mas também
08:19porque os órgãos que deveriam fornecer uma
08:23proteção primária estão deixando a desejar.
08:26A cada dia, dez mulheres são assassinadas no
08:29Brasil. Foram 3.903 ocorrências em 2023, o maior
08:35patamar desde 2018. Estima-se que um em cada
08:40três casos seja de feminicídio. Caroline
08:44Sigolini, advogada de direito de família,
08:47ressalta que o panorama cobra a adoção urgente
08:50de políticas públicas focadas em diminuir
08:53essas estatísticas. Na minha opinião, a relação
08:56entre a falta de segurança pública com os crimes
08:58de violência contra a mulher, ela é total e isso ocorre
09:01por diversos motivos. Então, a gente tem aqui a
09:04inércia do Estado, que na minha opinião é a principal.
09:07Muitas mulheres já denunciaram seus agressores,
09:10denunciam, as autoridades não oferecem uma
09:12proteção efetiva e quando elas oferecem essa
09:15pseudo-proteção efetiva, a gente tem a questão
09:18da impunidade. Não existe uma falta de
09:21uma falta de investigação e punição efetiva, isso que
09:26reforça a ideia de que o agressor não vai ser
09:29responsabilizado. Não temos políticas
09:32preventivas, hoje não existe programas
09:34estruturados, de fato, de apoio a essas vítimas,
09:38então, casas de acolhimento de verdade, né, que
09:40então a mulher permanece numa situação vulnerável.
09:43E, por fim, não há, hoje, entre sistema de justiça,
09:48saúde e a própria assistência social, UBS, enfim,
09:51uma articulação entre esses sistemas. A mulher não tem,
09:55hoje, na sociedade, um suporte integrado que faça com que
09:59ela rompa esse ciclo de violência.
10:01A violência no Brasil segue como uma sombra constante na
10:09vida dos cidadãos. Sair de casa é um ato de coragem
10:13diária. O medo está presente nas ruas e até mesmo dentro
10:17de casa. Famílias inteiras moldam suas rotinas para evitar
10:22o risco. O cidadão comum vive entre a esperança por dias
10:26mais seguros e a dura realidade de um país que ainda não consegue
10:29proteger sua população por completo. O nosso grande erro
10:34histórico e erro que cometemos até hoje foi sempre acreditar
10:39que segurança pública é sinônimo de encarceramento, de
10:44endurecimento de pena. E não, é isso também, mas não somente
10:50isso, né? Segurança pública se faz principalmente com políticas
10:54sociais. Políticas sociais voltadas para os menos
11:00desfavorecidos, voltada para a população que anda na faixa da
11:04exclusão, para a população mais vulnerável. Mas esse tipo de
11:10abordagem, esse tipo de política social é uma política que já
11:14deveria ter sido implementada lá atrás, há muito tempo, como já
11:19ocorreu em diversos países, inclusive em nossos vizinhos aqui
11:22do Coniçu, porque é uma política que leva muito tempo para surtir
11:27efeitos. Geralmente leva duas, três gerações para surtir efeito. E esse
11:32tempo nós não temos, nós precisamos de uma melhora, embora parcial, para
11:37agora, para hoje. Não podemos esperar tanto tempo para isso, né?
11:40A segurança pública nunca deixou de ser um dos maiores desafios
11:43enfrentados por governos em todas as esferas. Os estudos mostram que nove em
11:49cada dez brasileiros consideram a criminalidade uma grande preocupação.
11:54Ah, porque eu acho que a segurança aqui é... Mulher, no geral, nunca se sente 100%
12:00segura, né? Independente do lugar. E acho que aqui, como uma grande metrópole,
12:05como várias outras, a gente tem vários problemas de segurança pública. Então,
12:10a gente exige cuidados extras que eu não gostaria de ter, assim, que não me fazem
12:16sentir segura. O pilar dos direitos sociais é, sim, a segurança pública. E a segurança pública,
12:22a segurança pública, ela não é tratada como prioridade por parte do governo federal,
12:27por exemplo. Quando a gente não tem uma estrutura sólida e forte de segurança pública,
12:32automaticamente, se inviabiliza o usufruto do exercício de outros direitos sociais, como
12:41educação, como saúde, como lazer. Porque, ora, uma sociedade insegura, ela não consegue ir numa praça,
12:50usufruir do seu lazer. Uma sociedade insegura, ela não consegue levar o seu filho na escola
12:58numa situação, numa região periférica de uma grande metrópole, sem temer a própria vida.
13:06Enquanto o governo federal não olhar com prioridade a segurança pública, nós iremos continuar
13:17fracassando como sociedade. Quem convive com a criminalidade sabe o que é fracasso.
13:25O cidadão vive encurralado. São várias questões que perturbam quando o assunto é segurança pública.
13:32Uma delas é em quais áreas é mais eficiente colocar recursos para diminuir a violência.
13:39Para analistas, vários são os caminhos para minimizar a criminalidade, mas ainda pouco eficazes.
13:47É impossível termos uma segurança pública de qualidade se todas as esferas da sociedade deram errado e continuam dando errado.
13:57Nós estamos falando diretamente em exiladoria urbana, nós estamos falando diretamente em educação,
14:03estamos falando em células familiares, estrutura social.
14:08Então é um conjunto complexo. Quando a segurança pública está realmente em índices alarmantes,
14:17isso traz um significado muito mais grave do que aqueles gráficos.
14:22É um significado que toda a sociedade fracassou em suas esferas.
14:26É necessário que cada esfera do serviço público, dos poderes públicos, atuem na sua potência máxima.
14:36Se a gente não tivesse tantos escândalos de corrupção endêmica dentro de estruturas governamentais,
14:44essas estruturas governamentais que escoam dinheiro público,
14:49que deveria ser investido na sociedade, na população, para onde eles estão indo.
14:54Então a segurança pública é complexa e ela atua de forma conglobante.
14:59Na análise de medidas a serem adotadas para diminuir a violência nas áreas mais vulneráveis, mais violentas,
15:06é necessário pelo menos observar onde as coisas vão bem.
15:09É perceptível que o trabalho que as polícias, principalmente a polícia militar,
15:15em relação aos estados que vão bem, como Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Distrito Federal,
15:21essas medidas mostram que o grande fator de contenção da violência é a polícia militar.
15:27É porque ela tem 80% do aparato policial dos estados e do Distrito Federal.
15:33É natural, ela ocupa as ruas.
15:35Ela tem enorme capacidade de resposta e em poucos minutos, praticamente, atende um pedido de socorro.
15:41As outras instâncias, como é o caso do Polícia Civil, do Ministério Público, atuam depois que o crime acontece.
15:48Então o poder de prevenção é escasso nessas estruturas.
15:51Polícias que desenvolveram a sua estrutura de gestão, treinamento.
15:58Treinamento em São Paulo chega a ser feito para a base de soldados em dois anos.
16:02Alguns estados fazem seis meses.
16:04A Polícia Civil em São Paulo está fazendo um treinamento de dois meses apenas para formar seus agentes.
16:10Então isso é investir no despreparo de resposta do aparato policial.
16:15Então, pelo menos, copiar onde existem as boas práticas é importante.
16:18Existem bancos de dados sofisticados para fazer o planejamento operacional, como é o caso de São Paulo e do Estado da Catarina, Minas Gerais também.
16:28E esse subsídio tecnológico deveria também estar sendo aplicado em outros estados.
16:33O coronel da Reserva da PM de São Paulo, ex-secretário nacional de Segurança Pública, José Vicente,
16:40destaca que ações precisam ser sustentáveis, baseadas em dados e planejamentos de longo prazo.
16:46As operações ainda são reativas e pontuais, que geram impacto momentâneo, mas não resolvem os problemas estruturais.
16:55O país não tem um plano consistente e de longo prazo.
17:00Qual é o plano que o Brasil tem para a contenção da criminalidade em todas as suas expressões,
17:05mesmo do crime do dia a dia, que fica incomodo, demasiado, perturba e ameaça a população,
17:11nas esquinas das grandes e pequenas cidades também, até a grande expressão do crime organizado,
17:17que já se articula com grandes facções internacionais, principalmente na Amazônia e pelos portos brasileiros.
17:24Qual é o plano que nós temos? Não temos.
17:25Evidentemente que é necessário um grande plano estratégico.
17:29Está falando estratégico pensando em grandes estruturas, portanto, de contenção do país,
17:34com suas políticas e também pensando na dimensão do país com a vulnerabilidade de suas fronteiras,
17:42que tem aí esquemas ameaçadores de entrosamento de facções nossas com grandes máfias internacionais.
17:51A falta de segurança pública não tem a ver com dinheiro, porque investimento tem.
18:02Existe o Fundo Nacional de Segurança Pública, um dos principais instrumentos de financiamento e apoio e prevenção à violência.
18:10O Fundo Nacional de Segurança Pública é o principal instrumento de financiamento da segurança pública no Brasil.
18:16É um fundo bilionário, foi criado formalmente em 2018 e, desde então, a gente tem financiado,
18:24mediante repassas aos estados, distrito federal, municípios, inúmeras políticas públicas,
18:29inclusive políticas públicas de prevenção à violência contra a mulher.
18:33Entre 2023 e 2024, o Fundo Nacional de Segurança Pública repassou para os estados
18:38mais de 200 milhões de reais para atuação nessa frente específica.
18:42E, desde 2020, repassou aos estados mais de 5 bilhões de reais para a segurança pública.
18:51Desde o início de 2025, mais de 150 milhões já foram repassados e executados pelas unidades federativas.
19:00A diretora do Fundo Nacional de Segurança Pública, Camila Pintarelli, fala sobre o valor que bateu recorte este ano.
19:07Nesse ano, a gente tem um orçamento de mais de 2 bilhões de reais, um orçamento bastante robusto,
19:13e que está dividido entre essas transferências que nós fazemos aos estados.
19:16Nós vamos transferir, esse ano, 1 bilhão, 116 milhões de reais aos estados do Distrito Federal
19:21e políticas que são financiadas diretamente aqui por nós, via a Secretaria Nacional de Segurança Pública.
19:28Então, é um instrumento orçamentário, um instrumento estruturante, que não chama muita atenção.
19:35Evidentemente, é mais simples a gente tratar da pauta da política pública do que da pauta estruturante.
19:41Mas, sem o Fundo Nacional de Segurança Pública, hoje não existe segurança pública no Brasil.
19:45Os valores são regulados pela portaria número 685, que destaca as áreas temáticas e procedimentos para a aplicação dos recursos.
19:54A parte de transferências obrigatórias, que são essas partes que a gente transfere todos os anos para os estados e Distrito Federal,
20:02elas são direcionadas em três eixos, Fernanda.
20:05O primeiro eixo é o eixo de enfrentamento à violência contra a mulher.
20:0910% dos repasses anuais são destinados a isso.
20:13Outro eixo é o aperfeiçoamento das forças de segurança pública, que também recebe 10% desse montante.
20:19Então, a gente está falando aqui de programas de saúde mental, programas de capacitação às forças de segurança.
20:25E um montante maior, 80% desse valor, se destina ao combate ao crime organizado e defesa social.
20:32E aí a gente está falando de busca e salvamento, atividade do grupo de bombeiros, atividade de perícia, atividade da polícia militar e da polícia civil.
20:41O secretário de segurança pública do Rio de Janeiro, Vitor César dos Santos, pontua que a burocracia para aplicar os valores nas ações de combate à violência é um dos entraves para a gestão.
20:53Agora, existe uma realidade.
20:55Nós apresentamos todas as ações que vão, na realidade, onde esse recurso vai ser aplicado.
21:01Mas a média de disponibilidade do recurso, ele é de 10 meses.
21:06Ou seja, eu tenho um recurso para ser aplicado em 12 meses, nós apresentamos as ações logo no início, que o prazo é no máximo até março,
21:16e o governo federal, às vezes, demora 10 meses para disponibilizar o recurso.
21:20Como é que eu vou conseguir, o Estado vai conseguir, em dois meses, executar esse recurso?
21:24Então, na realidade, por conta dessa burocracia, que ela é muito grande, acaba que o recurso é aplicado sempre um ano depois de que recebeu o recurso.
21:34O que se vê é que existe uma dificuldade dos estados e do Distrito Federal em utilizar a verba,
21:40que é um desafio da atual gestão do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
21:45Por isso, foi criada a rede interfederativa, com reuniões mensais entre gestores e equipe técnica,
21:52para agilizar e dar maior transparência aos repasses.
21:55Como eu disse, há uma dificuldade estruturante de compreensão da aplicação desse valor.
22:02Nós nos deparamos aqui com muita demora na execução desses recursos.
22:08E no ano passado, a gente teve a iniciativa de instituir aqui um local oficial de diálogo com todos os estados,
22:16para entender ao certo o que eles tinham de tanta dificuldade para executar esses recursos.
22:20E desde então, a gente está batendo recorde atrás de recorde de execução dos recursos que o Público Nacional manda para os estados.
22:26E isso rebete também nas políticas de segurança em prol da mulher.
22:31Camila Pintarelli diz que aprimorar a gestão é o caminho para eficácia do uso do recurso pelos estados.
22:38O que a gente vê, na verdade, Fernanda, é um interesse e uma necessidade,
22:44inclusive pelo fato do nosso país ser um país continental e tão diferente,
22:48uma necessidade das forças de segurança se estruturarem melhor para poder enfrentar o cenário de segurança no Brasil.
22:55Então, o que eu posso dizer para você é que, muito tempo, isso eu falo enquanto gestora aqui do fundo,
23:03hoje o meu CPF, Fernanda, está vinculado a 20 bilhões de reais, então é assim, é realmente um fundo bastante robusto.
23:11Hoje o que eu percebo é que a segurança pública, ela foi, por muitos anos, debatida em termos de política pública,
23:17e se esqueceu muito dessa atividade de meio, que é a atividade de gestão e segurança.
23:22E a gestão e segurança é que faz a transformação do recurso em política pública.
23:27O que a gente está fazendo aqui no fundo, desde que eu cheguei no ano passado,
23:31é um verdadeiro letramento em gestão aos estados, às equipes municipais.
23:37A gente tem muito déficit hoje de capacitação em gestão no Brasil.
23:41E para que o recurso público em segurança se transforme em política pública, a gente precisa ter equipes qualificadas.
23:54Recursos têm, mas vencer a violência vai além de dígitos.
23:59São necessárias estruturas sólidas e ações que realmente transformem a realidade sangrenta do país.
24:06É importante lembrar que não é só gastar mais dinheiro no aparato policial.
24:12E nós percebemos, inclusive, que alguns estados nem sabem gastar até o dinheiro que recebeu do Fundo Nacional de Segurança Pública.
24:19Por incrível que pareça, nós temos mais de 2 bilhões de reais que os estados receberam e não usaram.
24:26Dinheiro gratuito, não precisam devolver, não precisam pagar esses recursos que recebem do governo federal.
24:31E não executaram.
24:32Verificam a dificuldade de planejamento que os estados têm.
24:36Fazem muito discurso, mas planejam e executam pouco, principalmente na área da segurança pública.
24:42Mas é mais dinheiro que é o caso.
24:45O estado de São Paulo tem o melhor resultado de segurança pública
24:48e tem o pior, o segundo pior indicador de recurso por habitantes do país.
24:58Então, o índice per capita investido, gasta na segurança pública de São Paulo, é o segundo pior do país.
25:05Ou seja, tem 25 estados que gastam muito mais, gastam duas, três vezes mais de São Paulo, com resultados ruins.
25:11Desde 1980, o Brasil já era considerado pela OMS um país de violência epidêmica.
25:19E a segurança pública passou a ser, de fato, estudada.
25:23Já havia um consenso da necessidade de investimento nas áreas sociais.
25:27Se tivéssemos educação de qualidade, se pudéssemos proporcionar instrumentos para minimizar essa grave desigualdade social,
25:38se o estado pudesse estar realmente do lado da sociedade carente, proporcionando moradia, alimentação,
25:46claro que o nosso cenário seria diverso.
25:48O país não tem como fugir do fato de que, por baixo do carisma do povo brasileiro, o país tem uma sociedade violenta.
25:56Essa jovem, que por segurança não será identificada, viu o servente de pedreiro Tarcísio Gomes da Silva, de 32 anos, ser morto na Zona Sul de São Paulo.
26:06Então, foi um sentimento muito desesperador.
26:13Quando a gente terminou de falar com o guardinha, a gente começou a correr para dentro do terminal,
26:18mas o homem que estava todo de preto, que foi a pessoa que fez os disparos,
26:22ele entrou correndo no terminal também.
26:24Então, a gente falou, troca de lado.
26:27E a gente foi para cá.
26:27Nisso, o homem que estava todo de preto, entrou dentro de um carro, e esse carro saiu disparado.
26:35E aí, a gente continuou seguindo o caminho, a gente foi correndo até a minha casa,
26:40que faltava cerca de uns 500 metros, 600 metros.
26:46O influenciador Davis Eliseu Costa Silva, de 18 anos, e o irmão dele, Dereck Elias Costa Silva, de 20,
26:54se tornaram réus por homicídio qualificado.
26:57Segundo a decisão, por serem primários, eles poderão responder em liberdade.
27:02É muito injusto saber que as coisas acontecem e não tem nenhuma consequência.
27:07Ainda mais, eu, como sendo mulher, eu corro risco o tempo todo na rua.
27:15O servente de pedreiro foi morto com 11 tiros.
27:19O motivo do crime? Vingança.
27:21Eu não vi, eu não consegui ver o disparo, ele disparando, nem o rosto dele, nem a pessoa que foi atingida.
27:32Mas eu vi a pessoa que disparou e a arma na mão dela.
27:39Assim que a gente viu o que estava acontecendo, a gente saiu correndo para frente, em direção ao caminho que era da minha casa mesmo.
27:47Triste, cruel e desesperador.
27:51A população sente os efeitos diretos da falta de segurança.
27:55Ainda é bem difícil passar por aquele trecho onde isso aconteceu.
28:00Eu preciso passar por lá todos os dias para ir até a minha academia.
28:03O sentimento ruim não está só com essa jovem, que é testemunha de um crime.
28:33Mas sim, com cada pessoa.
28:36A imagem é de uma corrida incessante para vencer o crime.
28:39Porém, os resultados ainda são pequenos diante da atmosfera de violência que assola o país.
28:45Toda vez que eu saio de casa, eu saio de casa com medo, saio de casa preocupada, atenta a tudo o que está acontecendo.
28:54E ter presenciado uma coisa dessas e saber que nada aconteceu, saber que a pessoa responsável não está presa, é assustador.
29:04É preciso repensar a segurança pública no país de forma ampla.
29:09Isso envolve reformar a formação policial, investir em inteligência e tecnologia.
29:14A segurança não deve ser privilégio de alguns, deve ser um direito garantido a todos.
29:20A segurança pública no país enfrenta uma crise profunda e multifacetada.
29:30Violência urbana, desigualdade social, deficiências institucionais, sucateamento das forças de segurança.
29:37Uma combinação explosiva que desafia há décadas os governantes.
29:42As polícias avançaram pouco e temos de pensar numa prevenção mais moderna, mais avançada, mais abrangente, com melhores resultados.
29:55Então, simplesmente, as polícias acharam que tem que fazer tudo e que sendo mais afirmativas, mais violentas, inclusive, com mais letalidade, mais confronto, com tropas camufladas, fuzis, que isso vai resolver, não vai.
30:08O que fica cada vez mais evidente é que os locais que têm alta incidência de algum tipo de crime, pode ser uma esquina, ou pode ser um lar, ou pode ser todo um bairro, que existem muitas agressões e mortes,
30:22esses locais também têm gestão local dos municípios.
30:26E é necessário que as polícias ampliem, principalmente a PM, que está aí, com o modo das ruas, das cidades, que elas ampliem as suas parcerias de prevenção.
30:34Diante do retrato violento, o país se vê obrigado a repensar sua estratégia.
30:42E a resposta está cada vez mais na tecnologia.
30:46Drones, câmeras inteligentes, monitoramento por GPS e inteligência artificial, ferramentas que antes pareciam futuristas,
30:55hoje estão ao alcance de governos e forças de segurança.
30:58E têm mostrado resultados promissores, quando bem aplicadas.
31:03A tecnologia precisa estar alinhada com todas as ações.
31:08Conforme especialistas, políticas públicas de segurança vão muito além do patrulhamento ostensivo.
31:15Elas envolvem planejamento, inteligência, prevenção e, sobretudo, integração.
31:21Então, precisamos de uma melhora, embora parcial, para agora, para hoje.
31:26E uma melhora para hoje, a política de segurança pública vai passar, inevitavelmente, por uma repressão ao crime.
31:34E, em relação à repressão ao crime, eu tenho o entendimento que as nossas estruturas são muito falhas.
31:41Por exemplo, a nossa polícia é uma polícia fragmentada.
31:48Ela não adota o que nós chamamos de ciclo completo de polícia.
31:53As polícias estaduais, a polícia militar, a polícia civil, a polícia técnico-científica,
31:59ela não participa de todas as etapas do processo policial.
32:04Por exemplo, a repressão, o patrulhamento, a investigação, a perícia.
32:11E, por isso, por ser uma polícia que não detém o ciclo completo de polícia,
32:16ela acaba demorando muito para solucionar o crime, para dar uma resposta à sociedade,
32:22gerando toda uma sensação de insegurança.
32:25Em junho de 2024, o Ministério da Justiça e Segurança Pública apresentou à Presidência da República
32:32a primeira versão de uma proposta de emenda à Constituição para uma reforma estrutural
32:38no Sistema Único de Segurança Pública.
32:40Desde então, o texto tem sido debatido e divide opiniões.
32:45Quando a gente fala da PEC da insegurança ou a PEC do caos,
32:50é muito perceptível a ausência de foco no combate ao crime.
32:55Porque quando você esvazia a potência, o combate ao crime, no âmbito do Estado, das forças policiais,
33:03e você sobrecarrega uma polícia no âmbito da União, a Polícia Federal, com diversas demandas,
33:09você torna ineficiente o combate ao crime e torna inerte a atuação do Estado no combate ao crime,
33:15que hoje corresponde a 90% das forças policiais.
33:19Você despreza as particularidades regionais de cada Estado também em crimes que ocorrem.
33:27Então, não é uma solução.
33:30É criar um caos maior na situação de segurança pública que está, sim, caminhando para a UTI.
33:37O contexto da discussão é marcado por uma transformação significativa no perfil da criminalidade,
33:44desde a promulgação da Constituição de 1988, há quase 37 anos.
33:51O crime, que antes se concentrava em esferas locais, passou a operar em níveis interestaduais e até internacionais.
33:59Além disso, as organizações criminosas expandiram suas atividades, ultrapassando fronteiras geográficas.
34:07Para analistas, diante dessa realidade, é indispensável que os poderes públicos adotem uma estratégia nacional integrada
34:16e bem estruturada para enfrentar, de forma eficaz, esse tipo de criminalidade complexa e dinâmica.
34:24O crime organizado no Brasil, ele está simplesmente crescendo.
34:29Não estamos vendo a contenção, a mitigação que seja a respeito das ações que eles estão desenvolvendo.
34:37O COAF é uma dessas entidades que pode participar do sistema de contenção,
34:44porque ele pode examinar a movimentação financeira de suspeitas.
34:48O que nós percebemos, por exemplo, que cerca de 12 mil relatórios financeiros que eles fazem,
34:57de informação financeira, os RIFs, que são prestados, esses relatórios para as polícias civis e Polícia Federal,
35:05só a Polícia Federal responde praticamente com 5 mil desses relatórios,
35:12porque ela está tentando fazer alguma coisa.
35:14As polícias civis quase não colaboram.
35:16fazem pouquíssima requisição dessas informações financeiras,
35:21porque elas perderam completamente a condição de fazer uma investigação de amplitude e qualidade que nós precisamos.
35:28A integração é necessária não só quando nós falamos no âmbito estadual, Estado e município,
35:35mas também no âmbito federal.
35:36Temos a lei do SUSP, Sistema Único de Segurança Pública,
35:41desde 2018, prevendo essa unificação
35:45num olhar de uma segurança pública
35:48no âmbito nacional macro, com estratégias traçadas,
35:52sem violar a autonomia inerente a cada Estado.
35:57A polícia hoje atua, sim, de forma colaborativa.
36:01Cada polícia, ela sabe o seu papel e sabe o papel a ser cumprido.
36:07A integração entre as forças policiais, tanto no âmbito do Estado, no âmbito da União e também no âmbito municipal,
36:14ela já ocorre, mas ela é mais visual quando a gente tem grandes eventos,
36:20quando temos situações que requer uma maior atenção de um complexo total,
36:28não só Estado, mas também União, em relação à segurança pública.
36:33Temos exemplos, centro de controle integrado, operacional,
36:37em que lá estão a polícia militar, a polícia civil, guardas civis municipais,
36:42polícia rodoviária federal, polícia federal, as forças de segurança como um todo.
36:47Embora haja uma tendência de redução de crimes violentos em todo o país,
36:52a sensação de insegurança é latente.
36:55O crescente poder das organizações criminosas pede, portanto,
36:59uma resposta unificada e coordenada entre os diferentes níveis de governo.
37:05Recentemente, no Rio de Janeiro, a polícia civil deflagrou a maior ofensiva
37:09já realizada contra o patrimônio do crime organizado no Estado.
37:13Chamada de Operação Contenção, o alvo foi o núcleo financeiro da facção Comando Vermelho,
37:19que movimentou cerca de 6 bilhões em um ano.
37:23Isso mostra que a polícia está entendendo, principalmente a polícia de investigação,
37:28que foi a crítica que eu fiz em relação a ter uma investigação qualificada,
37:32já entendeu e tem sido operações sucessivas sempre atacando a estrutura financeira.
37:39A gente acredita que nós estamos no caminho certo, a polícia civil está sendo bem representada
37:44pelo secretário Felipe, a equipe está entrosada e, principalmente,
37:49hoje as duas secretarias, da polícia civil e da polícia militar,
37:54estão atuando em conjunto e de forma integrada.
37:56A integração é uma discussão de longa data no país.
38:01O tenente Paulo Rodrigues da Silva, que atuou por 20 anos na rota,
38:05conta que os profissionais são os que mais sentem a falta dessa integração.
38:10Policiais civis e militares, muitas vezes, trabalham em condições adversas,
38:14com equipamentos defasados, turnos exaustivos e pouca comunicação entre corporações.
38:22Quando há essa integração junto à polícia federal, polícia civil,
38:26as polícias militares, as guardas municipais dos seus municípios,
38:33a própria receita federal, que tange àquele sufocamento ao crime,
38:44às facções criminosas, à lavagem de dinheiro em crimes menores,
38:50tráfico de drogas, enfim, essa integração com todas as polícias,
38:58com todas as forças de segurança que existem no país,
39:02seria um fato muito bom.
39:06Na opinião de especialistas, um dos maiores entraves
39:09à construção de uma política de segurança eficaz no Brasil
39:12está em algo que não é visível nas ruas,
39:15a falta de elo entre as instituições que deveriam trabalhar juntas.
39:21Então nós começamos por um grande problema histórico nosso,
39:24ter duas polícias para cuidar do problema da segurança pública,
39:27a polícia civil e a polícia militar.
39:29Essa é uma questão grave, e a polícia militar tem 80% dessa naranja,
39:36a polícia civil tem 20%,
39:37que ela faz o resto depois do caso acontecido.
39:42Mas nós temos a polícia federal,
39:43Nós temos a polícia penal que tem informações importantes
39:47para colocar nessa mesa de cooperação.
39:51Afinal de contas, os criminosos dentro dos sistemas prisionais
39:54acabam ainda tendo interrupção, ações de liderança
39:57sobre os crimes que estão do lado de fora.
40:00Então, partes importantes.
40:01A área financeira tem uma parte importante
40:04que pode demonstrar a movimentação suspeita
40:08de movimentação financeira de pessoas
40:10e ajudar nesse sistema.
40:12Mário Câmara explica que essa desarticulação institucional
40:16tem efeitos práticos que a sociedade sente todos os dias.
40:20Um exemplo clássico é o da prisão de um criminoso.
40:23Por falhas na investigação ou na comunicação com o judiciário,
40:26é solto os dias depois por falta de provas.
40:29O poder judiciário, o ministério público,
40:33ele demora muito para ofertar uma denúncia.
40:36Leva muito tempo.
40:38E isso acaba gerando para a população
40:40uma sensação de impunidade,
40:42uma sensação de morosidade.
40:45Por exemplo, nós temos as nossas audiências de custódia,
40:51as audiências de garantias.
40:53Não dá para negar que é um mecanismo muito bom,
40:56vem para garantir direitos fundamentais,
41:00coibir abusos,
41:01mas a forma que está sendo aplicada,
41:04uma forma assodada,
41:06uma forma sem critérios,
41:08acaba principalmente em comarcas sobrecarregadas,
41:12que o juiz não consegue fazer uma análise mais detalhada,
41:17mais criteriosa,
41:18acaba colocando de volta a ruas,
41:20de volta à sociedade,
41:22presos de alta periculosidade,
41:24reincindentes,
41:25presos que não deveriam voltar às ruas.
41:27Isso também é péssimo, muito ruim.
41:30Então esse sentimento de impunidade,
41:33de insegurança,
41:34poderia ser resolvido com
41:36ações mais eficazes
41:40dos agentes de segurança,
41:43das polícias militares,
41:45da guarda municipal,
41:47da polícia civil,
41:48enfim,
41:50para que possa,
41:51o cidadão de bem,
41:54ele possa transitar
41:56com segurança,
41:58mas isso também pesa muito
42:00no que a gente pode falar e citar aqui.
42:04nós temos um código penal
42:06arcaico
42:08de 1940.
42:15A polícia de São Paulo
42:17esclareceu três homicídios
42:19de grande repercussão
42:20nos últimos meses
42:22e levou à prisão de suspeitos
42:23e à responsabilização dos envolvidos.
42:26Mas a última pesquisa
42:28do Instituto Sou da Paz
42:30mostra que essa não é a realidade
42:32da maioria dos casos no Brasil.
42:34Apenas 39%
42:35dos homicídios
42:36dolosos
42:37são solucionados.
42:39Entre os casos,
42:40o assassinato
42:41de Antônio Vinícius Gritzbach,
42:43delator do primeiro comando
42:44da capital,
42:45morto a tiros
42:46no aeroporto de Guarulhos.
42:48A investigação
42:48levou à denúncia
42:49de seis acusados.
42:51Outra morte
42:52foi do ciclista
42:53Vitor Medrado,
42:54morto por um criminoso
42:55durante assalto
42:56em um bairro nobre
42:57da capital paulista.
42:58A polícia
42:59prendeu dois criminosos.
43:00E em Cajamar,
43:02Vitória Regina de Souza,
43:03de 17 anos,
43:05desapareceu
43:05após sair do trabalho.
43:07A investigação
43:08chegou até
43:09Michael Salles dos Santos,
43:11vizinho da vítima,
43:12que confessou o crime.
43:15O Instituto Sou da Paz
43:16mostra ainda
43:17que além da baixa taxa
43:19de resolução
43:20de homicídios
43:20no Brasil,
43:21apenas um
43:22em cada quatro casos
43:23recebe denúncia
43:24do Ministério Público
43:26no mesmo ano
43:26do crime.
43:27O homicídio,
43:28sempre bom lembrar,
43:29é o crime
43:30mais fácil
43:31de esclarecer.
43:32Se ele vai tão mal,
43:33isso significa
43:34o sucateamento,
43:36não por culpa
43:37de outros,
43:38por culpa
43:38das próprias instituições
43:40policiais
43:40que não fizeram
43:41a gestão
43:41adequada
43:43para capacitar,
43:44para ter condições
43:45de trabalho,
43:46de melhorar
43:47a investigação.
43:49E se o homicídio
43:51vai mal,
43:52o esclarecimento,
43:53o resto
43:53vai muito mal.
43:54Nem sempre
43:55a justiça
43:56se mostra justa
43:58para as vítimas.
43:59O acusado
44:00pela morte
44:01de Gabriela Nelly
44:02pegou 14 anos
44:03de prisão.
44:04Jonathan Messias Santos
44:06da Silva,
44:06de 35 anos,
44:08está preso
44:08em regime fechado
44:09pela morte
44:10da torcedora palmeirense.
44:12A decisão
44:12da justiça
44:13trouxe alívio
44:14e ao mesmo tempo
44:15decepção
44:16para a família
44:17da jovem
44:18que esperava
44:18pena máxima.
44:19Pegou 14 anos,
44:21ele foi condenado
44:22por homicídio qualificado
44:24com dólar eventual
44:26e com três qualificadoras.
44:30Pena de 12 a 30 anos
44:33que pode chegar.
44:36A juíza fixou
44:37em 14 anos a pena.
44:40Ela levou em consideração
44:42que é uma pessoa
44:43que não tem antecedentes,
44:45residência fixa
44:47e tem um emprego.
44:50Gabriela Nelly
44:51morreu após ser atingida
44:52por uma garrafa de vidro
44:53no pescoço
44:54durante uma confusão
44:55entre torcidas rivais
44:57perto do Allianz Parque
44:59em São Paulo
44:59em 8 de julho
45:01de 2023.
45:02Então, eu como leigo,
45:04eu cheguei
45:05numa conclusão assim.
45:07Então, quer dizer,
45:08se eu,
45:08eu, Hétori,
45:11eu também,
45:12eu tenho residência fixa,
45:14eu tenho emprego,
45:15eu nunca fui preso,
45:17aí, não sei,
45:18e de repente me dá
45:19um ataque de fúria aí
45:22e eu pego e saio
45:25e mato alguém.
45:27Uma pessoa aleatória,
45:29porque eu sei que ele não foi
45:30aquele dia ali
45:31para matar a Gabriela.
45:33Isso ficou bem claro no júri.
45:35Nenhum momento foi falado isso.
45:38Não foi.
45:39Mas ele,
45:40por um ato
45:41de insanidade,
45:43ele cometeu um crime.
45:46E para mim,
45:46não é diferente
45:47de um bandido
45:50que já tenha
45:52várias passagens,
45:54de um bandido
45:54medalhão
45:55que cometeu um homicídio.
45:56Para mim,
45:57não tem diferença nenhuma,
45:58porque ele matou uma pessoa.
46:00A gente vê
46:01as injustiças
46:02que acontecem,
46:03só que a gente nunca
46:03pensou que ia passar
46:04por isso, né?
46:07Ia sentir na pele.
46:09Porque a gente sabe
46:10que esses 14 anos
46:11não vão ser cumpridos
46:12os 14 anos, né?
46:14Tudo aconteceu
46:14durante uma partida
46:15do Campeonato Brasileiro
46:17entre Palmeiras
46:18e Flamengo.
46:19A vítima
46:19chegou a ser hospitalizada
46:21em estado grave,
46:22mas não resistiu
46:23aos ferimentos.
46:24O estado dela
46:25é muito grave.
46:27Ele pegou
46:28e ele foi bem claro.
46:30Ele falou
46:30que a gente pode ter
46:31um óbito essa noite.
46:34Então,
46:34aquilo
46:35chocou a gente, né?
46:38Aí,
46:38foi a parte
46:41mais desesperadora,
46:45porque até então
46:46a gente pensava
46:48e imaginava
46:49que ela ia sair dessa.
46:51O impacto psicológico
47:00da violência urbana
47:01na sociedade
47:02é grande.
47:04Medo,
47:05trauma
47:06deixam marcas
47:07profundas
47:07em milhões
47:08de brasileiros.
47:09A saúde mental
47:10precisa ser vista
47:11como parte central
47:12da segurança pública.
47:14O sofrimento
47:15não é apenas
47:16individual.
47:16a violência urbana
47:18compromete
47:19o tecido social
47:20como um todo.
47:21Comunidades
47:22traumatizadas
47:23têm mais dificuldade
47:25de se organizar,
47:26confiar,
47:27colaborar.
47:28A desconfiança
47:29entre vizinhos
47:30cresce,
47:30a fé
47:31nas instituições
47:32desaparece.
47:34Eu pude fazer
47:35um acompanhamento
47:36nas escolas
47:37próximas
47:39e que eles falaram
47:40que nenhum tipo
47:41de atenção
47:42foi dada
47:43para aquelas comunidades.
47:45E isso teve
47:46efeitos
47:46na medida em que
47:47você fez
47:48uma intervenção
47:49apenas pontual,
47:51ou seja,
47:51você criou só,
47:53cuidou só
47:53daquele problema
47:55pontual,
47:55sem ver
47:57o impacto
47:58para a comunidade,
48:01as crianças
48:02começaram
48:03a ter evasão
48:04escolar,
48:04aumentou o índice
48:05de suicídio
48:06na região,
48:08os professores
48:09se sentiram
48:10desamparados,
48:12já não tinham
48:12mais incentivos
48:13para continuar
48:14dando aulas.
48:15Então,
48:16isso é apenas
48:16um exemplo
48:17de que como
48:19quando existe
48:20uma vitimização
48:21coletiva,
48:22seja por um crime,
48:23seja por uma catástrofe,
48:25seja por um desastre,
48:28o poder público
48:29precisa estar
48:29preparadas
48:30com políticas
48:31voltadas
48:32ao acolhimento,
48:34orientação
48:34e apoio
48:35daquela comunidade
48:37atingida.
48:38Celeste Leite
48:38dos Santos,
48:39promotora de justiça
48:40de São Paulo,
48:41acredita que a compreensão
48:42da experiência
48:43da vítima,
48:44suas necessidades
48:45e seus direitos
48:46são fundamentais
48:47para o enfrentamento
48:49da violência.
48:50Nós estamos,
48:51desde a criação
48:52do Estado moderno,
48:53vendo só um lado
48:54da violência.
48:55A violência
48:56é um fenômeno
48:57que ela tem
48:57dois eixos.
48:58Você tem o eixo
48:59daquele que pratica
49:00o crime,
49:01mas temos também
49:02o eixo
49:03daquele que sofre
49:04o impacto.
49:06E, de forma proposital,
49:07o Estado
49:08apagou a vítima
49:09justamente
49:10para que ele pudesse
49:11surgir
49:12e o direito penal
49:12surgiu aí.
49:14Porém,
49:15hoje nós temos
49:16uma outra situação
49:17que vivemos
49:18num Estado democrático,
49:20um Estado constitucional,
49:22os direitos
49:23e garantias
49:23do réu
49:23são mais
49:24do que assegurados,
49:25não tem mais sentido
49:27essa desumanização
49:28da vítima.
49:30Por isso que é
49:31tão importante
49:32a aprovação
49:33agora pelo Senado
49:34Federal,
49:35já que já foi
49:35aprovado na Câmara
49:37dos Deputados,
49:38o Estatuto
49:38da Vítima.
49:40Hoje ele está
49:40já na Comissão
49:41de Direitos Humanos
49:43e estamos
49:44aguardando
49:45o parecer
49:46para que possa
49:47ser dada
49:48a sua votação
49:49em plenário.
49:50A promotora
49:51é idealizadora
49:52do Estatuto
49:53da Vítima
49:53e destaca
49:54as dificuldades
49:55enfrentadas
49:56pelas pessoas
49:57que foram alvo
49:58da violência urbana
49:59no país.
50:00As dificuldades
50:01são muitas.
50:02Primeiro,
50:03ela tem o receio
50:04de procurar
50:05autoridade policial.
50:07Ela não acredita
50:08hoje
50:09que aquilo
50:10vá trazer
50:11algum tipo
50:11de resposta.
50:13Ou porque
50:14ela tem medo
50:15de retaliação
50:16da pessoa
50:17que praticou o crime
50:17e que possa descobrir
50:18onde ela mora.
50:20e coisas
50:20do tipo.
50:22Quando ela procura
50:24autoridade policial
50:25ela encontra
50:25muitas vezes
50:26um ambiente hostil,
50:27um ambiente
50:27não acolhedor.
50:30Por isso
50:30que o Estatuto
50:31da Vítima
50:31traz como uma
50:32das regras
50:33a capacitação
50:34de todos
50:34os agentes públicos.
50:36Então,
50:36seja delegado,
50:37promotor,
50:38juiz
50:38e também
50:39do sistema
50:39de saúde.
50:40Muitas vezes
50:41ela não vai
50:41na delegacia,
50:42mas ela está
50:43machucada.
50:44Ela vai
50:44até um hospital
50:46e também
50:46são feitos
50:47uma série
50:47de questionamentos
50:49que causam
50:49um trauma
50:50maior
50:50que o próprio
50:52evento traumático
50:53que foi a prática
50:54do crime.
50:55Outro ponto
50:56que essas vítimas
50:56encontram
50:57é que se ela
50:58já reconheceu,
50:59por exemplo,
51:00aquele que praticou
51:01um estupro,
51:02aquele que praticou
51:03um roubo,
51:04porque ela tem
51:06que novamente
51:08reiterar todo
51:10o depoimento
51:10e também
51:12ela não entende
51:13por que ela tem
51:14que comparecer
51:14novamente em audiência
51:16e fazer um novo
51:17reconhecimento pessoal
51:18e que nada
51:20do que aconteceu
51:21na delegacia
51:22de polícia
51:22teve validade.
51:24Isso é o que
51:24acontece hoje.
51:25E nós temos
51:26no Brasil
51:26uma cultura
51:27muito da pena mínima,
51:29porque não se faz
51:31uma adequada
51:31validação
51:33da vítima
51:33até para você
51:34compreender
51:35a extensão
51:36daquele dano
51:37e o baixo penal
51:38fala que as circunstâncias
51:39e consequências
51:40do crime
51:41são importantes.
51:42Sofrer
51:43ou presenciar
51:44um ato de violência,
51:45seja um assalto,
51:46uma agressão
51:47ou homicídio,
51:48não termina
51:49no momento do fato.
51:50Muitas vezes
51:51é nesse instante
51:52que um novo trauma
51:54começa.
52:01Transtornos
52:02como ansiedade
52:03de depressão
52:03e insônia
52:04e crises
52:04de pânico
52:05são comuns
52:06entre pessoas
52:07que vivem
52:08sob o medo
52:08constante
52:09da violência.
52:10Esse estado
52:11de alerta
52:11contínuo
52:12compromete
52:13a qualidade
52:13de vida,
52:14afeta relações
52:15familiares,
52:16reduz a produtividade
52:17no trabalho
52:18e em muitos casos
52:20isola a vítima.
52:21Uma pessoa
52:21que passou
52:22pela exposição
52:23de uma violência,
52:24seja ela qual for,
52:25vai ser uma pessoa
52:26que vai desenvolver
52:28possíveis transtornos
52:30ou uma sensação
52:32de insegurança,
52:33impotência
52:34ou até mesmo
52:34de raiva.
52:36Então,
52:36pessoas que passam
52:37por situações
52:38onde são acometidas
52:39por episódios
52:40violentos,
52:41elas vão ter
52:42uma sensação
52:43de muitas vezes
52:43de insegurança
52:44em poder repetir
52:46ou um ato
52:47ou repetir
52:47uma situação
52:49ou até mesmo
52:50vivenciar
52:52e enfrentar
52:52desafios
52:53que sem um episódio
52:55de violência
52:56acometido,
52:57uma pessoa
52:58não teria.
52:59um dos transtornos
53:00que nós observamos
53:01que é mais comum
53:02em pessoas
53:02que passam
53:03por episódios
53:04e situações
53:06de violência
53:07é o transtorno
53:07de estresse
53:08pós-traumático.
53:09Então,
53:09é como a pessoa
53:10ficar se revivendo
53:11aquela situação
53:12mentalmente
53:13ou no sonho
53:14ou viesse flashes
53:16daquele episódio
53:17na mente da pessoa
53:18e isso vai gerar
53:19além da ansiedade,
53:22depressão,
53:23angústia
53:23e é importante
53:24que ela
53:25enfrente
53:27essa situação
53:27através de apoio
53:28psicológico
53:29para conseguir
53:30ressignificar
53:31esse episódio
53:32que ela vivenciou.
53:33A promotora
53:34reforça que
53:35para atender
53:36uma sociedade
53:36que está cada vez
53:37mais doente
53:38é necessário
53:39uma rede
53:39de apoio
53:40multidisciplinar.
53:42O apoio
53:43tem que ser
53:44integrado
53:45à segurança
53:46pública
53:47junto com
53:48suas e suas.
53:49Não tem que ser
53:50sistemas
53:51que não se
53:51comunicam,
53:52eles tem que ser
53:53sistemas
53:53que atuam
53:54de forma
53:55integrada
53:55e compartilhada.
53:57Então,
53:57a vítima
53:58comparece
53:58primeiro
53:59na rede
54:00de saúde,
54:01então a rede
54:01de saúde
54:02já teria
54:02que ter
54:03pessoas
54:03capacitadas
54:05para explicar
54:05àquela vítima
54:06quais são
54:07os direitos
54:07que ela possui
54:08em razão
54:08daquele dano
54:09e vice-versa.
54:11Ela foi
54:11na delegação
54:12de polícia,
54:13o delegado
54:14teria a obrigação
54:15de já explicar
54:16quais são
54:17os serviços
54:18de apoio
54:19existentes
54:20da rede
54:21pública
54:21e privada
54:22e a vítima
54:22escolheria
54:23qual o serviço
54:25que se encaixaria
54:26na necessidade
54:27que ela possui
54:28no momento.
54:29Em um país
54:39onde a violência
54:40urbana
54:40se tornou
54:41parte do
54:42cotidiano,
54:43toda ação
54:43que busque
54:44despertar
54:45consciência,
54:46educar a população
54:47e cobrar
54:48respostas
54:48do poder público
54:50precisa ser
54:51celebrada
54:51e reforçada.
54:54É necessário
54:54prevenir,
54:55mobilizar,
54:56transformar
54:56mentalidades
54:57e nesse processo
54:58a comunicação
54:59tem um papel
55:00estratégico
55:01e decisivo.
55:02Campanhas
55:03de conscientização
55:03contra a violência
55:04são mais do que
55:06peças publicitárias,
55:07são instrumentos
55:08de cidadania,
55:09de resistência
55:10e de esperança.
55:12Com base
55:13nessa responsabilidade
55:14social,
55:15a TV e rádio
55:16Jovem Pan
55:17lançou a campanha
55:18Chega de Violência,
55:20uma iniciativa
55:21corajosa
55:21e necessária
55:22que convida
55:23a sociedade
55:24brasileira
55:25a olhar de frente
55:26para o problema
55:27da insegurança
55:28e cobrar
55:28mudanças reais.
55:31Nós falamos
55:32em estado
55:32democrático,
55:33em pilares
55:34sociais
55:35dentro de uma
55:36democracia
55:37plena.
55:39Nós temos
55:39o sistema
55:40de justiça,
55:40nós temos
55:41a segurança
55:41pública,
55:42mas nós temos
55:42a imprensa.
55:44A imprensa
55:45tem um papel
55:45preponderante
55:47justamente
55:48no inconsciente
55:49coletivo,
55:50na formação
55:51de opinião.
55:53Então eu acho
55:54bárbaro,
55:55eu acho
55:55de um pioneirismo
55:57termos
55:58uma imprensa
55:59do porte
56:00da Jovem Pan
56:01refutando
56:03essa insegurança
56:04latente
56:05e exigindo
56:06do poder público
56:07prioridade,
56:08atenção
56:08e justamente
56:10a estrutura
56:11para que a própria
56:12segurança pública
56:13possa proteger
56:14a população
56:14e combater o crime
56:15com superioridade
56:17de armas.
56:18Não existe
56:19democracia
56:20sem uma imprensa
56:23livre
56:24e sólida
56:25que possa
56:26fazer a sua
56:27missão
56:28democrática,
56:29a sua missão
56:30constitucional
56:31e trazer
56:33para a população
56:34políticas
56:36e melhoramentos.
56:37Essa campanha
56:38da Jovem Pan
56:39eu entendo
56:40que é uma
56:40campanha
56:41excelente,
56:42uma campanha
56:43que traz
56:44à população
56:45a conscientização.
56:46não só
56:47de retratar
56:48o que ela passou
56:49a experiência
56:50ruim que ela
56:50sofreu
56:51pelo ter
56:53seu bem
56:53roubado
56:54mas também
56:55com informações
56:56diga onde estão
56:58os criminosos
56:59onde é o local
57:00de maior incidência
57:01de crimes
57:02que tipo de crime
57:03a participação
57:03da população
57:05é muito importante.
57:06Eu como gestor
57:07de segurança pública
57:08apoio essa campanha
57:09que a Jovem Pan
57:10está fazendo
57:11onde a participação
57:12da população
57:13é fundamental.
57:14A campanha
57:15não se limita
57:16à denúncia
57:17ela propõe
57:18diálogo
57:18reflexão
57:19e ação
57:20chega de violência
57:22é um caminho
57:23direto
57:23à consciência
57:24coletiva
57:25é um grito
57:26de basta
57:26vindo do jornalismo
57:28que se recusa
57:29a normalizar
57:30o caos.
57:32Documento Jovem Pan
57:33fica por aqui
57:33uma ótima noite
57:34para você
57:35e até mais.
57:45documento Jovem Pan
57:56A opinião
57:59dos nossos comentaristas
58:00não reflete
58:01necessariamente
58:02a opinião
58:03do grupo
58:03Jovem Pan
58:04de comunicação
58:05Realização
58:09Jovem Pan
58:10News
58:11Jovem Pan
58:12Jovem Pan
58:12Jovem Pan
58:13Jovem Pan
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