Eduardo Cunha expõe relação com irmãos Brazão e influência da milícia na política

Jovem Pan News

04/06/2025

No Direto ao Ponto, o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, comenta sua relação com os irmãos Chiquinho Brazão e Domingos Brazão, investigados no caso Marielle Franco. Cunha afirma que ambos são inocentes e critica o avanço da narrativa sobre milícias na política nacional.

Assista na íntegra: https://youtube.com/live/Of11A5chwqQ

Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/

Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/@jovempannews/

Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/

Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews

Siga no Twitter:
https://twitter.com/JovemPanNews

Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/

Kwai:
https://www.kwai.com/@jovempannews

#JovemPan
#DiretoAoPonto

Categoria

🗞

Notícias

Transcrição

Exibir transcrição completa do vídeo

00:00Eu quero falar agora sobre a sua relação com os irmãos Brazão.

00:04Em algum momento da política o senhor já contracenou com eles?

00:07Não, não. Eu diria o seguinte, eu não tenho problema nenhum de falar.

00:10É, exatamente.

00:11Eu acho que nós estamos vivendo o maior caso de injustiça que está acontecendo nesse país em processo penal.

00:19Eu tenho absoluta convicção que eles são inocentes.

00:22Eu tenho absoluta certeza, até porque eu militei com eles naquela área.

00:26Ela não tinha nenhuma importância à vítima, coitada.

00:31Ela começou a crescer depois que efetivamente ela sofreu o que ela sofreu.

00:36Ela era uma militante normal, não afetava em nada o eleitorado deles.

00:40Ela tem eleitorado para tudo quanto é lado.

00:42Todo mundo milita, como tem outro militando na área.

00:45Isso é absolutamente normal.

00:47Só que está tudo baseado numa delação que não tem uma prova.

00:50É aquela história que eu falei das delações.

00:52Tanto que tem um dado bastante relevante nessa história, que esse delator foi condenado semana passada por um assassinato,

01:01com um mandante condenado também, mandante esse que ele não colocou na delação dele que tinha sido o mandante desse assassinato,

01:08mandante esse que ele disse que não conhecia e foi condenado como comprovadamente tendo sido o mandante.

01:14Então, a delação dele, ela é tão fraudada que foi corroborada por uma outra condenação.

01:21A tal ponto que houve uma decisão até recente do ministro relator, Alexandre Moraes,

01:27que negou um benefício para esse delator dizendo que ele não está cumprindo a sua delação.

01:31Eu acho difícil haver condenação ali.

01:33Se for baseado no processo que está ali, que eu depus como testemunho, inclusive,

01:37se for baseado nesse processo, não tem como condená-lo.

01:40E eu percebo que o senhor já saiu numa defesa bem ferrenha, porque eu nem terminei a minha pergunta.

01:44Não, não, mas eu...

01:45Meteu o pé na porta. E por quê?

01:48Não, por que não? Porque eu acho que nós não podemos nos curvar,

01:52porque se corroborou na mídia uma posição contrária,

01:55e ter a condenação pública sem ter a condenação real.

01:58Eu já fui vítima disso.

02:00Então, eu não posso agir com os outros aquilo que eu não queria que agissem comigo.

02:05Então, eu não tenho vergonha nenhuma de dizer que sou amigo deles,

02:08não tenho vergonha nenhuma de defender a posição,

02:12não tenho vergonha nenhuma de nada que eu possa ter convivido com eles no passado,

02:17e não vou esconder isso.

02:18E o senhor realmente tem a convicção de que eles não são culpados?

02:20Eu acho absoluta certeza.

02:22Os dois, Domingos e o Chiquinho.

02:23Os dois. O outro só entrou para ser deputado, coitado.

02:26Só para ser deputado. Está morrendo.

02:28Teve que...

02:29Aliás, eu aproveito para perguntar como é que o senhor avalia a maneira como a Câmara também trata o caso dele.

02:34Eu acho um absurdo, porque você não pode ter um processo de conselho de ética

02:38para alguém que não foi condenado.

02:40Você está condenando ele num processo que ele ainda não foi condenado.

02:43Você não pode ter um processo de cassação pelos mesmos motivos do processo que está lá.

02:48Se ele for condenado, efetivamente, aí vai ser cassado naturalmente.

02:52Agora, se fosse por outro motivo o processo de cassação, tudo bem.

02:56Mas pelos próprios fatos que estavam no processo judicial, isso é uma coisa errada.

02:59Isso é uma coisa que eu lutei muito isso no meu processo.

03:03Então, o que eu vejo no caso dele, e como eu convivi, como essa história estava latente,

03:09eu tive a oportunidade de várias vezes conversar, não com o deputado, com o irmão dele,

03:15que era mais próximo a mim, o Domingos.

03:16De Domingos.

03:17O Domingos chorou.

03:19Várias vezes.

03:19Mas como é que eu posso ser acusado de uma coisa dessa?

03:21Eu não tenho nada.

03:22Mas chorou.

03:23Chorou várias vezes do meu lado.

03:24Eu tenho a absoluta convicção da inocência dele.

03:26Eu acho que se ele for condenado, vai ser um dos maiores erros judiciários que vai

03:30ser cometido nesse país.

03:31É uma das maiores injustiças que eu já assisti.

03:34Vai lá, mano.

03:35Deputado, qual a avaliação do senhor a respeito da influência e infiltração das milícias

03:40e do crime organizado na política?

03:42Esse fenômeno existe?

03:44É um risco para o Brasil?

03:46Se existe como...

03:47Eu acho que o problema maior não é nem interferência na política, não.

03:52Eu acho que é interferência na vida da sociedade como um todo.

03:56Eu acho que o problema é um pouco mais grave do que esse.

03:59Eu acho que a política é um detalhe.

04:01E te digo mais.

04:02No caso do Brasão, não vi nada dele com milícia.

04:05Pelo contrário.

04:06Não tinha nada a ver com milícia.

04:08Eu quero desafiar.

04:09Agora, você vai fazer política numa área no Rio de Janeiro?

04:13Ou você vai estar com a milícia que comanda uma área, ou você vai estar com uma

04:17área do tráfico ou com outra facção do tráfico.

04:20Não tem área sem ninguém.

04:21O Rio de Janeiro é um caso à parte.

04:23Então, não sei como é que é aqui em São Paulo, porque eu não cheguei a andar.

04:27Não sei se aqui o crime comanda as áreas carentes como comanda no Rio de Janeiro.

04:32No Rio de Janeiro é um domínio territorial.

04:34É um domínio territorial.

04:35Você não entra.

04:36Se a polícia não entra, você imagina como é que vai entrar o político.

04:39Então, se não houver, digamos assim, eles acharem que você não entra, você não

04:44entra.

04:45Então, é uma coisa absurda o que acontece no Rio de Janeiro.

04:48Isso é muito mais grave.

04:49A interferência na política se dá quando não permite que você tenha acesso.

04:53Não é botar candidato.

04:56Nenhum candidato ligado à milícia ou à traficante vai resistir cinco minutos.

05:02Vai acabar caçado, vai acabar exposto.

05:05Eu não acredito que tenha representantes de tráfico de milícia dentro de mandato eletivo.

05:11Pelo menos em Congresso Nacional eu não acredito.

05:13Pelo menos eu não vi isso até hoje.

05:15Mas eu acho que a interferência existe sim, mas é muito mais grave.

05:18Pelo menos no Rio de Janeiro a interferência é na vida das pessoas.

05:23Não é só no direito de ir e vir, não.

05:24É em todo o conjunto que afeta a vida das pessoas.

Recomendado