Dezessete entidades do comércio brasileiro enviaram um manifesto ao presidente da Câmara, Hugo Motta, questionando o PL que altera o Imposto de Renda. O projeto isenta quem ganha até R$ 5.000 mensais e cria taxas extras para quem recebe acima de R$ 50.000. As associações apoiam a isenção para os mais pobres, mas alertam sobre os impactos de compensar a arrecadação aumentando impostos sobre os mais ricos.
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NotíciasTranscrição
00:00Vamos até Brasília. Organizações do setor comercial questionaram o presidente da Câmara, Hugo Mota,
00:06sobre o projeto de alteração do imposto de renda.
00:09Direto de Brasília, Aline Becht, ao vivo, traz as informações pra gente.
00:14Oi, Aline, bom dia pra você.
00:17Bom dia, Soray Nonato. Bom dia a todos.
00:20Exatamente, isso mesmo. Cerca de 17 entidades apresentaram uma carta ao presidente da Câmara,
00:26Hugo Mota, manifestando ali algumas preocupações de alguns pontos do projeto
00:32que aumenta a faixa de isenção do imposto de renda pra quem ganha até 5 mil reais.
00:36E aí, dentre esses pontos ali pontuados na carta que foi apresentada por essas entidades do setor comercial,
00:43destaca-se principalmente ali o risco de fuga de capital, principalmente em relação a altas rendas,
00:51a um aumento de carga tributária para as altas rendas.
00:56Eles alertam que essa proposta pode incentivar a saída de investimentos do país
01:01e que, ao aumentar a faixa de isenção pra quem ganha até 5 mil reais
01:05e aumentar a carga tributária pra quem ganha mais de 50 mil reais,
01:11isso estaria fazendo um desestímulo, uma espécie de desestímulo à economia brasileira,
01:16porque esses investimentos fugiriam do país.
01:19E aí, de acordo com a proposta, soluções que são pontuadas nessa carta ao presidente da Câmara,
01:25eles sugerem que a melhor forma, então, de atingir o objetivo do projeto que isenta quem ganha até 5 mil reais
01:32seria cortar gastos e benefícios fiscais em valor equivalente à perda da arrecadação.
01:39Além disso, eles citam também que querem ter um diálogo, um canal direto com o Congresso Nacional
01:47na tramitação desse projeto e na comissão especial que foi criada na Câmara e já instalada na Câmara dos Deputados.
01:54Então, eles acabam cobrando bastante a questão da arrecadação, é um ponto ali bastante citado na carta,
02:02além também da insegurança jurídica pra esses investidores.
02:06E aí, pra concluir, eu destaco a vocês que o presidente da Câmara, Hugo Motta,
02:10ele vem dando declarações de que esse projeto, ele vai levar o tempo que foi preciso,
02:15o tempo necessário pra ser debatido ali na Câmara,
02:18até porque a aprovação dele no Congresso Nacional, ela pode acontecer até o final do ano.
02:23Então, muitos pontos ainda precisam ser debatidos, a arrecadação é um grande deles,
02:28porque não envolve só o setor comercial, mas também estados e municípios,
02:33que já vem aí também dando alguns alertas em relação à arrecadação.
02:40Então, a gente segue por aqui acompanhando a tramitação desse projeto na comissão especial da Câmara dos Deputados
02:46e, é claro, todo o diálogo e, principalmente, também a participação dessas entidades
02:51que agora cobraram o presidente da Câmara, Hugo Motta.
02:55Eu volto com você, Soraya.
02:56Obrigada, Aline Becht, pelas suas informações.
03:00Por aqui, a gente repercute mais esse assunto aqui com os nossos comentaristas.
03:05Começando por você, Deise, agora, como que você vê a participação dessas entidades,
03:09o setor comercial, então, pressionando o Hugo Motta?
03:12Existe uma possibilidade, ainda que remota, de mudança no texto?
03:17Como que você vê o incentivo, a participação delas agora nesse assunto?
03:22Soraya, eu acredito que seja muito difícil alguma mudança no texto,
03:27porque essa proposta tem um apelo popular muito forte.
03:31Então, isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil é a menina dos olhos do governo Lula.
03:38Dificilmente esse texto vá ser alterado.
03:41Mas o setor comercial está falando aqui o óbvio.
03:45Tirando o verniz dessa proposta, o que o governo está fazendo é isentar aqueles que ganham até R$ 5 mil
03:51e aumentando a carga tributária justamente naqueles setores que oferecem trabalho,
03:57economicamente acabam impulsionando o Brasil.
04:00Então, o governo Lula vai lá e vai colocar uma maior carga tributária sobre esse setor que justamente investe no Brasil.
04:07Agora, reduzir privilégios, reduzir super salários,
04:11colocar em debate a questão das emendas parlamentares, isso está fora de cogitação.
04:15Então, o que o setor comercial faz agora é justo, envia uma carta para a Câmara dos Deputados,
04:19para o presidente da Câmara, Hugo Mota, para ver se consegue fazer alguma coisa.
04:23Porque o que vai acontecer já, já, é que esse setor vai ser penalizado.
04:28E aí, olha só a ironia.
04:31Justamente a arrecadação que o governo tanto quer, ela vai diminuir no médio prazo.
04:35Não é nem daqui a três anos, é logo, logo.
04:38Essa arrecadação do governo vai diminuir, eles não vão cortar privilégios
04:42e o Brasil vai voltar para o mesmo buraco de onde não consegue sair.
04:45Cristiano Beraldo, por outro lado, o projeto é popular, né?
04:48É difícil a gente imaginar que parlamentares iriam contra a medida
04:52em que estamos aí às vésperas de um ano eleitoral também.
04:55Mas, claro, há outros atores envolvidos, como bem destacou a Deise Siocari.
05:00Como é que você vê esse projeto, Beraldo?
05:02Pois é, Nonato.
05:03E é popular numa faixa da população que não quer saber das consequências,
05:08quer simplesmente olhar para o benefício que vai obter.
05:11E aí tem o grande desafio, que é justamente o apelo popular que você falou.
05:15Agora, do ponto de vista prático, o que o governo está fazendo
05:19é desafiar a curva de Laffer, a famosa curva de Laffer,
05:23que indica que quanto mais imposto o governo cobra,
05:28mais sonegação acontece, porque as pessoas simplesmente não conseguem
05:31pagar a carga tributária que é imposta a elas.
05:35Dessa forma, o governo brasileiro tem avançado em tecnologias para fiscalizar o brasileiro.
05:44A gente precisa lembrar daquele episódio da utilização de informações do PIX,
05:50das movimentações via PIX, para poder deduzir qual é o tipo de renda que alguém tem
05:56e aí cobrar imposto dessa pessoa.
05:59Portanto, conforme a fiscalização aumenta, o governo vai se sentindo mais confiante
06:04para aumentar a carga tributária,
06:06vendo que o brasileiro não tem para onde correr.
06:09Mas o fato concreto é que o governo fecha os olhos,
06:13como bem destacou a Deise,
06:15para locais, lugares da economia,
06:18onde ainda existe dinheiro que não está sendo arrecadado.
06:21E aí eu trago aqui mais um ponto para a mesa,
06:23para acrescentar esses de privilégios e outras coisas que a Deise trouxe.
06:27Por exemplo, cigarro contrabandeado.
06:30Por que o governo não toma uma medida efetiva
06:33para acabar com este absurdo que acontece no Brasil?
06:36Um país em que se vende mais cigarro contrabandeado,
06:39que não paga um centavo de imposto,
06:41do que o cigarro normal.
06:43Então, o governo não toma iniciativas
06:45para fechar a torneira aonde está escorrendo
06:49o dinheiro que deveria estar dentro da economia formal.
06:53Só que para aqueles trabalhadores,
06:54os bobões que ousam estar na economia formal no Brasil
06:59têm sempre que pagar a conta da ineficiência e do populismo.
07:04E isso é simplesmente absurdo.
07:06O governo está trabalhando para tornar o Brasil cada vez mais inviável.
07:10O governo está trabalhando para que o Brasil cada vez mais inviável.
07:15O governo está trabalhando para a genteholde,
07:16o governo até a gente
07:24para a gente mais inviável.
07:26O governo está trabalhando para a gente
07:26e o governo está trabalhando para a gente
07:29para a gente mais inviável.
07:30A gente também não vai fazer uma coisa
07:32de suas situações.