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  • 02/06/2025
O professor de economia Paulo Feldmann concedeu entrevista ao Jornal da Manhã desta segunda-feira (02) e comentou sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Segundo ele, o tema foi mal conduzido.

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Transcrição
00:00A gente fala de economia aqui no Jornal da Manhã, à medida que estamos aí acompanhando todo esse impasse em torno do IOF.
00:06E para uma análise sobre essa possibilidade de aumento do IOF, os dados mais recentes da economia,
00:11nós recebemos aqui no Jornal da Manhã o professor de Economia Paulo Feldman.
00:15Professor, bom dia. Obrigado por atender o Jornal da Manhã.
00:20Bom dia. Eu aqui tenho que agradecer a oportunidade que vocês me dão e falar para os espectadores da TV Jornal da Manhã. Muito obrigado.
00:29Eu queria começar com a questão do IOF, professor.
00:32Essa discussão, para muita gente, para muitos dos seus pares, inclusive, foi uma ação que acaba desvirtuando o papel do IOF,
00:40que não teria uma finalidade arrecadatória.
00:43Mas agora a gente está aí no impasse com a possibilidade até do projeto ser derrubado pelo Congresso Nacional.
00:49Como é que o senhor está vendo essa discussão?
00:51E efetivamente, a gente teve um mau uso aí do IOF quando se fala em possibilidade de arrecadação com ele?
00:56Veja, a discussão econômica no Brasil, já há alguns anos, ela resvala para a discussão política.
01:11Então, nós temos que tomar muito cuidado quando discutimos temas políticos,
01:17porque eles estão impregnados, quando discutimos temas econômicos,
01:24porque eles estão impregnados da visão política de quem fala.
01:28O Brasil está muito polarizado e aquilo que uma ala apresenta
01:34é imediatamente rechaçado pela outra e vice-versa.
01:40Essa é uma primeira questão.
01:42Segunda questão, é evidente que este governo conduziu mal a questão do IOF.
01:49E hoje mesmo, o presidente Lula fala nos jornais que, se o IOF era algo tão importante
01:56e que teria que ter sido aprovado pelo Congresso, faltou discutir com o Congresso.
02:02Evidentemente, faltou.
02:04Antes de divulgar as medidas, elas teriam que ter sido discutidas com as lideranças do Congresso
02:13para sentir a receptividade, se haveria ou não.
02:18Então, o assunto IOF foi realmente mal conduzido.
02:23Não há dúvida que o próprio presidente Lula reconhece isso.
02:26Agora, o IOF é uma medida que está sendo proposta para aumentar a arrecadação do governo,
02:36porque o governo teme que haja um déficit primário importante deste ano
02:43que pode comprometer os resultados do ano que vem.
02:49Essa é outra discussão que não é a discussão mais importante do país.
02:54Então, esse é outro problema brasileiro.
02:57A gente tem o hábito de não discutir o que é fundamental.
03:01E a gente fica discutindo aquelas coisas do varejinho, que não são importantes.
03:06Por exemplo, o que é fundamental hoje no Brasil?
03:09Veja, este governo agora, neste ano, vai pagar de juros,
03:16de juros, mais de um trilhão de reais.
03:20Nós estamos com essa taxa de juros altíssima, 14,25, que vai para 14,75.
03:27Isso gera um gasto do governo de cerca de um trilhão de reais.
03:34Então, é aí que está o problema central.
03:38O IOF ia melhorar a situação do Brasil em 80 bilhões.
03:42Mas 80 bilhões frente a um trilhão é muito pouco.
03:45Então, o que nós precisaríamos efetivamente mexer é nas taxas de juros.
03:52As taxas de juros brasileiras, se você comparar com taxas de outros países,
03:59e isso é divulgado semanalmente pelas revistas internacionais,
04:03a taxa de juros brasileira hoje é a mais alta do mundo.
04:08Por quê?
04:09Ela tem que ser confrontada contra a inflação.
04:13Nós temos, então, uma taxa de juros de 14,75 para uma inflação de 5.
04:19Portanto, a taxa real é de quase 9%.
04:23É a mais alta do mundo.
04:26O Brasil precisa de uma taxa real de juros tão alta?
04:319% ao ano?
04:32A maior do mundo?
04:34Então, é aí que tem que se mexer.
04:36Nós temos que fazer um esforço.
04:38É claro que isso não é fácil, porque há várias forças envolvidas que influenciam.
04:46E essas forças não são simplesmente forças do governo, forças do legislativo,
04:52são forças do mercado.
04:53O mercado tem um poder muito grande no Brasil.
04:57Isso é financeiro, os cientistas, que querem taxas de juros muito altas.
05:02Mas é isso que destrói a economia brasileira.
05:07E o que é pior?
05:08Mesmo com essas taxas de juros muito altas, que foram usadas, bem situadas com o argumento
05:16de que com taxa de juros altos, isso arrefece a economia, as pessoas vão consumir menos,
05:23não tem acontecido.
05:24As taxas estão altas e o consumo do brasileiro continua também muito alto.
05:30Então, veja, não funciona se você ter taxas de juros tão altas.
05:36Nós poderíamos diminuir essas taxas para que elas fossem iguais a qualquer outro país
05:42civilizado do mundo.
05:44Por exemplo, os Estados Unidos tem uma inflação em torno de 4%.
05:47A inflação é 5%.
05:49O Japão tem uma inflação de 3%.
05:52A inflação, a taxa de juros é 4%.
05:55A taxa de juros, em geral, ela fica 1% acima da inflação.
05:59Essa é a prática mundial.
06:01Por que que no Brasil a taxa de juros tem que ficar 9% acima da inflação?
06:06Claro, beneficia os rendistas, as pessoas que vivem de aplicações financeiras.
06:11É claro que elas são muito fortes, elas têm um poder muito grande de ação, tanto
06:16sobre o governo quanto sobre o Congresso.
06:19E isso acaba levando a essa situação.
06:21Mas, então, 80 bilhões de economia que o IOF traria, se fosse aplicado na forma que
06:30o ministro Haddad propôs, não é algo tão relevante quanto uma diminuição pequena
06:39que fosse da taxa de juros.
06:41Claro que diminuir a taxa de juros não é função do ministro da Fazenda, é função do
06:45presidente do Banco Central.
06:47É isso.
06:49Professor, muito obrigado pela entrevista aqui.
06:52Ou seja, temos que mudar o foco daquilo que é realmente efetivamente importante para
06:56a nossa economia.
06:57Paulo Feldman, muito obrigado por atender a Jovem Pão.
07:00Bom dia ao senhor.
07:02Eu que agradeço.
07:03Muito obrigado.
07:03Obrigado.
07:04Obrigado.
07:05Obrigado.
07:06Obrigado.
07:07Obrigado.
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07:09Obrigado.
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