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  • 27/05/2025
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) decidiu, nesta segunda-feira (26), proibir o serviço de transporte remunerado de passageiros por motocicletas, conhecido como mototáxi, na capital paulista. A determinação foi tomada dois dias após a morte de uma passageira que utilizava o serviço na Zona Norte da cidade. A decisão prevê multa diária de R$ 30 mil em caso de descumprimento. Na noite de segunda-feira (26), o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), instalou uma faixa no trecho da Avenida Tiradentes onde ocorreu o acidente. A mensagem dizia: “A CET registrou neste local a morte de uma passageira que usava o serviço de mototáxi da empresa 99. O serviço de mototáxi é proibido — preserve sua vida.”

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Transcrição
00:00Pessoal, eu quero falar aqui também de uma tragédia daquelas, pessoal,
00:03que aconteceu aqui em São Paulo nos últimos dias
00:05e, lamentavelmente, serve de pano de fundo
00:08para uma discussão mais ampla, né, David?
00:10Que é a morte de uma passageira de 22 anos
00:13que usava o serviço de mototáxi
00:15e fez o Tribunal de Justiça aqui de São Paulo
00:18voltar a proibir o serviço na capital.
00:21Isso a partir de um grande cabo de guerra
00:24que já vem se arrastando há alguns meses, né?
00:26E hoje, a avenida onde aconteceu o acidente
00:29amanheceu com uma faixa instalada à pedida do prefeito.
00:32É pra lá que a gente vai pra entender exatamente
00:34o que estava inscrito nessa faixa,
00:36qual o contexto político por trás das negociações em curso
00:39com a nossa repórter Bia Manfredini,
00:41que está lá com todas as informações sobre esse embate polêmico, né, Bia?
00:44Sobre o serviço dos aplicativos na cidade,
00:46principalmente do mototáxi.
00:48Afinal de contas, o que estava escrito nessa faixa, hein, Bia?
00:50Bom dia.
00:54Pois é, Marinho, esse é um embrólio que já dura meses, né?
00:57Bom dia pra você também, pra todo mundo aí no estúdio,
00:59pra quem nos acompanha aqui no Morning Show.
01:01O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes,
01:03tinha dito em meio a essas decisões judiciais
01:07que se alguém, utilizando o serviço de mototáxi,
01:11morresse, sofresse um acidente,
01:13ele colocaria uma faixa na cidade.
01:15Então, foi a pedido dele que a CET espalhou
01:17pelo menos duas faixas,
01:19aqui na Avenida Tiradentes,
01:20na altura do número 240.
01:23As faixas têm os mesmos dizeres.
01:25Eu vou ler pra vocês.
01:26Olha, atenção, a CET registrou neste local
01:30a morte de uma passageira
01:31que usava o serviço de mototáxi
01:33da empresa 99.
01:35O serviço de mototáxi é proibido.
01:38Preserve sua vida.
01:40Então, esses são os dizeres dessa faixa
01:42que foi colocada ontem à noite
01:44pela Prefeitura de São Paulo,
01:46aqui na Avenida Tiradentes,
01:47local em que ocorreu, né,
01:50o acidente no último sábado,
01:51e a Larissa, de 22 anos,
01:53acabou falecendo
01:54enquanto utilizava o serviço
01:56de motocicletas da 99.
01:58Desde que a 99 e a Uber
02:00decidiram implementar o serviço
02:02de caronas por motocicletas
02:03na cidade de São Paulo,
02:05tem esse embate,
02:06tem esse embrólio.
02:07A Prefeitura de São Paulo
02:09tem um decreto municipal
02:10que proíbe a utilização
02:11desse tipo de serviço,
02:13mas as empresas conseguiram
02:14derrubar algumas vezes,
02:16depois a Prefeitura ganhou a causa.
02:18O fato é que, no fim de semana,
02:20quando o acidente ocorreu,
02:21o serviço estava liberado
02:23na capital paulista,
02:24e as empresas sempre alegaram
02:26que elas utilizam,
02:27elas fazem esse serviço
02:28em outras capitais,
02:30em outras cidades do país,
02:32e que conseguem fazer com segurança.
02:34Já a Prefeitura de São Paulo
02:35diz que não,
02:36que existem grupos de trabalho
02:37e estudos que alegam, né,
02:39que demonstram que a cidade de São Paulo
02:41tem um trânsito diferente,
02:42que não suporta um serviço como esse.
02:44O fato é que, depois do acidente,
02:46além das faixas colocadas,
02:47o Tribunal de Justiça de São Paulo
02:49suspendeu mais uma vez os serviços,
02:51que já estão fora do aplicativo.
02:53Em resposta a essa faixa,
02:55a 99 mandou uma nota pra gente,
02:57chamando a Prefeitura de São Paulo
02:59de oportunista.
03:00Eles dizem, olha o seguinte,
03:01que lamentam o desrespeito
03:03e o oportunismo com que a Prefeitura de São Paulo
03:05trata o luto de familiares
03:07e amigos da Larissa,
03:08mais uma vítima do trânsito paulistano.
03:11É lamentável o comportamento
03:12de uma administração
03:13que abriu mão das metas
03:15de redução de mortes
03:16no trânsito da cidade
03:17e se calou
03:18diante das mais de 3 mil vidas
03:20ceifadas pelo trânsito paulistano,
03:22muito antes
03:22e sem qualquer relação
03:23com a operação de MotoEps,
03:25mas já durante a sua administração.
03:27A 99 diz ainda
03:28que está ajudando
03:29nas investigações,
03:31prestando esclarecimentos
03:32e apoio também
03:33à família da vítima.
03:34E por aqui, Marinho,
03:35a gente segue
03:35acompanhando essa história.
03:38É isso aí, Bia.
03:38Obrigado pelos esclarecimentos,
03:40as informações.
03:41Mais uma tragédia
03:41fruto do caos
03:43no trânsito brasileiro,
03:45bom trabalho por aí.
03:46David,
03:46vou te acionando aqui
03:47diretamente
03:48até para se repercutir,
03:49porque não deixa
03:50de ser um debate complexo.
03:52Apesar de, claro,
03:53quando cria-se
03:54rostos e vidas
03:56e se insere
03:56rostos e vidas em jogo,
03:58a coisa ganha
03:58um contorno
03:59muito mais dramático
03:59e muito mais real.
04:01Uma coisa é certa
04:01no meio de tanta discussão
04:03se de fato
04:03no âmbito municipal
04:04a prefeitura pode
04:06legislar sobre esse tema,
04:07se de fato tem
04:07essa capacidade
04:08de regular ou não,
04:09mas o fato é que,
04:10enfim,
04:11diante dessa tragédia
04:11uma coisa é certa,
04:13que motos por si só
04:15como um modo de transporte
04:17são inseguras
04:18por natureza, né?
04:19No momento que a gente
04:20está de volta também
04:20para todo mundo
04:21que está nos ouvindo
04:21pela rede Jovem Pan de Rádio,
04:22o tema da vez
04:23esse cabo de guerra permanente
04:24entre liberação
04:25ou não de mototáxis
04:26na cidade,
04:27aplicativos em curso,
04:28prefeitura entrando
04:29no circuito e vetando
04:30uma faixa estendida
04:31a pedido do prefeito
04:32Ricardo Nunes
04:33em protesto
04:34após a trágica morte
04:35de uma passageira
04:36de mototáxis,
04:37certo, David?
04:38Já vou te acionando
04:38aqui então,
04:39até para a gente
04:39trazer clareza
04:40em meio a tantas dúvidas, né?
04:42É, porque ao longo
04:42do fim de semana
04:43uma jovem de 22 anos
04:44acabou morrendo,
04:45infelizmente,
04:46ela estava
04:46numa corrida de mototáxis
04:47e eu acabei de testar
04:49aqui, tanto pela Uber
04:50quanto a 99,
04:51que são as duas operadoras
04:52que prestavam esse serviço
04:54até na semana passada,
04:55porque na semana passada
04:56eu fiz esse teste
04:56e hoje já não aparece
04:58mais essa opção
04:59do transporte
05:00por meio de mototáxis,
05:01ou seja,
05:01transporte por meio de moto
05:03aqui na cidade de São Paulo.
05:05Mas eu direciono a crítica
05:07ao Ricardo Nunes,
05:07prefeito aqui
05:08da capital paulista,
05:09porque ele demorou muito
05:10para regulamentar isso.
05:11Ficou nesse cabo de guerra,
05:13ah, não pode ter o serviço,
05:14aí decreto em cima de decreto.
05:16Eu entendo que
05:17realmente o transporte
05:19por moto,
05:19ele evidencia mais riscos,
05:21mas é um transporte
05:22que ele é feito
05:23em diferentes cidades
05:24do país
05:24e se torna também
05:25uma opção
05:26para as pessoas
05:27utilizarem
05:28no caminho
05:28até o metrô,
05:30no transporte público
05:31que realmente
05:31onde funciona,
05:33porque tem locais
05:34onde a pessoa anda muito
05:35para conseguir acessar
05:36um ponto de ônibus,
05:37por exemplo.
05:38Então,
05:39o mototáxi
05:39se torna
05:40essa alternativa
05:41para que essas pessoas
05:42tenham acesso também
05:43ao transporte
05:45de uma maneira mais barata.
05:46Então,
05:46precisa regulamentar
05:47e definir as diretrizes.
05:49Ó,
05:49vai funcionar dessa forma,
05:50desse jeito,
05:51mas não,
05:51o movimento foi
05:52eu barro,
05:53eu barro,
05:53eu barro
05:54e nada foi discutido
05:55em relação
05:55a uma regulamentação
05:57para que haja
05:57sem segurança,
05:58mas aí,
05:59delimitação das áreas
06:00onde eles podem atuar,
06:01de que forma
06:02que isso vai ser feito,
06:03vai usar o corredor de ônibus,
06:04precisa de placa
06:05branca específica
06:07para quem vai prestar
06:08esse serviço,
06:09para que realmente
06:10a gente veja avanço
06:11e não barrar,
06:12porque você barrando,
06:13você cria
06:14uma opção
06:15de transporte clandestino
06:16e aí gera ainda mais riscos
06:18à população,
06:18ao meu modo de ver.
06:19A gente virou o país
06:21da faixa,
06:22é isso que ao invés
06:23de estrutura e regra
06:25a gente vai entregando
06:25o que,
06:26lamento e esse alarmismo
06:27em forma de faixa,
06:29é o que?
06:29Cuidado com risco de morte,
06:32boa sorte por aí,
06:33tapinha nas costas
06:34e se vira aí,
06:35garotão.
06:35Cadê a política efetiva
06:37aqui para realmente
06:38trazer sanidade
06:39para as nossas ruas
06:40e rodovias
06:40aqui em São Paulo,
06:41mano?
06:42Exatamente.
06:42É complexo o debate,
06:44mas,
06:44pô,
06:45peraí,
06:45pode,
06:46Jess,
06:46fica à vontade.
06:46Eu quero trazer um contexto,
06:47eu fui ver aqui
06:48o acidente,
06:49sim,
06:49e segundo o boletim
06:50de ocorrência,
06:51essa moto,
06:51ela colidiu
06:52com a porta
06:53de um carro,
06:54que também era
06:54um carro de aplicativo,
06:56que foi aberta
06:57abruptamente.
06:58Aparentemente,
06:59o que as investigações
07:00indicam
07:00é que eles estavam
07:01brincando ali
07:02dentro do carro,
07:04um deles estaria
07:04embriagado,
07:05abriu e,
07:06ao abrir,
07:07houve o acidente.
07:08A jovem caiu
07:09e foi atropelada
07:10por outro carro.
07:12Então,
07:13eu tenho um pouco
07:13de dificuldade
07:15de entender
07:16qual é o ponto
07:17deste acidente
07:18que troca.
07:20Vamos supor
07:20que a jovem
07:21não fosse uma moça
07:22que estava usando ali
07:23um aplicativo
07:24de mototáxi,
07:25mas fosse
07:26a esposa
07:27do motoqueiro
07:28que estaria ali
07:28com ele.
07:29O acidente
07:30ainda ocorreria,
07:31o problema
07:32ainda existiria
07:33e a responsabilidade,
07:35sequer me parece,
07:36pelo que as investigações
07:37estão apontando
07:38pelo boletim
07:39de ocorrência,
07:39que fosse
07:40do motoqueiro
07:41em si.
07:41Então,
07:42a gente ainda
07:42não sabe isso.
07:43No entanto,
07:44a conclusão da justiça
07:45é,
07:46vamos barrar
07:46todo esse serviço.
07:47Será que nessa
07:48mesma lógica
07:48não deveríamos
07:49barrar os serviços
07:50de aplicativo
07:51de carro,
07:52porque afinal de contas
07:53as pessoas
07:54do banco de trás
07:55estão às vezes
07:56brincando e abrem
07:56a porta abruptamente?
07:57Meu argumento
07:58não faria sentido,
07:58correto?
07:59Não faz,
07:59porque não é
08:00sequer universalizável.
08:01Mas nesse caso,
08:02a justiça responde
08:04a isso com uma
08:04proibição geral,
08:06que não é a realidade
08:07de várias outras
08:08cidades do Brasil,
08:09num cenário
08:10onde a prefeitura
08:11parece não gostar
08:12de jeito nenhum
08:13de mototáxi.
08:14a prefeitura
08:15diria para o prefeito
08:16não usar o mototáxi.
08:18Então a faixa
08:18não é a solução,
08:20a faixa é quase
08:20uma confissão.
08:21E quem normalmente
08:22paga o pato aqui,
08:23né, Laura Porto,
08:24quero te acionar aqui,
08:25é o trabalhador pobre
08:26que enxerga talvez
08:27na moto
08:27o único modal,
08:29a única alternativa
08:30viável de transporte
08:31para ele cumprir
08:31os compromissos pessoais
08:33e profissionais dele.
08:34Então,
08:35sinceramente,
08:36a gente não pode
08:36se conformar,
08:38depois que a tragédia
08:39já aconteceu
08:39e temos um cadáver
08:40aqui em jogo,
08:41com uma faixa
08:42de aviso
08:43e quase que cuidado,
08:44risco de morte,
08:45boa sorte,
08:45tapinha nas costas
08:46e se vira aí.
08:47Cadê a solução de fato?
08:48É só proibir mesmo?
08:50É muito triste
08:51nós chegarmos
08:51num ponto de entrar
08:52de fato na necessidade
08:54de uma regulamentação
08:55disso e não proibição
08:55quando nós temos
08:56a morte de uma pessoa
08:57entrando em pauta.
08:59Isso que foi trazido aqui,
09:00que isso por muitas vezes
09:01é a forma de sustento
09:02da pessoa,
09:03como os próprios aplicativos
09:04de comida e tudo mais,
09:06que inclusive vão ser discutidos
09:08que o presidente Hugo Mota
09:09criou uma comissão especial
09:10pra falar justamente
09:12dessa relação de trabalho
09:14dessas pessoas
09:14com os aplicativos
09:16e aí eu pergunto,
09:17falece essa pessoa
09:18como a própria Jess
09:19trouxe aqui,
09:20de quem é a responsabilidade?
09:21É do motoqueiro?
09:22É da empresa?
09:23A gente não sabe por quê?
09:24Porque falta
09:25uma regulamentação.
09:27Não adianta nós negarmos
09:28o fato que está aí
09:29as pessoas querem utilizar
09:30como estamos vendo,
09:32as empresas trouxeram
09:33um número de viagens
09:35já feitas com mototaxis,
09:36elas são úteis sim,
09:38então isso carece sim
09:40de uma regulamentação urgente
09:41pra que as pessoas
09:42não passem por isso,
09:44pra que o motoqueiro
09:44veja qual é a responsabilidade dele
09:46e também não perca
09:48um trabalho
09:48que é a sua subsistência.
09:49E vai sobrar
09:50pro motoboy precarizado,
09:51pro passageiro
09:52que acaba acionando
09:54essas alternativas clandestinas.
09:55A Uber veio a público
09:56dizer que,
09:57lê do engano
09:58da justiça achar
09:59que agora não está resolvido,
10:00que não tem mais um mototaxi
10:01em circulação em São Paulo,
10:02pelo contrário.
10:03Claro que no desespero
10:04vão procurar alternativas
10:05aí nas sombras, né mano?
10:06E essa tem dois fatores aí.
10:09Primeiro,
10:10quando você proíbe
10:11na formalidade,
10:12na prática,
10:13você tem o serviço
10:14na informalidade.
10:16E a informalidade
10:17leva justamente
10:18a pessoas que estão
10:19dispostas
10:20a não obedecerem
10:22a regra.
10:23Então a informalidade
10:24é,
10:25por definição,
10:26mais perigosa
10:28do que o serviço
10:29dentro da formalidade.
10:31Então,
10:31já me parece
10:32a primeira postura
10:33irresponsável
10:34da prefeitura
10:35nesse sentido.
10:35porque ao aumentar
10:37a informalidade,
10:38vai aumentar
10:39o perigo.
10:40Segundo o aspecto,
10:42essa demonização
10:42da moto
10:43é uma coisa
10:44completamente sem sentido.
10:45Se a gente vai dizer
10:46que a moto
10:47ela é
10:48um instrumento
10:49de morte,
10:50então vamos proibir
10:51a moto
10:52de qualquer forma?
10:53É proibido
10:54dar carona
10:55para um amigo
10:56na moto?
10:56É proibido
10:57entregar
10:58uma pizza
10:59ou um sanduíche
11:01de moto?
11:01ou a prefeitura
11:03acha que
11:04o motoqueiro
11:05que está levando
11:06um sanduíche
11:08ele dirige
11:10de forma
11:11mais prudente
11:12do que um
11:12que está levando
11:13um passageiro?
11:14Qual é o sentido
11:15disso?
11:15O sanduíche diz
11:16amigo,
11:17para aí,
11:17vá mais devagar?
11:19Não faz nenhum sentido.
11:21É muito mais
11:22perigoso
11:24você empurrar
11:25as pessoas
11:25para a formalidade.
11:26E digo mais,
11:27existem estudos
11:28acadêmicos
11:29que medem
11:30a segurança
11:31do transporte
11:33de passageiros
11:34por moto.
11:35E veja só,
11:36um estudo
11:36da Universidade
11:37de Washington
11:38com dados
11:39da experiência
11:39em Uganda
11:40mostra que
11:41os mototaxis
11:44são mais seguros
11:45do que a moto.
11:47Ou seja,
11:48tem menos acidente
11:49quando o motoqueiro
11:50está levando
11:51um passageiro
11:52do que quando
11:52ele está sozinho.
11:54Por quê?
11:55Porque é até
11:56instintivo.
11:57O motoqueiro
11:59quando está levando
11:59alguém
12:00é mais prudente.
12:01É natural.
12:02Até porque
12:02o passageiro
12:03reage ao contrário
12:05de um sanduíche.
12:07Mas acontece
12:08rapidamente
12:09que essa
12:09é uma formalidade
12:10ainda informal.
12:12Esse que é o ponto.
12:13Não tem nenhum tipo
12:13de regulamentação,
12:14não tem nenhuma definição
12:16de responsabilização,
12:17não tem nenhum
12:18preparo.
12:19Talvez delimitar
12:20os espaços
12:21em São Paulo
12:21porque nós sabemos sim
12:22que andar de morto
12:23em São Paulo
12:23não é para amadores.
12:25E talvez quem esteja
12:26dentro de um aplicativo
12:27com responsabilidades
12:28garantidas ali
12:29por uma legislação
12:30posta
12:30traga mais responsabilidade
12:32sim e mais
12:33cuidado com a vida
12:34desse passageiro.
12:35O fato é que hoje
12:36temos uma formalidade
12:37informal.
12:38Uma ideia que o Mano
12:39citou em relação
12:40à qualificação
12:40quando o passageiro
12:41reclama,
12:42você dá
12:42cinco estrelinhas,
12:43quatro estrelinhas,
12:45dá uma estrelinha.
12:45Se a pessoa tiver,
12:46sei lá,
12:47quatro corridas
12:47ou cinco corridas
12:48que foi avaliado mal,
12:49tem que sair do aplicativo.
12:50Sabe?
12:51Uma regulamentação
12:51nesse sentido.
12:52Mas já tem um sistema
12:53um tanto quanto semelhante
12:54dentro das plataformas.
12:55E hoje com o aplicativo
12:57na prática,
12:58você tem ali
12:59um GPS
13:00monitorando
13:01o horário,
13:03a velocidade
13:04de deslocamento.
13:05Então você conseguiria
13:07numa regulação inteligente
13:08fazer um intercâmbio
13:10de dados
13:10com as empresas
13:12que prestam
13:12esse serviço
13:13para, por exemplo,
13:14fazer um monitoramento
13:15mais rigoroso
13:16da velocidade
13:17com que as motos
13:19estão,
13:19se está obedecendo
13:20ou não
13:21a velocidade
13:21permitida
13:22em cada via.
13:23ou seja,
13:24existem formas
13:25muito mais inteligentes
13:26de aumentar
13:28a segurança
13:29no trânsito.
13:30E o que
13:30a prefeitura
13:31está fazendo
13:32é escolher
13:33num bode expiatório
13:34para expiar
13:36a própria responsabilidade.
13:38Porque
13:38as mortes
13:39no trânsito
13:40são, de fato,
13:41um problema.
13:42São um problema grave
13:43que exige
13:44política pública séria
13:45e não
13:46a terceirização
13:47da responsabilidade
13:49jogando a culpa
13:50nos aplicativos
13:51e nos motoqueiros
13:52que estão fazendo transporte.
13:53E que não acontece
13:54só em mototáxi.
13:56Eu acho que
13:56esse é um ponto também.
13:57Existem acidentes,
13:58todos os dias
13:58nós vemos acidentes
13:59com carros,
14:01com aplicativos.
14:02Nós já narramos aqui
14:03várias situações assim.
14:05Os acidentes de trânsito
14:06eles são um problema
14:07e eles precisam
14:08ser endereçados.
14:09Mas se
14:10a mesma decisão,
14:11vamos supor,
14:12teve um acidente
14:13com um motorista
14:14de aplicativo
14:15e um passageiro,
14:16o passageiro
14:16veio a óbito
14:16de carro,
14:18levasse
14:18a quebra
14:19da chance
14:20desse serviço
14:21dentro da cidade
14:21não faria sentido
14:22e nós estaríamos revoltados.
14:23Porque eu, você,
14:24a maioria das pessoas
14:25usa muito esses serviços.
14:27E eu vou além,
14:28eu acho que existe
14:28um ponto aqui
14:29de responsabilidade
14:30no sentido
14:31de planejamento financeiro.
14:33Porque esse
14:33permite, não permite,
14:35permite, não permite,
14:36pode, não pode,
14:37ele tem um impacto
14:37muito grande
14:38em pessoas que,
14:39por exemplo,
14:40não tem condição
14:41de comprar um carro,
14:41mas tem condição
14:42de comprar uma moto,
14:43tem habilitação de moto
14:44e que compram uma moto
14:45para ser mototáxi
14:46e de repente está proibido.
14:47Mas o investimento
14:48já foi feito.
14:49Então, assim,
14:50é uma coisa
14:50extremamente instável
14:51e que, mais uma vez,
14:52no dia aí
14:53que a gente falou
14:54sobre imposto de renda,
14:55mostra como
14:56o Estado brasileiro
14:57nos faz sofrer.
14:58Agora, a Uber
14:59já obteve mais de
15:0020 decisões favoráveis
15:02em diferentes estados,
15:04liberando o transporte
15:05por motocicleta
15:06nos aplicativos.
15:08Agora, de um lado
15:08fica o judiciário
15:09pelo visto,
15:10de outro,
15:10a prefeitura de São Paulo,
15:11a Uber no meio
15:12e o passageiro
15:13refém
15:14dessa,
15:15um tacando a batata quente
15:16no colo do outro
15:17e o que realmente
15:18que é urgente,
15:19regulamentar com critérios claros,
15:21urgente e que salvem vidas.
15:23Será que é tão difícil
15:24ter essa grandeza mínima
15:26para chegar a um consenso?
15:28E eu mando um abraço
15:29aqui apertado
15:30para a nação
15:30dos taxistas
15:31aqui de São Paulo
15:32que nos acompanham,
15:33nos prestigiam.
15:34Eu sei da importância
15:35dessa categoria.
15:37Falo por mim
15:38e por todos nós aqui.
15:39Utilizamos e muito
15:40esse serviço,
15:40mas aí a gente tem
15:41que pensar um pouquinho
15:42no conjunto da obra também
15:43porque muitas vezes
15:44a moto é um modal
15:46de transporte
15:46para quem tem pressa
15:48e tem uma vida precária
15:49e muitas vezes
15:50que tem que acordar cedo,
15:51que não tem um plano B,
15:53que tem que zigue-zaguear
15:54a cidade para poder
15:55cumprir minimamente
15:56e atingir minimamente
15:57os seus sonhos
15:57e poder ter o mínimo
15:58de segurança.
15:59Então, fechar os olhos
16:00e achar que essas pessoas
16:01não existem e merecem
16:02o mínimo de respeito
16:02e condições
16:03de trabalharem
16:04é também, enfim,
16:06se divorciar
16:06do Brasil real.
16:07Então, tem que tudo
16:08ser levado em conta
16:09antes de seguir puxando
16:10a sardinha
16:11de um lado ou do outro.
16:12Não é isso, mano?
16:13Só para concluir.
16:13Com certeza, Marinho.
16:14Veja, eu encontrei aqui
16:16um levantamento do IPEA
16:17que estima que por ano
16:19no Brasil
16:19a gente tem 39 mil mortes
16:21no trânsito.
16:22Isso é um dado
16:22extremamente alarmante.
16:24E esse mesmo estudo
16:25do IPEA
16:26estima que 30%
16:28desses acidentes
16:30com mortes
16:30envolvem mortos.
16:32Ou seja,
16:337 em cada 10 mortos
16:35no trânsito
16:36no Brasil
16:36não estão relacionados
16:39a moto.
16:39É a maioria.
16:40E o que nós estamos
16:41fazendo em termos
16:43de política pública
16:44séria
16:45para reduzir
16:46esse dado?
16:48Nada.
16:49Demonizar
16:50o serviço
16:51de mototáxi
16:51não resolve
16:53o problema
16:53gravíssimo
16:54das mortes
16:55no trânsito
16:56no Brasil.
16:56E, lamentavelmente,
16:57pessoal,
16:58sejamos sinceros,
16:58na maioria das vezes
16:59a moto é o transporte
17:00do desespero.
17:02E no sentido
17:03de que é o transporte
17:04da pressa e da pobreza.
17:05De muitas vezes
17:06de quem tem que acordar
17:07às 5 horas da manhã,
17:08de quem não tem um plano B,
17:09é o transporte alternativo
17:10que quando o salário
17:11não dá,
17:12quando o metrô
17:12não chega,
17:13quando o ônibus
17:13desaparece,
17:14então tem que levar
17:15tudo isso em conta
17:16para a gente não
17:16tapar os olhos
17:17e fingir
17:18que há uma realidade
17:19posta para muita gente
17:21que só tem na moto
17:22a única chance
17:24de dar um mínimo
17:24de segurança
17:25para a própria vida.
17:26Mas, enfim,
17:27são vários outros temas,
17:28é um tema complexo sim,
17:29mas fica aquela pergunta,
17:30sejamos francos,
17:31para ficar aqui
17:32aquela pergunta
17:32ecoando, né,
17:33de S. Peixoto,
17:34da questão é
17:35se as motos
17:35de fato
17:36são tão inseguras
17:36e são esses modais
17:38de transporte
17:39da morte,
17:39como alguns querem
17:40nos fazer crer,
17:41por que então
17:42não proibir todas as motos?
17:44Mas, claro,
17:44que tem nuances aqui,
17:45o debate foi,
17:46enfim, rico.
17:47Laura Porto,
17:48quer complementar brevemente?
17:49A gente segue.
17:49Só rapidamente,
17:51eu acho que a comissão
17:52que foi instalada ontem
17:53na Câmara dos Deputados
17:54pelo presidente Hugo Mota
17:55para debater justamente
17:56essa relação de trabalho
17:58das pessoas que oferecem
18:00serviço com os aplicativos
18:01é algo que vai
18:02enriquecer muito
18:03esse debate,
18:04talvez traga algum tipo
18:05de diretriz para nós,
18:07porque hoje nós não temos,
18:09como eu disse,
18:09nenhum tipo de responsabilidade,
18:11de definição,
18:12de regulamentação,
18:13e esse assunto
18:14começar a ser debatido
18:15dentro do Congresso Nacional
18:16é de extrema importância
18:17para a gente ter algum deslinde
18:19ou uma ajuda
18:20para essa regulamentação.
18:21É, meu amigo,
18:22se o canal oficial,
18:24se as motos oficiais
18:25agora foram banidas,
18:26pode ter certeza
18:27que as motos piratas
18:28estão aí operando e muito.
18:30Então, para ontem,
18:31uma regulamentação
18:31com critério claro
18:32que seja urgente
18:33e que salve vidas.
18:34É pedir muito?
18:35Eu, particularmente,
18:36acho que não.

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