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  • 25/05/2025
#SaiDeBaixo

Créditos: Canal Viva e Rede Globo de Televisão

Categoria

😹
Diversão
Transcrição
00:00Vamos ao passo a passo.
00:30Vamos ao passo a passo.
01:00Quer se, querida, comprei os selos que a senhora mandou, ó, já lambi todos pra ver
01:11se estão funcionando.
01:12Eca, se eu soubesse que você ia lamber tudo, eu tinha mandado comprar veneno de rato.
01:17Mal agradecida, arrumei mais uma empregada doméstica, analfabeta, pra só ela escrever
01:22outra carta.
01:23Inclusive, ela já até pagou o jantar.
01:25Ah, fala baixo, que ninguém pode saber dessa história, sua linguaruda.
01:29A linguaruda vai querer 10% de todas as cartas que ela arrumar pra senhora escrever, viu?
01:35Tá bom, vai logo dizendo o que que é infeliz que quer botar na carta, mas pula os detalhes,
01:40que eu detesto drama de gentinha.
01:43É o seguinte, a minha amiga, ela teve um filho com o tal de Carlos lá na terra dela,
01:48né, e agora ela quer dinheiro pra sustentar o garoto, aí ela pediu pra senhora escrever
01:51uma carta bem bonita pro pai do menino.
01:53Tá, vou caprichar.
01:56Carlos, seu safado, tô mandando o seu filho pra ir, ou fica com a pestinha, ou manda
02:16dinheiro pra cuidar dele.
02:20Ó, 10 reais cash.
02:24Nossa, que sensibilidade, hein, dona Cassandra?
02:27Olha aqui, a minha colega me passou 5 reais aqui em dinheiro e 5 reais em velho transporte
02:35e cartão de telefone.
02:36Tá aqui, ó.
02:38Eu não sou índio pra fazer escama.
02:40Me dá aqui os 5 reais, a carta ela só recebe quando eu receber o resto.
02:45A próxima vez eu vou lá na Central do Brasil, que diz que tem uma dona Fernanda que cobra
02:49muito mais barato que a senhora.
02:51Ah, analfabeto não é problema, analfabeto é solução.
03:08Cassandra, eu não estou acreditando.
03:11Alguém nesta casa contando dinheiro.
03:15Posso mandar a Neide fazer a feira?
03:17Pode mandar a Neide catar a xepa.
03:20Esse dinheiro, meu filho, é pra tirar a medalha do brigadeiro que eu tive que botar no prego.
03:26O que é que eu tô ouvindo?
03:28Você vai tirar a medalha do brigadeiro do prego?
03:32Ah, Cassandra, pera um pouco.
03:34E você não fez isso nem quando eu te pedi dinheiro pra tirar a minha pedra do rim.
03:38Ah, vavá, se fosse pelo menos uma pedra preciosa, eu tive que empenhar a medalha do brigadeiro
03:47por uma causa nobre.
03:50O aumento do meu laque importado.
03:53Subiu um monte com essa crise do dólar.
03:57Ah, legal, já vi que eu é que vou morrer com o dinheiro da feira outra vez.
04:01A minha última notinha de... Cadê meu dinheiro?
04:06O que que é isso?
04:10Fui passear com o Caco e não sei se volto. Assinado, nota de cem reais.
04:17Vavá, estenda um tapete vermelho. Estou me tornando um pelé sexual.
04:39Faturei minha milésima mulher e a coisa está tomando um vulto tamanho
04:43que tem fabricante de camisinha querendo anunciar na minha cueca.
04:47Eu acho bom, isso aí dá certo, que eu estou cansado de patrocinar você, Caco.
04:53Onde é que está minha nota de cem reais que estava aqui?
05:02Não sobreviveu.
05:07Morreu nos meus braços, coitado.
05:10Eu fiz de tudo, mas não deu.
05:12Deixou três órfãs, gêmeas de cinco centavos e uma de dez. Toma, cria.
05:19Caco, Caco, você tem que parar de gastar o dinheiro dos outros com a mulher dos outros, Caco.
05:27Você já imaginou se uma dessas suas amantes, qualquer uma delas engravida, já passou isso pela sua cabeça?
05:35Bate na madeira, rapaz, você está doido?
05:37Vai ganhar uma carta aqui, olha.
05:40Dinheiro não é, deve ser para você.
05:42Pronto.
05:43Lá vem conta para pagar.
05:48Carlos.
05:49Não é para mim.
05:50O único Carlos que existe nessa casa é você.
05:52Mas só quem me chama de Carlos é a polícia?
05:56Carlos, seu safado. É nome e sobrenome, é com você mesmo.
06:00Carlos, seu safado, estou mandando o seu filho para ir.
06:02Ou fica com essa peste, ou manda dinheiro para cuidar dele.
06:10Ah, minha Nossa Senhora da semana passada.
06:12Não tenho um filho bastardo, como é que isso vai acontecer comigo?
06:15Só a Kama Sutra tem mil posições.
06:18A culpa é sua, babaca. Sua.
06:20Me dá dinheiro, me dá dinheiro.
06:22Eu? Ah, que farroupilha.
06:24Você fica aí, porra.
06:26Ah, que farroupilha.
06:28Você fica aí, pulando a cerca com Deus e o mundo.
06:31E eu é que tenho que... Eu não tenho nada que ver com isso.
06:34Você é um homem mais vivido, mais experiente.
06:36Devia ter me dado conselhos, mas não.
06:38Fica me agorando com essa boca de sapo.
06:40Já que você arrumou outro filho, eu acho melhor você ir arrumando outra mulher.
06:43Porque eu vou te dizer uma coisa, Kako.
06:46Quando a Magda souber disso, ela vai te dar o pé na bunda.
06:50Acabou esse casamento.
06:56Oi!
07:12Kakinho, eu descobri que você tem um filho enorme.
07:20Quem é que disse isso, Magda?
07:22Pederasta.
07:24Pediatra, mami. Pediatra.
07:27Ah, tá, menino. Quem foi que te ensinou a falar uma bobagem dessa?
07:30Cala a boca, Magda. Ou melhor, abre a boca e desembucha. Que história é essa?
07:33O médico disse que Kakinho cresceu 2 centímetros só no último mês.
07:37Eu fiz os meus cálculos e este menino, com 20 anos, estará medindo 5 metros.
07:49Senta aqui, Magda.
07:51Tanto não.
07:55Meu bem, eu vou lhe colocar uma situação hipotética.
07:59Pense. Imagine que um marido hipotético arranja uma amante hipotética e tem um filho hipotético.
08:06Eu acharia uma maldade uma pessoa sabendo que é hipotético passar isso para o coitado do filho.
08:13Papi, o que vai acontecer se eu puxar a mami quando crescer, hein?
08:17Além de puxar a tua mãe, tu vai puxar uma carroça.
08:20É.
08:21Magda, é uma suposição.
08:23Suposição.
08:24Finja que eu tenho uma amante e que essa amante teve um filho meu. O que você faria?
08:31Eu te mato, seu desgraçado! Eu te mato duas vezes e você não voltará na próxima encadenação!
08:35Calma! Sit! Junto! Morta!
08:41É só para fingir, sua anta?
08:43Eu sei, amor. É que eu fijo muito bem.
08:46Não seja radical, meu bem. Filho ilegítimo tem lá suas vantagens.
08:50Você não precisa ficar grávida nove meses arrastando aquele barrigão.
08:53Não tem dores do parto. A amante cuida de tudo.
08:55Nada disso. Olha, se eu souber que algum marido meu, incluindo você,
09:01teve um filho bastardo com uma mulher que não seja eu, eu mato.
09:06Eu mato, eu pico, eu jogo no pinico.
09:09Isso nunca vai acontecer, não é, meu bem?
09:12Porque se há um marido fiel no mundo, este marido é caco antigo.
09:16Agora dá licença, eu vou lá dentro esconder tudo que é pinico tem em casa.
09:20Bom, e eu vou lá dentro contar para o tio Vavá
09:23que o sobrinho neto dele é tão alto, tão alto,
09:26que quando for jogar basquete vai ter que ficar de joelhos.
09:29É isso aí.
09:31Vem, Zeca.
09:41Olha aqui, Zeca. É aqui que a tia Neide trabalha.
09:44Só que aqui é casa grande, mas a tia fica lá dentro na senzala.
09:47Bonito aqui, hein, tia?
09:50Tem tanta coisa para eu quebrar.
09:53Você está gostando assim? Porque você veio lá do interior de São Paulo.
09:57Mas olha, não complica a minha vida mais
10:00do que sua mãe complicou te mandando para cá, não, viu?
10:03Mas ninguém acredita que a senhora é minha tia.
10:06Claro. Sua mãe pintou tanto cabelo que você acabou nascendo louro assim.
10:11Agora presta atenção, viu?
10:13Você é meu sobrinho e vai ter que se comportar.
10:15Ah, mas por quê? As pessoas da casa vão ficar bravas comigo?
10:19Oh, que legal.
10:22Tão legal. Eles adoram uma brincadeira.
10:25A gente podia brincar, sabe de quê? De pique-esconde.
10:28Olha, se você brincar direitinho e fizer mil pontos,
10:31a tia vai te dar um prêmio.
10:33Opa, legal. Qual é o prêmio?
10:35O prêmio eu te conto depois.
10:38Mas você vai ter que se esconder de todo mundo, tá legal?
10:41E cada pessoa dessa casa vale uma quantidade de prêmios.
10:45Ah, mas como é que eu vou saber quantos pontos vale cada um?
10:49Olha, se um baixinho de suspensório te pegar, você perde dez pontos.
10:53Agora, se for um louro safado, aí você perde vinte pontos.
10:57Agora, se for uma coroa do cabelo duro,
11:00você ganha vinte pontos, choque na cabeça.
11:03Vinte?
11:05Ué, começou! Começou! Corre, que começou a brincadeira.
11:07Coroa do cabelo duro, vou te pegar.
11:10Eu estou indo pegar a medalha do brigadeiro, tá?
11:15É.
11:17Cobra da tua amiga, que ela...
11:19Mas de quem é essa bolsa?
11:21Essa bolsa é minha! Minha!
11:23Essa bolsa, como diria a dona Magda, é uma bolsa de gripe.
11:27Neide, é parecido com você estar me escondendo alguma coisa.
11:30Você está me escondendo dentro dessa bolsa.
11:32Me dá aqui.
11:34O que é isso? Uma cueca de criança, Neide.
11:36Isso não pode ser, né?
11:37Pode. Pode ser.
11:39Só haverá ficha que pode usar uma cueca.
11:41É uma cuequinha pequenininha, porque eu estou pensando em fazer uma plástica
11:45e diminuir minhas nádegas.
11:47Ah, eu acho bom. Você está me dizendo a verdade, viu, Neide?
11:51Porque tirando meu neto, você sabe que eu não vou muito com cara de criança, né?
11:55E se eu encontrar algum fedelho por aqui, eu boto pra fora a pontapés, hein?
12:01Que bom.
12:02Tia Neide, essa dona Cassandra é muito malvada.
12:07Eu não quero ficar aqui, não.
12:09Não, não. É brincadeirinha. É brincadeirinha.
12:12Olha, a casca-a-cu, ela chucala, mas não morde, não.
12:15Será?
12:17E agora? Onde é que eu vou me esconder?
12:33Ah, meu Deus.
12:35O que é que os meus olhos da cor do céu das ilhas Seychelles estão vendo?
12:39Ah, esse é o Cacu. Eu posso te explicar. É esse garoto aqui.
12:43Eu já sei. Este lourinho aí é meu filho bastardo.
12:46Misericórdia.
12:48Filho de um ar sem vergonha e de um sem camisinha.
13:03É, meu filho. Demorei dez anos pra te conhecer.
13:07Dez minutos pra te fazer, e agora eu tenho dez segundos pra me livrar de você.
13:12Neide, de onde vem esse menino?
13:14Bem, aí depende, né, seu Cacu?
13:16Se ele for seu filho mesmo, o que é que o senhor vai fazer, hein?
13:19Vai bater, expulsar, ou vai botar no sinal pra vender chiclete, pra dar dinheiro pro senhor?
13:23Imagina.
13:25Não, não.
13:27Não, não.
13:28Vai expulsar, ou vai botar no sinal pra vender chiclete, pra dar dinheiro pro senhor?
13:32Imagina. Eu sou um homem decente, sou um homem bondoso, de coração magnânimo.
13:36Oh, que lindinho. Que gracinha.
13:40Eu vou arrumar um trouxa pra pegar um dinheiro e depois me livro dele.
13:44Pois então, foi isso mesmo. A mãe dele me entregou na portaria
13:48e mandou o senhor me dar o dinheiro pra eu levar pra ela.
13:51Mentira! Minha mãe não disse nada disso.
13:53É verdade. Ela não disse isso, não.
13:56Ela disse que o senhor ia entregar metade do dinheiro pra mim e metade pra ele.
13:59Oh, esse garoto, tá vendo como é que é filho do senhor?
14:01Sabe negociar aquela coisa.
14:03Mas é impressionante. Vavá tem tanto jeito com criança.
14:07Ele pega o Caquinho, o Caquinho para de chorar imediatamente. Como é que você faz isso?
14:11Tirei a pilha dele aí.
14:15Quem é esse menino? Não me diga que é o seu...
14:18Perdi ponto.
14:20Tampinha com cara de boba me viu.
14:21Pela simpatia e educação, eu já vi que é seu filho mesmo.
14:24É claro que é. E como é sempre você quem paga o meu motel,
14:26a responsabilidade dessa criança é muito mais sua do que minha.
14:29Pode dar dinheiro pra pensão do moleque imediatamente. Vamos lá.
14:31Hoje em cana é complicada. Não tô entendendo nada.
14:35Quantos pontos eu perdi?
14:37Fica quieto que mudou o jogo.
14:39Seu Vavá, olha, nós estamos com pressa.
14:42A mãe dele está com pressa, é melhor o senhor me dar logo o dinheiro, tá bom?
14:45Porque não vai dar tempo do seu Caco rolar o senhor, não.
14:47Aqui, farroupilha.
14:48Porque o Caco tem que aprender, tá entendendo?
14:51Que um filho custa muito mais do que uma suíte de motel.
14:54Ah, não me enche o saco.
14:56Eu já te enrolei tantas vezes, já ganhei dinheiro te enrolando.
14:59Me lembro quando conheci você, Vavá.
15:01Você veio de braços abertos, tentei roubar seu relógio,
15:03mas não deu, porque os braços estavam muito abertos.
15:05Bati tua carteira e lá dentro encontrei aquilo
15:07que seria o grande amor da minha vida, o seu cartão.
15:10Foi um amor lindo.
15:12E nós juramos fidelidade eterna na riqueza e no saldo devedor.
15:15Só que o saldo devedor é o saldo da vida.
15:16Foi um amor lindo.
15:18E nós juramos fidelidade eterna na riqueza e no saldo devedor.
15:20Só que o saldo devedor é teu.
15:22Agora vê se você me solta algum sem eu ter que te dar um golpe.
15:24Não, não, não.
15:26Você não vai fazer comigo o que você fez com a mãe desse menino.
15:28Desculpa a franqueza, hein, meu filho?
15:30Ah, não foi nada.
15:32Seu Caco, por que o senhor não ataca a dona Cassandra?
15:34Ela tá com dinheiro, viu?
15:36Tá cheirando laque duas vezes por dia.
15:38Ah, é ruim, hein?
15:40Cassandra, aquilo só abre a mão se for pra dar um tapa no Caco.
15:42Eu sei como tirar o ouro da toca da cascacu.
15:44Vou arrumar um trouxa e ganhar algum dinheiro.
15:47Se alguém te perguntar alguma coisa, se alguém te pegar aqui dentro de casa,
15:49você vai dizer que é sobrinho da Neide.
15:51Compreendeu?
15:53Sobrinho da Neide.
15:55Não se esqueça.
15:57Agora eu vou dar uma volta.
15:59Vou levar o Caquinho pra dar um passeio.
16:01Com pilha ou sem pilha?
16:03Sem pilha. Me dá.
16:05Ué, mas eu...
16:07Fica quieto! Fica quieto!
16:09Não fala de boca cheia!
16:11A minha boca tá vazia, tia.
16:13Tia, olha só.
16:14Agora sim.
16:16Tia, esse aqui já pegou o baraco-baco da família, não é?
16:19Seja bem-vindo, tá?
16:23Falou, tampinha!
16:26Olha aqui.
16:28Tampinha!
16:30Te pego no terceiro bloco, tá?
16:33Zequinha, presta atenção.
16:35Mudou o jogo agora.
16:37Você tem que fingir que é filho daquele louro.
16:39Tá entendendo?
16:41Aí você vai ganhar 500 pontos.
16:42Se fizer errado, vai ganhar 500 cascudos.
16:44Neide!
16:46Neidoca!
16:48Você viu onde é que o tio Vavá estacionou o carrinho do Caquinho?
16:51Ah, o senhor Caco pegou o garoto e foi lá na pracinha.
16:53Deve estar ensinando ele a bater carteira.
16:55Ah, dá pra ver a pracinha daqui. Pode deixar.
16:57Olha lá.
16:59Tô ouvindo um rapaz da gangorra. Que graça.
17:01Subindo, descendo, subindo, descendo.
17:04Aqui, ó.
17:06Neide, não é pracinha, é motel, menina!
17:08Que bárbaro.
17:11Gente, olha.
17:13Se eu fosse um pouquinho mais distraída,
17:15eu ia olhar pra essa abajur e ia dizer que era uma criança.
17:18Que graça. É novo?
17:20Ah, não.
17:22Eu tenho uns 10 anos, mais ou menos.
17:24Não, mas gênio.
17:26E me diz uma coisa.
17:28Onde é que acende?
17:30A gente aperta atrás ou puxa o bigurri?
17:32Opa!
17:34Cuidado, ele pode não gostar.
17:35Gente, mas só falta falar, não.
17:37Ai, não fala não.
17:39Mas ele anda e obedece, quer ver?
17:41Ó, jura abajur.
17:43Vem com a titia, vem.
17:45Olha que graça.
17:47Vem, vem.
17:49Gente, os milagres da tecnologia, né?
17:51Isso é incrível.
17:53Agora só falta inventar uma lâmpada
17:55que acende no escuro, né?
17:57Magda, minha filha,
17:59olha o que eu trouxe.
18:01A medalha de ouro de seu pai.
18:02Gastei um dinheirão
18:04pra tirá-la do prego.
18:06Não seria mais fácil e mais barato
18:08usar um martelo, mano?
18:10Magda, prego quer dizer...
18:12Esquece, você não ia entender mesmo.
18:15Preciso te contar.
18:17O pediatra falou.
18:19Ó, que caquinho vai ficar com 5 metros de altura.
18:23Ah, que imbecilidade, Magda.
18:26Não, não é imbecilidade.
18:28É problema de crescimento mesmo.
18:30Num instantinho ele não vai crescer.
18:32Não sei como está cabendo aqui.
18:34Aliás, o que você acha?
18:36Você acha que o vizinho de cima vai reclamar
18:38se a gente tirar o teto?
18:40Cassandra, aconteceu uma catástrofe,
18:42uma calamidade, uma...
18:44Ô, meu bem, como tem passado?
18:46Caco, por favor, todo mundo aqui sabe
18:48que quem passa é anêndio.
18:50E caquinho, meu bem, onde é que está?
18:52Caquinho vai se atrasar.
18:54O carrinho dele ficou preso no engarrafamento.
18:56Coitadinho, essa hora é fogo, né?
18:59Eu vou lá pro quarto preparar o banho dele
19:00porque demora muito pra encher o berço de água.
19:03Uma loucura.
19:05Caco Tibes, você disse que tinha
19:07uma notícia grave pra dar?
19:09Eu posso ficar sentada pra ouvir?
19:11É melhor você deitar e chamar uma ambulância.
19:14Caquinho foi sequestrado.
19:17O quê?
19:19Sequestrado?
19:21Não, Caco, você tem certeza?
19:23Horrível.
19:25Um sequestrador português me entregou uma caixinha,
19:27eu abri era uma orelha, eu falei, o que é isso?
19:28Ele disse, é a minha orelha, a próxima é do garoto.
19:33Chegou um menino e sumiu com ele, Cassandra.
19:37Eu não sei o que fazer, eu estou desesperado.
19:39Se isso não é sequestro, é uma imitação muito bem feita.
19:42Sequestro?
19:44Mas quem foi sequestrado?
19:46O Caquinho.
19:48Eu vou desmaiar.
19:50Calma, calma, calma.
19:52Eu te ajudo, minha sogra, querido.
19:54Está com valiente, está ganhante.
19:56Eu conheço a minha irmã, ela vai cair.
19:58Respira, calma, assim.
20:00Assim, pronto.
20:02Agora, vou te soltar, está bem?
20:04Um, dois, três.
20:12Você não está com cara de que teve um filho sequestrado.
20:15Vamos desembuchando aí a verdade.
20:17Onde foi que você enfiou o Caquinho?
20:19Está com um jornaleiro.
20:22Depois que eu descolar o dinheiro do resgate,
20:24eu pego e devolvo a criança, acabou essa palhaçada.
20:26Eu não acredito, Caco,
20:28que você sequestrou o próprio filho
20:30para chantagear a própria família,
20:32para arranjar dinheiro para dar para a mãe do seu outro filho.
20:35Eu não acredito.
20:37Ninguém está pedindo para acreditar nada.
20:39Caquinho está quebrando um galho para o próprio pai.
20:41E você não vai mexer um fio de cabelo para impedir o meu plano.
20:43Ah, não? Você que pensa.
20:45Não é porque o cabelo está caindo que você vai arrancar o meu?
20:48É, mas eu vou juntar esse fio de cabelo
20:50com o fio de cabelo do menino.
20:52E vou fazer um teste de paternidade.
20:54Tudo bem, se o teste der negativo,
20:56você está livre desse enrolo.
20:58Agora, se der positivo, Caco,
21:00eu vou contar para todo mundo
21:02que você é o pai da criança.
21:04Fala baixo!
21:06A Mavida não pode escutar uma coisa dessa?
21:08O que, amor? O que é que eu não posso escutar?
21:10Pode abrir e contar para mim,
21:12que eu juro que eu não conto nem para mim mesma.
21:15Pai!
21:17Pai!
21:19Peguei!
21:21Apaga!
21:23Peguei!
21:24Peguei!
21:26Rapaz, estou com uma fome danada.
21:28Hoje eu só comi um parcelo de vento.
21:30E por sinal, vim com muito pouco vento.
21:34Esse garoto
21:36te chamou de pai?
21:39Desde quando, Caco,
21:41você tem um filho desse tamanho?
21:47O pediatra tinha razão.
21:50O menino está crescendo, que é uma loucura.
21:52Olha o tamanho que o Caquinho está!
21:54Olha aí! Olha que loucura!
21:56Caco!
21:58E agora?
22:00Para eu amamentar esse menino,
22:02vou ter que botar silicone no peito!
22:19Caquinho, eu ainda não estou acreditando
22:20que você está desse tamanho!
22:23Eu também não estou acreditando
22:25que você está acreditando.
22:27Mas meu nome não é Caquinho!
22:29Não é Caquinho?
22:31Eu não estou entendendo!
22:33Claro que não é Caquinho!
22:35Ele é Cacão! Olha o tamanho dele!
22:37Claro, Cacão!
22:39Falando em Cacão,
22:41será que já inventaram uma fralda
22:43tamanho litro, amor?
22:45Caco, sabe o que você deveria...
22:47Você deveria ser preso por abuso
22:48de queis menores.
22:50Fica na tua!
22:52Meu bem, eu estou achando você muito confusa.
22:54É melhor você raciocinar um pouco.
22:56Vai raciocinar lá no quarto
22:58para não dar mau cheiro na sala.
23:00Que bom que a roupa dele cresceu junto, meu amor.
23:02Eu vou ter mesmo que fazer
23:04umas adaptações lá no quarto.
23:06Será que eles vendem bicho para casal?
23:08Olha aqui, preste atenção.
23:10Você, a partir de agora, vai ter que dizer
23:12que é filho desta moça,
23:14que essa moça tem problema.
23:16Ela acha que toda criança
23:18é filha dela.
23:20Se você não disser que é filho dela,
23:22ela te veste de barba esquiadora, hein?
23:24Tá bom.
23:26Eu vou fingir.
23:28Mas só os contapontos para ganhar o prêmio.
23:30Prêmio?
23:32Mas que menino interesseiro,
23:34nem parece meu filho.
23:36Espera aí!
23:38Espera aí que eu vou tirar a prova dos nove.
23:40Dos nove, não!
23:42A prova do DNA.
23:44Garoto, vem cá.
23:46Me dá o fio do teu cabelo.
23:48Vem cá.
23:50Mãe!
23:57Vem cá, Magda, calma, calma.
23:59Calma, seu malvavado!
24:01Pelo amor de Deus, eu só quero tirar
24:03o fio de cabelo do Zeca.
24:05Digo, do Caquinho.
24:07Calma, é um fio de cabelo, só isso.
24:09Só isso?
24:11Mas é um fio em especial ou qualquer um?
24:13Qualquer um.
24:15Tá bom.
24:16Eu vou pegar o fio mais bonito de todos
24:18para você, tá bom?
24:20Filhão!
24:22Mami já vai!
24:24Caco Antibes,
24:26o meu neto foi sequestrado
24:28e você está aí nessa calma!
24:30Calma, Cassandra.
24:32Há três noites que eu não durmo.
24:34Três noites?
24:36Mas o garoto sumiu, não vai vir em três horas.
24:39Isso para você,
24:41que é uma avó desalmada,
24:43para mim, para um coração de paz,
24:44mas como é que fazem uma coisa dessas
24:46comigo, mamá?
24:48Isso é uma covardia.
24:50Você tem razão, Caco.
24:52É uma covardia.
24:54Esse canalha de sequestrador
24:56é a pior coisa que existe nessa humanidade.
24:58Meu Deus do céu,
25:00sequestraram o Caquinho.
25:02Coitado, se pedirem mais do que 100 reais
25:04para ele, o garoto não volta para casa.
25:06Silêncio!
25:08Estou sentindo uma coisa vibrando
25:10dentro das minhas calças.
25:12O que é isso?
25:14O garoto?
25:16Estou falando de celular.
25:20Alô?
25:22Quem está no aparelho?
25:24É o sequestrador.
25:26Sei.
25:28Sei.
25:30Mas, por favor,
25:32atendam, pai aflito.
25:34Sei.
25:36A avó está aqui, desesperada,
25:38ao meu lado, com o cabeção duro.
25:41Ela desespera, mas o cabelo não mexe.
25:43Tenha piedade.
25:45Ela foi atacada por uma vaca,
25:47achou que era uma moita.
25:49Por favor.
25:51Ok, ok, ok.
25:54Pediu 10 mil reais pelo resgate.
25:56Mas que absurdo!
25:58O meu neto vale pelo menos
26:0050 mil reais.
26:02Foi quanto ele pediu, 10 mil a entrada,
26:04o resto é parcelado.
26:06Olha, é uma pena que eu não tenha dinheiro,
26:09porque se eu tivesse dinheiro,
26:10palavra,
26:12eu pagava um pistoleiro
26:14para acabar com esse
26:16sequestrador de araque.
26:18Ainda bem que ele tem uma avó da divosa,
26:20uma gafanhota que dá tudo para ele.
26:24Eu só tenho a medalha do brigadeiro, né?
26:27Para empenhar, para botar no prego.
26:29Um vendedor normal
26:32ganharia uns 5 mil reais.
26:35Um vendedor esperto
26:37venderia por uns 10 mil.
26:38Não bota na mão do seu caco,
26:40ele vende por 20.
26:42Aí.
26:44E por isso é bom a gente ter sempre
26:46um pilantra por perto.
26:48Eu vou buscar a medalha.
26:50Já, já.
26:52Caco?
26:54Caco?
27:00Você não sabe o que aconteceu.
27:02Eu estou passando a rua,
27:04o jornaleiro me dá esse garoto aí.
27:06Agora, se o Caquinho cresceu,
27:08virou um menino.
27:10Quem é esse bebê aí?
27:12Que é a cara do Caquinho.
27:14Isto não é um bebê.
27:16Não é um bebê.
27:18É uma surpresa que eu fiz para você.
27:20Isto é um flashback.
27:22Um compacto com os melhores momentos do Caquinho.
27:24Caramba.
27:26Mas esse flashblock está perfeito, amor.
27:28Olha só.
27:30Gente, tem até cabelo.
27:32Olha lá.
27:34Olha.
27:35O cashflock também está com cheiro de cocô, menino.
27:37Perfeito.
27:39É.
27:41E é melhor acelerar porque a coisa está feia.
27:43Meu bem, meu bem.
27:45Deixa eu te explicar.
27:47Isto é um efeito especial caríssimo, viu?
27:49Nós vamos ter que esconder, quer dizer, acabar
27:51porque nós estamos em contenção de despesa.
27:53Eu vou dar uma voltinha.
27:55Já venho, meu bem. Já venho, já venho.
27:57Obrigado.
27:59Contra a regra, sempre quebra um galho.
28:01Magda, você pegou o fio de cabelo que eu pedi?
28:03Acabo de pegar do flash Gordon do Caquinho.
28:05Tank, vai fazer um implante?
28:07Não, não, não, minha querida.
28:09Não vou.
28:11Mas se as coisas correrem como eu estou pensando,
28:13eu acho que o Caco vai fazer um implante, sim.
28:15Porque ele vai arrancar os cabelos.
28:17Ai, que pena.
28:19Ô, tia Neide.
28:21Hã?
28:23Ah, falta muito para acabar o jogo e eu ganhar meu prêmio.
28:25Ô, amiga, meu filhinho é tão educado.
28:27Ele chama os outros de tia.
28:29Ai, que dor.
28:31Fica quieto.
28:33Se continuar falando besteira que você vai ganhar uma pia cheia.
28:35Uma pia de louça suja para lavar.
28:37Neide.
28:39Vem cá, vem com a mamãe.
28:41Vem, isso.
28:43Quem é esse garoto?
28:47A vovó está maluca.
28:49Quem é o garoto, mamãe?
28:51Caquinho, não está vendo?
28:53Com esse tamanhão todo e mesmo assim a senhora não enxerga.
28:56A burrice de Magda não iria tão longe sem um empurrãozinho.
29:02Neide é parecida.
29:03Quem foi que trouxe esse garoto aqui para dentro?
29:07Fui eu.
29:09Eu contratei esse menino para que Magda não ficasse muito chocada com o sequestro do Caquinho.
29:12Eu ia contratar um bebê, mas aí a mãe ia ter que vir como figurante.
29:14Que história estranha é essa?
29:17Eu estou até na dúvida se entrega a medalha ou não.
29:20Entrega, Agafanhoto.
29:22Entrega.
29:28Espetáculo.
29:30É um coqueiro imperial, uma beleza.
29:34Cassandra, tenha piedade.
29:37Imagine Caquinho, um cativeiro de pobre,
29:40tomando leite e seno, um copo de requeijão,
29:43chorando, chamando por você.
29:46Zaza, zaza, vovó.
29:52Me tira daqui, vovó.
29:54Toma, toma a medalha.
29:57O brigadeiro ganhou num ato de bravura.
30:00Ah, então ele deve ter ganho no dia do casamento com a senhora.
30:04Esta mulher era uma coisa triste.
30:07O brigadeiro, coitado, ruía as unhas.
30:09Sabe como ela fez para ele parar de ruir as unhas?
30:12Escondeu a dentadura do velho.
30:15Vamos acabar com isso de uma vez.
30:17Você, eu vou pagar o resgate.
30:19Você vai lá e recolhe o Caquinho no lugar combinado.
30:22Qual é o lugar combinado? Eles não combinaram nada comigo.
30:25Combinaram com você?
30:27Presta bem atenção.
30:29O Caquinho vai estar no banheiro masculino do botequim da esquina,
30:31à esquerda da primeira privada, depois do terceiro pingo.
30:36Eu vou ter que entrar no banheiro de homem?
30:39Ah, isso.
30:41Só não aceitar nada que eu oferecerei para a senhora.
30:44Vai ser um choque para os homens que estão lá dentro, mas depois eles se recuperam.
30:48Vai lá e recolhe o seu neto. Onde? De uma vez? Vai, vai.
30:51Veja parecido.
30:53Eu vou precisar da sua ajuda, viu?
30:55Não, senhor, não me mexa nesse negócio de sequestro.
30:57Não, porque eu tenho horror bandido.
30:59Tirando o senhor, é claro.
31:01Não, essa história de sequestro é igual o cabelo da Cassandra, uma armação.
31:04Ah, já entendi. A única coisa que vai ser sequestrada é a bolsa da dona Cassandra.
31:09Presta bem atenção.
31:11Eu deixei o Caquinho no estacionamento das bicicletas aqui do prédio.
31:13Você vai lá, pega o menino, leva para a Cassandra,
31:16que eu vou devolver esse pestinha para a mãe dele.
31:18Não, não. Eu devolvo o Zeca. É melhor eu ir, que é mais seguro.
31:21Vai que só tem uma saudade e resolve fazer um irmãozinho para ele, né?
31:24Não, não, não. Eu quero resolver isso tudo pessoalmente.
31:26Vamos ver se esse menino morre.
31:28Credo, mas é longe pra cacete. É nos quintos dos infernos.
31:31Ele está repelente contra pobre.
31:33Essa dona Magda é maluca mesmo.
31:38Chamei ela para jogar burra em pé, agora nunca mais sentar.
31:51Olha, meu lindo, está na hora de você voltar para casa, viu?
31:56Papai vai sentir muitas saudades, mas eu prometo que vou te visitar todo ano.
32:01Todo ano em que o Bangu ganhar o Brasileirão.
32:04Zeca, Zeca, vem cá.
32:06Oi, pronto.
32:08Olha, se você sair dessa casa, você vai sair do jogo, vai perder o prêmio.
32:13Eu não quero ir embora, não.
32:15Zuzunguinha do papai. Coisinha linda.
32:19Você vai embora, sabe por quê?
32:21Senão o papai vai ter que usar de psicologia infantil.
32:25Ah, é?
32:27Vem, vem.
32:31Vem que eu chamo a dona Magda e conto tudo.
32:34Alemão.
32:38Alemão, vírgula. Dinamarquês.
32:41Eu devo ter transado com uma profissional, porque esse menino é filho de uma.
32:46Zeca, você precisa voltar para a casa da sua mãe.
32:50Lá você pode nadar no esgoto, pode brincar no lixão, matar ratazana com estilingue,
32:56soltar pipa perto da rede elétrica.
32:58É uma Olimpíada de pobre, meu filho.
33:00Não, não vou, não vou e não vou.
33:03Não, não vou, não vou e não vou.
33:06Não, não vou, não vou e não vou.
33:09Não, não vou, não vou e não vou.
33:12Não, não vou, não vou e não vou.
33:15Alguma coisa me diz que ele não quer ir, seu caco.
33:18Mas a sua mãe precisa mais de você do que eu, e eu não preciso de você para nada.
33:22Deixa comigo, porque eu entendo de psicologia.
33:25Zeca, se você ficar aqui, eu te dou aquele prêmio em dobro.
33:30Hum? Agora que eu não vim para mesmo.
33:33Para de falar besteira, neide aparecida.
33:35Para já buscar o menino. Anda, no local combinado. Agora coloca uma máscara.
33:38Máscara? Por quê? Tem cheiro muito ruim, não é?
33:41É para você não ser reconhecida. Vai, toma teu rumo.
33:42Ah, deixa comigo. Vou botar minha máscara de Mr. M e vou fazer xixi em pé para disfarçar. Que tal?
33:48Ué, mas não vai ficar olhando para o negócio dos homens lá dentro, não, hein? Rumo!
33:52Zeca, você só fica aqui se não quiser, viu?
33:58Se não quiser, fica vivo que eu vou te dar um sacode, menino.
34:01Ai, mãe!
34:02Ai, mãe!
34:08Quem é que vai mexer com o filho da mãe? Digo, filho da Magda, a Supermãe.
34:13Não, eu não fiz nada. Eu não fiz nada. Eu ia levar esse menino só para dar uma voltinha, não é?
34:19Mentira! Papai disse que ia me dar um sacode.
34:22Mas que é isso? Para que sacude a criança? Está escrito a chit antes de usar em algum lugar dele.
34:26Não, não. Ele vai sacudir porque ele vai passear comigo no novo brinquedo.
34:29É um brinquedo espetacular. O metrô fantasma.
34:33Metrô fantasma? Mas eu só conheço o trem fantasma.
34:38Ah, já está ultrapassado. Agora a moda é metrô fantasma.
34:41Tem coisas horripilantes, pobres, horríveis para você ver, meu filho.
34:45O pior de todos é o homem marmita. É uma coisa terrível.
34:49Ele vai com uma marmitinha embaixo do braço cheio de arroz com farinha quando o metrô saculeja.
34:53Aquilo vai por cima da cabeça dos pobres. É uma coisa horrível.
34:57Eu não quero ir para o metrô fantasma nenhum. Eu quero continuar aqui.
35:02Eu vou com vocês porque a mãe adora um parque de diversões.
35:06Tem banheira redonda, cama no teto, espelho de dromassa.
35:10Cala a boca, Magda! Isto é motel, sua anta!
35:14Vamos somente nós dois. Eu e Caquinho porque o metrô é muito cheio.
35:19Um de vocês pode se perder, não é? E ele está louco para conhecer o metrô fantasma, não está?
35:23Vem, vem com o papai. Vem, vem. Tu vai para o metrô de qualquer jeito.
35:28Amor, é do outro lado.
35:32Caco, ele esqueceu o guarda-chuva. Melhor se chover no metrô.
35:36Cala a boca! Cala a boca! Eu vou te entregar para a polícia. Vai fazer faxina no presídio.
35:42Para! Para de me bater, ô dona Júnior Baiano!
35:46Cala a boca! Cala a boca!
35:48Cala a boca! Se você não raptou o Caquinho, o que você está fazendo em capuzada no banheiro do botequim?
35:55Eu não queria confessar, mas eu botei aquela máscara porque...
35:59Eu adoro entrar em banheiro de homem.
36:02Não adiantou nada entrar de máscara, minha filha. Com esses airbags aí, todo mundo viu que você era mulher.
36:08Mas escuta, vocês duas estão brigando à toa.
36:11Aquele ali é um Flash Gordon do Caquinho.
36:14Aquilo ali é o seu filho e sempre será o seu filho.
36:19O bem que eu desconfiava, meu Deus do céu. Fofinho da mãe, mas e esse aqui é o Caquinho?
36:25Quem é o Caquinho que saiu com o Cacão?
36:27Ah, isso eu também gostaria de saber. E tenho certeza que a doméstica mascarada tem a resposta.
36:33Eu? Eu não sei nada sobre Zeca. Não sei nem o nome dele.
36:36Pois eu sei de tudo. O Zeca é o filho ilegítimo do Caco.
36:41Imagina, se o Caco tivesse um filho chamado Zeca, eu teria me lembrado e não pari duas vezes, tio Vavá.
36:48Opa, e tem mais. Meu carrinho já está com a anotação esgotada.
36:53Magda, eu sei que você vai ficar chocada. Eu nem sei como dizer isso, mas a verdade é que...
37:00O Caco teve um filho sem você.
37:03Mami, se o Caco tivesse engravidado, eu teria nadado a barriga, ou não?
37:08Você tem certeza disso, Vavá?
37:12Como se eu tenha certeza, Cassandra? Está aqui o DNA, o resultado está aqui. Deu positivo.
37:19O Zeca tem o mesmo defeito que o Caquinho, ou seja, pai pilantra.
37:23Minha família, foi uma luta horrível. Me atraquei com o sequestrador.
37:29Nós parecíamos dois pitbulls lutando, mas finalmente eu consegui subjugá-lo.
37:33Consegui subjugá-lo? Que coisa, que ato heróico.
37:37Conte mais. A Cassandra está doida para saber detalhes.
37:41Quer dizer que você se atracou com um marginal arriscando a própria vida?
37:46Uma brutalidade. Que barbaridade, que barbaridade, Vavá.
37:50Foi uma coisa absurda. Imagine você que graças a essas unhas e esses dentes nórdicos eu sobrevivi.
37:56Dei uma dentada na bunda do marginal, mas tão forte que é capaz de tirar o molde da minha arcada dentária no rabo dele.
38:03Salafrário. Nós sabemos de tudo. Nós sabemos de tudo. Salafrário. Bandido. Sem memória.
38:10É isso. Ah, o marginal eu aguento. Agora uma gafanhota gigante com chicote na mão.
38:16Aí não dá não. Sai pra lá.
38:18Seu pilantra. Seu safado. A gente já sabe de tudo.
38:22Tio Vavá mostrou pra gente o exame de IPVA.
38:27Que prova que você tem outro filho. Agora resta saber uma coisa.
38:30Você teve esse filho sozinho ou com a ajuda de alguém?
38:47Então, seu Tafo, estou esperando uma resposta.
38:50Você só teve um outro filho ou também teve outra mulher?
38:54Eu vou lhe confessar. Eu tive esse menino com auxílio de outra mulher.
38:57Mas não é o que você está pensando, Magna. Eu fui violentado.
39:02Violentado por uma mulher? Tem certeza que não era uma drag queen?
39:07Era uma mulher. Chegou pra mim com um facão e disse.
39:10Ai, Lourinho. Estou afim de ir nessas carnes. Vamos baixar nos calços.
39:14Eu falei. Minha senhora, eu sou comprometido pela...
39:16Não tem conversa. Estou afim. Falou. Falou. Falou. Estou afim.
39:28O que aconteceu?
39:30Coitadinho do Caco. Ele não conseguiu fazer nada.
39:33Está a segunda vez, não?
39:35Caco, seu tremendo cara de pau. Eu nunca vi nada igual.
39:40É, Caco Antibes. Você nos enganou mais uma vez.
39:43E desta vez deixou uma prova. Uma prova de 10 anos de idade.
39:47Cadê o garoto?
39:49Ele fez baldeação no metrô. Já a Bacoara deve estar chegando em Itaquera uma hora dessas.
39:53Só enfiou o menino no metrô?
39:55Não. Botei em cima porque o vagão estava lotado já.
39:58Meu Deus. Só não podia fazer uma coisa dessa?
40:01Mas o menino não sabe nem virar uma laja ainda. Mal saiu do puxadinho.
40:05Caco, quer dizer que o rei da casa grande também frequenta a cesala?
40:09Não é nada disso, seu Vavá.
40:11O Zequinha. Ele é sangue do meu sangue. Carne da minha carne.
40:17Avental do meu avental.
40:19Peraí. O Bastardinho é seu filho, Neide?
40:23Ah, então eu entendi. Foi a Neide que se fantasiou de mulher pra querer suas carnes, não foi?
40:29Não. O Zequinha não é filho do seu Caco. Ele é meu sobrinho.
40:34Oh.
40:36Eu inventei tudo isso pra ninguém cair de pau em cima de mim.
40:40Oba. Vou continuar mamando sozinho.
40:43Mas peraí. E esta carta aqui que diz Carlos, seu safado? E prova que o menino é meu filho?
40:50Prova nada. Quem escreveu essa carta aí na verdade foi Dona Cassandra Salão.
40:57Oh.
40:59Não. Quer dizer, eu escrevi essa carta que é pra...
41:03Pra umas donésticas analfabetas. Eu fiz um ato de caridade.
41:09Caridade nada. Ela escreveu por dinheiro. Ela queria tirar a medalha do prego.
41:13Oh.
41:15Gente, não é possível. Eu vi o resultado do DNA. Está aí. Deu positivo.
41:22Eu peguei o fio de cabelo do Zeca. E o outro fio quem me deu foi a Magda, que ela...
41:31Magda.
41:37Não, não. Esse cabelinho não era do Zeca. Era do Caquinho.
41:41Quer dizer que eu queimei minha mufa, gastei o meu cérebro, criando um plano pra nada.
41:46Eu sabia que tinha a língua bifurcada dessa cascacu no meio dessa história.
41:50Quem mandou você cair e vestir a carapuça da carta?
41:54Agora, cadê a medalha do brigadeiro?
41:57Está aqui. Toma.
42:00Isso aqui é um sanduíche de bortadela.
42:03O que o papi fez pra ganhar uma medalha de bortadela? Ele matou alguém de fome?
42:06Não. Eu comprei esse sanduíche pro menino não ficar deslocado dentro do trem.
42:10Na confusão, aquele trombadinha roubou a medalha.
42:13Trombadinha não, viu? Porque na minha família não tem ladrão.
42:16Só tem tarada que frequenta em capuzada banheiro de homem.
42:20Como é que eu vou contar pra minha irmã que eu perdi o filho dela, gente?
42:25Logo, esse que era o preferido de todos os 26.
42:30Challenge! Challenge! Challenge!
42:33Ganha de encama!
42:35Saquinha, você voltou, graças a Deus.
42:38Olha, eu vou te mandar pra casa, dentro de uma caixa com furinho pra você não fugir, tá?
42:43Me dá aqui essa medalha. Me dá aqui.
42:45Me dá aqui. Eu que mereço ela porque eu gastei um monte de dinheiro
42:49comprando sanduíche de bortadela pra esse menino.
42:51Me dá isso aqui. Me dá isso aqui.
42:53Chega. Chega de briga, minha gente.
42:55O que é isso? Vocês deviam estar felizes por tudo ter acabado bem.
42:59Nós precisamos é comemorar.
43:02Comemorar que o sobrinho da Neide está salvo.
43:05Comemorar que o Caco teve a lição que ele merecia.
43:08E que o Caquinho está de volta.
43:11Portanto, vamos comemorar, sim. Vamos descer pro Largo do Aroche.
43:15Vamos à Panificadora que eu vou servir um lanche pra vocês.
43:19E o sanduíche de bortadela é por minha conta.
43:21Vamos, Saquinha e Caquinho, vamos!
43:24Vamos, vamos!
43:26Eita!
43:27Conseguiu.
43:29Eu vou lhe confessar uma coisa do fundo da alma.
43:33É uma coisa que eu detesto mais na vida
43:36do que história em que pobre tem final feliz.
43:57Avant-gates
44:24Bem-vindos, queridos!
44:25Opa, segura um pouco, peraí, ajuda ela aí, dá ré, opa, a frente, vai Ti Vavá.
44:41Tô a fim de ver a coisa preta, ela é preta não, louríssima.
44:48Rosinha né amor?
44:52Se você não sair de casa, você sai do prêmio, errei tudo, tem que falar baixo né, senão
44:57eu tô escutando tudo.
44:58Se você ficar aqui...
44:59Tá bom.
45:00Zeca, presta atenção, se você ficar aqui, você perde o prêmio e perde o jogo.
45:07Se eu ficar aqui eu perco o prêmio?
45:09Nem errei, desculpa.
45:10Me diz uma coisa, cadê a medalha do brigadeiro?
45:13Cadê o menino?
45:14Cadê o menino?
45:15Falta.
45:16É.
45:17Ela tá doida hoje, ela tá doidinha.
45:22Tô com sono.
45:23Não me lembro, o velho ruim a unhas, sabe como ela fez ele parar de ruir a unhas?
45:30Jogou fora...
45:31O que é?
45:32O que é?
45:33Ah, se mexer.
45:34Você é meu.
45:35O que?
45:36O que?
45:37O que?
45:38O que?
45:39O que?
45:40O que?
45:41O que?
45:42O que?
45:43O que?
45:44O que?
45:45O que?
45:46O que?
45:47Eu sei como tirar o ouro da toca da cascavel.
45:48De novo?
45:49A culpa deste menino, a responsabilidade dele é muito mais sua do que minha.
46:03Pode passar na grana, vamos lá.
46:04Que isso?
46:05Eu?
46:06É.
46:07Dá pensão.
46:08Dá pensão.
46:09Dá pensão.
46:10Dá.
46:11Dá.
46:12Dá.
46:13Dá.
46:14Dá.
46:15Dá.
46:16Dá.
46:17Dá.
46:18Dá.
46:19Dá.
46:20Dá.
46:21Dá.
46:22Dá.
46:23Dá.
46:24Dá.
46:25Dá.
46:26Dá.
46:27Dá.
46:28Dá.
46:29Dá.
46:30Dá.
46:31Dá.
46:32Dá.
46:33Dá.
46:34Dá.
46:35Dá.
46:36Dá.
46:37Dá.

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