Pular para o playerIr para o conteúdo principalPular para o rodapé
  • 13/05/2025
Transcrição
00:00E vamos repercutir essas notícias da tecnologia no Brasil e no mundo.
00:06Vamos receber ao vivo Arthur Igreja, que é especialista em tecnologia e inovação.
00:13Vamos lá receber o Arthur Igreja.
00:17Olá, Arthur Igreja, mais uma vez. Muito bem-vindo ao Olhar Digital News. Boa noite.
00:25Olá, boa noite, Marisa.
00:26Arthur, vamos começar falando sobre essa alta nas ações das Big Techs hoje.
00:34Pois é, o mercado é imediatista, não é?
00:37No começo as bolsas derreteram com os anúncios do tarifácio de Donald Trump.
00:42E agora a trégua também traz um alívio meio que imediato.
00:47Independentemente do futuro dessas tarifas, Arthur, você acredita que esse caso vai trazer uma mudança,
00:54digamos assim, de comportamento das empresas com relação à dependência muito grande de somente uma origem?
01:04Ou isso é uma questão inevitável?
01:06Não dá para mudar essa orquestração hoje?
01:12Olha, eu diria que impacta a resposta é sim e não ao mesmo tempo.
01:16Deixa eu tentar explicar.
01:18A coisa mais importante quando o assunto é investimentos é previsibilidade.
01:21Então, por mais que o assunto tenha arrefecido com essa reunião que se desenrolou ao longo do final de semana
01:27e acabou tendo como resultado uma queda no tarifácio,
01:32ou seja, Estados Unidos mantém tarifas de 30%, lembrando que estavam acima de 100%,
01:39e China mantém na casa dos 10%.
01:41Só que vale lembrar também que os Estados Unidos, quando anunciaram mais de 100%,
01:46não era para qualquer tipo de produto.
01:49Então, para alguns produtos estratégicos, as tarifas eram bem menores,
01:52até porque eles não são bobos nem nada.
01:55O que eu quero dizer com isso?
01:56No momento que você tem mais de 100%, depois cai para 30%.
02:00Durante 90 dias, nós temos uma suspensão temporária.
02:04Então, isso tem toda a cara de sentar para negociar,
02:09mas daí nós não temos um compromisso de seis meses, um ano, cinco anos.
02:14Então, o que aconteceu nesse período, que nós vimos empresas como a Apple
02:18anunciando que pretendia levar uma boa parte da sua fabricação,
02:22que hoje acontece 90% na China, poderia levar para países como a Índia.
02:28Mas aí também eles se deram conta que isso poderia levar até dois anos.
02:32Então, deu para ver que nesse período, todas essas empresas tentaram buscar
02:36uma espécie de plano B, que agora fica em alguma medida na gaveta,
02:40mas volto a dizer, nós não temos nada muito concreto para o médio e para o longo prazo.
02:45Então, o mercado reage instantaneamente, sim,
02:49porque o Tarifácio traz aumento de custo, restrição no acesso ao mercado,
02:55e tudo isso impacta diretamente a valoração dessas empresas.
02:59Então, eu diria que é o seguinte, é um respiro momentâneo,
03:04mas ainda não é a solução para o problema.
03:07Agora, Arthur, aproveitando que você falou sobre a Apple,
03:11segundo a imprensa americana, a Apple está avaliando aumentar os preços
03:15da nova linha de iPhones, mas vai justificar esses reajustes a novos recursos,
03:22para evitar culpar as tarifas.
03:25Como que você enxerga esse cenário que sacudiu o noticiário hoje mais?
03:30Os interessados em adquirir um iPhone devem correr para fazê-lo antes que os preços subam?
03:37Olha, é difícil imaginar que com os preços atuais,
03:40alguém vai sair correndo para aproveitar essa pechincha,
03:45até porque ela não é.
03:46Os iPhones, especialmente no Brasil, são os mais caros do mundo, né?
03:50Então, quer dizer, quando chega uma perspectiva dessa,
03:53de que eles podem ficar ainda mais caros, é uma coisa que assusta, né?
03:57Eu imagino que a Apple vai ter muita dificuldade em usar essa estratégia.
04:02Basicamente, o único argumento que eles têm por hora é a Apple Intelligence,
04:07que ainda não se consagrou, ainda não é percebida pelo consumidor
04:11como algo tão poderoso assim,
04:13e especula-se que na próxima geração nós teremos avanços aí como iPhone Air muito mais fino,
04:21poderemos ter ao longo de 2026 até mesmo iPhones dobráveis,
04:25é isso que alguns insiders da Apple estimam que possa acontecer.
04:30Então, a Apple sempre tem essa precificação bastante alta,
04:35mas ao longo do tempo ela conseguiu sustentar isso com novidades, com novos recursos,
04:40mais de um tempo para cá, essa estratégia já vem bem desgastada,
04:44os concorrentes avançaram muito,
04:47e até mesmo resultados que nós vimos até no próprio mercado chinês,
04:51que continua crescendo, cresceu recentemente mais de 3%,
04:55e a Apple teve uma queda de 9%.
04:57Então, vamos ver como é que o consumidor vai responder a isso
05:02e o fato da Apple não fazer uma conexão,
05:05quer dizer, vamos ver como é que tudo isso vai ser comunicado,
05:07mas a Apple não tentar fazer um link com as tarifas,
05:12em alguma medida até esperado,
05:14porque a empresa se mostra bastante próxima da administração Trump.
05:21Então, enfim, eu acho que a Apple pode ter uma turbulência
05:25bastante considerável no médio prazo.
05:30Pois é, vamos aguardar.
05:31Agora, voltando, Arthur,
05:33a matéria que, inclusive, nós abrimos o boletim falando a respeito
05:37sobre a economia do Brasil,
05:39e também falando que nós tivemos vários anúncios
05:43por parte do governo federal.
05:45O Brasil vai trazer investimentos de empresas chinesas
05:49nos mais variados setores da tecnologia.
05:52O que você destaca, Arthur,
05:54desse pacotão que foi anunciado agora há pouco?
05:56Bom, grande parte é investimento de expansão,
06:01investimento privado,
06:03se bem que na China nós não temos uma separação tão clara.
06:06Grande parte das empresas tem uma participação muito presente
06:10do governo central, do governo federal da China.
06:15Então, a iniciativa privada e pública meio que se confundem por lá.
06:19E esses momentos são aguardados para fazer esses anúncios.
06:22Então, o que eu quero dizer,
06:23a partir do momento que você tem visitas de chefes de Estado,
06:27essas notícias ficam represadas, agrupadas,
06:32para serem anunciadas como um conjunto
06:34e para formar esses números mais superlativos,
06:37como foi o caso dos 27 bilhões de reais.
06:41Eu avalio como uma aproximação entre China e Brasil
06:44basicamente por dois motivos.
06:47com toda essa mudança que o governo Trump trouxe
06:52com os Estados Unidos se posicionando de uma forma
06:55muito mais firme, muito mais categórica,
06:58mas ao mesmo tempo desgastando relações,
07:01nós temos alguns efeitos.
07:03Primeiro, o fortalecimento dessas parcerias
07:06que não envolvem os Estados Unidos.
07:08E nós precisamos lembrar que a China
07:10continua sendo a fábrica do mundo.
07:12Ela sempre tem uma produção extremamente alta
07:16que supera enormemente o mercado consumidor local.
07:20O governo incentiva que a produção seja mantida
07:24até mesmo quando não há demanda.
07:26E esses produtos precisam ocupar algum mercado.
07:29Então, quer dizer, com cada vez mais empresas chinesas
07:32tendo dificuldade para acessar mercados americanos,
07:36eles vão investir nesse estreitamento dessas relações
07:39e um dos maiores mercados consumidores do mundo
07:42é justamente o Brasil.
07:43Então, me parece um movimento natural
07:46dado o que está acontecendo no mundo nos últimos meses.
07:49Tanto que parte dos investimentos são, por exemplo,
07:52expansão de fábricas, de montadoras, de carros elétricos
07:58aqui no Brasil, onde nós vemos um crescimento
08:01bastante importante, o número de concessionárias,
08:03nas vendas e tudo mais.
08:05E tem outros segmentos estratégicos
08:07como os combustíveis renováveis para aviação,
08:11aí uma agenda mais de médio e longo prazo,
08:14mas volto a dizer, é uma aproximação que interessa
08:17tanto por essa questão bilateral,
08:21já que as negociações em blocos
08:23começam a ficar mais desgastadas,
08:25aquela agenda de BRICS,
08:26agendas que envolvam os Estados Unidos,
08:29ou seja, veremos cada vez mais
08:30esses acordos entre países
08:33e menos entre blocos
08:35e a China precisando expandir mercado mundo afora.
08:39Até por isso que tem ali também investimentos
08:41na área de infraestrutura,
08:43que é uma carência gigante no Brasil
08:45e a China cada vez atua mais nesse tipo de mercado.
08:51Agora, além disso, Arthur,
08:53a gente tem visto falar sobre o Brasil
08:55atrair muita atenção na integração
08:57entre sustentabilidade e tecnologia.
09:00Na sua opinião, esse deve ser um chamariz,
09:02digamos assim, cada vez mais comum
09:05para trazer mais empresas e mais investimentos?
09:08Olha, o caso do Brasil, ele precisa explorar isso, né?
09:11Porque assim como quando uma empresa
09:13faz lá sua clássica análise de forças e fraquezas,
09:17essa é uma das grandes forças do Brasil,
09:19o Brasil tem a matriz energética
09:22mais desejada, quer dizer,
09:25quando nós vemos aqueles acordos climáticos,
09:28as metas,
09:29no mundo ideal os países caminhariam
09:32para ter algo perto daquilo que o Brasil já tem,
09:37dadas suas fontes hidráulicas, históricas,
09:40fontes eólicas, fotovoltaicas, etc., etc.,
09:44além das áreas,
09:47claro, reduziram muito nos últimos anos,
09:50mas continuam sendo muito vultuosas,
09:53incomparáveis a regiões como a Europa,
09:55então a matriz energética não só elétrica,
09:59mas a matriz energética como um todo
10:01é completamente diferente no Brasil,
10:03então é por isso que essa é uma força,
10:06se a pauta da sustentabilidade,
10:09a pauta ISG e até mesmo os compromissos firmados,
10:13não necessariamente por governos,
10:14mas muitas vezes por empresas,
10:16se isso avançar,
10:18o Brasil tem chance sim de usar isso
10:20como um cartão de visitas,
10:22só para dar um exemplo aqui,
10:25cada vez mais nós temos empresas
10:27que buscam edifícios para ter os seus escritórios
10:31que respondam por esse mais alto grau
10:34de sustentabilidade,
10:35então é por isso que nós vemos em cidades
10:37como São Paulo o aumento dessa demanda
10:40por esse tipo de edificação,
10:41e o mesmo vale para a matriz energética,
10:44é até por isso que o Brasil tenta entrar aí na agenda,
10:47no mapa dos data centers no mundo,
10:50o resumo da história é esse,
10:52o Brasil tem essa carta na manga
10:53e precisa usar isso mais estrategicamente.
10:58Tá certo, tá aí,
10:59Arthur Igreja,
11:00que é especialista em tecnologia e inovação,
11:02mais uma vez aqui conosco,
11:04debatendo assuntos importantes.
11:06Arthur, muitíssimo obrigada pela sua presença,
11:09até uma próxima.
11:11Obrigado e boa semana.
11:12Boa semana para você também,
11:13boa noite.
11:15É isso aí, pessoal,
11:16mais uma participação de Arthur Igreja
11:18aqui no Olhar Digital News,
11:20importante.
11:21toa grade remotamente.
11:21a gente»,
11:21oi,
11:23oi,
11:23oi,
11:24oi,
11:25oi,
11:26oi,
11:27oi,
11:27oi,
11:27oi,
11:42oi,
11:42oi,
11:43oi,
11:45oi,
11:46oi,
11:47oi,

Recomendado