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  • 12/05/2025

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Transcrição
00:00Ele está à frente da maior produtora de aço da América Latina.
00:12O Histórias Empresariais recebe Jorge Oliveira, presidente da ArcelorMittal Brasil,
00:17que vai falar conosco hoje sobre a questão do tarifaço dos Estados Unidos
00:22e como isso está influenciando aqui na economia capixaba.
00:25Bem-vindo, Jorge.
00:26É um prazer estar com vocês aqui para esse bate-papo.
00:29Perfeito.
00:30Bom, vamos começar falando sobre como a invasão de aço importado em decorrência do tarifaço
00:37está mexendo com os planos de investimento da ArcelorMittal.
00:40Existe aí um risco de não serem colocados em prática investimentos da ordem superior a 4 bilhões de reais, não é isso?
00:49É, hoje um problema crítico que a gente enxerga no Brasil é o crescimento da importação de aço,
00:57mesmo com a medida de defesa comercial colocada pelo governo federal, válida de junho do ano passado até maio desse ano.
01:05Nós estamos no mês bem crítico porque a medida vence e o que a gente acredita e espera de forma bastante confidente que o governo vai renovar a medida em curso.
01:17E nós estamos discutindo com o governo alternativas a essa medida porque, mesmo com a medida, a importação de aço continua crescendo no Brasil.
01:26Ela cresceu da média, no período de 2020 a 2022, mais de 70%, um crescimento de 75%.
01:35Esse ano continua crescendo, o primeiro trimestre apresentou, em relação ao primeiro trimestre do ano passado, um crescimento de mais de 30%.
01:43Então o problema continua, as medidas, embora a gente tenha que reconhecer que é a primeira vez que o Brasil coloca uma medida de defesa comercial para a importação de aço,
01:54mas ela não está suficiente.
01:56Então a gente espera a renovação da medida em curso e uma busca por alternativas mais eficazes para que a indústria no Brasil volte a crescer
02:05e o setor do aço é fundamental na reindustrialização do Brasil.
02:09Essa medida, hoje, o senhor pode explicar quais são os termos percentuais, o que está em vigência?
02:14A medida é um processo de cota mais tarifa.
02:20A cota foi estabelecida pelo governo pela média da importação do período de 2020 a 2022 com um acréscimo de 30%.
02:29Ou seja, o produto que ultrapassa 30%, ele está no regime de cota, abaixo de 30% ele não ficou no regime de cota.
02:39Então no regime de cota hoje tem 11 produtos, de um pleito do setor de 18 produtos, com o critério do 30%, sete produtos ficaram fora do regime de cota.
02:50Então até o volume da cota é o imposto já existente no Brasil cerca de 10,8%.
02:57Acima da cota, 25% de imposto de importação.
03:02Esse é o regime que está válido até o final desse mês.
03:04E mesmo com essa medida, isso não foi suficiente para resolver e solucionar o problema de melhorar efetivamente a competitividade.
03:13Isso é fato porque a importação continua subindo, como eu falei, o primeiro trimestre apresenta um crescimento de mais de 30% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.
03:23Mas de qualquer maneira é fundamental a renovação do regime atual.
03:27Obviamente que se ele puder ser renovado com algumas melhorias, melhor ainda.
03:32Mas que o diálogo com o governo continua para buscar alternativas mais eficazes para que de fato interrompa o crescimento da importação de aço no Brasil.
03:42Nós tivemos agora dados da balança comercial do mês de abril, que mostram a situação de uma queda muito grande nas exportações, inclusive do Espírito Santo.
03:53Houve uma queda global de 34% nas cifras envolvidas em exportações e o aço é um dos produtos que tiveram maior problemática e maior problema nas vendas.
04:05Isso é um reflexo já desse tarifácio, dessas medidas protecionistas dos Estados Unidos ou é uma questão sazonal, na visão do senhor?
04:14Eu vou colocar no setor do aço duas coisas.
04:17A mais importante que a gente pode, vamos dizer assim, intensificar o problema da importação,
04:23porque a gente observa já nesses primeiros meses do ano vários países aumentando a robustez das medidas comerciais,
04:32como a própria Europa, a Colômbia, aqui pertinho do Brasil, a Índia como exemplos.
04:37Então, os países que não colocarem as suas defesas comerciais ou, no caso do Brasil, não renovar atual
04:43e não buscar alternativas para medidas mais robustas, obviamente fica exposto ao aumento ainda maior da importação.
04:51Então, esse é um efeito que pode acontecer e a gente acredita que o Brasil está cuidando disso
04:57e vai colocar a renovação em medidas mais robustas.
05:01Com relação à tarifa para o aço, diferente de 2018,
05:07em 2018 foi colocada uma tarifa de 25% para a importação de aço nos Estados Unidos.
05:13Só que, naquela época, por uma rega de exceção, o Brasil foi um dos países que conseguiu,
05:21discutindo com o governo americano, num processo que durou alguns meses de negociação,
05:27que fosse estabelecido para o Brasil um sistema de cota,
05:30de uma cota que se chama de hard cota, uma cota que você estabeleceu aquele,
05:34atingiu aquele volume, você não entra uma tonelada acima daquele volume.
05:38Então, esse regime permaneceu de 2018 até 12 de março deste ano,
05:45e um regime que funcionou porque essa cota é basicamente para exportação de produto semi-acabado.
05:53Por exemplo, o que produz no Espírito Santo, que a gente exporta, é placa de aço.
05:57É uma placa que tem uma espessura de 225 milímetros,
06:01que ela vai passar por um processo de beneficiamento da exportação desse semi-acabado para os Estados Unidos
06:08e reprocessamento lá para gerar produto final no mercado americano.
06:12A produção americana não tem ainda autossuficiência nesse tipo de produto semi-acabado.
06:18Então, a gente entende que faz sentido o reestabelecimento da cota entre Brasil e Estados Unidos
06:23para esses produtos que eles não têm autossuficiência.
06:27E o governo tem buscado negociar, já teve uma série de reuniões do governo brasileiro com o governo americano
06:35na busca do diálogo e entender que a cota faz sentido para os dois países.
06:40Então, esse esforço do governo está acontecendo.
06:43Então, até que se consiga, a gente espera que consiga negociar o retorno da cota,
06:49a tarifa está valendo para todo mundo.
06:52E é pesadíssimo.
06:53A dinâmica de mercado está se ajustando.
06:56A dinâmica de mercado que entra outros players, por exemplo, os asiáticos,
07:01o sudeste da Ásia, com oferta de placa também para os Estados Unidos.
07:06Então, a competitividade mudou pela questão da regra em curso.
07:11E como efeito prático, a gente observa uma ligeira queda de preço da placa de aço
07:17para entrar nos Estados Unidos, fruto dessa nova dinâmica que o mercado está se ajustando.
07:22Isso demanda tempo.
07:25Então, houve uma queda de preço, mas não uma queda de vendas.
07:30Em termos de volume de vendas, nós, a Celular Metal, por exemplo,
07:33estamos fazendo as vendas de acordo com o que a gente planejava.
07:37Naturalmente, não houve um decréscimo, por exemplo, no envio do material para os Estados Unidos.
07:41Não, até o momento não.
07:42Não houve essa perda de competitividade.
07:46Agora, como que estão as conversas com o governo federal aqui do Brasil com relação,
07:53tanto à medida, à proteção da indústria brasileira,
07:56tanto quanto com relação ao diálogo com os Estados Unidos e com os países envolvidos?
08:01O diálogo interno para a medida de defesa comercial para reduzir o impacto da importação de aço no Brasil
08:09é um curso que está indo em boas conversas, conversas frequentes,
08:14que a gente faz como setor do aço no Brasil, que é o Instituto Aço Brasil.
08:18Diálogo com a presença dos conselheiros, do qual eu também faço parte.
08:21Então, a gente vê o entendimento do governo a cada dia maior da importância disso,
08:29porque, de novo, a indústria do Brasil precisa ser retomada.
08:33O governo tem no seu planejamento a reindustrialização do Brasil
08:37e o setor do aço é fundamental para isso.
08:40Então, é uma coisa que faz sentido para o Brasil e o setor do aço.
08:44O setor do aço emprega mais de 120 mil pessoas diretas,
08:47mais de 3 milhões de pessoas de forma indireta.
08:50Isso gera riqueza, gera emprego de qualidade e gera, de fato,
08:54a matéria-prima para a industrialização do Brasil.
08:57Então, a gente entende que a coisa está caminhando num diálogo bem positivo
09:02e que o governo vai renovar e buscar medidas mais eficazes.
09:06Certo.
09:07Os investimentos da ArcelorMittal, programados para o Espírito Santo, na unidade Tubarão,
09:13a linha de galvanização, o laminador de tiras a frio,
09:18são grandes projetos planejados já há muitos anos e que podem estar em risco.
09:25Isso se deve a uma perspectiva de não haver consumo interno suficiente
09:31que justifique o investimento desse porte?
09:35Desde quando nós anunciamos esse projeto,
09:39ele é um projeto que tem hoje a perspectiva de iniciar sua operação em 2029,
09:44por questão do prazo mesmo de aprovação e implantação.
09:48Nós anunciamos em fevereiro e uma barreira ou uma coisa crítica
09:57que precisa de ser resolvida esse mês é a renovação da medida de defesa comercial,
10:01porque isso, se a importação de aço no Brasil continua crescendo,
10:07continuar crescendo na velocidade que tem acontecido,
10:11isso é um fator, não quero dizer desse momento, impeditivo,
10:16porque nós não temos nenhuma decisão contrária ainda ao investimento.
10:19Mas ele é um risco para o investimento, por exemplo, no prazo de implantação.
10:24Ele pode eventualmente ser adiado.
10:26Mas como a gente está na linha do diálogo com o governo
10:29e na crença de que o governo vai tomar as medidas adequadas,
10:32não está ainda na nossa agenda o cancelamento desse projeto,
10:37mas o adiamento dele pode ser forçado se a importação continuar crescendo.
10:42Essa postergação poderia ser por um prazo indefinido,
10:46se aconteceu um cenário negativo,
10:49de não haver uma medida para resolver o problema da importação exagerada.
10:54Naturalmente isso leva a uma reflexão e uma mudança no prazo,
10:58que o tempo de adiamento é difícil afirmar hoje,
11:01dado que nós estamos exatamente no momento do governo fazer a renovação da medida
11:05e a busca de novas medidas.
11:07Este mês agora.
11:08Porque vence em maio, né?
11:09Vence dia 31 de maio.
11:10É um termo por um ano de validade.
11:12Então ele precisa ser renovado esse ano
11:14para dar tempo de busca de alternativas mais eficazes, vamos dizer assim.
11:21Mas o projeto sofre o risco porque o crescimento, como eu te falei,
11:24da média de 2020 a 2022 já cresceu 75%.
11:29Hoje, no início desse ano, a importação representa 25% do consumo.
11:35O setor não é contra a importação.
11:37Se você pegar o histórico antes do Covid,
11:40a importação é em torno de 8% a 10% do consumo.
11:44Hoje está 20% terminou ano passado e em ritmo de 25%.
11:47Esse que é o problema.
11:48A importação não é um problema.
11:50E a importação desleal, né?
11:52Porque é com queda de preço da China para continuar, por exemplo,
11:57que eu cito a China porque é o maior exportador para o Brasil.
12:01Tem alguma prática que seja considerada anticoncorrencial?
12:05Preços, por exemplo, muito baixos que atrapalham o mercado,
12:10prejudica o mercado, seja abaixo do preço de produção por parte desse país?
12:15Existem processos de anti-dumping colocados no governo federal
12:18que estão em análise de vários produtos de aço que são produzidos no Brasil.
12:25Esses processos estão progredindo dentro do governo
12:27e a gente espera que tenham decisões importantes nos próximos meses.
12:32Posso citar dois produtos que o governo já declarou potencial de dano,
12:38como a bobina frio, que faz parte do projeto aqui,
12:41a bobina galvanizada, que faz parte do projeto aqui.
12:44Por exemplo, esses dois, o governo declarou há poucos meses atrás
12:48potencial de dano, inclusive citando lá no relatório,
12:52dano acima de 67%.
12:54Mas o governo ainda está dentro do prazo de investigação,
12:58ele precisa de mais tempo para concluir a investigação.
13:01E a gente espera que no final dessa investigação
13:02seja colocada medida para esses produtos, por exemplo.
13:05Adicional, no caso.
13:07Adicional.
13:07Se nada for feito assim, vamos falar do pior cenário,
13:10existe o risco de, além desse investimento ser postergado,
13:14algum tipo de atividade aqui da Arcelor sofrer problemas,
13:17ter que se desfazer de profissionais,
13:20demitir, reduzir quadro, é uma possibilidade?
13:23Nesse momento, nós não temos planos para isso.
13:26De novo, nós estamos na crença e no trabalho
13:29de que as coisas vão ser resolvidas
13:31e nós vamos encontrar junto ao governo as medidas de proteção
13:36para que resolva a concorrência desleal.
13:42E essas medidas protetivas são para permitir a gente continuar investimento.
13:45Então, nesse momento, nós não temos fruto ainda do Estado que está em uma decisão.
13:51Obviamente que à medida que o tempo vai passando, o risco aumenta.
13:54Isso aí pode acontecer, mas não ainda nos planos para esse período mais curto agora,
13:59nos próximos dois, três meses.
14:00Enquanto existe essa visão otimista, que é o que perdura,
14:03o que permanece nesse momento, não tem essa ameaça, não tem esse risco,
14:07mas pode ser que venha a acontecer se nada for efetuado.
14:11Pode, com certeza pode.
14:13Faz parte das decisões do negócio, pode acontecer.
14:16Essa visão otimista da ArcelorMittal com relação às tratativas com o governo,
14:22também há uma visão otimista com relação à economia como um todo?
14:25Você acha que com essa guerra comercial, ela deve continuar?
14:31Acha que deve haver um acordo entre os países?
14:34Isso vai afetar o mercado de forma decisiva?
14:37A primeira coisa é que o diálogo é sempre a menor solução.
14:39buscar diálogo para tentar encontrar equilíbrio nas soluções.
14:43Mas o primeiro semestre desse ano, que está terminando agora,
14:47ele ainda está com as vendas ainda de acordo com o planejado.
14:53Mas o crescimento da taxa de juros que o Banco Central está administrando
14:57por causa da inflação, o que faz sentido no médio e longo prazo,
15:02isso está trazendo o custo do crédito mais alto.
15:06E o segundo semestre vai ser um semestre de observação e entender
15:09se esse efeito vai afetar a demanda, além do problema da importação.
15:17Ou seja, acho que as duas coisas caminham junto.
15:19O problema da importação continua afirmando que ele é o mais crítico
15:22que precisa ser resolvido.
15:23E, obviamente, como resultado disso, qual o efeito da taxa de juros no consumo?
15:29O consumo de eletrodoméstico, o consumo de carro, o consumo de imóveis.
15:34Porque isso precisa ter motor para que a demanda continue acontecendo
15:39e a gente continue com os nossos planos de operação sem alteração.
15:45A taxa de juros está tão elevada que acho que não é um problema nem só para o consumo,
15:49é um problema até para o investidor.
15:50Colocar o dinheiro na economia real como opção de investimento com tanto retorno
15:55não é algo que todos estejam dispostos a fazer, acredito.
15:59É, isso tudo faz parte do processo decisório.
16:02Eu diria que hoje o problema mais impactante ainda é a importação.
16:06Falando de importação, o aço chinês, a gente já falou a respeito dele,
16:12mas mais do que o aço chinês tem o coreano, não é isso?
16:15Quais são os países que enviam aço para cá e que tem sido um problema aqui para a indústria nacional?
16:22O maior volume de importação no Brasil ainda é a China,
16:26mas a gente vê crescendo o Egito, por exemplo,
16:30através de acordo com o Peru, via Mercosul, com taxação baixa.
16:35Então, o Egito está crescendo, Coreia também,
16:38mas hoje eu destacaria a China e a Egito.
16:40Bom, além dessa situação do mercado doméstico aqui, nacional,
16:44como é que anda a situação da ArcelorMittal de forma global hoje?
16:50A empresa está bem, ela está analisando de forma positiva o cenário mundial da economia.
16:57Qual é a leitura que a Arcelor faz?
16:59É, se você pensar, o grupo está sólido,
17:03a alavancagem positiva é um grupo sólido.
17:07E esse grupo sólido escolheu o Brasil como um dos países para investimento.
17:12Então, a ArcelorMittal está sólida e acredita no Brasil.
17:16Então, nós temos que liderar a empresa no Brasil e buscar equacionar problemas estruturantes,
17:23como, por exemplo, a importação.
17:24Então, o grupo sólido investindo fortemente no Brasil,
17:27quer continuar investindo e, para isso, precisamos de equacionar algumas dificuldades,
17:33por exemplo, a mais crítica é a importação.
17:35Sanar desse problema com a importação,
17:38Arcelor dá prosseguimento, então, aos seus investimentos.
17:41Tem o LTF, além de galvanização aqui em Tubarão,
17:43tem algum outro projeto que seja relevante, idealizado?
17:46Nós temos coisas que ainda não podemos divulgar,
17:49mas nós temos apetite de continuar crescendo, verticalizando.
17:53Uma coisa que tem que ficar clara,
17:54nesse momento, é investimento de verticalização,
17:59não da produção de aço líquido, por exemplo.
18:01Porque nós temos 10, no setor de aços planos,
18:0410,5 milhões de toneladas,
18:06que não requer investimento em produção de líquido.
18:09É de verticalização, transformando placa em produto galvanizado,
18:14por exemplo, como é aqui no Espírito Santo.
18:16Então, temos alternativas de continuar investindo
18:18e vamos caminhar para ter soluções na defesa comercial
18:22e continuar investindo.
18:24Ok, perfeito.
18:25Bom, acho que a gente já falou bastante aqui
18:28sobre o problema da importação
18:30e eu vou deixar aqui o espaço aberto agora
18:32para falar um pouquinho sobre o Jorge Oliveira,
18:36sobre o empresário que está à frente da ArcelorMittal Brasil.
18:39teve uma mudança de cargo, de posição dentro do grupo.
18:44O que o senhor falasse a respeito disso?
18:47O grupo tem uma governança que vem funcionando há vários anos.
18:53Dentro do ciclo de transição por aposentadoria,
18:56nós temos dois segmentos no Brasil.
18:58O segmento de aços planos, do qual eu sou o responsável,
19:02o segmento de aços longos, do qual o Jefferson acabou de se aposentar
19:06e no segmento de aços longos foi promovido uma pessoa
19:10para ocupar aquela função
19:11e planos de ArcelorMittal Brasil,
19:14hoje eu estou exercendo essa função cumulativa.
19:17É assim que a governança do grupo funciona.
19:19Então, a partir do 1º de abril,
19:21ocupo a função de presidente da ArcelorMittal Brasil
19:23e o CEO de aços planos.
19:25E o Everton, meu colega na ArcelorMittal Brasil,
19:29ele ocupa o CEO de aços longos e mineração.
19:31Então, essa governança já começou desde a criação da Arcelor,
19:35então é um ciclo que tem funcionado como revezamento
19:38a partir da aposentadoria de todos nós.
19:43Provavelmente, no próximo ciclo, quando eu for me aposentar,
19:46o segmento de aços longos ocupará ArcelorMittal Brasil.
19:49Então, são funções cumulativas.
19:51E a gente faz a sinergia, os dois,
19:54para que ArcelorMittal Brasil seja cada vez mais forte
19:56como uma única empresa no Brasil
19:58com a particularidade dos seus segmentos.
20:00Então, são momentos de desafio,
20:02mas que a sintonia, a racionalidade entre os profissionais
20:06faz a gente criar um ambiente para ArcelorMittal Brasil
20:09ser cada vez mais forte.
20:11ArcelorMittal faz muitos investimentos em projetos sociais,
20:16em esportes, cultura.
20:18Tem Stock Car,
20:19que muitos brasileiros amam assistir a competição.
20:23Tem alguma coisa nova, algo em curso,
20:26aqui para o Espírito Santo que esteja sendo planejado,
20:28algo de destaque?
20:29A primeira coisa que é bom reforçar sempre
20:31é que a nossa base de investimento social
20:33tem que focar que tem educação por trás.
20:37Não adianta fazer um patrocínio,
20:40uma ativação de um patrocínio ao esporte
20:43se a criança não esteja estudando.
20:47Por exemplo, o investimento com a Neymara Carvalho e a Luna,
20:52eles têm foco em preparar os meninos
20:56para, por exemplo, o bodyboard.
20:58Mas a prerrogativa é que eles estejam na escola estudando.
21:01Se não estudar,
21:02desculpa, mas não tem que repensar.
21:04Então, é atrelado a valores
21:06e educação é o futuro de qualquer nação.
21:09Então, eles têm esse viés.
21:11Quando a gente foi para estocar,
21:12é um viés que faz a união de valores.
21:14Por exemplo, nós somos grau de risco 4 na siderurgia.
21:18O piloto trabalha no ambiente de grau de risco 4.
21:21Então, a soma de valores como segurança,
21:26sustentabilidade no ponto de vista de buscar solução
21:28para que aquele veículo seja mais seguro para o piloto
21:31e mais sustentável do seu ponto de vista de peso.
21:35Então, essa união de valores
21:37faz a gente ir na direção dos investimentos sociais.
21:41Mas eles têm que trazer um foco
21:43e têm que ter uma associação de valores da sala mental
21:45e valores com as entidades,
21:48com as instituições que a gente faz as parcerias.
21:51E a educação é um forte desse aí.
21:54Então, é reforçar os programas que a gente tem
21:56e, obviamente, programas importantes
21:59que podem ser propostos para a sala mental,
22:01eles vão ser sempre analisados,
22:03dado que nós temos o famoso edital
22:05onde a empresa não influencia nos projetos
22:08que vão ser aprovados,
22:09que vão ser apoiados no ciclo de 3 anos.
22:12Quem faz essa avaliação é a própria sociedade,
22:15que mostra a transparência total
22:17daquele produto que vai ser um projeto de 3 anos.
22:22Então, se quiser a sala mental,
22:24você que escolhe,
22:25eu não escolho,
22:26quem escolhe é a sociedade.
22:27Então, entendemos que isso
22:29traz um ambiente de transparência
22:31e de confiança para a sociedade
22:33naquilo que a gente está apoiando.
22:34Então, é dessa maneira que a gente trabalha
22:36e qualquer projeto que fizer sentido nisso
22:38vai ser avaliado pela empresa.
22:39Estava falando do aço,
22:41a qualidade do aço,
22:42a segurança para o piloto.
22:44O aço, ele sofreu uma evolução muito grande
22:47nos últimos tempos
22:49e hoje os carros, por exemplo,
22:51dificilmente enferrulham,
22:53dificilmente aquilo ali apodrece.
22:56Essa melhora da qualidade,
22:58que acredito que seja um processo contínuo,
23:00tem algum novo produto,
23:01alguma coisa nova sendo desenvolvida
23:04pela ArcelorMittal?
23:05Para o carro,
23:07os produtos galvanizados
23:08são as evoluções mais recentes
23:12em termos de proteção à corrosão,
23:15para dar vida longa
23:16à parte estrutural do carro.
23:20Para a segurança dos passageiros,
23:22nós temos, por exemplo,
23:24a categoria de produtos,
23:25um deles que é também marca do grupo
23:30chamado Usibor.
23:30Usibor.
23:31Usibor, ele traz aplicação na parte estrutural do carro.
23:36Para quê?
23:36Para que, numa colisão,
23:39a proteção dos passageiros
23:41esteja mais assegurada.
23:43Inclusive, nos testes oficiais
23:45contra a impacto,
23:48eles são testados.
23:49E eles são mais leves.
23:51Então, ele traz mais segurança
23:53e ele é mais leve
23:54e traz menos impacto
23:56de geração de CO2
23:57pelo carro.
23:58Temos, na indústria,
24:00por exemplo,
24:01acabamos no projeto
24:02lá de Santa Catarina,
24:03na Vega,
24:05de inaugurar uma expansão
24:06em novembro do ano passado,
24:08onde, nessa expansão,
24:09nós estamos trazendo um produto novo
24:10chamado Magnélis.
24:12Ele é um produto
24:13que contém
24:13um determinado teor de magnésio
24:15e ele, por exemplo,
24:17uma utilização dele
24:18defensa metálica,
24:21por exemplo, silo.
24:22O silo,
24:23para fazer um silo para grãos,
24:24por exemplo,
24:25tem muito furo
24:26para você fazer a fixação
24:27das chapas de desgaste
24:28dentro do silo.
24:29E, nessa furação,
24:31o Magnélis, por exemplo,
24:32ele faz a autoimunização
24:34da corrosão.
24:35Quando você faz o furo ali,
24:37ali você gera
24:38um ambiente de corrosão.
24:39Então, o Magnélis,
24:41ele se autoprotege.
24:43Então, ele gera vida longa.
24:44A prova de ferrugem.
24:45É, a prova de ferrugem.
24:47Então, ele tem essa característica.
24:48Então, isso, por exemplo,
24:49é o produto mais novo
24:50que nós estamos trazendo
24:51para o Brasil
24:52e já está no mercado.
24:53A indústria automobilística,
24:55ela vem se desenvolvendo muito,
24:56sobretudo,
24:56por causa dos carros híbridos
24:58elétricos,
24:59já são uma realidade
25:00nas ruas.
25:02Isso é um fator de consumo?
25:04O senhor acredita
25:05que vai aumentar muito
25:06a demanda por aço
25:08por causa dessa indústria automobilística?
25:11É,
25:11a gente espera
25:13que a população
25:14consiga
25:15cada vez mais,
25:17por exemplo,
25:17ter carro, né?
25:18Eu acho que
25:18a questão da eletrificação
25:20também é um assunto novo
25:22e que vai ter
25:23a sua maturação
25:24no mercado, né?
25:25Então, a gente vê
25:26crescendo no mundo,
25:27mais esse equilíbrio
25:29vai chegar
25:30o momento
25:31e se a soma
25:33de tudo
25:33for mais consumo,
25:35que a população
25:36possa ter mais carro
25:37e, obviamente,
25:38a célula metal
25:38possa vender aço
25:39para que a indústria automobilística
25:41no Brasil
25:42continue crescendo,
25:44obviamente que é bom
25:44para a nossa empresa
25:45e é bom para a sociedade.
25:46Pegando aqui o gancho
25:47sobre a qualificação,
25:48o senhor estava comentando,
25:50hoje,
25:51o mercado de trabalho,
25:52muitos empresários
25:52têm dito
25:53que têm dificuldade
25:54de encontrar profissionais
25:55qualificados
25:55interessados
25:57nas oportunidades abertas.
25:59Esse é o caso
26:00da célula metal
26:01também?
26:02O mercado de trabalho
26:03tem sido visto
26:04como um desafio
26:05ou não chega a ser o caso?
26:07Eu acho que desafio
26:08é constante
26:09e a gente tem que investir
26:11nas crianças,
26:13nos jovens,
26:14para que formem
26:15esses jovens
26:16não somente
26:17para a célula metal
26:17mas para o mercado.
26:18Nós temos convênios
26:19com o SESI,
26:21SENAI,
26:22que pega
26:23as crianças
26:24ainda
26:25que façam
26:27estágios
26:28e estudem
26:29no SENAI,
26:29por exemplo,
26:30para que daqui
26:31a dois anos
26:32elas estejam formadas
26:33para ser ofertado
26:34oportunidades
26:36para essas crianças
26:37no mercado.
26:38Desde o ensino médio,
26:38então,
26:39a célula metal
26:39já observa.
26:40Sim,
26:41inclusive os menores
26:43aprendizes,
26:43que a gente chama,
26:44para que eles possam
26:45se desenvolver
26:46fazendo escola
26:47e empresa.
26:48É um período
26:49na escola
26:50e um período
26:50na empresa
26:51que vai fazendo
26:52de fato
26:53um treinamento
26:54andragógico
26:55interativo
26:56que consiga
26:57de fato
26:57depois de um determinado
26:58tempo
26:59estar com a formação
27:00para se tornar
27:01um profissional
27:02do mercado
27:02mais forte,
27:03que ele possa
27:04concorrer
27:04às oportunidades
27:05e que eles cheguem
27:07na nossa organização
27:07e continuem.
27:09Que a gente busque
27:09um ambiente de trabalho
27:10e que as pessoas
27:11sejam felizes
27:11para trabalhar
27:12com respeito
27:13às pessoas
27:14e que eles entram
27:15na nossa organização
27:16e continuem.
27:17Temos alguns projetos,
27:20por exemplo,
27:20como o SESI,
27:21o famoso FU School,
27:23que você vê lá pessoas,
27:24os jovens
27:25de 14 a 17 anos
27:27sendo estrelas mundiais
27:29no processo
27:30desse programa
27:31com a Fórmula 1,
27:33ganhando prêmios,
27:35mas muito mais
27:35do que ganhando prêmios,
27:36é ganhando desenvolvimento
27:38para eles
27:38para serem
27:39o futuro
27:40da nossa nação.
27:41Acabaram de ser premiados
27:42no final do ano passado
27:43em Doha,
27:45no Catar,
27:46se não me engano,
27:47como o projeto
27:49de carro
27:50mais completo
27:50do ponto de vista
27:51de sustentabilidade.
27:52Saiu daqui
27:52do Espírito Santo.
27:53E temos outras geografias
27:55nossas na mesma direção,
27:56mas dando exemplo
27:57do Espírito Santo
27:58são os garotos
27:59dos Pocadores.
28:01Os Pocadores
28:02Cabechavas.
28:04É, mas é conhecido
28:05como os Pocadores Cabechavas.
28:06Faz parte, né,
28:07da nossa gíria aqui,
28:09da nossa expressão
28:10oral,
28:12é o Pocar, né?
28:13Pocar.
28:14Tá certo.
28:15Jorge,
28:15retomando aqui um pouquinho,
28:17que eu acabei de me recordar,
28:18né,
28:19de uma abordagem
28:19que foi dada
28:20por alguns empresários
28:21da indústria de base
28:22com a preocupação
28:23relacionada aí
28:24com a importação
28:25de aço também,
28:26que são empresas
28:26que prestam serviço
28:27para a Celoma e tal,
28:28e eles defendem
28:30veementemente
28:31que haja realmente
28:32essa medida
28:34do governo federal
28:35para proteger
28:36a indústria nacional.
28:39Existe,
28:40eu queria que o senhor falasse
28:40um pouquinho
28:41da importância
28:42da Celoma e tal
28:43como uma grande empresa,
28:45como um grande player
28:46com relação
28:46a outras indústrias
28:48menores
28:48que prestam serviço.
28:50Muita gente trabalha
28:51prestando serviço
28:51para a Celoma e tal,
28:52não é isso?
28:53É,
28:53a gente de longa data
28:54desenvolve junto
28:55com a Federação
28:57das Indústrias
28:57aqui no Espírito Santo,
28:58por exemplo,
28:59o Prodforna,
29:00que é o programa
29:01de capacitação
29:02e de elevação
29:04do setor de serviços,
29:07metal mecânico
29:08e outro tipo de serviço
29:09no Espírito Santo,
29:10um programa sólido
29:11de sucesso.
29:13Inclusive,
29:13empresas capixabas
29:14hoje fornecem
29:15até serviço
29:15para a Celoma e tal
29:16fora do Estado
29:17do Espírito Santo.
29:18A gente desenvolve
29:18as economias locais,
29:20mas sem o preconceito
29:21de trazer empresas
29:22sólidas para o Estado
29:23e vice-versa,
29:23nas geografias
29:24que a gente atua.
29:26E voltando
29:28a esse investimento
29:29que a gente planeja
29:31fazer no Espírito Santo,
29:32isso vai ao encontro
29:33direto da sua fala,
29:34porque ele vai desenvolver
29:36a indústria
29:37no Estado do Espírito Santo
29:38para ir muito além
29:38dos 38%
29:40que foram advogados
29:40no ano passado,
29:41porque vai atrair
29:42outras empresas
29:43para se estabelecer
29:44no Estado.
29:45E ou vai permitir
29:46as empresas
29:46do Estado do Espírito Santo
29:48desenvolverem
29:48novos negócios.
29:49Então,
29:49isso vai trazer,
29:50de fato,
29:51uma nova etapa
29:53na economia capixaba
29:54só do ponto de vista
29:54de industrialização.
29:56Esse é um exemplo clássico
29:57do investimento
29:57que a gente está planejando
29:58fazer aqui.
29:58A indústria automotiva
29:59é um setor
30:01que teria interesse
30:02de estar perto
30:02de uma laminadora
30:04de tiras a frio,
30:05que vai liberar
30:06um aço já pronto
30:07para a fabricação
30:09de carro,
30:09eletrodoméstico,
30:11etc.
30:12Não só a indústria automotiva,
30:13mas outros tipos
30:14de indústria,
30:14de galpão,
30:16que usa aço
30:18e vai usar aço
30:19fabricado no Espírito Santo.
30:20Falar um pouquinho
30:21sobre desenvolvimento
30:23do Espírito Santo
30:23como um todo.
30:24quando a gente está
30:24indo a uma batalha
30:25para ter uma nova ferrovia
30:26ligando a região
30:28da Grande Vitória
30:29até, pelo menos,
30:30o sul do estado
30:31e, futuramente,
30:32o Rio de Janeiro.
30:33Isso seria positivo
30:34também para a Selormittal?
30:36Ela vê
30:37de uma forma efetiva
30:39que poderia usar
30:40essa estrutura?
30:41A solução logística
30:43é sempre importante
30:44e o Espírito Santo
30:45que passa
30:48a esse potencial
30:49da indústria crescer,
30:50de exportar
30:51a indústria do estado
30:52para outros estados.
30:54Então,
30:54a conexão
30:55ferroviária
30:56e de navegação
30:58é sempre bem-vindo.
31:00Ele te dá alternativas
31:01de despacho
31:02de produtos,
31:03eventualmente,
31:04até de trazer
31:04alguma matéria-prima
31:05para o estado.
31:06Então,
31:06é extremamente
31:07louvável
31:08e positivo.
31:10Dentro dessa questão
31:12do desenvolvimento
31:13do estado,
31:14de estruturas futuras,
31:16tem algo
31:16que a Selormittal
31:17veja de uma forma
31:19diferente,
31:20por exemplo,
31:20a ZPE lá de Aracruz?
31:22Tem algum local
31:22que poderia receber
31:23algum investimento
31:24da empresa?
31:26Isso é estudado?
31:27Nesse momento,
31:28como nós temos
31:29dentro da propriedade
31:31aqui da Selormittal,
31:32Tubarão,
31:33área suficiente
31:34para fazer
31:35crescimento
31:35de verticalização,
31:37nesse momento,
31:38nós vamos
31:38nos concentrar
31:39dentro do site
31:40aqui em Vitória,
31:41na divisa de Vitória e Serra,
31:43que é a Selormittal Tubarão.
31:44Muito tempo atrás
31:45eu ouvia falar
31:45de uma área incolatina
31:46que a Selormittal teria,
31:48era conversado,
31:49mas assim,
31:49muito tempo atrás.
31:50Mas tem muito tempo.
31:52Muito tempo.
31:54Isso não é discutido.
31:55Nosso foco
31:56é investir
31:57na Selormittal Tubarão
31:58no site aqui,
32:00para a gente aqui.
32:01Jorge,
32:01mais uma vez,
32:02muito obrigado
32:02pela sua presença aqui,
32:04sempre bem-vindo.
32:05Obrigado,
32:06eu que agradeço,
32:06foi um prazer
32:06falar com você.
32:07Essa entrevista
32:08está disponível
32:09nas edições
32:10Impresse Digital
32:11do Jornal
32:11A Tribuna,
32:12no portal
32:13Tribuna Online,
32:14em nosso canal
32:15no YouTube
32:15e nos tocadores
32:16de podcast.
32:17do Jornal
32:26BRUCH
32:29A CIDADE NO BRASIL

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