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"Rio+agro em foco": estratégias para redução de perdas e desperdícios na produção agrícola
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28/04/2025
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00:00
Esse é o Rio Mais Agro em Foco e hoje eu tenho o prazer de bater um papo aqui com Murilo Freire
00:08
Júnior, que é engenheiro agrônomo, mestre e doutor em ciência e tecnologia de alimentos
00:13
e pós-doutor em Montpellier, na França, com expertise em tecnologia pós-colheita de vegetais.
00:22
Ele é pesquisador sênior da Embrapa Agroindústria de Alimentos e membro do grupo de trabalho
00:28
da Fauna América Latina e Caribe e com o tema que vem pesquisando há mais de 30 anos
00:35
de perdas e desperdício de alimentos.
00:38
Murilo, muito obrigado por essa oportunidade de bater um papo aqui no Rio Mais Agro em Foco
00:43
e eu começo dando as boas-vindas e te perguntando, no Brasil nós temos poucos dados sobre perdas
00:54
e desperdícios. Como que a gente lida com isso? Como é que você consegue fazer um planejamento,
01:00
fazendo gestão desse tema com tão poucos dados, tão pouca informação?
01:05
Boa tarde, boa tarde, Márcio. Agradeço o convite pela oportunidade de aqui estar para poder divulgar
01:11
um pouco o nosso trabalho. E respondendo a sua pergunta, nós começamos com o primeiro impasse,
01:18
porque, dentro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, o ODS-12 preconiza que nós temos
01:27
uma meta de redução de 50% até 2030. E o nosso problema principal é que nós não temos
01:35
uma linha de base. Então, as pesquisas que a gente tem são, normalmente, que vêm de fora,
01:42
de pesquisadores que não conhecem a realidade brasileira e estimam de maneira subjetiva.
01:48
Então, a gente tem que introduzir, dentro da realidade brasileira, metodologias de avaliação
01:58
quantitativa e qualitativa de perdas para ter dados brasileiros. Porque essas perdas variam muito
02:06
com o tipo de produtor, com o nível tecnológico do produtor, se ele usa tecnologia, as suas perdas
02:13
são menores. E toda a infraestrutura que ele possa ter para evitar esse elevado índice de perdas.
02:21
A gente falava, antes da entrevista, sobre essa questão de dados e sobre essa característica internacional
02:33
de ser muito heterogênea. Você tem, na Europa, dados mais sólidos, você parte para países
02:39
na América do Sul, na África, você tem uma dificuldade maior. Como é que você vê essa questão
02:46
em termos globais? É. Em países mais desenvolvidos, principalmente Inglaterra, Alemanha e outros,
02:55
Dinamarca, ele já tem um trabalho, uma cultura já para dentro dessa linha. Então, ele já promove
03:04
campanhas, ele promove a parte de conscientização do consumidor, porque isso envolve, vamos chamar assim,
03:13
produção de desperdício de insumos, principalmente água, energia, mão de obra, o trabalho.
03:22
Então, como a vida é mais cara, eles têm um controle melhor. E tem já empresas que trabalham
03:30
já dentro dessa linha, ONGs, que trabalham também reduzindo ou com ações diretamente
03:36
para a implantação de metodologias para, quantitativamente, avaliar o volume de perdas.
03:44
E isso influencia não só a parte econômica, a parte social e a parte ambiental.
03:50
Para a gente entender um pouquinho, você falou de perdas, a gente começou falando de perdas
03:53
e desperdício. Qual a diferença?
03:56
Dentro de um conceito utilizado pela FAO, que é aceito por muitos, as perdas começam,
04:03
na minha maneira de entender, pré-plantio, quando você escolhe um terreno, escolhe uma cultivar
04:09
adaptada a condições de clima e solo, dentro, depois, nas práticas pós-colheita,
04:17
com irrigação, adubação, controle de pragas e doenças, a parte de embalagem, armazenamento,
04:24
logística, transporte, até o atacadista.
04:27
Então, as perdas vão nessa cadeia. Produção, pós-colheita, embalagem, armazenamento,
04:36
transporte e distribuição.
04:38
Certo.
04:38
Aí, a partir do varejista e do consumidor, há um conceito de desperdício.
04:44
Então, no caso de desperdício, são aqueles frutos que não têm um padrão comercial para venda,
04:50
produtos que estão com a data de validade a serem vencidas ou vencidas, e produtos que
04:57
não são utilizados para alimentação humana, que, a princípio, toda produção é destinada
05:04
à alimentação humana.
05:05
Algumas metodologias dizem que, quando você aproveita esse resto, esses produtos mal formados
05:12
para alimentação animal ou para compostagem, isso não caracterizaria perda, mas isso
05:18
não é consenso.
05:20
Outros dizem que a produção de biogás também já seria um outro prisma.
05:27
Então, a gente tem que, vamos dizer assim, normalizar os conceitos, que é perda, que é
05:32
desperdício, até onde vai.
05:34
Alimentação humana, compostagem, produção de biogás, isso é desperdício ou não é
05:40
desperdício.
05:40
Então, perdas até o atacadista e varejista e consumidor, desperdício.
05:49
E, no caso do desperdício, a conscientização do consumidor de planejar suas refeições,
05:55
planejar suas compras, isso é muito importante.
05:58
E, do outro lado, do lado do produtor, ele tem que ter também uma atenção ao mercado,
06:05
porque, se ele plantar o que quiser e depois ele chegar e encontrar um preço baixo, ele
06:10
não vai vender, muitas vezes ele não vai nem colher, porque o custo de colher é muito
06:15
abaixo do custo de venda.
06:17
Então, é uma cadeia complicada, interligada, então tem que ser avaliada em todos os aspectos.
06:24
E você citou algumas práticas que são consideradas ideais, mas em termos genéricos, ou seja,
06:36
que possam ser aplicadas em qualquer mercado, quais seriam as práticas ideais, as boas práticas
06:41
para se evitar isso, tanto perdas quanto desperdício?
06:44
É uma boa pergunta, porque quando você trata com frutas e hortaliças, principalmente,
06:49
que os maiores índices de perdas estão em frutas e hortaliças, que são produtos
06:54
vivos, eles respiram, então, o metabolismo deles está em influência no meio ambiente.
07:04
Então, dentro dessas práticas, um bom manuseio pós-colheito, boas práticas de manuseio,
07:09
que seria evitar danos mecânicos, físicos, a parte de refrigeração, a infraestrutura,
07:16
de você, normalmente, você colhe o produto e está com o calor do campo.
07:21
Aí, o ideal seria ele fazer um pré-resfriamento para baixar o calor vital desses produtos
07:27
e o produto entrar com o metabolismo mais lento.
07:29
E aí, com isso, ele se deteriorar mais lentamente.
07:33
Então, seria o pré-resfriamento, a cadeia de frio, uma embalagem adequada,
07:39
uma logística boa de distribuição.
07:41
Então, teoricamente, mercados curtos são mais adequados, porque você evita...
07:47
Nós temos estradas mal pavimentadas, nós temos problemas de infraestrutura,
07:53
então, que contribuem para aumentar essas perdas.
07:56
Então, as práticas mais recomendadas é o uso de frio,
08:00
armazéns bem adequados em locais próximos à área de produção
08:06
e uma distribuição mais fácil, como se chama assim.
08:10
Perfeito.
08:11
E quando a gente fala, por exemplo, dessas práticas e de tecnologia, de inovação,
08:19
que inovações o Brasil tem apresentado, através da Embrapa e de outros centros de pesquisa,
08:25
outras empresas de pesquisa que nós temos,
08:27
que inovações o Brasil tem trazido para esse mercado,
08:32
não só em termos nacionais, como internacionais também?
08:34
Isso também é uma coisa que nós estamos tentando ir na fronteira do conhecimento.
08:40
Então, a inteligência artificial, o uso da internet e das coisas,
08:45
o machine learning seria o quê?
08:47
Hoje nós já temos drones que percorrem a área plantada,
08:53
que visualizam necessidades hídricas de regiões da planta,
08:56
então, você economiza água para adubar ali,
08:59
ele visualiza áreas com pragas e doenças,
09:03
ele vai economizar agroquímicos, só vai fazer aquela aplicação.
09:07
Hoje a gente tem robôs que entram na propriedade
09:10
e, através de luz infravermelho,
09:13
ele já sabe se o produto pode ser colhido,
09:16
se está no grau de maturação ideal.
09:19
Quer dizer, hoje em dia, a tecnologia está caminhando para esse lado,
09:23
para a inteligência artificial, modelos matemáticos e tudo mais.
09:27
Perfeito.
09:29
Em termos de ações e também de atividades
09:35
que vêm sendo desenvolvidas hoje,
09:37
que podem já estar sendo implantadas ou não,
09:40
o que vem pela frente?
09:41
O que a Embrapa Agroindustrial está trazendo de novidade?
09:45
Boa pergunta.
09:46
E essa eu tenho que puxar a brasa para a minha sardinha
09:49
ou para a nossa sardinha da empresa,
09:51
porque a gente tem três ações principais.
09:54
Internamente, a Embrapa Agroindústria de Alimentos
09:56
já tem projetos em andamento
10:00
que trabalham com o aproveitamento agroindustrial dos resíduos.
10:05
Então, a gente aproveita o bagaço da uva
10:08
para extrair antocianinas,
10:10
o bagaço do tomate para extrair licopeno,
10:14
o bagaço da extração do óleo do abacate
10:16
para extrair materiais ricos
10:19
que servem de insumos para a indústria alimentícia.
10:21
Então, dentro da Embrapa Agroindústria de Alimentos,
10:25
a gente tem esse grupo de trabalho
10:26
que aborda principalmente aproveitamento integral dos alimentos,
10:31
aproveitamento de resíduos agroindustriais,
10:34
quantificação de perdas
10:36
e desenvolvimento de embalagens ativas,
10:39
que são embalagens que individualizam o produto
10:42
e evitam choques mecânicos, danos físicos,
10:45
que aliam a porta de entrada para micro-organismos.
10:48
Essa é uma ação.
10:49
A segunda ação está saindo agora,
10:52
vai ter a reunião nessa próxima segunda-feira,
10:56
que é a estratégia intersetorial
10:59
para redução de perda de alimentos.
11:01
Isso aí é a segunda edição.
11:04
Já desde 2017, nós lançamos esse manual.
11:07
Essa é uma ação capitaneada
11:09
pelo Ministério do Desenvolvimento Social,
11:11
com participação da Conab, da Anvisa,
11:15
da Embrapa, do Mapa e tudo mais.
11:17
Vai ser publicada agora a segunda estratégia intersetorial
11:21
para redução de perda de experiência de alimentos.
11:23
E também está sendo montado um grupo de trabalho no Mapa
11:27
para trazer esse tema para dentro do Ministério da Agricultura,
11:32
além das boas práticas agrícolas que eles já preconizam,
11:37
essa visão mais holística da cadeia.
11:40
Então, isso aí também são três ações
11:42
que estão sendo desenvolvidas
11:44
e podem gerar produtos novos.
11:47
A gente quer fazer entregas a médio prazo,
11:50
que a gente chama curto prazo, dois anos,
11:52
médio prazo cinco e mais de cinco anos.
11:54
Então, a gente vai estar trabalhando com esses grupos de trabalho,
11:57
com essas três visões.
11:59
Perfeito.
11:59
E trazendo tudo para dentro, para beneficiar a sociedade.
12:04
Chegando na reta final do nosso bate-papo aqui,
12:07
estou trazendo uma pergunta aqui do curador de conteúdo
12:10
de toda essa programação que a gente tem aqui no Rio Mais Agro em Foco,
12:15
o nosso querido José Luiz Tejon, ele te pergunta o seguinte,
12:21
cada bioma brasileiro é rico em potenciais, sabores e essências do nosso terroir tropical.
12:27
Por exemplo, a lavanda de Santa Catarina,
12:30
isso significa potencial agregação de valor além das commodities?
12:34
E também, como a Embrapa Agroindústria de Alimentos atua nessa ótica?
12:38
Excelente pergunta, porque nós temos, dentro desse caso da lavanda,
12:44
você pode ver que pode ser aproveitado a parte de cosméticos,
12:48
sabão, de óleos essenciais,
12:51
e isso a gente já vem fazendo através de indicações geográficas.
12:55
Por exemplo, não sei se você sabe,
12:57
a tainha da região de Araruama,
12:59
em função do alto grau de salinidade da lagoa,
13:02
ela tem características diferentes de uma tainha daqui da entrada do...
13:06
Então, são produtos diferentes.
13:08
Então, essa, vamos chamar assim,
13:10
um estudo dessas características,
13:13
se você ver na região norte, nordeste,
13:15
a gente tem frutos exóticos com características físicas,
13:19
bioquímicas que a gente desconhece.
13:21
Então, a gente tem que trabalhar nos terroir mesmo,
13:25
vendo tudo o que pode ser obtido química e bioquimicamente
13:30
desses produtos exóticos, frutas exóticas e tudo mais.
13:34
Então, a lavanda é um caso de sucesso na França
13:36
e pode ser o caso de sucesso aqui.
13:38
Como o nosso champanhe, o nosso espumante já em Santa Cartarina,
13:43
já está sendo premiado e visto com bons olhos para tudo.
13:47
Região do Rio de Janeiro também agora,
13:49
o vinho desenvolvido com as variedades de uva cirrá,
13:52
também estão despontando.
13:54
A parte de azeite, de óleo, de azeite,
13:57
nós temos um grupo de trabalho que está trabalhando especificamente
14:01
na qualidade do azeite nacional.
14:04
Então, a gente está vendo todos esses nichos de mercado
14:07
e ver como que a gente pode atuar.
14:09
O que a gente precisa também é que essas demandas sejam levantadas,
14:14
que a gente possa trabalhar em conjunto com os stakeholders envolvidos,
14:18
para que a gente possa dar respostas e entregar resultados
14:23
em função dessas demandas.
14:24
Excelente.
14:25
É isso aí.
14:25
De 1º a 3 de outubro, no Rio Centro,
14:28
acontece o Rio Mais Agro,
14:29
Fórum Internacional do Desenvolvimento Agroambiental Sustentável
14:32
e as perdas e desperdícios de alimentos serão uma das estrelas do fórum.
14:36
Eu espero vocês lá.
14:37
Rio Mais Agro, o melhor da nossa terra para o mundo.
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