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No Dia Dia Rural desta terça-feira (05), o jornalista Otávio Céschi Junior entrevista no Conversa Franca, zootecnista e gerente técnico global de micotoxinas da Trouw Nutrition, Daniel Miranda.

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Transcrição
00:00Bem, hoje com o zootecnista e gerente técnico global de micotoxinas da True Nutrition,
00:08o Daniel Miranda, para a gente falar um pouquinho sobre micotoxinas na produção animal.
00:13Daniel, tudo bem? Bom dia. Prazer em revê-lo.
00:17Prazer em revê-lo.
00:17Bom dia, Tavinho. Vamos estar. Um prazer estar aqui com você hoje.
00:22É isso aí. Vamos falar um pouquinho aí do trabalho da sua empresa e do pensamento da sua empresa,
00:27que eu conheço, já estive com vocês aí, uma vez prestando uma assessoria pra vocês e informações,
00:33e conheço bem o trabalho da True Nutrition.
00:37Micotoxina é um negócio muito sério, é um problema sério.
00:40Recentemente nós tivemos aí uma notícia que repercutiu muito aí, com quase uma...
00:47Ainda está sob investigação, né?
00:48Mas com quase três centenas, quase 300 animais, ou mais até, que não foram listados,
00:56de cavalos por conta de uma ração.
00:59Ainda está sendo investigado o motivo, mas muito provavelmente houve falha no processo de produção
01:05ou de cuidados em algum determinado momento.
01:10E micotoxina é que nem...
01:13Deixa eu usar um exemplo aqui, bem grosseiro, mas verdadeiro.
01:16É que nem frieira no pé ou...
01:19Ou micose na unha do pé.
01:22A primeira coisa que vai acontecer é você ter erizipela na canela, né?
01:28Que é uma infecção por conta da entrada do fungo.
01:31Depois tem outras consequências aí que vai pra válvula cardíaca, vai pra bulmão e etc e tal.
01:36O fungo é um negócio muito sério na produção e o processo vem todo desde o campo, né?
01:43Começa na produção com fatores externos, inclusive, influenciando na produção,
01:48que muitas vezes o agricultor ou o produtor não está vendo,
01:51até o processo de colheita, processo de armazenagem,
01:54depois o processo de matéria-prima, pra depois o fornecimento de rações.
01:57Queria que você falasse um pouquinho desse pensamento global da Thrawn Nutrition.
02:02Ah, legal.
02:03Na verdade, como você já falou, né?
02:06O fungo, ele está presente em todo momento, né?
02:09Então, ele está na plantação e aí ele pode ser estressado e produzir essa toxina,
02:16que é uma toxina natural.
02:18Então, o que pode estressar o fungo é desde mudanças climáticas,
02:23excesso de chuva ou a falta de chuva, então vai produzir micotoxinas diferentes.
02:28E isso vai também durante o manejo dos grãos, o manejo da forragem,
02:34também pode influenciar, aparecer mais micotoxídeos.
02:37Então, tem um bom controle de qualidade pra identificar o quanto antes essa contaminação,
02:43pra trabalhar com um programa estratégico pra diminuir esses efeitos nos animais,
02:49porque, no final das contas, é algo que os animais vão estar expostos
02:53quando se consomem grãos, se consomem forragens, né?
02:57E tem um efeito, tanto na produção animal, mas também na saúde humana, muito importante, né?
03:03A gente tem regulações específicas pra questão de aflatoxina no leite,
03:08mas também tem perdas gigantescas por outras micotoxinas na produção animal,
03:13seja nos índices reprodutivos, com piora de reprodução,
03:17ou a fêmea voltando a ciclar, repetindo o cio,
03:23ou seja, em piora de conversão alimentar.
03:24Então, é um processo que afeta a cadeia inteira aí.
03:28Então, o que a gente precisa fazer é trabalhar uma estratégia de mitigação
03:32que começa lá no campo, que muitas vezes o produtor nem sabe,
03:37mas identificar e começar a montar como que vai ser uma estratégia
03:41pra diminuir o efeito dessas micotoxinas que estão presentes ali
03:44no alimento que esses animais vão consumir.
03:47Como diz aquele ditado, eu vou começar pelo começo com você,
03:49que é a melhor forma de sempre começar as coisas, é pelo começo.
03:53E aí eu coloco, se já é difícil na produção industrial e nas outras escalas,
04:01na armazenagem e tudo mais, já tem que ter um controle rígido,
04:04e muitas vezes o problema aparece,
04:07como é que lá no campo eu vou saber se eu estou produzindo um grão
04:10com diversos fatores?
04:11Vocês citam aqui no material de divulgação,
04:14inclusive fatores como a guerra na Ucrânia, entre a Ucrânia e a Rússia,
04:18podem promover mudanças na qualidade do ar,
04:22ou deixar o ar poluído com algumas coisas que são utilizadas durante uma guerra,
04:27e isso pode ser absorvido pelas sementes.
04:29Como é que lá no campo eu, produtor, posso ver se eu estou produzindo corretamente,
04:35se eu vou ter um grão de qualidade,
04:36ou se eu já vou mandar para frente um produto, um grão,
04:41que já tem algum teor, algum índice de micotoxina
04:45que pode comprometer o processo produtivo?
04:48A mudança climática, qualquer mudança que afeta o crescimento do fungo,
04:53ela vai estressar esse fungo que vai produzir micotoxina.
04:57O que o produtor de milho, por exemplo, pode fazer?
05:01Não muito, né?
05:01Porque a presença do fungo não significa a presença de micotoxinas,
05:07e muitas vezes a gente vai ter o fungo, e aí sim produzir micotoxina,
05:11então o fungo tem que passar por um processo estressante, né?
05:15Que está inserido dentro do manejo, ou seja,
05:18se eu faço um plantio direto ou não, um plantio automatizado,
05:22pode estressar o fungo que já está no solo,
05:25e produzir micotoxina e começar antes mesmo da germinação da semente.
05:29Então, o que a gente tem observado hoje, falando de produção animal,
05:35é ter um... as empresas estão fazendo um controle de qualidade muito mais amplo,
05:40e já olhando para isso, para fazer um processo de mitigação.
05:44Então, o que o produtor de grãos ou o produtor de forragem pode fazer?
05:48Não muito, porque não está muito endereçado a ele,
05:51obviamente ele vai direcionar para um melhor manejo da plantação,
05:56o manejo de produção, mas o fungo presente ali,
06:00que pode estar desde no solo ou até mesmo na semente,
06:02e chegar com essas mudanças climáticas também,
06:05ele vai estar indireto ali.
06:08Então, é mais um controle, vamos falar assim,
06:10nas fábricas de rações, para entender o que está vindo,
06:15fazer uma classificação, destinar isso a animais mais sensíveis,
06:19menos sensíveis, de acordo com a contaminação que tem.
06:22Então, eu vou pular uma etapa aqui, que eu ia para armazenagem,
06:26mas a gente já deu uma aula de silos aqui outro dia,
06:28com tudo que pode ser feito para controlar a micotoxina,
06:33que às vezes não vem do campo, mas às vezes acontece a contaminação dentro do silo.
06:38A gente já deu uma aula disso, porque você já colocou aqui,
06:42a grande responsabilidade está mesmo em quem compra a matéria-prima
06:46para a produção da ração da base alimentar.
06:49Porque eu, quando compro um pacote de ração para dar para os meus três cachorrinhos lá em casa,
06:55eu estou crente e ciente que eu estou contando um produto de qualidade
06:58de acordo com o que está naquela rotulagem, com as informações e etc, etc e tal.
07:03Então, eu confio plenamente.
07:06Então, é na indústria, em quem compra o material e faz o pré-mix,
07:12ou depois o mix final, é que realmente está o X da questão,
07:18é que está... como não deixar que o problema contamine e aconteçam coisas
07:25como essas que eu citei recentemente aí, com os cavalos,
07:28e ainda está sendo investigado, mas aparentemente é um processo nesse sentido.
07:33É.
07:34Na verdade, é exatamente assim.
07:36O poder de controle ou o poder de ação, ele vai estar mais dentro,
07:40nas mãos de quem está produzindo, seja os premix, ou seja, as rações.
07:44Então, quando a gente compra, como você comentou,
07:48de comprar um alimento para o seu cachorro que está dentro de casa,
07:51você já subentende que é um alimento seguro para o animal
07:55e já teve essa análise, esse processo de controle de qualidade dentro.
08:00Então, basicamente, as empresas conhecem,
08:03as empresas utilizam produtos a fim de mitigar esses efeitos de micotoxina,
08:09porque uma coisa que é bastante importante a gente trazer para a discussão
08:12é que, muitas vezes, a gente busca utilizar, por exemplo,
08:18uma solução para a micotoxina,
08:20e quando a gente coloca na ração, com o objetivo de diminuir o problema de micotoxina,
08:26e quando a gente faz análise de ração, a gente vai achar a micotoxina presente.
08:30Isso não significa que o produto é ineficaz ou o produto é eficaz,
08:36isso porque a micotoxina é uma molécula química
08:40que vai agir no sistema gastrointestinal dos animais
08:44na presença de meia-coso, diferença de pH e por aí.
08:48Então, o produto vai ter ação no animal,
08:51de fazer com que a micotoxina não atinja o animal,
08:55e não diretamente na ração.
08:57Então, de novo, o processo de seguridade, de segurança do alimento,
09:01ele começa nas plantas de alimento,
09:03e o que a gente precisa entender,
09:04pode ser que a gente analise uma ração e encontre micotoxina,
09:09mas o mais importante é ter uma solução para mitigar essa micotoxina.
09:14A empresa Trow Nutrition, ela produz o chamado pré-mix,
09:17aquilo que depois vai ser utilizado para a produção da ração.
09:20Como é que é o cuidado de vocês na análise dos produtos que chegam
09:26para a produção desse pré-mix?
09:28E eu pergunto a você, se você recebe,
09:31eu vou engatar na mesma pergunta aqui,
09:33se você recebe um produto que ele está sob suspeita e você confirma,
09:38é possível salvar esse produto ou ele tem que ser descartado?
09:41Qual é o critério?
09:44Na verdade, assim, tudo começa com uma boa análise do produto que você está recebendo.
09:49Então, se você conhece o seu problema, você consegue mitigar.
09:53Quando a gente recebe um produto, no caso dos pré-mix,
09:55não porque o pré-mix é basicamente microminerais e vitaminas,
09:59ou com um dos núcleos que tem mais coisas, ou as rações,
10:02basicamente a gente tem micotoxinas presentes nos grãos,
10:06falando, por exemplo, de monogástricos.
10:09Então, é analisar essa matéria-prima que você está recebendo,
10:12conhecer o seu problema e trabalhar um programa de estratégias.
10:15Existem diferentes estratégias.
10:17A gente pode pensar, por exemplo, que determinado produto contaminado
10:22tem um nível de risco, a gente conhece esse risco.
10:26Então, a gente pode trabalhar com uma inclusão de algum aditivo
10:30a fim de minimizar esse risco,
10:33ou aumentar uma dose se o risco é um pouco médio ou um pouco alto desse aditivo.
10:39Ou a gente pode destinar esse alimento para animais que são menos suscetíveis,
10:46ou como animais mais jovens são muito mais suscetíveis do que animais mais velhos.
10:50Então, dependendo da contaminação, a gente faz.
10:53É destinar essa matéria-prima para fazer ração para animais nas fases finais
10:57e deixá-las menos contaminadas ou sem contaminação para animais em fases jovens.
11:02Então, existem diferentes estratégias que a gente pode fazer.
11:06Mas tudo começa com uma boa análise do que você está tendo.
11:11Conhecer o problema é o principal ponto,
11:14porque a partir daí você pode decidir qual é a melhor estratégia,
11:18qual o melhor agente mitigador de micotoxina para aquela contaminação de micotoxina,
11:25qual a melhor inclusão, onde destinar essa ração,
11:30ou muitas vezes a gente vai ter um material que está com uma contaminação tão alta
11:33que ele não pode ser utilizado para alimentação animal
11:36a fim de diminuir esse risco ou de não ter os riscos nos animais.
11:42Porque a gente sabe que o impacto financeiro de algo que é invisível,
11:46a gente não consegue ver as micotoxinas,
11:48e a gente não consegue ter hoje um diagnóstico que seja extremamente direto
11:54e preciso em relação às micotoxinas.
11:56Então, ela começa a ter perdas econômicas muito grandes dentro do sistema de produção,
12:01mesmo sendo algo totalmente invisível para o produtor.
12:04Sem contar o problema da marca,
12:06porque pode colocar ruína aí uma marca que é tradicional.
12:12Então, vamos já caminhando aqui para o nosso final.
12:15Depois, quando esse produto é passado, então, para a produção final de ração,
12:20a indústria que produz a finalização também tem responsabilidade sobre isso
12:26e tem que analisar o material também e não pura e simplesmente aceitar e produzir.
12:31Então, o X da questão é detectar o problema
12:35e principalmente a partir da chegada do material,
12:38porque nas indústrias que finalizam os produtos,
12:41sejam no preparo da matéria-prima ou depois já na finalização,
12:46elas têm condições técnicas de ver isso de uma forma muito melhor,
12:50detectar de uma forma muito melhor e analisar riscos, como você disse.
12:55Se você pode mitigar o problema para mais, se você pode mitigar para menos
12:59ou se você acaba com uma conclusão final que tem que ser o descarte do produto final.
13:04Hoje é muito claro que o problema de micotoxinas não é algo que você mais precisa.
13:12Existem micotoxinas, todo mundo já sabe, principalmente quem produz alimento para animal,
13:18já sabe que é um risco que está inerente dentro da produção
13:21e trabalhar uma estratégia, então, que se adeque dentro do sistema de produção,
13:26como eu já comentei.
13:27Então, é a melhor forma, identificar o problema,
13:31saber qual é o nível de risco que está ali para a tomada de uma decisão mais sábia.
13:36Então, a gente pode utilizar hoje diferentes tecnologias, por exemplo,
13:40a gente pode hoje já trabalhar com as IAs
13:45para a gente pegar um banco de dados histórico de micotoxinas
13:50para saber qual é o impacto, fazer um pouco de quantificação do que vem no futuro,
13:57porque está muito correlacionado com a estação do ano,
14:00como eu falei, se tem mais chuva, se tem menos chuva,
14:03mas se está seco ou não.
14:04Então, você consegue fazer uma predição do problema
14:06e trabalhar aí diferentes estratégias.
14:09E o mais importante, definir uma estratégia que seja mais eficaz
14:14para aquele problema que você está encontrando.
14:16Muitas vezes a gente não tem uma análise muito eficaz,
14:22então, se você trabalha com programas mais globais
14:25para diferentes produções, diferentes animais,
14:29é melhor do que não fazer nada,
14:31mas o ideal é que seja estratégia muito individualizada
14:34para cada tipo de produção, para cada animal
14:36e para cada tipo de ração que a gente vai trabalhar.
14:40Muito legal, Daniel.
14:41Eu gostei muito de uma coisa que você falou,
14:43e nessa sua última resposta.
14:44Hoje, você pode usar as IAs através de um banco de dados,
14:50a inteligência artificial, através de um banco de dados
14:52para acelerar os processos.
14:55Porque muita gente acha que IA,
14:58essa é uma confusão mundial e global,
15:00inclusive entre os mais jovens aí,
15:02que gostam de muletas e gostam de botar a cabeça para pensar.
15:07As IAs, elas são ferramentas para te auxiliar em soluções.
15:11Elas não são a solução do seu problema.
15:14E tem gente que vai lá e pede para a IA fazer um texto sobre não sei o quê.
15:18A IA faz um texto e aí a IA faz o mesmo texto para você,
15:22faz para mim, faz para o outro, faz para o outro.
15:24Ela vai fazer dentro daquilo que você pediu,
15:26porque ela tem um banco de dados.
15:28Agora, a partir do que ela te ajudou,
15:30você pode melhorar botando a cabeça para funcionar,
15:33botando a sua expertise para funcionar,
15:36o seu conhecimento e o seu grupo e trabalho de pesquisa.
15:39Gostei muito disso que você falou.
15:41A IA é para auxiliar e acelerar soluções,
15:44não é a solução de nenhum problema.
15:47Legal, Daniel, deixa o endereço aí de internet de vocês,
15:50a Troll Nutrition.
15:51A gente pode encontrar a gente aí no site da Troll Nutrition.com.br,
15:57também no LinkedIn,
16:00Daniel, Antônio Almiranda,
16:01e a gente pode fazer o contato e ficamos à disposição.
16:04Se tiverem mais perguntas,
16:06quiserem aprofundar nas discussões,
16:08estamos disponíveis.
16:09Ok, você está aí na unidade de Paulínia?
16:11Campinas.
16:13Campinas, Campinas.
16:14É, ao lado.
16:15Campinas.
16:15É, ao lado.
16:16A Camila e Paulina, legal.
16:17Manda um abração para a turma toda aí, tá bom?
16:20Pode deixar.
16:21Obrigado, um prazer estar aqui com vocês.
16:23Abraço, prazer foi todo nosso, Daniel.
16:24Um abraço.
16:25Tchau, tchau.
16:25Tchau, tchau.

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