Pular para o playerIr para o conteúdo principalPular para o rodapé
  • anteontem

Categoria

😹
Diversão
Transcrição
00:00Não, não e não!
00:02Um homem tem que ter princípios!
00:04Arnaldo, nós não temos ganhado o suficiente pra ter princípios!
00:07Rita, eu não vou vender as terras da família!
00:10Mas que terras da família, criatura?
00:12Você tem a cara de pau de chamar aquele terreninho nos corpinhos de saquarema de terras da família?
00:17Pior é chamar isso aqui de família!
00:20Arnaldo, aquele terreno só dá despesa, Arnaldo!
00:22Tem que vigiar, tem que cuidar, tem que pagar imposto!
00:26Terreno, teu nome é despesa!
00:28É, despesa é essa que você se recusa a dividir comigo, né, Celinha?
00:32Cara de pau, teu nome é Celinha!
00:34Olha aí, Arnaldo, mais um motivo pra gente vender aquilo ali!
00:37Nós estamos a zero!
00:38Olha, dona Marli do 302 vai casar a filha!
00:42Eu não tenho dinheiro pra comprar um vestido e uma sandália!
00:44E pra quê? Pra que você vai querer vestida e sandália?
00:47Pra comer um rissole no salão de festa?
00:49Ah, dona Marli tá a zero também!
00:51Se juntar o dinheiro de todo mundo aqui do Jambalaya,
00:54nem dá nem pra comprar uma avã usada!
00:56Agora, por favor, alguém me dê um motivo aqui nessa sala
00:59pra eu vender o meu terreno!
01:00Eu lhe dou um bom motivo!
01:02Qual?
01:02Adonis!
01:03Eu? Eu não tenho nada a ver com isso!
01:05Claro que tem, meu filho!
01:06Com o dinheiro da venda do terreno,
01:07a gente pode pagar aquela sua viagem
01:09pra um parque temático na Flórida!
01:11Mas eu não quero ir pra parque temático nenhum!
01:13Mas vai!
01:15O Jesse Viu,
01:17todo adolescente normal quer ir a um parque temático!
01:20E como é que alguém pode ser normal convivendo com vocês?
01:24Com licença!
01:25Não, você fica!
01:26Você fica!
01:28Porque eu propus essa reunião de família
01:30pra nós discutirmos o seu futuro!
01:32Porque afinal de contas,
01:33esse terreno é a sua herança!
01:34Viu?
01:34Adonis, se fosse você,
01:36eu exigiria a imediata venda desse terreno!
01:39Você vai herdar uma montanha de dívidas!
01:41Gente, venda essa porcaria de uma vez!
01:44Que a gente vai acabar se estressando contigo!
01:46Não vende por quê!
01:46Eu sei por quê!
01:48Ah, tá vendo?
01:50Finalmente!
01:50Finalmente alguém!
01:51Só pode ser o meu filho
01:52que sabe como o pai dele pensa!
01:55Fala, Adonis, fala!
01:56Seguinte!
01:57Esse terreno é a última ligação doentia
01:59entre o meu pai e a minha mãe!
02:01Porque a personalidade infantilizada do meu pai
02:03faz com que ele não consiga se separar
02:05emocionalmente da minha mãe!
02:07Porque ela, na verdade, é a mãe dele!
02:09E esse terreno é o brinquedo
02:10que ele tem pra chamar a atenção da mamãe salinha!
02:13É!
02:14Vou te falar uma coisa!
02:16Essa doutora Percy, eu não sei não!
02:18Ela não tá boa não, viu?
02:19Ela só tá te ensinando besteira!
02:21Isso é um absurdo, Adonis!
02:22Mais ou menos, né, Arnaldo?
02:24Teve um ano que no dia das manjas
02:26você me deu de presente
02:27um coração felpudo, com bracinho
02:29e uma frase bordada!
02:32Sou da mamãe!
02:34Tá bom, tá bom, tá bom!
02:35Então vamos vender o terreno!
02:38Meu Deus!
02:38Isso!
02:39Rita e Mário Jorge
02:41podem começar a tomar as providências!
02:44Tá bom, né?
02:45Tá bom!
02:45Mas eu só tenho uma imposição a fazer!
02:48O que você quiser, filho!
02:53Quer dizer, o que você quiser, Arnaldo!
02:55Você e essa língua que não cabe na boca, né, Celinha?
03:04Precisava dizer pro Arnaldo?
03:05Precisava!
03:07Fizer que aceitava qualquer coisa que ele quisesse!
03:10Mário Jorge, como é que eu ia adivinhar
03:12que o Arnaldo ia pedir justamente
03:14pra gente acampar naquela porcaria de terreno?
03:18Mário Jorge, vamos pensar assim
03:20no lado positivo da coisa.
03:21A gente vai se livrar do karma.
03:23Ele vai deixar de ser meu filho.
03:28Olha só o que eu estou levando!
03:31O meu violão!
03:33Ah, meu pai, não acredito!
03:36Vamos fazer uma fogueira e cantar em volta dela.
03:39Eu acho melhor a gente usar o violão
03:41pra fazer a fogueira.
03:43Doutor Arnaldo,
03:45o seu lampião tava quebrado.
03:46Peguei o dedo na celinha.
03:48A lanterna tá sem pilha.
03:51Peguei as dedo na celinha.
03:53O seu baralho tá sem um naipe.
03:56Peguei o dedo na celinha.
03:59Se o Mário Jorge,
04:00se mais tarde a dona Rita tiver uma enxaqueca,
04:02o doutor Arnaldo vai ter que pegar
04:03a dona celinha daí.
04:06E você vai também?
04:07Vou daí.
04:08E vai dormir de onde?
04:09Na barraca de seu ladire de...
04:11Mas você sabe que se eu ladire a coisa,
04:17rola de tudo, né?
04:19Foi convidada, né?
04:21Olha, então,
04:22presta bem atenção no que eu vou te falar.
04:25Tudo que você comer nesse acampamento,
04:27da batatinha à sardinha em lata,
04:30passando pela salsicha,
04:31vai ser anotado e, posteriormente,
04:33descontado o teu salário.
04:34Mas você relaxa, queridão.
04:37Não faz essa carinha.
04:38Eu vou te dar um descontão
04:39pra esse camarada aqui
04:40nos camarões que eu comprei.
04:42Viu?
04:44Cavalos?
04:45Menino na macada bitelo.
04:47Parece uma lagosta.
04:48Vocês apitavam vivos quando eu comprei.
04:50Mas quando viram que era a senhora
04:52comprando alguma coisa,
04:53morreram de susto?
04:56Mamãe?
04:57Mamãe?
04:58O que é isso, mãe?
05:01Pra que essa mala de roupa?
05:03Nós estamos indo hoje, sábado.
05:04Vamos voltar amanhã, domingo.
05:06Celinha,
05:07roupa é a última coisa
05:09que eu me preocupo
05:09quando vou pra uma praia.
05:12Geralmente, nem.
05:13Eu tomo banho de sol nua.
05:16Deixa de ser ingênua, Celinha.
05:19Isso aí é adega ambulante da Copélia.
05:21Aí dentro dessa mala
05:23deve ter mais garrafa
05:24do que prateleira de boteco.
05:26Sou a mulher prevenida, protec.
05:28E uma mulher prevenida
05:30bebe por duas.
05:31Sim.
05:32Essa aqui é a mala
05:33que eu estou levando
05:34as minhas roupas.
05:35Dois paninhos.
05:37Um para amanhã
05:38e outro para tarde.
05:39E de noite?
05:41De noite eu fico nua.
05:44Olha aqui,
05:44eu não quero saber
05:45de se envergonhice
05:47nem patifaria
05:48nas minhas terras.
05:49Você toma vergonha na cara, hein?
05:51E qual é o problema
05:52de tomar banho nua de lua?
05:54Adoro.
05:55Fico branca com uma neve.
05:58Lá em Pato Branco
06:00tinha uma mulher
06:00de nome Georgette
06:01que era branca
06:02feito neve.
06:03Por conta da brancura
06:04todo ano
06:05ela era obrigada
06:06a ser vestida
06:06de pata branca
06:07para homenagear a cidade.
06:08Ela queria fazer
06:10outros papéis, né?
06:11Queria fazer
06:11a gralha azul,
06:14queria fazer
06:14o chupa-dente,
06:16queria fazer
06:17a choquinha
06:18do peito pintado,
06:20queria fazer
06:21o papagaio
06:22da cara roxa,
06:24mas não deixavam daí.
06:24todo ano
06:26ela era obrigada
06:27a fazer o papel
06:27de pata branca.
06:29Sim, agora termina.
06:30Até eu quero saber
06:31o que aconteceu
06:32com a tal Georgette.
06:33Resolveu o problema,
06:34deixou de ser pata, né?
06:36Como, Bozena?
06:37Virou galinha, daí.
06:39Eu conheci a Georgette.
06:42Olha que coincidência,
06:43eu conheci a Georgette.
06:44Olha.
06:45Bozena tem razão.
06:47Georgette
06:47era toda branca.
06:48uma louca.
06:53De pata a Georgette
06:54não tinha nada.
06:56Gente, mas é impressionante, né?
06:58Copélia conhece
06:59todo mundo.
07:01E o pior,
07:01Mário Jorge,
07:02é que a grande maioria
07:03eu já vi despeda.
07:07Agora vou levar
07:08o meu combustível
07:10para o carro.
07:11Gente,
07:12vocês estão sentindo
07:13um cheiro forte?
07:15Sou eu.
07:15Minha mãe me obrigou
07:16a tomar tanto própolis
07:17que eu estou exalando.
07:19É tiro e queda
07:20para matar mosquitos.
07:21O cheiro é tão forte
07:22que espanta mosquitos
07:23e seres humanos.
07:24Eu sinto que até minha alma
07:25quer fugir de dentro de mim.
07:27Vou parar de tomar isso.
07:29Vou acampar?
07:30Vai sim, senhor.
07:31Eu fui muito claro.
07:32Ou vão todos
07:33ou não tem venda
07:34do terreno.
07:35A promiscuidade
07:36do Djambalaya
07:37mudou para a Sacoareme.
07:39O problema da promiscuidade
07:40de acampamento
07:41é que entra areia.
07:42Depois não diga
07:43que eu não avisei.
07:44Deixa de ser careta.
07:46O garoto chato.
07:47Vou esperar vocês no carro.
07:50Toma.
07:51Cuidado que tem coisa
07:52de quebrar aqui dentro, hein?
07:53E quem foi que disse
07:53que é escrava?
07:54Aqui é um burro de carga.
07:56Cinhazinha mau caráter daí.
07:59Ô mãe,
08:00cadê a nossa grana?
08:01Do que é que vocês estão falando?
08:05Do que é que vocês estão falando?
08:07Você prometeu
08:08que ia dar um cachê
08:09de presença
08:09para a gente ir nesse
08:10acampamento chubumbreca
08:11que o Arnaldo inventou.
08:12Peraí, ô Rita,
08:13isso aqui é uma
08:14confraternização familiar
08:16e você subornou
08:17seus filhos
08:18para eles irem.
08:19Não, não, não.
08:20Não estou sendo subornado.
08:22Estou apenas aceitando
08:23uma colaboração
08:24para a alimentação
08:25dos meus filhos.
08:26Ô garoto,
08:26tu não tem vergonha na cara, não?
08:28Primeiro comer, Arnaldo.
08:29Depois a moral.
08:30Já estou vendo
08:31que daqui a dois anos
08:32nossos netos vão começar
08:33a chupar prego, Rita.
08:35Escreve o que eu estou te dizendo.
08:37Arnaldo, entenda,
08:38não é um suborno,
08:39o que é isso?
08:40É uma espécie de ajuda,
08:41não é uma coisa de mãe
08:42para com seus filhos.
08:43Ah, então dá essa ajuda
08:44para cá. Vai, mãezinha.
08:46É ruim, hein?
08:47É ruim, hein?
08:48Aqui, ó.
08:48Com vocês é tomar lá da cá,
08:49é só na volta.
08:51Valeu?
08:51Gente, vamos logo antes
08:52que a dona Álvará...
08:53Uuuuh!
08:54Ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai.
08:59Ai, Ladir está mimadíssimo,
09:02comprou até uma boia.
09:05Eu adoro boia.
09:09É mara.
09:11Ai, Mário Jorge, Mário Jorge,
09:13você vai de calção
09:15ou vai de som?
09:16Quem é isso, seu Ladir?
09:17Segura a sua esposa.
09:19Eu prefiro segurar o Mário Jorge.
09:22Dona Álva, por favor, seu Ladir.
09:24Ô, dona Álvaro, olha só, nós estamos indo por uma imposição do Arnaldo.
09:29A senhora e o seu Ladir não precisam ir.
09:30Eu faço questão. Eu gosto daquele local.
09:33Foi lá que eu lancei a tanga de crochê.
09:37Era as areias de saquarela.
09:41É, e Ladir frequentou muito aquela praia, não é, meu bem?
09:44Sim, mas eu era um de violento naquela época. Brigava muito.
09:49Ah, é? O senhor brigava por quê, seu Ladir?
09:51Porque eu sempre tive testosterona.
09:56Tá, gente, vamos indo, então, já que a gente tem...
09:59Vamos embora, vamos embora.
10:05Eu quero uma casa no campo
10:08Onde eu possa compor muitos roques rurais
10:14Olha essa cantoria, não, o que pará?
10:16Isso aqui não é campo, nada, isso aqui é um areal.
10:19Eu tô com o pé ralado, o tanto que eu fudei meu pé na areia.
10:22Opa, meu Deus do céu.
10:23Será que nós vamos chegar nesse maldito terreno?
10:25Ué, como quando nós vamos chegar?
10:28Nós, nós já chegamos.
10:30É aqui, Rita.
10:31Sente só o clima.
10:34Não, a única coisa que eu tô sentindo é o fedor que vem dessa vala negra aí, olha aí, olha aí.
10:39Ufa, pensei que fosse o Própolis exalando de mim.
10:42Eu não vou acampar em cima de esgoto, Arnaldo.
10:45Não, tudo bem, Celinha, tem espaço longe do cheiro.
10:49Longe do cheiro? Só se for no espaço sideral.
10:52Arnaldo, você disse pra gente que tinha banheiro, estava cercado e tinham instalações hidráulicas.
10:59Olha o banheiro ali, Rita.
11:03Seu banheiro é aquilo ali, a instalação hidráulica é a língua negra.
11:08Olha lá, saindo bem debaixo.
11:10E os coqueiros, Arnaldo?
11:12Você falou que a gente ia se sentir em Itapuã.
11:15Só se drenaram a água e tacaram fogo nos coqueiros.
11:18Gente, olha, tinha uns coqueiros aqui.
11:21Foi eu mesmo que plantei.
11:23Ah, morreu.
11:25Morreu de desgosto, coitado.
11:28Num país com 8 mil quilômetros de costa, esse infeliz foi nascer logo no teu terreno?
11:34Ou eu?
11:35Vocês só sabem criticar, né?
11:37É impressionante.
11:39Será possível que nenhum de vocês viu nada de bom aqui?
11:42Olha, eu vi.
11:43O caminho de volta pra casa.
11:45Vamos enquanto ainda é tempo.
11:47É, realmente passar fim de semana nesse terreno
11:50é a mãe de todas as roubadas.
11:52Ó, eu quero deixar avisado, tá?
11:54Que o meu cachê dobrou.
11:55A situação é grave.
11:57Eu só vejo uma saída.
11:59Qual?
12:00Tirar a roupa e encher a cara.
12:01Mamãe, não dá ideia.
12:03Você vestida já é osso duro de ruer.
12:05Mas até chegar no osso, né, hein?
12:07Eu tenho muita cara.
12:10Então vamos logo ao que interessa.
12:13Todo mundo nu.
12:15Que isso, Dona Álvaro?
12:16Álvaro, segura a roxana.
12:19Quem é roxana?
12:22Quem é roxano?
12:23Perifira não comendo.
12:26Bozena, junta as coisas.
12:27Vambora daqui.
12:28Vambora, vambora.
12:29Olha aqui, eu vou logo avisando, hein?
12:30Se alguém saiu daqui, adeus venda do terreno, hein?
12:33Mãe, mãe, por favor, vamos passar logo por isso
12:36porque eu não vou aguentar uma segunda vez aqui nesse lugar.
12:40Calma, calma, calma, calma.
12:42Espera, espera.
12:44Tá bom.
12:45Vou ficar, meu filho, como sempre tem razão.
12:47Bom, gente, então vamos agora ao que interessa.
12:50Vamos tirando a roupa.
12:51O que é isso, Dona Álvaro?
12:52Vamos tirar a roupa.
12:53Chega de discussão.
12:55Vamos armar as barracas e nos instalar.
12:57O fim de semana está apenas começando.
13:00É, e pelo jeito, começando mal.
13:05Bem mal.
13:06Tu entra cá já e sai cá que
13:10Casamento hoje é isso aí
13:13Toma lá da cá e no rola-rola
13:17Em bolo que há e aqui
13:22Entre Copacabana e o sonho de Bocaroí
13:27Vivendo e dançando
13:31Dois pra lá e dois pra cá
13:35Porta a porta o amor fala entre si
13:40Falsa, calma e aí o temporal
13:43Um relevo baixo, retrato escolar
13:47Do amor no país do carnaval
13:50Tu entra cá já e sai cá que
13:54Casamento hoje é isso aí
13:58Pronto, Mário Jorge, conseguimos montar as barracas
14:01Conseguimos quem, carapalho?
14:03Vocês não sabem armar nem barquinho de papel?
14:05Se não fosse por mim e pelo tatalo, dormiríamos todos ao relento
14:08É, mas alto lá
14:09Eu tenho uma justificativa
14:11Eu tenho um atestado médico que me impede de fazer esforço
14:14Porque eu tenho um bico de papagaio
14:16Aliás, o meu bico é tão pronunciado
14:19Que ele é conhecido como Angelina Jolie
14:21O teu problema, pai, é que enquanto o resto da humanidade descendeu do macaco
14:25Você descendeu da preguiça
14:27Copélia, eu achei que você ia usar um biquíni minúsculo
14:33Nunca imaginei que você viria com tanta roupa
14:36Opa, isso aqui é uma saída de praia, Mário Jorge
14:41Por baixo eu estou inteiramente nua
14:43Quer ver?
14:44Não, não, obrigado
14:45Ah, eu gosto de sentir as ondas lambendo meu corpo
14:49Chuá, chuá
14:53Adoro
14:55Me sinto um peixe pronto pra cair na rede
14:58Os peixes com a sua libido, Copélia, só dão no rio
15:02Engano o seu, profeta
15:04Enquanto peixe, eu sou total flex
15:07Dou em qualquer lugar
15:09Eu não dou, eu não dou, Ladira, eu não dou
15:14Álvaro, devolve, devolve
15:18Mas eu quero dizer Ladira agora, ele decidiu ir à praia usando esta tanguinha de crochê liás
15:24Imagine Ladira, o povo malda, o povo fala, meu Deus
15:28Ela fica com ciúmes, porque eu uso tanga, mas eu adoro e fico mara
15:34Eu vou queimar esta tanga, eu vou destruir, eu vou queimar esta tanga, Ladira
15:39Álvaro, a testosterona está subindo a minha cabeça
15:43Padre Jorge, me ajuda, porque eu encho essa mulher de bolá
15:47Fica calma, calma, dona Álvaro, dona Álvaro
15:50A testosterona do seu Ladira está subindo
15:53Eu estou sentindo e não estou gostando
15:57Mas Jorge, mas Jorge, tem um buraco ali em cima da barraca e não é teto solar
16:02A gente vai ter que arrumar um outro lugar pra dormir
16:04Ih, mas durmam na nossa, durmam na nossa, nossa barraca
16:08É pequenina, mas com um pequeno esforço, né, para liberar espaço
16:13Nós tiramos a roupa e dormimos os quatro
16:16O que é isso?
16:17O que é isso?
16:19A única coisa que eu durmo agarrada é no meu travesseiro no meu marido, tá louca?
16:23E além do mais, a Rita e o Arnaldo já ofereceram a barraca deles
16:27Eu?
16:28Quem foi que disse isso?
16:30Você vai confirmar essa história caso você queira acordar inteiro e respirando
16:36Salva, dona Álvaro!
16:39Pegue você agora, agora
16:41Vem daqui e eu vou ficar uma fera na vida
16:44Estou uma fera na vida
16:47Olha só, vejam essa cena
16:49Parece até um documentário sobre a vida na selva africana
16:52A gazela correndo da lioa
16:55Vambora, Pepe, vambora que eu quero ir pro sol, torrar um pouco
16:58Vou até usar o óleo do urubu
17:00Ô garota, como você é ignorante, garota do olho junto
17:04Garota problemática, não é urubu, infeliz, é óleo de urucum
17:09Pois esse é o óleo do urubu, meu amigo, gente boa que fez
17:13Tá?
17:14É
17:15Ele faz óleos caseiros pra bronzear a pele
17:17Ele fez um especialmente pra Pepe, pra ela bronzear as partes escondidas
17:22Eu fiquei tão emocionada
17:24Quando um urubu me disse que tinha produzido o óleo bronzeador especialmente para mim
17:29Nem ele usa um fator de proteção máximo que deixa você tomar sol em lugares inusitados
17:36Eu até me ofereci pra fazer a propaganda
17:39Use o óleo do urubu
17:42Que bronzeia até o seu
17:43Se você for anunciar o óleo do urubu na televisão, eu vou ficar com muito desgosto
17:57Chega de chororô, Serinha
17:59Vambora, Pepe
18:00Vambora que tem um ponte aqui, minha filha, que é um fervo só
18:03Isa, Isa, vamos procurar um lugar com a vegetação mais fechada, cara
18:07Isso aqui tá muito rastreiro, pa, sério
18:11Esse mês eu vou pedir auxílio e insalubridade
18:16Acabei de limpar a casinha, tava em petição de miséria
18:20Achei que ia encontrar uma ossada lá dentro
18:23Felizmente, a única coisa que encontrei lá dentro
18:27Foi um casal de Guayamuns
18:29Que se recusava a sair, diziam que tinham uso capeão da vala
18:33Da vala
18:34Que vala, Boazena?
18:36A senhora sabe aquele vaso de louça no qual a gente tá acostumado a sentar?
18:40A famosa privada
18:42Pois é, não tem
18:44Teto também não tem
18:46A única coisa que tem é a brisa, mesmo refrescando as partes
18:50E o casal de Guayamuns olhando
18:52Sabe que o macho é tão parudinho me lembrou seu Mário Jorge
18:58Não acredito, eu não acredito
19:02Você nos garantiu que o banheiro tava praticamente pronto
19:06Não, mas tá pronto, Celinha, só falta decorar
19:09Minha vontade é decorar tua cara com os cinco dedos da minha mão direita
19:12Calma, senta ali, coitada
19:15Senta aqui, Rita
19:17Vem pôr a praia
19:19Leve cantil
19:21Provisões e bússola
19:23Que aquilo ali fique em outro país
19:25Entendeu? Fiquei com medo que me pedissem passaporte quando eu cheguei na praia
19:28Arnaldo, esse seu terreno é mais perto do inferno do que da praia
19:30Vão! Vamo fazer o camarão, Rita, vem!
19:33Demorou! Trouxe cinco quilos, não quis economizar
19:35Só quero ver na hora de servir se você vai começar a regular a comida
19:38Que tu tem uma mania muito feia, viu, Rita?
19:40De regular a comida alheia
19:42Ah, que regulo que nada, você tá maluco
19:44Por mim, Marujó, você pode se entupir de camarão, tá entendendo?
19:46Desagradável
19:48Vamo fazer o almoço, tananã
19:51Fazer o almoço, tananã
19:54Fazer o almoço, tananã
19:57Fazer o almoço, tananã
19:58Fazer o almoço, tananã
20:00Vem me ajudar, bazenã
20:04Marujó, vou ter este roupão branco
20:08Para encontrar com você
20:11Para a gente mergulhar na arrebentação
20:16Eu não tenho nenhuma intenção de ir pra arrebentação com o senhor, Saladinho
20:20Ah, Marujó, eu gostaria de voltar com você na prancha
20:25Para a gente entrar no tubo
20:28Mas eu não vou entrar no tubo com o senhor mesmo, Saladinho
20:34Eu vou fazer uma pergunta
20:36Se você acertar, você vai
20:40Se você não acertar, você não vai
20:45Qual é a pergunta?
20:46É o seguinte...
20:48Presta atenção
20:50É um bicheiro
20:55Pelo dinheiro
20:59Sobe pelas paredes
21:01E vai
21:04Rinoceronte
21:06Acertou
21:08Vamos arrebentação
21:11Solto a voz nas estradas
21:13Já não quero parar
21:15Meu caminho é de pedra
21:17Como posso sonhar
21:19Estão demorando demais, hein?
21:20Estou achando que aconteceu alguma coisa, pressentimento
21:23Aí vocês perderam, né?
21:24Eu falei pra eles ir jogando aquelas pedrinhas assim pra achar o caminho de volta que nem João e Maria
21:29Não me ouvia
21:30O cheiro do próprio está exalando de tal forma do meu corpo que todo mosquito que se aproxima cai em parafuso
21:35Olha aqui, mãe, olha aqui, só aqui tem três corpos agonizantes
21:39Pelo amor de Deus, Arnaldo, para com essa canturinha
21:42Cacilda, estou eu aqui nervosa
21:46E você aí assassinando a travessia no violão
21:48A última vez que eu ouvi gemidos de lamentação como este, eu tava assistindo a matança de um porco daí
21:57Olha aqui, dane-se, tá?
21:58Esse terreno é meu, não sei se vou voltar mais aqui
22:02Vou ficar arrasando a travessia até com o sol
22:05A última vez que eu ouvi gemidos de lamentação como este,
22:09eu tava assistindo a matança de um porco daí.
22:11Olha aqui, dane-se, tá?
22:13Esse terreno é meu, não sei se eu vou voltar mais aqui.
22:16Vou ficar arrasando a travessia até quando eu quiser.
22:19Solta a voz...
22:20Cheirinha! Cheirinha! Cheirinha!
22:22O que foi agora, Jorge?
22:24Calma, calma!
22:25Calma, calma!
22:25Calma, calma!
22:26O que aconteceu?
22:27Calma, calma, calma!
22:29Calma, calma!
22:29Calma, calma!
22:30Calma, calma, calma!
22:31Calma, calma, calma!
22:32Não, não, não, não, eu não sei, eu não sei.
22:37Seja forte, Célia Regina.
22:39Sua mãe engoliu muita água.
22:42Eu não sei se ela vai resistir, não.
22:44Ai, se eu fosse cachaça, ela não resistia.
22:47Mamãe, mamãe.
22:50Fala comigo, mamãe.
22:54Faz um boca a boca nela, moço.
22:56Mas eu já fiz várias vezes.
22:58Parou por quê? Por que parou?
23:00Poca a boca, eu também quero.
23:03Não, mas espera aí, o senhor não está se afogando, seu ladinho.
23:07O quê é isso?
23:10Só porque...
23:15Mas o quê que é isso lá de você?
23:17Me respeite primeiro as damas, agora eu.
23:20Ó, ó, ó, ó, ó...
23:21Socorro, quero um boca a boca.
23:22Eu também to na fila do afogamento.
23:24Cheira! Cheira! Cheira!
23:27Eu sou obrigado a conviver com os arrobos libidinosos de vocês.
23:30Eu vou me fechar na barraca e só saio de lá pra ir embora.
23:33Com licença.
23:34Meu Deus.
23:37Vem cá, só me digam uma coisinha.
23:39Exador e Tatalo não estavam com vocês?
23:41A última vez que vi os dois estavam trepados,
23:44feito macacos no banana boat, sendo levados pela correnteza.
23:49Com sorte, bateram nas costas de Cuba.
23:52Que isso, Major?
23:54Como é que você pode falar uma coisa dessas?
23:55O que os cubanos fizeram pra você?
24:03Calma, mamãe.
24:05Ai, minha nossa senhora.
24:07Mãe.
24:09O que é isso?
24:10Agora que tá tudo bem, eu vou embora.
24:12Pra que a pressa, jura?
24:15É, fica pra almoçar com a gente.
24:16A comida de primeira, cara.
24:19Mamãe, fica quieta, por favor, ou eu vou te botar um cinto de caixidade.
24:23Então, se você não quer ficar pra almoçar com a gente, o almoço já tá saindo.
24:27Ó, cada camarãozão.
24:29Muito obrigado, gente, mas eu tenho que ir, tá?
24:32Sintam-se abraçados.
24:34Não, não.
24:34Fica aí, daí.
24:36Fica aí, fica aí.
24:37É, caqueta.
24:40Assanhada.
24:41Ó, como diria seu Ladir, né?
24:43Vou fazer um camarão no bafo mara.
24:46Lá em Pato Branco tinha uma mulher de nome Eliette, que só fazia comida no bafo.
24:50Mas era bafo de cachaça, daí.
24:52Ela abria a boca, soltava o bafo e acendia o fósforo.
24:54Chegava a flambar a comida, daí.
25:05Aí, galera, trouxe um amigo meu pra almoçar com a gente.
25:08Nego Júnior.
25:10E aí, rapaziada?
25:11Nego Júnior.
25:13Sou tua fã, cara.
25:15Te amar foi meu defeito.
25:17Quando lembro dos teus peitos, eu fico assim.
25:20Nego Júnior.
25:24Nego Júnior, eu vi o seu show em Bangu.
25:29Era uma sala um pouco apertada.
25:32Muito junto.
25:34Mas era mara.
25:37Oh, oh, oh, oh, neguinho, por favor, neguinho.
25:40Eu queria um autógrafo, mas eu queria um autógrafo aqui no meu corpo, neguinho.
25:45Por favor.
25:45Arnaldão, Arnaldão, pega uma geladíssima aqui pro Nego Júnior.
25:49Chega aí, Tatalo.
25:50Chega aí, por favor.
25:51Olha, se quiser, se quiser cerveja, pega você, tá?
25:54Ou melhor, fala pro seu amigo pegar.
25:56E se ele quiser cerveja, vai ter que pagar 10 reais.
25:59Na minha mão é 10 reais, tá?
26:01Pega leve, que o cara tá cheio de grana e interessado em fazer um tratamento dentário completo, sacou?
26:06Ah, é?
26:07Ah, Nego Júnior, muito prazer.
26:09Arnaldo Moreira, dentista.
26:11Isadora.
26:13Isadorinha, minha filha, vem aqui o estatinho.
26:15Caiu aqui.
26:16Então pega.
26:18Não, pega.
26:18Não ouviu sua mãe?
26:19Com licença, Nego Júnior.
26:20Vem cá, garota, bom carota.
26:22Toma, tá me chamando.
26:25Nega, que isso?
26:26Nega.
26:27Que história é essa?
26:28De cantor de quê?
26:29Que eu nunca ouvi falar desse homem.
26:32É o quê?
26:32Não vai falar nada?
26:34Não vai falar nada que eu não vou permitir?
26:36Nesse episódio eu falo muito pouco.
26:38Agora eu vou falar tanto quanto eu quiser.
26:39Então fala.
26:40O que que tem, Nego Júnior?
26:41O que que tem?
26:42Ah.
26:43Não tem cara de Nego.
26:44Olha aqui, garota.
26:45Deixa de ser mau caráter que tu vai voltar de saquarema com a cara virada do avesso.
26:48Esse homem tem cara de bandido.
26:49Pois ele é bandido.
26:50Ah, não.
26:52E dos perigosos e ainda tá incondicional.
26:55Vem aqui.
26:56Você não falou que ele é cantor de pagode?
26:57Também cantor de pagode.
26:59Ele tem um grupo lá no presídio.
27:00É.
27:01Trambique no batuque.
27:03O que é isso?
27:04Olha, eles fazem um sucesso no meio da bandidagem.
27:06Já venderam mais de um milhão de CD pirata.
27:09Você manda este Nego pra fora daqui imediatamente?
27:11Imediatamente.
27:11Bom, eu mando.
27:12Mas ele veio pra cá porque ele queria conhecer o terreno, né?
27:16Depende de comprar, né?
27:17Comprar o quê?
27:18O terreno.
27:20E vai pagar a vista em barras de ouro.
27:23Ô, Nego Júnior.
27:23Nego Júnior.
27:25Grande Nego Júnior.
27:27Eu sou fã daquele teu sucesso, né, Daíta?
27:30Opa!
27:31A te amar foi meu defeito.
27:34Quando lembro dos teus peitos, eu vivo assim.
27:37Não!
27:46Tu entra cajá e sai caqui.
27:50Casamento hoje é isso aí.
27:54Galinha.
27:55Galinha.
27:57Prepara um prato de camarão no bar.
28:00No capricho com o nosso amigo e convidado, Nego Júnior.
28:04Que história é essa, Mário Jorge?
28:07Isadora conseguiu um fato inédito.
28:09Aquela mau caráter que nunca fez nada,
28:11conseguiu vender esta bosta de terreno pro Nego Júnior.
28:14Não, peraí.
28:15Como assim?
28:16De uma hora pra outra?
28:17Eu não sei, não.
28:18Tem minhas dúvidas.
28:18Eu preciso pensar.
28:19O que que é?
28:20Você nos garantiu que ia vender essa porcarinha de terreno.
28:24Eu não me quero voltar atrás.
28:25E aí, Nego Júnior?
28:29Gostou do terreno?
28:31Primeiro eu vou ter que dar uma olhada.
28:33Dona Celinha, primeiro eu vou me embebedar o homem,
28:35porque senão ele não vai levar nem um baldo de arê desse fim de morro.
28:38Mas viu, meu Nego,
28:43esse terreno aqui é praticamente uma reserva biológica, não é?
28:47Toda fauna e flora, intocáveis.
28:49É, mas dona, eu vou mandar azulejar isso tudo aqui.
28:53Tá compreendendo?
28:54Porque quem gosta de natureza é a boiola, né?
28:57Ô, Tietê, vem cá, eu quero conversar com ele.
29:00Aqui, velho.
29:01Nós que temos muita testosterona.
29:05Não podemos aguentar essa tuba de boiola.
29:08Então nós vamos lá dentro da minha barraca pra gente dar uma conversão.
29:13Peraí, peraí, velho, velho, velho.
29:16Deixa o Nego Júnior em paz.
29:18Nego Júnior, nós temos que combinar as condições de pagamento.
29:24Peraí, gente, não vou ficar insistindo, né?
29:26Não vou ficar insistindo pro Nego Júnior comprar o terreno.
29:29No final de contas, ele até tá afim de fazer um tratamento de dente comigo,
29:33pra fazer um tratamento completo de dente, né?
29:36Vamos fazer, assim, vários implantes de ouro em você.
29:39É, vamos fazer alguns encostados com pedras preciosas, brilhantes, diamantes.
29:44Vai ficar uma beleza.
29:45Isso tudo fica muito caro, né, gente?
29:47Baúdos morais nem pensar, né, pai?
29:50Nego, meu neguinho.
29:52Esse terreno aqui, ele é perfeito pra construir um resort nudista.
29:57É, eu ando sempre muito nua por aqui.
29:59Por aqui, na Avenida Paulista, no elevador Lacerda.
30:04Mamãe não alivia, seu Nego.
30:06Tu mesmo, hein, Copélia?
30:07Ótima ideia.
30:08Vamos todos tirar a roupa.
30:11Se a senhora ameaçar tirar a maquiagem que seja,
30:13eu não sei nem o que eu sou capaz de fazer com a senhora.
30:16Tá bom, tá bom.
30:17Tá fechado o negócio.
30:20Eu compro o terreno com 15 barras de ouro.
30:22Não, peraí, gente, peraí, peraí que essa terra é minha.
30:27Eu preciso pensar.
30:28Pois eu, como dona de 50% do terreno, já me decidi.
30:32Eu vendo.
30:33Eu vendido por Nego Júlio.
30:35Ei, ei, ei.
30:37Poxa, eu não sabia que ia ser assim tão rápido.
30:41Então, podemos ir embora?
30:42Não, antes a gente tem que comemorar.
30:44Isso, vamos fazer um brinde pela venda do terreno.
30:48Rosana, Rosana, corre lá no carro e pega um isopor
30:51que está marcado com um X em vermelho.
30:54E tem o que nesse isopor daí?
30:55Dez garrafas de urina do capeta.
30:59Hoje ninguém aqui fica em pé.
31:00Mas olha, cuidado, hein, que aquilo é explosivo.
31:03Neguinho.
31:04Olha, eu e Isadora estamos dando hoje uma festinha
31:08lá na nossa barraca.
31:10Mãe, se você pudesse dar uma canja.
31:13Mamãe?
31:13Uma canja?
31:15Uma canja eu posso dar.
31:17Eu não decidi ainda se eu vou querer comprar o terreno ou não.
31:21Peraí, então, pelo visto estamos num impasse.
31:25Não?
31:26Ué, a gente não está no terreno?
31:27Quem é esse tal de impasse?
31:29Pai, perdoaia.
31:32Perdoaia.
31:33Esta mau caráter não sabe o que diz garota do olho junto.
31:38Não, Isadora.
31:39Isadora já tem até música, ó.
31:40Ela é mau caráter, ela é mau caráter
31:44Tem olho junto pra olhar.
31:49Galera!
31:50Galera, a selinha está certa.
31:52Estamos num impasse e o negócio é sério.
31:54Por que a gente não resolve isso disputando o terreno no jogo?
31:58Eu não devia, mas eu vou perguntar.
32:00E como seria esse jogo?
32:03Bom, primeiro a gente tira a roupa.
32:05Peraí, mamãe.
32:07Mas que espera?
32:08Mas já não espera nada.
32:10Vamos logo.
32:10Vamos logo com a pele é pra gente tirar a roupa toda.
32:13Vamos logo.
32:14Então vamos tirar a roupa.
32:16Vamos, vamos.
32:16Tirar a roupa é cara.
32:19Olha só.
32:20Eu vou avisando ao meu pai e minha mãe que eu não quero ninguém me controlando não, tá?
32:23Porque hoje eu estou afim de aprontar, meu bem.
32:25Hoje eu vou beber muito.
32:27Porque Pepé tem dez garrafas, Julina do Capeta, gente.
32:29Hoje eu vou beber muito.
32:30Eu vou beber até um quilo se for preciso, tá?
32:32E não quero ninguém mexer no saco.
32:33Escutou isso, Rita?
32:35Meu Deus.
32:36Ela vai beber um quilo.
32:40Quando me operaram aos cinco anos de idade pra fazer fimose, deviam ter aproveitado e ter feito logo vasectomia.
32:48Olha aqui, olha aqui.
32:50Se o senhor comprar este terreno, vai fazer um negócio excepcional mesmo, senhor.
32:56Não, não, não.
32:57Nego Júnior.
32:59Nego Senna era o meu pai.
33:00Pois a quem seja, qualquer negro.
33:02Mas onde estão as barras de ouro, afinal?
33:05É, na casa do amigo meu, lá em Belford Rocha.
33:07Bom, bom, bom.
33:08Mais tarde, a gente dá o chega lá.
33:11Nego, agora vem até a minha barraca, cara.
33:14Porque eu e a Isadora estamos dando uma festinha.
33:17Mãe.
33:18Mamãe.
33:19Aqui.
33:20Aqui.
33:22Vê se convence o Nego Júnior a dar logo o dinheiro do terreno, mãe.
33:26Pelo amor de Deus.
33:28Porque isso aqui vou te contar, hein.
33:31Tá amarrado.
33:31A gente não consegue se livrar desse terreno.
33:34É um encosto.
33:35Meu neguinho.
33:37Meu neguinho.
33:39Conforme combinamos, estamos te aguardando lá na barraca.
33:43Estamos quem, Copélia?
33:46Prefiro não comentar.
33:47Nadir, você não vai entrar nesta barraca.
33:51Não vai entrar.
33:52Gente, eu fui ao carro pegar a urina do capeta.
33:56Não achei daí.
33:58Vai ver que a Copélia esqueceu de trazer, né?
34:00Não achei o carro.
34:01O quê?
34:02Vocês foram roubados.
34:03Levaram tudo, tudo daí.
34:09Meu Deus do céu.
34:10Que mal eu fiz a Deus passar o final de semana com vocês
34:13e eu terminar assaltado.
34:15Eu acho assalto, bada.
34:18Levaram o carro.
34:21E me levaram outra coisa.
34:22Ah, é?
34:23Deve levar o quem, seu Ladir?
34:24Ora, eu.
34:26O que é, Ladir?
34:27Eu estou perdendo a paciência.
34:29Pelo amor de Deus, meu bem.
34:30Se levarem o carro, como é que a gente volta para casa, meu bem?
34:34Você vai voltar as bofetadas para casa.
34:37Ai, meu amor.
34:38Você fala assim, não é, Ladir?
34:40Assim na frente de todo mundo só para me agradar, não é, meu bem?
34:44Porque na hora H você não faz nada.
34:47Ah, sabe, sabe, doutor Arnaldo.
34:50Doutor Arnaldo, nenhum petelé.
34:53Um Ladir me dá.
34:54Eu estou tão carente.
34:56E a Naldina, estou muito carente.
34:58Olha, dona Álvaro, me esquece, por favor.
35:01Olha, eu não sei vocês, mas...
35:04Eu estou voltando para casa.
35:07Eu vou embora.
35:07A pé?
35:08A pé?
35:08É noite.
35:09Você vai se assaltar, você vai se atropelar, você vai ser estuprado.
35:12Tudo isso é melhor do que ficar aqui com você.
35:14Mãe resolveu botar o Nego Júnior para cantar.
35:26Quem sabe, né, depois dele cantar, ele não decide pagar pelo terreno.
35:31Ah, meu Deus, tantos anos, meu pai, tantos anos para vender essa porcaria.
35:36Quando a gente vai ficando próximo disso, o homem resolve oferecer, né, promover um pagode na barraca dela.
35:43Aí, o Nego Júnior está indo.
35:45Eu estou indo.
35:45O quê?
35:46E o terreno?
35:47É, ele não ficou de comprar o terreno, fez até uma oferta.
35:50Isso, 15 barras de olho, eu sou testemunha.
35:53Mas ele desistiu.
35:55Como assim?
35:56Desistiu porque ele quer fazer negócio comigo.
35:58Falando nisso, eu e o Pepe vamos puxar o nosso carro porque eu não quero ficar aqui igual a vocês a pé, né, gente?
36:03Isso mesmo, Ladir, vamos pegar uma caroninha com os pagodeiros, porque senão vamos ter que acabar ficando aqui com eles.
36:10Mas a senhora veio conosco e estava achando muito bom.
36:13Enfim, sim, estava achando muito bom, mas quando viemos vocês estavam bem, felizes, vitoriosos.
36:20Agora vocês estão caídos, roubados e perdidos.
36:24Não temos mais nada a fazer aqui com vocês.
36:26Vambora, galera, vambora.
36:28Vai, todo mundo, saiu.
36:33Espera aí, mas e o terreno?
36:34Ué, ô Copélia, essa galera toda estava na sua barraca.
36:38Estavam fazendo o que lá?
36:39Amazena as cadeiras.
36:41Que cadeira, mamãe?
36:42As meias, Célinha, as meias.
36:50Ah, Ladir, Ladir.
36:52Estou numa boa.
36:53Mas eu também, Ladir, eu também, eu também.
36:56Mira, mira, mira, mira.
36:58Meu bem, sabe como se chama isso na minha terra?
37:02Uma loca de esconder cascudo.
37:05Mário Jorge, por que você não chama a polícia?
37:08Não dá, meu bem.
37:09Sempre que a gente chama a polícia, quem vai em cana somos nós.
37:13E além do mais, Célinha, nós estamos no Brasil.
37:15E no Brasil, tudo acaba em samba.
37:18A vizinha é uma piranha, tem piranha em toda parte, todo dia ela se assanha.
37:27As piranhas onde faz arte, a vizinha é uma piranha.
37:32Tem piranha em toda parte, todo dia ela se assanha.
37:37A piranha em toda parte, a vizinha é uma piranha.
38:07Precisava, precisava dizer para o Arnaldo Serenha.
38:11Porra.
38:14Tu vai embora, cara?
38:19Eu pedi para ele me pegar. Eu sabia que ele ia me pegar tanto.
38:26Essa aqui é a mala que eu estou levando as minhas roupas.
38:31Dois paninhos.
38:33Um para amanhã e outro para mim.
38:37Muito obrigado.

Recomendado