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DiversãoTranscrição
00:00:00Bom dia! Bom dia! Hoje a gente fala da expansão de um produto que nove entre dez pessoas adoram.
00:00:16É o cacau, que além de amado, gera renda sem prejudicar o meio ambiente.
00:00:22Pra isso, nós fomos ao habitat natural dessa planta, onde o cultivo imita a natureza.
00:00:29No Pará, a produção do cacau sustentável, fruto da preservação da floresta amazônica e do trabalho da agricultura familiar.
00:00:38Tem colheita quase o ano todo.
00:00:41Quando você trata bem a natureza, ela responde à altura.
00:00:44E a remuneração tá compensando.
00:00:47Tá rindo à toa!
00:00:50E tem muito mais no programa de hoje.
00:00:53No Vale do São Francisco começou a exportação de frutas.
00:00:57E os produtores estão preocupados se vão conseguir exportar mangas e uvas para os Estados Unidos por causa da taxação elevada.
00:01:06Produtores de pimenta do Reino do Norte do Espírito Santo estão armazenando a colheita e aguardam definições sobre as tarifas dos Estados Unidos.
00:01:16Em Roraima, cheia dos rios, deixa comunidades indígenas isoladas e destrói lavouras.
00:01:22No Rio Grande do Sul, o enchente de junho causou atraso na semeadura do trigo e prejuízos na produção de cítricos.
00:01:31A culinária rural em alta nas redes sociais.
00:01:34Você vai conhecer histórias de pessoas que apostaram na gravação de Receitas da Roça e fazem o maior sucesso.
00:01:42Essa semana, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, assinou o decreto que oficializa a tarifa de 50% ao Brasil.
00:02:10Alguns produtos, como a laranja, ficaram de fora e os outros, se nada mudar, serão taxados a partir de quarta-feira.
00:02:18No Espírito Santo, produtores de pimenta do Reino se preparam para a queda nos preços.
00:02:24Na propriedade do José, em Jaguaré, os pés de pimenta do Reino estão carregados.
00:02:30Excelente qualidade, produtividade e ganho de peso excelente para pimenta.
00:02:37O Espírito Santo deve colher em torno de 90 mil toneladas de pimenta do Reino.
00:02:4315% a mais que na safra passada.
00:02:46Mas com o anúncio das tarifas do governo dos Estados Unidos, o preço em uma semana foi de 30 para 25 reais.
00:02:56Quase um quarto da produção do Estado vai para o país norte-americano.
00:03:01Por isso, José decidiu vender só metade do que colher.
00:03:05A outra metade, essa o produtor preferiu armazenar.
00:03:09Ele vai esperar como o mercado vai se movimentar para tomar uma decisão.
00:03:13Eu vou aguardar para depois botar a venda.
00:03:16No momento, enquanto eu não decidir, eu não vou vender.
00:03:19O Jarbas, que também planta a pimenta do Reino em Jaguaré, tomou a mesma decisão.
00:03:25Ele acredita que a situação deve se normalizar em breve.
00:03:29São poucos países do mundo que acabam produzindo e tem um volume significativo igual nós temos e de boa qualidade.
00:03:36Então, acho que a gente vai conseguir atingir novos mercados e, consequentemente,
00:03:40essa pimenta vai acabar chegando aos americanos de qualquer jeito.
00:03:43O presidente da Associação Brasileira de Especiarias afirma que estocar a pimenta do Reino
00:03:49é a melhor alternativa nesse momento de incerteza do mercado internacional.
00:03:55A pimenta do Reino e o café são produtos que podem ficar armazenados por um tempo.
00:04:00Então, isso dá uma certa tranquilidade para a gente conseguir um acordo entre os governos,
00:04:07diferente de outros produtos que são perecíveis.
00:04:09Essa coisa do produto perecível é o drama dos agricultores do Vale do São Francisco.
00:04:15Se os Estados Unidos taxarem mesmo a exportação de frutas como manga e uva, as perdas podem ser enormes.
00:04:24As embalagens que já deveriam estar com mangas enchendo os contêineres e acaminhos dos Estados Unidos ainda estão vazias.
00:04:33Máquinas paradas e funcionários sem muito o que fazer.
00:04:37Já se ele tem três filhos e trabalha nesta fazenda há sete anos.
00:04:42Agora está com medo de perder o emprego.
00:04:44Estou um pouco preocupada porque eu dependo daqui, meu salário.
00:04:49E eu fico preocupada porque se a empresa não tem como se manter, então eu vou ter que sair.
00:04:55No ano passado, nesta mesma época, os fumares estavam cheios de trabalhadores.
00:05:01Mas dessa vez, por conta da indefinição da exportação para os Estados Unidos, as contratações ainda não começaram.
00:05:08Mesma realidade de muitas propriedades no Vale do São Francisco, maior produtor e exportador de mangas do Brasil.
00:05:16A região colhe em torno de 1 milhão e 200 mil toneladas por ano.
00:05:22253 mil para exportação.
00:05:24E cerca de um quinto disso vai para os Estados Unidos.
00:05:28Mas com a taxação imposta pelo governo do país norte-americano, os produtores estão apreensivos.
00:05:34A previsão para esse ano era de exportar 48 mil toneladas de mangas para o mercado americano.
00:05:42Com essa cobrança da tarifa, isso pode cair até 70%.
00:05:47Ou seja, a gente teria em torno de 35 mil toneladas para ser redirecionadas.
00:05:52E aí teríamos o mercado interno que já não tem o poder de absorção desse volume em tão curto espaço de tempo.
00:05:59Então isso pressionaria os preços da manga comercializada aqui na região, podendo chegar a níveis que inviabilizem até a colheita da fruta.
00:06:08Essas mangas aqui, todas, elas iriam para os Estados Unidos.
00:06:12Eu vou pegar uma delas aqui e a gente pode ver, olha.
00:06:15A manga está boa, está bonita, está consumível.
00:06:19Mas infelizmente, ela não vai mais poder ser exportada.
00:06:23Para chegar até os Estados Unidos, a fruta leva até 30 dias.
00:06:28É uma corrida contra o tempo e as frutas não podem esperar.
00:06:33A manga vai para o mercado americano é um ponto de maturação específico para suportar o tempo de viagem, né?
00:06:38Então se a gente for esperar 10, 12 dias para essa fruta ir para o mercado americano, ela não tem mais tempo de prateleira.
00:06:44Só nesta fazenda são cerca de 700 mil frutas que irão para o mercado interno.
00:06:51Quem planta uva também está na mesma situação.
00:06:53Esta cooperativa reúne produtores e exportadores da fruta nos estados da Bahia e Pernambuco.
00:07:00No ano passado, o Vale exportou para os Estados Unidos 13.800 toneladas de uva.
00:07:07Redirecionar para outros mercados, isso faz com que haja uma movimentação muito grande e de muito volume em alguns mercados,
00:07:16principalmente no mercado nacional, onde esses preços podem cair significativamente.
00:07:22Isso pode causar um resultado para o produtor que não lhe remunere nem o custo de produção.
00:07:29A Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados
00:07:33defende que os alimentos sejam deixados de fora do tarifácio.
00:07:38Pegar essa fruta e mandar para a Europa vai derrubar o preço da Europa, vai ser ruim também.
00:07:43Se deixar no mercado interno, também vai ser ruim.
00:07:45Então, isso nós precisamos resolver à base do diálogo, da prudência, do bom senso, da flexibilidade.
00:07:53A Associação dos Produtores de Frutas acompanha as negociações do Brasil com os Estados Unidos
00:07:59e acredita que o setor ainda possa conseguir uma isenção nas tarifas.
00:08:04A enchente que atingiu o Rio Grande do Sul em junho deixou muitas marcas.
00:08:10Os agricultores lutam para se recuperar de mais um prejuízo.
00:08:15O milharal ainda está em pé, mas daqui não sai mais produção.
00:08:20Olhando a lavoura hoje, é até difícil acreditar que há um mês ela estava assim.
00:08:25O Rio Jacuí tomou conta dos 12 hectares de plantação dessa propriedade em Rio Pardo.
00:08:30As plantas ficaram submersas por 20 dias.
00:08:34O milho não estava bem granado, aí o que acontece?
00:08:39O grão mofou dentro da espiga, porque ficou muito tempo dentro da água,
00:08:44e o pé morreu, o pé está morto, liquidado, e contaminado com a água suja da enchente.
00:08:53Sem o milho, falta comida para os animais.
00:08:56O custo de produção cresce e a produtividade diminui.
00:08:59Eu comprei mais de 500, 600 toneladas de silágio a preço alto, mas o que vão fazer?
00:09:06Os animais têm que ser alimentados, né?
00:09:09No Rio Grande do Sul, 174 municípios registraram estragos na cheia de junho.
00:09:14O Departamento de Pesquisa Agropecuária do Estado aponta que, em vários pontos,
00:09:19a chuva foi mais de 200 milímetros acima da média para o mês, e os impactos foram sentidos em diferentes culturas.
00:09:27Nas frutíferas, principalmente nos citros, rachadura de frutos, atraso na semeadura do trigo,
00:09:35em função da alta umidade do solo, em junho mesmo, após as chuvas.
00:09:41E aí a necessidade de ressemeadura em algumas áreas, porque lavou o solo, perdendo semente, adubo, né?
00:09:49O excesso de chuva também causou danos estruturais.
00:09:53Aqui existiu um açude que estourou com a quantidade de água.
00:09:57Cerca de 500 quilos de peixe foram perdidos.
00:10:00Em primeiro lugar, eu perdi a água, em segundo, foram os peixes, né?
00:10:04E aí a taipa, tudo foi junto, né? Limpou.
00:10:07Na mesma propriedade, também em Rio Pardo, perda na produção de hortaliças e de frutas.
00:10:12Nós perdemos 2 mil quilos de fruta, mais ou menos.
00:10:16Por conta da chuva, deu um mofo e as frutas começaram a cair.
00:10:20E aí, essa alface, rúnculo, essas coisas, destruiu tudo.
00:10:24Couve-flor, pretinho toda.
00:10:26É que a chuva sempre é danada, né? Ela sempre destrói quando ela é bem pesada, que nem vem a saúde.
00:10:32Os produtores tentam se recuperar. É hora de plantar mais uma vez.
00:10:38Não adianta nem pensar pra trás, é recomeçar e recomeçar sempre.
00:10:44Olha, precisa de muita resiliência mesmo.
00:10:48A vida do agricultor no Rio Grande do Sul não tá fácil.
00:10:51Cíntia Toledo, será que os gaúchos podem esperar alguma trégua agora, no mês de agosto?
00:10:59Bom dia.
00:10:59Bom dia, Cíntia.
00:11:01Bom dia, Cris, Nelson.
00:11:02Bom dia pra você que tá aqui com a gente também.
00:11:05Olha, agora em agosto, algumas frentes frias ainda vão conseguir avançar pela região sul.
00:11:11Hoje, inclusive, tem risco de temporal em todo o Rio Grande do Sul.
00:11:15E aí com o pacote completo, com raios e ventania.
00:11:20Vem aí mais um mês com volume de chuva acima da média, nesses pontos em verde no mapa.
00:11:26Pegando toda a fronteira oeste e a região da Campanha Gaúcha.
00:11:30E o pior é que o solo ali já tá muito encharcado.
00:11:34Agosto costuma ser um mês mais seco.
00:11:37Mas este ano vamos ter chuva moderada em parte do sul, sudeste e do centro-oeste.
00:11:43E atenção pra esses pontos aqui da região norte.
00:11:47Pegando parte do Amazonas, Pará, Amapá e Roraima.
00:11:51A parte em marrom indica tempo seco.
00:11:54É o começo do verão amazônico, quando chove bem menos por ali.
00:11:59Uma boa notícia pra quem vinha sofrendo com os alagamentos nessas regiões.
00:12:05É o caso de comunidades indígenas de Roraima, que perderam boa parte de suas roças.
00:12:11Na comunidade indígena Makuken, no município de Uramutã, as águas do rio Uailã invadiram áreas de cultivo, causando grandes estragos.
00:12:21Toda essa roça de mandioca não serve mais para a produção de farinha dos indígenas.
00:12:26Porque o plantio apodreceu com a cheia dos rios.
00:12:30A água inundou toda essa área.
00:12:32Ela não presta mais não, porque tá podre.
00:12:35Ficar feio, ficar preto pra farinha, se for juntar essas podres pra farinha, não presta não.
00:12:42A Jusceliane é uma das 172 pessoas que vivem na comunidade.
00:12:47E com as perdas nas lavouras, a preocupação é que falte comida pra alimentar a todos.
00:12:53O que foi plantado já tá morrendo.
00:12:56Aí eu diminuí o que nós precisamos ser aqui.
00:13:00O que eles plantaram aí, a água já levou.
00:13:05Em todo o município, são mais de 8.300 pessoas afetadas pelas cheias.
00:13:10Muitas delas estão completamente isoladas.
00:13:13Na comunidade Frechal, a destruição das estradas impossibilitou o escoamento da farinha que os indígenas conseguiram produzir.
00:13:20E a estrada, quando chove, é lisa.
00:13:24O carro tomba, isso que ninguém querendo.
00:13:27No início de julho, a prefeitura de Uramutã decretou situação de emergência.
00:13:31A medida tem o objetivo de agilizar a liberação de recursos para obras emergenciais e para ajudar as comunidades afetadas.
00:13:39Mas até agora, nada foi feito.
00:13:41Enquanto esperam, os próprios indígenas tentam reparar as estradas.
00:13:44Um esforço pra evitar perder o pouco que conseguiram colher.
00:13:48Nós sumo, ajeitemos, a estrada estafa péssima.
00:13:52Pra que que serve?
00:13:54Pra educação, a saúde, né?
00:13:56Se meu filho, meu neto, o tio é doente, tem transporte pra isso.
00:14:03Pra não acontecer acidente, nós precisamos agitar essa nossa estrada, nossas pontes.
00:14:10Quanta água, Cintia, explica pra gente o que que aconteceu nessa região.
00:14:16Foi demais mesmo, viu Cris?
00:14:18Nesses pontos, em verde, até 300 milímetros acima da média.
00:14:23E olha que a média lá já é alta nessa época do ano.
00:14:27Dessa vez, o corredor de umidade que circula nessa região ficou mais intenso.
00:14:32Em agosto, isso muda, o que deve ajudar a baixar o nível dos rios.
00:14:37Agora, julho, além de ter sido mais chuvoso, foi mais frio do que o normal.
00:14:42Olha como predomina no mapa de 2025 esse tom de azul aqui em parte do norte, do sul
00:14:49e também do sudeste e do centro-oeste, indicando temperatura abaixo da média.
00:14:55Ano passado, nessa mesma época, tava bem diferente.
00:14:58Olha só, ficou bem mais quente em São Paulo, Minas, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
00:15:06Cintia, e agora em agosto? O frio continua?
00:15:09Começa a diminuir, Nelson.
00:15:11Aqui no mapa, em toda essa área, em amarelo, desde o Maranhão até Mato Grosso do Sul,
00:15:16temperatura acima da média.
00:15:19Onde tá em azul, como nessa faixa aqui no meio do Rio Grande do Sul, ainda faz frio.
00:15:24Mas menos do que nos últimos dias.
00:15:27É por isso que não vai ter geada com tanta frequência agora em agosto.
00:15:31No centro-oeste, inclusive, a temperatura começa a subir.
00:15:35Vai fazer calor também no Mato Piba, você sabe, Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
00:15:41Com isso, o risco de queimadas aumenta, principalmente no cerrado.
00:15:46Vamos ficar de olho.
00:15:47Obrigado, Cintia. Bom domingo.
00:15:49Boa semana pra vocês também.
00:15:52E vamos para o intervalo. Veja o que te espera já já aqui no Globo Rural.
00:15:58Agricultores de Goiás estão colhendo a safra de algodão, que será menor neste ano.
00:16:03Em São Paulo, você vai conhecer um cultivo de hortaliças diferente do convencional.
00:16:08Ele é feito dentro de piscinas.
00:16:20Em Goiás, os agricultores estão colhendo a safra de algodão.
00:16:24As lavouras de sequeiro sofreram pouco com a falta de água.
00:16:28Nessa fazenda em Cristalina, leste de Goiás, o algodão ocupa uma área de 8 mil hectares.
00:16:36As máquinas já estão retirando as plumas do campo.
00:16:40Toda a produção é destinada ao mercado externo.
00:16:43Países como Bangladesh, Indonésia, Vietnã, Paquistão, Índia, China,
00:16:48têm grandes indústrias têxteis e que acabam absorvendo boa parte da produção brasileira
00:16:55em função, principalmente, da indústria nacional ainda estar em crescimento
00:16:58e não conseguem absorver toda a produção brasileira.
00:17:01Na fazenda do Carlos Moresco, em Lusiânia,
00:17:04são pouco mais de 1.700 hectares destinados ao cultivo da fibra.
00:17:09Na área irrigada, o agricultor espera uma produtividade de 400 arrobas por hectare.
00:17:15Situação bem diferente do sistema de sequeiro.
00:17:18Neste ano, nós vamos colher em torno de 25% a menos de produtividade em função da seca.
00:17:26Os agricultores dizem que a queda na produção da pluma neste ano é resultado de um veranico mais longo,
00:17:32entre os meses de fevereiro e março.
00:17:35Aqui nesta fazenda, em Cristalina, por exemplo, foram 45 dias sem cair uma gota d'água do céu.
00:17:41A área irrigada é uma segurança, um drible contra um período de seca.
00:17:45Nós temos a área irrigada na fazenda, porém, não é toda a nossa área.
00:17:49Nós temos uma área bem considerável de sequeiro, no qual nós não contamos com essa saída.
00:17:55Segundo a estimativa da Conab, Goiás deve colher mais de 134 mil toneladas de algodão neste ciclo.
00:18:0411% a menos que na última safra.
00:18:07Nesse início de colheita, existe uma preocupação a mais com o preço pago pela rouba.
00:18:13O preço da pluma caiu bastante mundialmente, então nós estamos aí com em torno de 125, 128 reais a rouba,
00:18:24que é um preço bem abaixo do que foi comercializado no ano passado.
00:18:29A queda no preço da rouba do algodão se deve principalmente a uma redução nas vendas para o exterior.
00:18:36E falando em exterior, vamos ver como ficou a cotação dos principais produtos agrícolas nas bolsas internacionais no mês de julho.
00:18:45O cacau caiu 14%, café com nilon 8%, soja 5,8%, café arábica 3,8% e o algodão 0,6%.
00:18:57Já o trigo subiu 0,7%, milho 1%, açúcar 4,8% e o suco de laranja 9,8%.
00:19:08Aqui no mercado interno, os preços do boi reagiram um pouco essa semana.
00:19:13Em Gurupi, Tocantins, a rouba vista foi negociada na sexta-feira por 270 reais.
00:19:19O mesmo preço de Feira de Santana, na Bahia.
00:19:22Pirapozinho, São Paulo, 300.
00:19:24A média CP, com os preços do estado de São Paulo, fechou em 294 reais e 35 centavos.
00:19:31Uma alta na semana de 0,9%.
00:19:35Vamos ver agora outras notícias do campo.
00:19:39Em São Paulo, a colheita do café está avançando bem.
00:19:42O estado deve produzir mais de 5 milhões e meio de sacas de 60 quilos, pouco acima do conseguido na safra passada.
00:19:50E como boa parte do que é colhido vai para fora do país,
00:19:53os agricultores estão conseguindo aproveitar a forte valorização dos preços no mercado externo,
00:19:59que subiram mais de 25% em 12 meses.
00:20:02No primeiro semestre deste ano, o Brasil deixou de exportar mais de 450 mil sacas de café
00:20:09por conta da falta de infraestrutura nos portos do país.
00:20:13Um impacto de mais de 1 bilhão de reais nas receitas do setor.
00:20:17Além disso, só em junho, os custos adicionais com a armazenagem superaram os 3 milhões de reais.
00:20:24Em Santa Catarina, há poucos meses do início da colheita da cebola,
00:20:29uma força-tarefa composta por consultores do SEBRAE está vistoriando propriedades rurais no município de Ituporanga.
00:20:37O objetivo é orientar os produtores sobre as legislações trabalhistas e garantir boas condições de trabalho.
00:20:44O município, que tem a maior área plantada com cebola no país, registrou 86 casos de trabalho análogo à escravidão nas lavouras ano passado.
00:20:54Camas, colchões, cobertores, armários, banheiros e água potável são avaliados nos alojamentos.
00:21:02Imagine só cultivar hortaliças dentro de piscinas.
00:21:07Cris, foi usando essa técnica, ainda pouco conhecida no Brasil, que uma empresa de São Paulo conseguiu reduzir custos e aumentar a produtividade.
00:21:17Veja na reportagem do Pedro Málaga.
00:21:22Um cultivo sem terra.
00:21:26Aqui as hortaliças criam raízes na água.
00:21:30Esse é o conceito da hidroponia, técnica que dispensa o uso do solo do plantio.
00:21:40O que as plantas comem no sistema convencional com solo, na hidroponia tradicional, nesses sistemas, é a mesma coisa.
00:21:47Ela se alimenta dos mesmos nutrientes, a diferença é como esses nutrientes são ofertados e em qual momento eles são ofertados.
00:21:53O Tiago trabalha numa empresa em São Roque, São Paulo, que decidiu ir além da hidroponia tradicional para produzir mais, gastando menos.
00:22:03A resposta estava do outro lado do oceano.
00:22:06Foi na Holanda que os donos conheceram um novo método, o floating.
00:22:12Do inglês para o português, floating significa flutuando.
00:22:16É exatamente o que ocorre nesse cultivo de hortaliças.
00:22:18Numa piscina, bandejas com mudas de alface flutuam.
00:22:23Assim, as raízes das plantas ficam inteiramente debaixo d'água por uns 30 dias.
00:22:29É como se elas navegassem do plantio à colheita.
00:22:33O floating, na verdade, é uma técnica muito difundida no mundo, principalmente no hemisfério norte.
00:22:38Ela não é comum aqui no Brasil.
00:22:40No Brasil, nós somos a primeira empresa a produzir hortaliças no floating em escala comercial.
00:22:46Na hidroponia convencional, as mudas são colocadas em canaletas e a água com nutrientes apenas passa pelas raízes.
00:22:55No floating, a solução não corre.
00:22:59As raízes ficam o tempo todo submersas.
00:23:04O arito em piscinas que usam a mesma água há dois anos.
00:23:08A gente tem uma economia nas piscinas da ordem de 60% versus a hidroponia tradicional.
00:23:13Por um grande básico motivo.
00:23:15Na hidroponia tradicional, a cada 30 ou 40 dias, você precisa descartar a solução nutritiva do reservatório,
00:23:23porque ela começa a ficar desbalanceada.
00:23:26Nas piscinas, você faz uma correção constante, repondo apenas o nutriente que as plantas estão consumindo.
00:23:34Isso porque o floating permite que o volume de solução nutritiva por planta seja até 15 vezes maior que no sistema tradicional.
00:23:42E aí, as correções ocorrem a cada semana.
00:23:46Como na hidroponia convencional, o reservatório é menor e podem surgir vazamentos nas canaletas,
00:23:52a reposição de nutrientes precisa ser feita algumas vezes ao dia.
00:23:57Mas tem uma desvantagem.
00:23:59No método tradicional, a água corrente garante o oxigênio das plantas.
00:24:04No floating, isso não ocorre, já que a água fica parada.
00:24:08Para driblar esse desafio, foi necessário investir num aparelho capaz de captar o oxigênio do ar
00:24:15a uma concentração que permite que ele seja injetado na água sob a forma de nanobolhas.
00:24:20O custo do dispositivo corresponde a 10% do valor total de implantação do floating.
00:24:29Como é um método ainda pouco conhecido no Brasil, é difícil encontrar os equipamentos necessários para fazer a estrutura funcionar.
00:24:38É o caso das plataformas flutuantes que posicionam as mudas na piscina.
00:24:43Foi preciso um pouco de criatividade para colocar a ideia em prática.
00:24:46No nosso projeto artesanal, eu comprei as placas numa papelaria.
00:24:51É como a gente faz trabalho de escola para os filhos, enfim.
00:24:54E foi com isso que a gente fez os testes.
00:24:56Para fazer em escala comercial, eu precisei desenvolver as placas.
00:24:59E fizemos o nosso modelo próprio aqui para poder produzir em escala comercial.
00:25:07Quando sai o mar de nutrientes, entra a água corrente.
00:25:12Depois de colhidas, as verduras são trazidas para esta fábrica.
00:25:18Aqui, passam por um processo antes de irem para o mercado como salada.
00:25:23Separadas das raízes, as folhas são higienizadas e vão para o enxado.
00:25:30Passam pela esteira,
00:25:32caem no balde
00:25:33E seguem para as mãos da Duralice.
00:25:38Ela tem a delicada tarefa de selecionar as folhas que serão embaladas.
00:25:43Às vezes tem algumas que tem uma bordinha meio queimada,
00:25:46ou tem que tirar um pedacinho, assim, a gente tira, ó.
00:25:49Aí ela segue.
00:25:51Bastante cuidado.
00:25:52Muito cuidado, muito cuidado, muita atenção e carinho com as folhas.
00:25:57Além de quase não terem falhas,
00:25:59as hortaliças que chegam aqui são mais pesadas.
00:26:02Toda a parte de nutrição que acontece no sítio
00:26:06faz com que essa planta, ela cresça mais.
00:26:09Você vê que uma planta no float,
00:26:10ela vem com raízes maiores do que plantas no sistema convencional.
00:26:15São 45 toneladas de hortaliças
00:26:18produzidas por mês no sistema floating.
00:26:21Por enquanto, a empresa só vende para o estado de São Paulo,
00:26:25já que é um produto que não resiste a longas distâncias.
00:26:28Mas isso é questão de tempo.
00:26:30Daqui para frente, a gente espera continuar evoluindo, né?
00:26:34A gente tem um sonho de levar a nossa empresa
00:26:37para ser a primeira empresa de saladas
00:26:39operando em todo o território brasileiro.
00:26:41Segundo os proprietários, a manutenção desse tipo de cultivo em piscinas
00:26:55tem um custo cerca de 40% menor que na hidroponia convencional.
00:27:02E você vai ver a seguir.
00:27:04Chuchu que não se desenvolve e ainda pequeno cai do pé.
00:27:08A gente mostra por que isso acontece.
00:27:11A égua do Sérgio em Rinópolis, São Paulo, rejeitou o potro.
00:27:15Ele está dando uma mistura de leite de vaca com suplemento de amido.
00:27:20Está correto isso?
00:27:21Eles atraem a atenção de milhares de seguidores na internet com receitas do campo.
00:27:26No próximo bloco, você vai conhecer os influenciadores digitais
00:27:30que ganham a vida divulgando a culinária raiz.
00:27:45Hora de tirar a sua dúvida.
00:27:47Você pergunta e a gente leva para um especialista, Cris.
00:27:51Nelson, o Adriano de Uberaba, Minas Gerais, mandou a foto do chuchu que ele tem em casa
00:27:57e quer saber por que o fruto cai do pé antes de amadurecer.
00:28:02A Bruna Marim foi buscar a resposta.
00:28:05Bom dia, Adriano.
00:28:07Para tentar entender o que está acontecendo com o chuchu aí na sua casa,
00:28:11eu converso com o Galderes Magalhães, que é agrônomo do Instituto Capixaba de Pesquisa,
00:28:16Assistência Técnica e Extensão Rural, o INCAPER.
00:28:19Galderes, por que o chuchu cai do pé antes de se desenvolver?
00:28:24Então, o chuchu cai do pé por três fatores.
00:28:28O primeiro fator, o fator nutricional, onde essa planta talvez não está sendo nutrida adequadamente.
00:28:33A primeira coisa que o Adriano vai ter que fazer é realizar uma análise de solo
00:28:37e fazer uma recomposição nutricional de acordo com a recomendação técnica.
00:28:42Como você diz, ter apenas um pé de chuchu na sua casa, Adriano,
00:28:46talvez não compense fazer a análise de solo.
00:28:50Por isso, o Galderes recomenda uma outra opção.
00:28:53Nesse caso, ele pode ou ir numa casa agropecuária.
00:28:57Normalmente, elas vendem pequenos pacotes de adubos formulados.
00:29:01Aí ele pediria um com micronutrientes, cálcio, magnésio e, essencialmente, também o boro,
00:29:06que é o que garante o melhor pegamento do fruto.
00:29:09Ou então, visitar alguma propriedade rural e conseguir esterco de animais que vai nutrir a planta dele.
00:29:14Ele pode fazer uma adubação inicial e fazer pelo menos aí umas três a quatro coberturas.
00:29:21Ou seja, fazer a reaplicação desse fertilizante de dois em dois meses.
00:29:26O segundo fator que pode causar a queda precoce do fruto é a falta de abelhas para fazer a polinização.
00:29:35Se for uma área de produção grande, ele pode lá pegar uma colmeia de abelhas,
00:29:40sem ferrão de preferência, colocar próximo dessa barreira dele.
00:29:44Ou então, planta de quintal, ele pode lá fazer um melaço, água com açúcar
00:29:48e despor para atrair abelhas ou outros insetos que vão contribuir com essa polinização.
00:29:54Por fim, se nada disso resolver o problema, Adriano,
00:29:58fique atento ao clima da sua região.
00:30:01Temperaturas muito altas podem atrapalhar o processo de polinização da flor.
00:30:07O chuchu, ele se desenvolve bem de 17 a 27 graus.
00:30:12Então, a alta temperatura, ela tira a viabilidade do pólen.
00:30:15Quando ela tira a viabilidade do pólen, mesmo que o inseto vá lá,
00:30:18coleta esse pólen do órgão mar, a flor masculina e leve para a flor feminina,
00:30:22aquele pólen vai estar inviável e não vai fecundar a flor feminina,
00:30:26garantindo aí a produção do fruto.
00:30:28Adriano, as temperaturas muito baixas também podem prejudicar a polinização das flores do pé de chuchu.
00:30:35Você já viu uma orquídea deste tamanho?
00:30:39Olha só, mais de um metro e meio de altura.
00:30:43Quem mandou a foto foi a Cláudia Renata, de São José do Rio Preto, São Paulo.
00:30:48Ela quer saber o que fez a planta crescer tanto.
00:30:51Cláudia, o agrônomo Chukite Kurosawa, consultor do Globo Rural,
00:30:56disse que essa é a orquídea mariposa, uma variedade muito comum no Brasil.
00:31:00Tem a versão miniatura, que não chega a 30 centímetros, e a padrão, que pode passar de um metro.
00:31:08E além da questão genética, sua planta pode ter crescido bastante também pela forma como você cuida dela.
00:31:14Cláudia, está muito bonita.
00:31:17O Sebastião, de Américo Brasiliense, São Paulo, quer começar um plantio de pitaia e pede uma cartilha.
00:31:24Sebastião, vamos lá, pegue o seu celular, abra a câmera e aponte para o código que está aparecendo no cantinho da tela.
00:31:30Você já vai ter acesso a essa publicação da Emater de Minas Gerais,
00:31:34que reúne informações para o cultivo dessa fruta exótica, linda e muito apreciada pelos brasileiros.
00:31:41O livrinho mostra desde a escolha da área para fazer os canteiros, até a colheita da pitaia.
00:31:47O link para baixar o material também fica disponível lá no nosso site,
00:31:51g1.com.br barra Globo Rural.
00:31:54É de graça.
00:31:55Caso que vem de Rinópolis, São Paulo.
00:31:59O Sérgio da Costa tem uma égua que rejeitou o potrinho recém-nascido.
00:32:04E ele não sabe se o filhote tomou o colostro, o primeiro leite da mãe.
00:32:09A dúvida é como alimentar esse animal a partir de agora.
00:32:14Eu conversei com uma veterinária para te dar algumas orientações.
00:32:17Sérgio, embora não haja uma estatística precisa,
00:32:23a rejeição de potro é um acontecimento relativamente comum e pode ser fatal ao recém-nascido.
00:32:31Quem nos adverte sobre isso é a Ana Flávia Grilo,
00:32:34que trabalha com assistência neonatal em Tietê, município do oeste do estado de São Paulo.
00:32:40Ana Flávia, o que precisa ser feito uma vez constatada a rejeição?
00:32:44Olha, geralmente as rejeições acontecem nas éguas primíperas, que são éguas de primeira cria.
00:32:49E uma vez constatada, você deve garantir que esse potro receba as imunoglobulinas,
00:32:54que é feita através do colostro.
00:32:55São os tais anticorpos.
00:32:56São os anticorpos.
00:32:58Então deve-se garantir que ele mame o colostro.
00:33:00E em que prazo que isso tem que ser feito?
00:33:02É num prazo bem curto, entre as primeiras 8 e 10 horas de vida,
00:33:05você deve fornecer esse colostro para o potro.
00:33:08Sérgio, esse é o famoso plano B da criação de potros.
00:33:11É isso, guardar no freezer mamadeiras com leite das éguas recém-paridas.
00:33:16Todo aras, hospitais de equínos costumam ter.
00:33:20Aí é só descongelar e dar ao enjeitado.
00:33:24Ana Flávia, agora o Sérgio disse que não sabe se o potro mamou colostro o suficiente ou não
00:33:29e que ele está dando leite de vaca diluído com água e dextrina,
00:33:34que é um suplemento de amido, né?
00:33:35Isso, é isso.
00:33:36Pergunta, tá correto isso?
00:33:38Olha, nesse caso, ele deve procurar dosar as imunoglobulinas desse potro
00:33:42para garantir que houve a transferência de imunidade passiva.
00:33:45A imunidade passiva nada mais é do que a garantia de que esse potro recebeu anticorpos suficientes.
00:33:52É um exame de sangue, é coletado o sangue do potro, pode ser feito na propriedade com testes rápidos
00:33:57ou enviar ao laboratório para quantificar essas imunoglobulinas,
00:34:00para garantir que esse potro teve os anticorpos transferidos.
00:34:03Esse kit é vendido nas casas de produtos veterinários e também está disponível em hospitais de equinos.
00:34:11Se o exame mostra que o potrinho não adquiriu os anticorpos,
00:34:15ele vai precisar tomar na veia uma transfusão de plasma.
00:34:18É um soro feito a partir de animais hiperimunizados,
00:34:22se retira o plasma e se administra do potro para garantir que ele tenha esses anticorpos.
00:34:27Mas estaria correto dar o leite de vaca junto?
00:34:30Olha, existem no mercado formulações comerciais que são próprias para a espécie equina,
00:34:34que é o mais recomendado nesses casos.
00:34:36Ah, seria um leite em pó?
00:34:38Sim, é um leite em pó, o substituto do leite,
00:34:40que é o que mais se assemelha nutricionalmente ao leite de égua,
00:34:42que seria a melhor opção nesses casos em que não há disponibilidade de leite da égua.
00:34:46Ah, e aí vai ter que criar na mamadeira?
00:34:49Você pode criá-lo na mamadeira,
00:34:51mas a melhor opção é que se ache uma ama de leite,
00:34:54uma égua com boa habilidade materna e produção de leite que possa adotar esse potrinho.
00:34:58A égua, além de ela fornecer a dieta normal dele, que é o leite,
00:35:03ela vai auxiliar nesse desenvolvimento social dele.
00:35:06Ele aprende a comer, aprende a viver como cavalo mesmo, com animais da própria espécie.
00:35:12Sérgio, a gente espera que dê tudo certo por aí.
00:35:14Vida longa o seu potrinho.
00:35:16Quer participar do Globo Rural?
00:35:18Mande uma mensagem pra gente, anote aí o número do nosso WhatsApp,
00:35:221198895-5505.
00:35:27Vale enviar texto, foto e vídeo.
00:35:30E não se esqueça de colocar sempre o seu nome e o do seu município.
00:35:34Agora, a programação do campo.
00:35:37Palestra sobre empreendedorismo feminino no campo em Lucélia, São Paulo.
00:36:03No Paraná, exposição de flores em Pato Branco e feira de agricultura familiar em Santa Helena.
00:36:10Festa da banana em Paraty, Rio de Janeiro.
00:36:13E do bode em Mossoró, Rio Grande do Norte.
00:36:17E tem mais evento em nosso segundo giro de notícias.
00:36:21Termina hoje a Expo Acre, a maior feira agropecuária do estado.
00:36:25O evento que acontece no Parque de Exposições de Rio Branco,
00:36:28conta com expositores que trouxeram equipamentos e serviços para os agricultores.
00:36:32Também houve exposição de animais.
00:36:34Além disso, a feira abre espaço para que pequenos produtores,
00:36:37como os da cadeia do mel, possam vender diretamente para o público.
00:36:41No Rio Grande do Sul, 19 tutores de cachorros foram indiciados por ataques a rebanhos de ovelhas.
00:36:47Há duas semanas, o Globo Rural mostrou o caso.
00:36:51Em um mês, 360 ovelhas morreram e 194 ficaram feridas.
00:36:57A Rede de Proteção Ambiental e Animais vem monitorando os ataques pelo estado.
00:37:02E prepara uma cartilha com orientações de prevenção aos produtores.
00:37:07No Distrito Federal, dois servidores do IBGE morreram durante o combate a um incêndio florestal em uma reserva do órgão.
00:37:15Manuel José de Souza Neto e Valmir de Souza e Silva eram funcionários do Instituto desde o começo dos anos 80
00:37:22e trabalhavam na brigada de incêndio.
00:37:25Este vídeo mostra os dois bem próximos ao fogo, momentos antes de desaparecerem.
00:37:30O motorista do caminhão-pipa conseguiu escapar das chamas.
00:37:34A polícia civil investiga o caso.
00:37:36O Ministério da Agricultura publicou uma portaria que regula a importação de sementes de cannabis sativa.
00:37:43O objetivo da medida é facilitar o cultivo da planta para pesquisa e uso medicinal no país.
00:37:48As sementes deverão respeitar os critérios sanitários de importação e estar acompanhadas de um certificado,
00:37:53que garante, entre outras coisas, que o material foi inspecionado e está livre de pragas e doenças.
00:38:00Domingo é dia de reunir a família e preparar aquele almoço caprichado.
00:38:06E receita de rosa, Nelson, é sempre uma boa pedida, né?
00:38:09Pois olha, Cris, a inspiração pode vir da internet hoje, né?
00:38:14Tem gente que faz o maior sucesso nas redes sociais, ensinando as delícias do campo, como mostra o repórter Bruno Mendes.
00:38:23É dessa chácara em Cocalzinho de Goiás que saem vídeos de receitas como essa, que arrancam suspiros na internet.
00:38:31Se você nunca fez rosca caseira em casa, essa é a sua chance.
00:38:35Frango frito com esse copão de molho. A gente não podia ficar fora dessa.
00:38:39A Dani e a Nilza têm mais de 800 mil seguidores em uma rede social.
00:38:44Mãe e filha ganham a vida ensinando as delícias da roça.
00:38:49Nós gravando aqui, aí traz assim aquele ar de aconchego, de roça, de sítio.
00:38:56O cenário das gravações é sempre a chácara da família, de onde vem alguns dos ingredientes usados nas receitas.
00:39:05Aqui elas cultivam frutas e mandioca.
00:39:09O quintal verdinho, o fogão a lenha, as panelas e vasilhas esmaltadas, tornam o ambiente ainda mais agradável.
00:39:18Com o celular, as duas gravam o passo a passo das receitas.
00:39:22Colocando fermento, ovo, óleo, açúcar, a água e misture tudo muito bem.
00:39:27Elas já mostraram o preparo de arroz carreteiro.
00:39:30Super molhadinho e fica uma delícia.
00:39:32De macarrão no disco de arado.
00:39:34Super saboroso.
00:39:35Mas a especialidade da dupla são as quitandas, como pães, bolos e essa rosca de queijo.
00:39:42Com o sucesso nas redes sociais, a Nilza deixou o trabalho de vendedora e veio morar de vez na chácara.
00:39:53A Dani se formou em análise de sistemas e, graças aos vídeos, foi de trabalhar com a paixão que tinha desde criança.
00:40:01Mas não se enganem, dá um trabalho danado.
00:40:05Para gravar um vídeo, mãe e filha geralmente demoram de duas a três horas, a depender do prato que está sendo preparado.
00:40:12E para editar o material depois, são mais duas horas.
00:40:16Tem que pensar em tudo, em roteiro, na edição de vídeo, em receitas novas para mostrar para o público.
00:40:22Então é um trabalhinho.
00:40:23Um dos primeiros vídeos publicados por elas foi esse frango frito na panela de pressão.
00:40:29A receita teve mais de 58 milhões de visualizações.
00:40:36A gente nunca imaginou que ia dar tão certo.
00:40:38A gente até fez um fogãozinho improvisado e fizemos o almoço e postamos e deu muito certo.
00:40:43E explodiu.
00:40:44E explodiu.
00:40:46A pouco mais de 100 quilômetros dali, no município de Planaltina, Goiás,
00:40:52encontramos outro sucesso nas redes sociais.
00:40:55A dona Maria Antunes, cozinheira de mão cheia, que virou influencer digital.
00:41:01Vocês têm pão amanhecido em casa?
00:41:03Que tal nós fazer um pudim de pão?
00:41:06Vem comigo que eu vou ensinar.
00:41:07A vovó Maria, como é conhecida pelos seus quase 800 mil seguidores,
00:41:13foi criada na roça e aprendeu a cozinhar com a mãe.
00:41:16Eu comecei a fazer comida, eu tinha mais ou menos uns 7 anos, porque minha mãe precisava trabalhar, né?
00:41:21Aí minha mãe caçava um toque e o fogão não era alto, era baixo.
00:41:26Era fogão caipira, porque não existia fogão a gás.
00:41:29E eu fazia uma gororoba lá.
00:41:31Todo mundo comia, saía.
00:41:33Nem a Laila fazia ideia do sucesso.
00:41:36Hoje, a neta trabalha com a avó.
00:41:39Ela é quem grava, edita e posta os vídeos.
00:41:42Tipo, eu venho pra cá cedo, aí a gente decide o que a gente vai fazer.
00:41:45A gente grava almoço, grava lanche da tarde.
00:41:49Aí, às vezes, tem publicidade, aí a gente sai, grava.
00:41:51Esse aí é o bolinho perfeito pra tomar café.
00:41:54Olha aí que delícia que fica.
00:41:56Fica bem sequinho.
00:41:58Outra neta, a Michele, é responsável por gerenciar as contas.
00:42:03Fãs, que ela tem muitos segmentos, né?
00:42:05Que ela fala.
00:42:07Aí também tem que responder todas as mensagens que chega, que é muita mensagem.
00:42:10O estilo da roça cativa o público e é marca registrada da vovó Maria.
00:42:16Sabendo disso, ela faz questão de manter os móveis mais antigos, da época da fazenda.
00:42:22Eu continuo com minhas panelinhas de ferro aqui, que eu gosto muito delas.
00:42:28Principalmente dessa aqui, ó.
00:42:29Essa panela aqui foi do casamento da minha mãe.
00:42:32Vocês fazem o cargo pra vocês dizem.
00:42:33O fogão a lenha, companheiro de longa data, é indispensável.
00:42:37E o lenço na cabeça, completa o figurino.
00:42:43Com o dinheiro das redes sociais, a aposentada já reformou a casa,
00:42:47comprou móveis e fez várias viagens.
00:42:50Em uma delas, realizou um dos sonhos.
00:42:53A onda das receitas da roça tá tão em alta na internet,
00:43:12que até influenciadores famosos estão se rendendo ao preparo dessas delícias.
00:43:18E aí, vamos fazer uma prechada comigo?
00:43:21A fazenda do Caio Afiune fica em Anápolis, na região central de Goiás.
00:43:26O ex-BBB tem mais de seis milhões de seguidores.
00:43:29Ele sempre postou a rotina em eventos e as curiosidades da vida na roça.
00:43:34Vendo o sucesso das receitas, começou a gravar os pratos rústicos que aprendeu com a família.
00:43:42Minha avó sempre cozinhava muito, meu tio sempre cozinhava muito, minha mãe.
00:43:46Então eu sempre fui reparando alguns detalhes que eles utilizavam
00:43:49e fui tentando trazer pra cada prato.
00:43:51E aqui, nesse lindo cenário que a gente desafiou o Caio a preparar pra gente
00:43:55uma receita que ele sabe fazer muito bem.
00:43:58Bom, vamos fazer a famosa rabada, né?
00:44:00O passo a passo é simples.
00:44:02Primeiro ele sela a rabada em um disco de arado.
00:44:06Depois pica tomate, cebola e alho.
00:44:09Tudo vai pra panela pra virar molho.
00:44:12Aí ele adiciona a carne e o sal.
00:44:18Agora é esperar uma hora na pressão.
00:44:21Qual que é o alcance desses vídeos?
00:44:23Nós temos um alcance aí de um milhão, um milhão e meio de pessoas por vídeo.
00:44:32A carne sai assim, suculenta, soltando do osso.
00:44:40Rapaz, mas que delícia!
00:44:42Ficou muito bom.
00:44:43O molho muito bem apurado, tempero na medida, carne desmanchando.
00:44:48Tá bom demais!
00:44:50Cris, a reportagem do Bruno Mendes é uma provocação, né?
00:44:59Dá pra tirar daí uma inspiração pro almoço.
00:45:02Pro almoço, pro café da manhã, pro café da tarde, tudo uma delícia.
00:45:06E daqui a pouco vamos pra Amazônia.
00:45:10A expansão do cacau no Pará, estimulada pelos bons preços que o produto vem registrando nos últimos anos.
00:45:17E o sistema de cultivo por aqui é agroflorestal, imitando a natureza.
00:45:23Esse sistema agroflorestal não tem volta.
00:45:36O Pará é hoje o maior produtor de cacau do Brasil.
00:45:41A valorização do produto estimula agricultores familiares.
00:45:45O cultivo se tornou uma ótima fonte de renda.
00:45:49E lá, Cris, ele ainda é amigo da natureza.
00:45:53Quase todo mundo planta no sistema agroflorestal.
00:45:57O cacau no meio de outras árvores nativas da Amazônia.
00:46:01A reportagem é do César Daci e do Guilherme Timóteo.
00:46:10Este é o alimento dos deuses.
00:46:15Foi assim que o botânico sueco Linneu classificou o cacau, batizando-o de Theobroma.
00:46:25Em grego, Theos significa Deus e Broma, alimento.
00:46:30A escolha do nome foi perfeita, concorda?
00:46:33Aqui nós temos o alimento dos deuses para todos nós.
00:46:36E quando o agrônomo Fernando Mendes diz aqui, é aqui na Amazônia, terra do cacau.
00:46:46E mesmo sendo nativo daqui, os maiores produtores são hoje dois países africanos.
00:46:53Costa do Marfim e Gana respondem por 60% da produção mundial.
00:46:58No Brasil, o Pará, segundo o IBGE, é hoje o principal produtor, com mais da metade da produção nacional, superando a Bahia.
00:47:11A produção de cacau no Pará está concentrada nos municípios que compõem toda essa área verde no mapa.
00:47:17Em um estudo da Embrapa, constatou que as lavouras do estado estão diretamente associadas aos sistemas agroflorestais e também ao trabalho da agricultura familiar.
00:47:29Juntos, os 32 mil cacauicultores paraenses cultivam algo em torno de 230 mil hectares.
00:47:38Tudo em pequenas plantações, que muitas vezes não passam de 10 hectares.
00:47:43É um povo pequeno, que com o pouco que tem, faz essa indústria, com mais de 150 bilhões de dólares por ano,
00:47:51que é a indústria do chocolate, que alimenta o europeu, o americano.
00:47:56O chocolate bom sai daqui.
00:47:59Muitos desses agricultores chegaram à região com a abertura da rodovia transamazônica,
00:48:06na década de 70 do século passado, época da ditadura.
00:48:10O presidente Médici inaugurou oficialmente os trabalhos de construção da rodovia transamazônica.
00:48:18Sob o lema, integrar para não entregar, a floresta foi obrigada a abrir espaço para o homem.
00:48:28O primeiro trabalho que teve quando o senhor chegou aqui era desmatar.
00:48:32Desmatar e fazer o prontinho.
00:48:34Seu José Hamilton e Dona Maria Augusta vieram do Ceará e chegaram em Toméa Sul em 1965.
00:48:43Naquela época, já encontraram muitas áreas desmatadas.
00:48:47Primeiro plantava arroz, milho e no segundo ano já plantava pimenta.
00:48:51O ano cultivo.
00:48:52O ano cultivo, né?
00:48:53E aí quando a pimenta ia mal para uma área, você abandonava aquela área e preparava outra.
00:48:59Começamos do nada.
00:49:02E fomos construindo nossa família, nossos filhos.
00:49:09Uma das joias é esse.
00:49:11É.
00:49:11Orléans, todos eles são, cada um uma benção na minha vida, na nossa vida.
00:49:19Mas ele é o que está fazendo a continuação do pai, né?
00:49:25Orléans, que elogio de mão, hein?
00:49:28Deixou emocionado e meio sem graça, né?
00:49:33Orléans continua o trabalho do pai, mas fazendo o diferente.
00:49:38No dia de hoje, falar assim que você chegou numa área e desmatou, né?
00:49:43Desbravou, era meio assustador hoje.
00:49:45Mas era o que, era o recurso que tinha de sobrevivência naquela época.
00:49:49Mais de 50 anos depois, nós estamos aí com essa responsabilidade de fazer o caminho inverso.
00:49:56Hoje, dentro da propriedade, nós já temos tudo mapeado e a gente não desmata nenhuma área.
00:50:02E nessa contramão da antiga forma de cultivo, Orléans conta com o filho, Overlan, de 28 anos.
00:50:12Uma parceria na mão de obra e na troca de conhecimentos.
00:50:16O Overlan está fazendo agronomia, tá?
00:50:20Eu só consegui fazer curso técnico, então cada vez mais a gente procura melhorar.
00:50:26Meu pai trabalhou de uma forma, a gente está inserindo mais tecnologia.
00:50:30E o Overlan hoje, ele está sendo preparado para assumir isso aqui mais tarde, com mais tecnologia ainda.
00:50:37Ah, é minha paixão, né?
00:50:39Cresci, me criei aqui no sítio, aqui na roça, na propriedade.
00:50:45Então, isso foi adentrando ali no meu DNA e hoje em dia eu não me vejo mais fora da propriedade rural.
00:50:53Ele, que conhecia a prática no campo, levou seus saberes para a sala de aula e trouxe outros dos professores.
00:51:02Foi na faculdade que descobriu que a irrigação que fazia estava mais para molhação.
00:51:09Irrigação não é simplesmente só chegar e jogar água.
00:51:13Envolve cálculos, envolve dimensionamento, clima, vento.
00:51:18Tudo isso está em volta da irrigação para que a gente possa estar dando a quantidade certa de água que a planta necessita.
00:51:25Essa, que parece uma lavoura abandonada, é um cultivo de pimenta do reino que terminou seu ciclo e já cedeu espaço para as mudas de cacau.
00:51:35Então, aqui é um ciclo. Começa a pimenta a produzir com um ano e meio, o açaí começa a produzir com três anos e o cacau entra logo após, no início do plantio dele, três anos e já está produzindo.
00:51:50Três anos.
00:51:50Hoje, a principal produção já é de cacau. São 35 hectares.
00:51:57As mudas aqui são clones, carregam características desejáveis em termos de produtividade e de resistência a doenças e a desafios do clima.
00:52:08Além disso, as plantas são bem tratadas com adubo, água e já respondem.
00:52:16Média nacional que está em torno de 900 a 1.000 quilos por hectare, a gente já está aqui em torno de 2.000 quilos por hectare.
00:52:24E tem margem ainda para aumentar?
00:52:27Com certeza. Com a medida do conhecimento que a gente vai adquirindo, novas tecnologias, com certeza a gente pode conseguir até mesmo dobrar essa produção que temos hoje.
00:52:38No cultivo que imita a floresta, a natureza agradece e os trabalhadores também.
00:52:46Eu trabalhava em outro lugar e era mais apertado, o negócio de sol, essas coisas, era mais agoniante, entende?
00:52:53Aqui é mais tranquilo.
00:52:55A sombra é uma bênção. Agricultura, muitas pessoas não querem por causa do calor.
00:53:00E aqui não, é tranquilo. A gente trabalha o dia todo e não se cansa.
00:53:06É o fruto do nosso trabalho.
00:53:08Quem viu o antes e o depois, aprova a mudança.
00:53:11Mudou tudo, né, senhor Zé?
00:53:13Você se sente satisfeito de ver uma beleza dessa, uma maravilha, né?
00:53:18Esse solo como ele está coberto, micro-organismo, minhoca trabalhando dentro da área.
00:53:24E quando a gente vê essas plantas super carregadas de frutos, tanto cacau como açaí,
00:53:29é como o meu pai falou, hoje transformou.
00:53:32É outra tecnologia que se usa hoje, né?
00:53:36E o que o senhor acha dessa cultura do cacau?
00:53:40É boa. Na época que nós estamos agora, estava um bom preço, né?
00:53:44E a gente gosta de mexer com o cacau.
00:53:47É.
00:53:49Está rindo à toa.
00:53:51A alegria tem razão de ser. O preço está para lá de bom.
00:53:56Ao longo dos últimos quatro anos, o mercado internacional do cacau
00:54:01vem passando por fortes turbulências devido à instabilidade do clima.
00:54:05Costa do Marfim e Gana sofreram com chuva, depois com seca,
00:54:10o que reduziu drasticamente a safra e fez os preços dispararem.
00:54:15Mais de 300% no ano passado, em relação a 2023.
00:54:20E ainda hoje, continuam em níveis elevados.
00:54:23Os preços altos deixaram o mercado interno mais interessante para o produtor brasileiro.
00:54:32Orleans e outros 109 cacauicultores vendem sua produção para a cooperativa de Toméaçu.
00:54:40Até essa supervalorização, 80% das amêndoas iam para o Japão,
00:54:45que pagava até prêmio, um valor a mais para o cacau agroflorestal.
00:54:50Em torno de 3.800 dólares para este ano.
00:54:52Por tonelada.
00:54:53Por tonelada.
00:54:54O preço, alto demais, inviabilizou essa exportação
00:54:58e o cacau passou a ser vendido para o mercado interno, ainda recebendo mais.
00:55:03Em torno de mil, mil e poucos dólares aí por tonelada.
00:55:07O mercado interno não paga pelo sistema agroflorestal.
00:55:10Ela paga porque falta produto para a quantidade que a agroindústria daqui precisa.
00:55:16Com a alta no preço, claro, muita gente passou a cultivar cacau.
00:55:22E quando essas novas plantas iniciarem a produção...
00:55:25Esse aquecimento não vai durar a dia eterna.
00:55:28Provavelmente, este ano que vem, já vai começar, já tem o mercado, vai começar a reagir.
00:55:34Os compradores vão estar com o seu estoque abastecido e o preço deve cair.
00:55:39As perspectivas, segundo os analistas de mercado, é que em 2025 esse preço fique, numa média, entre 7 mil dólares e 8 mil dólares a tonelada.
00:55:50E que, para 2026, recue ainda um pouco mais e fique entre 5 e 6 mil dólares a tonelada.
00:55:56Essa tem sido a tendência.
00:55:58Para manter seus ganhos, a cooperativa já tem a orientação aos produtores.
00:56:03A nossa recomendação é melhorar a produtividade por hectare e não areia plantada.
00:56:11Produtividade.
00:56:12Maior produção numa mesma área e preservando as matas.
00:56:17Segundo o secretário de Agricultura do Estado, Giovanni Queiroz, o cacau já rende mais do que o boi na realidade do Pará.
00:56:25O boi a pasto só te dá 700 reais por hectare ano.
00:56:30O cacau te dá 60 mil reais por hectare ano.
00:56:34Mas a ideia é melhorar ainda mais.
00:56:38E ele fez uma projeção.
00:56:40Nós temos hoje a maior produtividade do mundo, com 912 quilos por hectare, querendo levar isso para 2 mil quilos por hectare.
00:56:48Em quanto tempo?
00:56:49Em 2030 nós queremos atingir 2 mil quilos por hectare.
00:56:53É o que o Orleans e o Overland já conseguem hoje.
00:56:59Sinal de que o caminho da convivência com a floresta pode dar muitos e bons frutos e garantir a permanência no campo.
00:57:07Esse sistema agroflorestal não tem volta.
00:57:10O mundo está pedindo isso.
00:57:12Então não tem como voltar para o monocultivo.
00:57:14No próximo bloco, você vai conhecer melhor o Fernando Mendes, um pesquisador apaixonado pelo que faz.
00:57:23E um sistema de cultivo que dê um passo além nessa imitação da natureza.
00:57:28É o cacau agroecológico.
00:57:31Até já.
00:57:32A produção de cacau no Pará pode ir além da agrofloresta.
00:57:48Você vai conhecer agora um casal que faz um cultivo orgânico e agroecológico.
00:57:53A cultura se fortalece na região amazônica também graças à pesquisa.
00:57:58E gente encantada pelo cacau.
00:58:05Essa é uma coleção de pés de cacau.
00:58:0949 mil plantas diferentes de vários lugares.
00:58:13Trinidad, Tobago, Costa Rica, Peru, Venezuela, Colômbia e 17 mil só da Amazônia Brasileira.
00:58:25Nós começamos a coletar cacau em 1965.
00:58:30Fizemos 17 expedições botânicas pela Amazônia.
00:58:34Em lugares que não se imaginava nem chegar.
00:58:37Não se imagina em 1965 você internalizar aqui na Amazônia, por dentro do rio Tocantins,
00:58:44para você coletar os conheiros materiais.
00:58:48O agrônomo Fernando Mendes ajudou a formar essa área da CEPLAC,
00:58:53a Comissão da Lavoura Cacaueira, no município de Marituba, no Pará.
00:58:58Esse é um banco de germoplasma, um dos maiores do mundo em genética de cacau.
00:59:03O banco de germoplasma é o lugar onde você guarda o maior tesouro genético de uma planta.
00:59:12Então tesouros você guarda em banco.
00:59:16Aqui nós temos o tesouro do cacau.
00:59:22Você já percebeu que o doutor Fernando é um apaixonado, né?
00:59:27Daquelas pessoas raras de encontrar.
00:59:29E ele está sempre por aqui, observando as árvores em busca de algo que vale a pena ser melhorado pela pesquisa.
00:59:37Eu ando todo dia, 24 quilômetros, venho feliz para cá, porque é aqui que está a minha vida.
00:59:46Eu estou aqui há 46 anos.
00:59:49Nós vimos essas plantas chegarem, nós vimos essas plantas crescerem.
00:59:55É com ela que hoje tem 230 mil hectares do Pará.
01:00:00Eu fiz agronomia e essa foi uma primeira lição que eu aprendi.
01:00:08Que o gênero agrônomo, ele tem que estar do lado, mas do lado quase dentro da sociedade agrícola
01:00:17para fazer com que o que ele aprendeu seja desse pessoal também.
01:00:22Um pessoal que luta para produzir e que muitas vezes só consegue visibilidade em feiras como esta, realizada em Belém.
01:00:34Aqui se saboreia o produto.
01:00:37É maravilhoso, olha que grossura.
01:00:40Gente, esse é original.
01:00:41Ao mesmo tempo em que se divulga o modo de produzir.
01:00:45Eu vim também para conhecer um pouco mais da história das pessoas que fabricam chocolate no estado.
01:00:50É a produção do campo chegando a todos.
01:00:55Foi quando a gente realmente despontou.
01:00:57Estávamos lá tipo assim meio isolados e aqui a gente aparece.
01:01:02O local de isolamento a que Tomire se refere é o sítio da família.
01:01:07Uma área de 26 hectares e meio no município de Igarapé-Açu.
01:01:12Aqui o cacau não é apenas agroflorestal.
01:01:17É agroecológico.
01:01:19Para entender como funciona a produção do cacau agroecológico,
01:01:24é preciso entender a cabeça do agricultor que escolheu trabalhar com esse sistema.
01:01:29A Luciana e o Tomire são certificados pelo Ministério da Agricultura,
01:01:34que reconhece a sua propriedade como o quê, Tomire?
01:01:38Como orgânica.
01:01:39E onde é que entra essa história de agroecologia, Luciana?
01:01:43A agroecologia consiste em imitar a natureza.
01:01:46E nós fazemos exatamente isso.
01:01:48Nós imitamos o que de mais sublime a natureza tem a partir do nosso sistema agroflorestal.
01:01:57E nem todo produtor orgânico é agroecológico?
01:02:00Não.
01:02:00Basicamente, para ser agroecológico, você tem que ser autossustentável.
01:02:05Não depender de insumos externos.
01:02:07Você precisa produzir aquilo que você consome.
01:02:11A nossa dependência de insumos é zero.
01:02:15A nossa dependência é só com mão de obra.
01:02:20Tomires e Luciana chegaram por aqui em 2009 e fizeram uma transformação.
01:02:26Qual era a situação aqui da propriedade?
01:02:29Capim.
01:02:30Solo extremamente degradado.
01:02:32Não se produzia, não dava para cultivar do jeito que estava.
01:02:35Essa é a realidade, né?
01:02:36E aí o que vocês fizeram, Luciana?
01:02:39Substituímos o pasto pela agrofloresta com muita diversidade e riqueza de espécies.
01:02:45Nesse novo cenário tem piquiá, copaíba, ingá, cupuaçu, açaí e o cacau que chegou a oito anos e hoje ocupa cinco hectares.
01:03:04São quatro variedades diferentes.
01:03:06Tem mais arredondado, mais avermelhado, com a casca enrugada, outro de casca lisa.
01:03:14Se você provar um fruto desse individualmente, você vai ver que eles são diferentes.
01:03:18Tudo é cacau, mas a diversidade de sabor é enorme também.
01:03:21E aí na hora que junta tudo...
01:03:22Exatamente.
01:03:23Na hora que junta tudo, você tem um produto final de melhor qualidade, de um sabor único.
01:03:29E uma curiosidade que na verdade é também uma estratégia, é que aqui eles não plantam cacau clonado.
01:03:37Exatamente.
01:03:38É de semente.
01:03:38É de semente.
01:03:39Por que, Tomires?
01:03:40Para preservar essa questão da variedade genética.
01:03:45Quem planta uma variedade só, ele corre um sério risco de ter um problema que vai expandir na sua lavoura toda.
01:03:52Porque, do ponto de vista genético, são iguais quando é clone.
01:03:56Já aqui não.
01:03:57Ela vai chegar aqui nessa planta específica e vai terminar aqui.
01:04:01Porque a outra já é um outro fator genético.
01:04:03Então, do ponto de vista do equilíbrio, fitossanitário, isso é extremamente importante na lavoura.
01:04:11A nutrição das plantas vem da própria natureza.
01:04:16A poda para estimular a frutificação e a queda natural das folhas vão formando essa cobertura de matéria orgânica sobre o solo,
01:04:24que nunca fica descoberto.
01:04:27Tudo em equilíbrio.
01:04:29A única coisa que nós não temos aqui é praga.
01:04:32Nosso cacau, ele não tem, assim, nada que nos cause dano econômico, né?
01:04:36Porque praga é aquilo que causa dano econômico.
01:04:39Tem vassoura de bruxa? Tem.
01:04:41Tem formiga? Tem.
01:04:42Mas não nos causa um prejuízo.
01:04:44Ela está tudo assim, em harmonia.
01:04:48Quando aparece um problema, como nessa árvore, com sintomas de vassoura de bruxa,
01:04:54a pior doença do cacaueiro, Tomiris corta o galho e tira da área.
01:05:00É por isso que eles precisam estar sempre de olho nas plantas.
01:05:05São mil e quinhentos pés de cacau, mil já produtivos.
01:05:10E o sistema agroecológico tem se mostrado generoso.
01:05:14A nossa expectativa pra esse ano é acima da média pra esse tipo de manejo, né?
01:05:19A média pra esse tipo de manejo é meio quilo de amêndoa por árvore.
01:05:23E aqui vocês conseguem quanto?
01:05:24De 800 a 1 quilo de amêndoa por árvore.
01:05:27Qual é o milagre?
01:05:29Milagre é esse cuidado que a gente tem com o nosso sistema.
01:05:33Quando você trata bem a natureza, ela responde à altura, né?
01:05:36Repare que no mesmo pé há flores, frutos em formação e cacau pronto pra colheita.
01:05:46Sinal de que a safra por aqui é espaçada.
01:05:50Na realidade até existe um pico de colheita que vai aí do meados de junho até o fim de julho,
01:05:57mas aqui você colhe o ano inteiro.
01:06:00Exatamente.
01:06:01O manejo agroecológico, ele te dá essa possibilidade, né?
01:06:05Você vê, aqui não é um plantio de cacau.
01:06:07Ele tá no seu natural.
01:06:09Essa é a forma que ele produziria na floresta.
01:06:14Pra fazer chocolate de qualidade, a gente precisa colher frutos no seu estágio de maturação ótimo.
01:06:20Não tô vendo nem mais nem menos.
01:06:21Você vê que aqui, ó, desses três frutos, esses dois eu colho.
01:06:25Esse daqui já fica pra próxima.
01:06:26Os frutos colhidos vão permanecer no campo pra uma primeira etapa de pré-fermentação.
01:06:34Ocorre assim, com eles cobertos por folhas.
01:06:38Ele ainda fica cinco dias.
01:06:41Aqui os micro-organismos estão trabalhando nessa pré-fermentação.
01:06:46Passado esse período, o cacau é então cortado.
01:06:50As cascas ficam na própria lavoura, como adubo orgânico, e as amêndoas seguem seu curso até a secagem.
01:07:00O objetivo de todo cuidado é a produção de chocolate.
01:07:05Um sonho que a baiana Luciana acalentava desde a infância, quando já convivia com o cacau.
01:07:14Eu era criança na época, quando eu me mudei aos quatro anos, para o sul da Bahia.
01:07:19E lá era o apogeu, a época do apogeu do cacau.
01:07:25Toda vez que eu consumia cacau, eu colocava minhas amêndoas dentro de um vidrinho e falava pra minha mãe que queria produzir chocolate.
01:07:32E aí virou realidade.
01:07:34Depois de 30 anos, eu não deixei o sonho morrer.
01:07:39Com a fabricação do chocolate na propriedade, Luciana não calcula a produção em amêndoas, mas em barras.
01:07:48Por ano, eu faço 12 mil barras de chocolate.
01:07:51De 40 gramas.
01:07:52De 40 gramas.
01:07:55E o processo de produção do chocolate é lindo de ver.
01:08:02Vamos provar o que já encheu os olhos de muita gente aí, né?
01:08:09Nessa reportagem, né?
01:08:10O que que eu tenho que perceber nesse chocolate?
01:08:14O percentual de 70% é um percentual intenso.
01:08:18Nesse chocolate, você não vai sentir amargo.
01:08:21E o que vai, de fato, aparecer é o sabor do cacau.
01:08:25É verdade, tem um sabor bem forte, mas ao mesmo tempo é suave.
01:08:34A gente entende, César, que o agricultor familiar, ele precisa sair da produção de matéria-prima pra produção de produto final.
01:08:43O preço da amêndoa está muito bom para o produtor.
01:08:46Mas quando a gente agrega valor ao produto e transforma ele em chocolate, ele pula um valor agregado dez vezes mais em referência ao preço atual da amêndoa.
01:08:57Hoje, a nossa produção é autossustentável, do ponto de vista econômico também.
01:09:02A realidade superou o sonho de infância da Luciana.
01:09:07Cultivado e regado, ele vai dar frutos por muitos anos.
01:09:11A natureza nos dá mais do que a gente deixa.
01:09:15E aqui a gente tenta causar menos impacto possível na natureza exatamente por isso, porque ela tem muito pra oferecer.
01:09:23E a gente não pode se afastar disso.
01:09:25A natureza é parte da gente.
01:09:28O pessoal da agroecologia fala que tu tem que se transformar pra poder transformar.
01:09:33Eu quero ganhar dinheiro sim, mas eu não quero pisar em ninguém, eu não quero maltratar a natureza, eu quero viver com ela.
01:09:39Sendo parte dela.
01:09:41Isso aqui é a minha vida, é o nosso quintal.
01:09:46O cultivo agroflorestal não traz de volta a biodiversidade da floresta intocada, mas é uma forma eficiente de convivência entre o homem e a natureza.
01:09:58Principalmente na Amazônia, esse bioma tão essencial pro planeta.
01:10:02E o Globo Rural de hoje termina aqui.
01:10:05Você pode rever essa edição sábado às seis da manhã.
01:10:09E um aviso importante, domingo que vem o nosso encontro é mais cedo, às sete e meia da manhã.
01:10:15Fique ligado, hein?
01:10:16Um ótimo dia.
01:10:17Bom domingo, até a semana que vem.
01:10:19Bom domingo, até a semana que vem.
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