- anteontem
Donald Trump voltou a defender tarifas de 50% sobre produtos de países “inimigos” dos EUA — e embora não tenha citado diretamente, o Brasil foi o único que recebeu a notificação formal.
A medida pode gerar perdas bilionárias ao agronegócio.
Saiba o que está por trás do gesto político de Trump e a resposta do governo brasileiro.
Assista:
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NotíciasTranscrição
00:00O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira que alguns países tiveram seus produtos taxados em 50%
00:08porque não tem se dado bem com o governo americano.
00:12Trump não citou nominalmente o Brasil, mas o país foi o único a receber uma tarifa de 50%
00:20entre as 25 cartas enviadas pelo republicano para notificar seus parceiros.
00:25O presidente americano tem reiterado que considera uma caça às bruxas o julgamento do seu aliado ideológico,
00:34o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu em um processo no Supremo Tribunal Federal,
00:39acusado de ser o líder de uma tentativa de golpe de Estado com o objetivo de impedir a posse do hoje presidente Lula.
00:47E quem reapareceu foi o ex-presidente brasileiro Michel Temer, criticando a postura de Trump.
00:55Vamos ouvir.
00:56Ao longo do tempo, sempre pregamos a pacificação do país.
01:01Em momentos em que nada parece estar favorável, em que tudo parece se distanciar de uma solução,
01:09de estarmos debaixo de uma tempestade, é hora de procurar abrigo no porto seguro do diálogo.
01:15Na turbulência, mais do que nunca, é que devemos buscar entendimento, construir consensos,
01:23buscar convergências, buscar união, respirar respeito.
01:28É isso que mantém a democracia viva e um país soberano.
01:32E tudo isso deve começar dentro de casa, para depois atravessar fronteiras.
01:40Digo isso profundamente entristecido com a taxação despropositada imposta aos nossos produtos
01:48e pela lamentável eliminação de vistos dos ministros da Suprema Corte,
01:54o que é injustificável e inadmissível.
01:57São inadequações que não se resolvem, contudo, com pravatas, com ameaças, com retruques, com agressões.
02:06Resolve-se pelo diálogo que se faz entre nações, especialmente nações parceiras.
02:13E o diálogo se faz pelos mais variados meios, pela diplomacia tradicional,
02:18pelo contato dos legislativos e, naturalmente, pela interlocução entre os chefes dos respectivos governos.
02:28É difícil?
02:29No caso, pode ser, mas não pode deixar de ser tentado.
02:33Vivemos um momento em que a ação responsável e a experiência não podem ser esquecidas,
02:40devem ser praticadas.
02:42Em momentos sombrios, sejamos sóbrios.
02:46O bom senso e o cálculo estratégico devem prevalecer sem jamais partir para um confronto
02:54que transforma essa situação em uma espécie de briga de rua,
02:57de brasileiros contra brasileiros, de país contra país.
03:02Devemos agir e reagir como uma nação livre e soberana que somos,
03:08sem excessos de ambas as partes,
03:10e sempre rigorosamente guiados pelos tratados internacionais e pela nossa Constituição.
03:18É o meu desejo.
03:20Obrigado e um mundo melhor para todos.
03:23Enquanto isso, uma delegação composta por oito senadores de diversos partidos e espectros políticos brasileiros
03:30parte para os Estados Unidos no fim desta semana com a missão de negociar
03:35a suspensão do novo pacote tarifário anunciado pelo presidente norte-americano.
03:40E eu já convido o nosso querido Rodolfo Borges para falar conosco sobre esse assunto.
03:47Olha, eu até publiquei uma matéria na Cruzoé sobre como seria o cenário
03:52se de fato o tarifácio de 50% for implementado.
03:56Conversando com alguns agentes do mercado financeiro,
03:59por mais que eles não admitam publicamente,
04:01tanto que você vê a cotação do dólar ainda inconfortável em 5,53,
04:05parece que realmente esse tarifácio virá.
04:09Para você, isso já são favas contadas? Vai acontecer mesmo?
04:13Bem, boa tarde a todos.
04:15Não dá para dizer, Inácio, e é exatamente por isso, aparentemente, que o dólar está nesse nível aí.
04:19E até o Carlos Bolsonaro, o filho do Jair Bolsonaro, um dos filhos do Jair Bolsonaro,
04:23reclamou, a gente destacou isso também em uma nota lá no site da Cruzoé,
04:29que os faria Lullers, como ele está chamando,
04:32que é uma nova crítica aí, que mais um filho do Bolsonaro faz ao mercado financeiro,
04:37à elite financeira, como o Eduardo Bolsonaro tem citado,
04:41dizendo que está todo mundo muito calmo e que não vê problema ainda.
04:45De fato, assim, não dá para dizer que é favas contadas,
04:48porque aparentemente, como a gente já tinha falado aqui também na semana passada,
04:52o mercado parece estar apostando que o Trump não vai chegar a impor essas tarifas
04:59a partir de 1º de agosto.
05:00parece ser esse o cenário ainda com o que se está trabalhando.
05:05Por quê?
05:06Do ponto de vista diplomático,
05:08se a gente for olhar pelo que o governo Lula tem conseguido fazer e não tem conseguido fazer nada,
05:13a gente não vê um sinal de diálogo,
05:16a gente não vê uma perspectiva de conversa.
05:19O que tem,
05:20e a gente tratou disso ontem, no programa de ontem,
05:22é essa comitiva de senadores,
05:24no qual os empresários brasileiros estão depositando alguma esperança,
05:29porque é só nisso, aparentemente, que se pode depositar alguma esperança
05:33do contexto que está posto.
05:36Diante de tudo isso, era para os agentes financeiros estarem enlouquecidos.
05:41O que a gente vai fazer?
05:42Até porque as empresas já...
05:44Todo dia aparece o registro de algum setor,
05:47o setor de carne já se disse muito prejudicado,
05:50o setor de peixes,
05:51já tem negócios que foram paralisados,
05:54foram suspensos na expectativa do que vai acontecer.
05:56Então, já tem um impacto financeiro para o Brasil
06:00e, mesmo assim, o mercado não está agitado
06:04da forma como deveria,
06:06ou a gente imaginaria que deveria estar,
06:08por conta da perspectiva de uma taxa,
06:11de uma taxa adicional,
06:13que vai, sim, mexer de uma forma brusca,
06:16na forma como se faz o negócio.
06:17Já está mexendo.
06:19Mas, aparentemente, está todo mundo esperando,
06:22na expectativa de que ela não venha a ser posta em prática,
06:25como já aconteceu com outros países.
06:29Antes de chamar o nosso querido Wilson Lima,
06:31conversando com alguns agentes do mercado financeiro,
06:35o que explica esse momento de calmaria,
06:37o que explicaria esse momento de calmaria,
06:40digamos assim, do mercado financeiro
06:41em relação a essa tarifa,
06:44que, ao que tudo indica,
06:45ganha força a cada dia,
06:47como possibilidade de, de fato, ser implementada,
06:49seriam duas possibilidades.
06:51A primeira, existe uma esperança de que, na verdade,
06:53o governo esteja negociando nos bastidores
06:55e que logo vai ser anunciado um acordo
06:58e que só não está sendo algo com publicidade
07:02para não estragar as negociações que estariam acontecendo.
07:04Esse é um lado, digamos assim, mais otimista.
07:06Outro, mas, digamos assim, cínico e pragmático,
07:10vamos dizer assim,
07:11seria que, se de fato as tarifas forem implementadas,
07:15isso seria, a médio prazo,
07:17muito prejudicial para o governo Lula
07:20e, com isso, a chance dele se reeleger diminuiria.
07:24Qual dessas versões é a mais forte, é a mais provável?
07:27Aí deixamos para vocês aí em casa entenderem e elegerem.
07:32Wilson Lima, muito bem-vindo, boa tarde.
07:36O que é que você acha destes cenários?
07:42Sobre o cenário em específico,
07:44eu confesso que eu estava até com a idade do Temer, sabe?
07:48Porque o Temer é aquele político clássico
07:50que aparece para não fazer absolutamente nada.
07:55Não imaginem que o Trump vai se sensibilizar
07:59com uma mensagem de caráter emotivo do Michel Temer.
08:03Mas aí, fica o registro do ex-presidente da República.
08:08O grande problema, Inácio,
08:09é que o Brasil não tem interlocução com a Casa Branca.
08:13Esse que é o grande problema.
08:15E, nesse ponto, o clã Bolsonaro conseguiu, de fato,
08:18uma vitória, conseguiu uma interlocução
08:19diretamente com a Casa Branca.
08:22O Fernando Haddad tenta ali
08:25iniciar alguma conversa,
08:26o Itamaraty tenta também uma conversa,
08:28mas as coisas, de fato, não progridem.
08:31E o fato é que, pelo jeito,
08:32o tarifácio virá.
08:34Agora, o Brasil tem que começar a correr
08:37atrás do prejuízo.
08:38A estratégia do Palácio do Planalto
08:39é, isso já ficou muito claro,
08:42de buscar mercados alternativos
08:44aos Estados Unidos.
08:46O problema é que essa emenda
08:47pode sair pior do que o Soneto.
08:51Interessante.
08:51Bom, vamos ficar de olho.
08:53Aliás, quem quiser ler,
08:54tem na Cruzão, é uma matéria
08:56justamente falando sobre este cenário.
09:00E se a tarifa de 50%
09:02vier escrita por mim?
09:03É muito interessante.
09:05No final, eu faço uma analogia
09:06sobre o Brasil negociar
09:08com os Estados Unidos.
09:09É mais ou menos como
09:10alguém dançar com o incrível Hulk.
09:14Você dança a música que ele quiser
09:15no ritmo que ele ditar
09:17e, no final, você vê se aquilo escapa
09:19e ele muda de interesse
09:21e você sobrevive mais um dia.
09:23Leia, está na revista Cruzoé.
09:26Agora, mudando um pouco de assunto,
09:28a Confederação de Agricultura e Pecuária
09:31do Brasil, a CNA,
09:32estima que o tarifácio dos Estados Unidos
09:34pode reduzir em 5,8 bilhões de dólares por ano
09:39as exportações de produtos
09:41dos agronegócios brasileiros para lá.
09:45A aplicação de tarifa de 50%
09:47sobre esses produtos nacionais
09:49a partir já do mês que vem
09:50tem potencial para diminuir pela metade
09:53os valores recebidos pelos exportadores
09:55em 2024.
09:57De acordo com a entidade,
09:58alguns produtos sofrerão mais impacto
10:01que outros.
10:02No caso dos sucos de laranja,
10:04a tarifa se tornaria impeditiva
10:06para o acesso do produto brasileiro
10:08aos Estados Unidos
10:09e reduziria a zero
10:11o volume comercializado.
10:13Para a carne bovina
10:14e o sebo bovino,
10:16as exportações podem cair
10:1747% e 50% respectivamente.
10:20A queda estimada para produtos de madeira
10:24oscila entre 25% e 100%
10:27nos cálculos da CNA.
10:29E aí, meu caro Wilson Lima,
10:32se isso realmente se consubstanciar,
10:35se de fato se provar este cenário,
10:37o que é que pode ser feito?
10:39Porque mesmo que o Brasil vá atrás
10:41de outros mercados,
10:42não é uma coisa imediata
10:44que vai criar-se um mercado
10:46como se tivesse gente batendo na porta
10:47e a gente estivesse recusando
10:49porque a gente está comprometido
10:51com os Estados Unidos.
10:52A gente vai ter que entrar
10:53com outros países em negociações
10:55que já são supridos
10:56por outros fornecedores.
10:58Não é uma coisa fácil, né?
11:01É, então, não é um processo muito fácil.
11:04Por isso que os agricultores,
11:05nesse momento, já começam a fazer conta.
11:07E é disso que se trata.
11:09O governo brasileiro, de fato,
11:11falhou nas negociações
11:12com os Estados Unidos
11:13diante desse tarifazo de Donald Trump.
11:16A primeira estratégia do Itamaraty
11:18era, de fato, ganhar tempo.
11:20O que, numa primeira abordagem,
11:23até que faz sentido.
11:25A questão é que, assim,
11:26outras possibilidades de negociação,
11:29como, por exemplo,
11:30você tentar adiar o tarifazo
11:33ou mesmo buscar uma interlocução
11:34com a Casa Branca,
11:35todas essas alternativas,
11:37elas naufragaram justamente
11:39pela falta de alguém
11:41do governo brasileiro
11:42que encabeçasse essas negociações.
11:45O próprio presidente Lula,
11:47e eu já falei isso aqui
11:49no programa várias vezes,
11:51ele apresenta um defeito mortal
11:54nessa gestão Lula 3.
11:57Qual é?
11:57Ele não quer participar
11:59das principais decisões.
12:00Ele não quer participar
12:01das principais negociações.
12:03Ele tem terceirizado isso
12:04para outros agentes do governo.
12:06E aí eu estou falando especificamente,
12:08ele estou falando especificamente aí
12:10do, enfim,
12:11Itamaraty, dependendo do caso,
12:13na questão política,
12:16ele colocou isso para a Iglesias Hoffmann,
12:19também terceirizou a questão
12:21das negociações de caráter econômico
12:22para o Fernando Haddad.
12:23Então ele tem escolhido
12:24alguns atores
12:25para atuar em seu nome,
12:27porque ele já dá sinais de cansaço.
12:30E nesse tipo de negociação estratégica,
12:32para você tentar buscar
12:33uma conversa com a Casa Branca,
12:35o presidente da República,
12:37se de fato tivesse uma boa vontade,
12:39ele estaria negociando,
12:41ele estaria ali
12:41à frente das negociações.
12:43Por mais que isso pudesse,
12:45em um primeiro momento,
12:46implicar em um desgaste
12:47para a imagem do Lula,
12:48afinal de contas,
12:49nós sabemos que
12:49o governo brasileiro
12:51tem as portas fechadas
12:52ali do Salão Oval.
12:54Então, só que,
12:56quando o Lula,
12:57ele terceiriza essa missão,
13:00ele terceiriza essa possibilidade
13:02para outros integrantes do governo,
13:04como Fernando Haddad,
13:05o Itamaraty,
13:06e agora, de certa forma,
13:08para essa comissão de senadores,
13:09ele lava as mãos.
13:11Se der certo, ok,
13:12mérito para o governo brasileiro,
13:14ele vai tentar puxar para si
13:15essa vitória.
13:17Caso contrário,
13:18o Brasil pode, de fato,
13:20ser responsabilizado
13:21por algo que não foi provocado
13:23pelo próprio governo,
13:24embora, reforçando,
13:27o que o Câmara Bolsonaro fez
13:29foi aproveitar uma janela
13:30de oportunidade deixada
13:31pelo governo Lula.
13:33Como havia uma omissão
13:34e, de fato,
13:36uma resistência do PT
13:38de aproximar esse diálogo
13:41com a Casa Branca,
13:42o Câmara Bolsonaro foi lá e o fez.
13:43Não existe vácuo de poder.
13:45E agora o governo Lula,
13:46ele sofre com isso
13:47e ele, nesse momento,
13:49ele colhe tudo aquilo
13:50que ele plantou.
13:51Ou seja,
13:52ele plantou uma relação
13:55não cordial com a Casa Branca
13:59e agora está colhendo
14:01os frutos disso, Inácio.
14:04Número,
14:05Inácio.
14:24Inácio.
Recomendado
10:51
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