Como diferenciar a tristeza de um quadro de depressão leve? | VIVA BEM - Vídeo Dailymotion

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Como diferenciar a tristeza de um quadro de depressão leve? O psiquiatra e psicoterapeuta, Dr. Guido May, psiquiatra e psicoterapeuta, bateu um papo com Marcio Atalla no Viva Bem desta semana e desvendou alguns mitos da saúde mental, entre elas, a de que pessoas depressivas são só aquelas que têm sintomas exagerados.  Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/  Inscreva-se no nosso canal: https://www.youtube.com/c/jovempannews  Siga o canal "Jovem Pan News" no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S  Entre no nosso site: http://jovempan.com.br/  Facebook: https://www.facebook.com/jovempannews  Siga no Twitter: https://twitter.com/JovemPanNews  Instagram: https://www.instagram.com/jovempannews/  TikTok:  https://www.tiktok.com/@jovempannews   Kwai: https://www.kwai.com/@jovempannews  #JovemPan

Transcript

00:00E para responder essa pergunta, eu tenho prazer em receber o psiquiatra doutor Guido Boabai de Mai,

00:11médico do corpo clínico do Einstein e especialista no assunto. Obrigado, Guido, por ter aceitado esse convite.

00:18É um prazer estar aqui. Muito obrigado pelo convite e pela oportunidade.

00:22Bom, vamos lá. A receita parece ser bem simples, né?

00:25A gente tem o controle de muitas coisas, como no nosso estilo de vida, o que a gente come,

00:32o quanto eu me movimento, o quanto eu durmo, como eu consigo gerenciar o estresse.

00:39Mas parece que mesmo a gente tendo o controle dessas coisas, né, do estilo de vida,

00:44está cada vez mais difícil incorporar bons hábitos, mesmo tendo a informação.

00:49Como que se explica isso?

00:51A gente tem a informação, mas dificilmente tem o controle sobre o nosso comportamento.

00:58Se todo mundo tivesse controle sobre o próprio comportamento,

01:01todo mundo estava magro, estava todo mundo fazendo exercício.

01:05Então, o que rege o nosso comportamento vai muito além da nossa consciência.

01:10Bom, eu acredito muito que o nosso meio ambiente acaba influenciando muito.

01:16Então, não só a informação, mas esse meio ambiente acaba fazendo com que a gente tome algumas decisões

01:23muito influenciado por esse meio ambiente e isso acaba aumentando muito essa prevalência aí de ansiedade, depressão,

01:32que a gente chama de problemas de saúde da mente.

01:34E eu te falo isso porque em muitas empresas que eu acabo indo palestrar,

01:40eu faço a mesma pergunta para as pessoas.

01:42Há 20 anos, essa empresa tinha algum programa de qualidade de vida?

01:48A pessoa fala não.

01:49Há 20 anos existiam programas preocupados com a sua saúde mental?

01:55E a resposta é sempre, invariavelmente, é não, não tem.

02:00Era melhor trabalhar nessa empresa há 20 anos ou hoje?

02:03As condições?

02:04E todo mundo fala hoje.

02:06E apesar disso, os afastamentos por saúde da mente,

02:11aí a gente fala principalmente em burnout, depressão e ansiedade, só aumentaram.

02:15Como que a gente explica esse fenômeno?

02:18No ano passado, nós tivemos um número de atestados médicos

02:23que superou 472 mil atestados médicos por depressão e ansiedade.

02:29entre os transtornos, mas principalmente.

02:32Isso representa um aumento de 68% em relação ao ano de 2023.

02:37Foi o maior número dos últimos 10 anos.

02:42O ambiente, certamente, vai interferir na nossa saúde geral

02:48e na nossa saúde mental,

02:51tanto positivamente quanto negativamente.

02:54Então, e o trabalho, onde a maioria de nós passa boa parte do tempo,

03:00da mesma maneira.

03:02Entendi, mas o que eu acho que tem um paradoxo aí nessa história é

03:06se meu ambiente no trabalho é mais saudável,

03:10por que que aumenta esse tipo de problema em relação à saúde da mente?

03:15É da porta do trabalho para casa?

03:19Pois é.

03:20É difícil dar uma resposta generalizada.

03:23É que depende, né?

03:25Eu acho que hoje, muitas empresas cuidam de saúde mental

03:29muito mais do que antes.

03:31Da mesma maneira que uma empresa tem que cuidar da ergonomia lá,

03:34das cadeiras para os seus colaboradores sentar,

03:37ela também tem que identificar os eventuais variáveis

03:41naquele ambiente que pode impactar negativamente

03:43a saúde mental dos seus colaboradores.

03:46Mas, o que eu percebo nessa minha experiência,

03:50nesse contato com as empresas?

03:51É muito comumente, pelo menos os casos que eu conheço,

03:57os programas, eles vão até uma determinada camada de intervenção.

04:03Mudança de hábitos, suporte psicológico,

04:08isso é fundamental, com certeza é fundamental.

04:11Agora, o que acontece, e aí já vou chegando na tua resposta,

04:16aqueles colaboradores, aquelas pessoas que já estão doentes

04:20e precisam de atendimento médico,

04:23em geral elas não são detectadas,

04:26não são diagnosticadas e não são cuidadas.

04:29Ponto.

04:30Pode partir de um pressuposto que o ambiente de trabalho hoje,

04:33em geral, é melhor que antes?

04:35Podemos, mas aí nós vamos ter que entender que cada empresa tem as suas particularidades

04:40e algumas continuarão sendo uma variável, um fator de impacto negativo.

04:47Agora vamos pensar do balcão para fora das empresas.

04:51Nós temos no Brasil hoje um ambiente de desigualdade social muito grande,

04:55portanto, insegurança econômica, violência urbana,

05:01excesso de contato com mídia social e excesso de informação.

05:06A gente sabe que isso sobrecarrega o cérebro.

05:09Nós temos menos acesso, ou pouco acesso a serviços de saúde mental de qualidade.

05:16Nós temos doenças inflamatórias em geral aumentando, obesidade, por exemplo.

05:23E aí não tem muito a ver com o nosso estilo de vida.

05:25Quer dizer, a gente tem dormido muito pouco

05:28e aí a falta, a privação de sono tem uma relação muito direta

05:33com a prevalência de depressão, ansiedade e burnout,

05:37outras doenças da mente.

05:39Se exercitado muito pouco, então no Brasil,

05:41menos de 30% da população consegue atingir o mínimo de movimento

05:45recomendado pela OMS,

05:47que são 150 minutos divididos preferencialmente em 5 dias.

05:51como que a gente vira essa chave

05:55para melhorar o estilo de vida das pessoas

05:58fora do ambiente de trabalho,

06:00para que no ambiente de trabalho ele esteja mais preparado

06:05para uma vida profissional?

06:06Afinal, trabalho é trabalho, lazer é lazer.

06:10Fazendo o que nós estamos fazendo aqui agora,

06:11levando informação relevante,

06:14porque o primeiro passo para a pessoa poder cuidar da sua saúde geral

06:18e também da sua saúde mental é conhecer a respeito.

06:22Como que é possível, você que está aí nos ouvindo

06:24e assistindo, cuidar daquilo que você não conhece?

06:29Como médico, além de palestras, empresas e trabalhar como empresário

06:34na área da biotecnologia,

06:36eu continuo sendo um médico muito atuante,

06:38um psiquiatra muito atuante.

06:39Então, é muito comum, gente,

06:43receber pessoas que vêm se sentindo mal há muitos anos

06:46e que não sabiam que estavam com sintomas depressivos, por exemplo,

06:51que não sabiam que aquele medo lá,

06:53que ela tem a mais de ir naquele lugar,

06:55aquela dificuldade para casa, aquele nervosismo a mais,

06:58aquela preocupação excessiva,

07:00é sintoma de um transtorno de ansiedade, por exemplo.

07:02Por quê?

07:04Porque ao contrário do que muita gente pensa,

07:07a maioria das pessoas que têm sintomas depressivos

07:10não têm sintomas graves,

07:12que é aquele mito,

07:14como que aquele fulano ali, aquele ser humano,

07:16que está trabalhando, que tem família,

07:19que vai até jantar fora,

07:21aquele cara não pode ter depressão?

07:23Porque, gente, é fácil de explicar.

07:25A grande maioria, 60, 70, talvez 80%

07:29das pessoas que têm sintomas de depressão

07:32têm sintomas leves a moderados.

07:36Dá para viver com isso.

07:38Como dizem lá os manezinhos da ilha de Florianópolis,

07:42é do tipo que entonta, mas não derruba.

07:45Então...

07:45Enverga, mas não quebra.

07:47Enverga, mas não quebra.

07:49Então, a pessoa vai se acostumando

07:51e aí, Márcio, tem uma particularidade na depressão, por exemplo,

07:55que é o fato de...

07:58A grande maioria dos quadros depressivos

08:01começa fraco, leve

08:04e pode demorar meses ou anos

08:07para ir evoluindo.

08:09Então, aquele ser humano ali,

08:11aquela ser humana, ela vai se acostumando.

08:13Ah, e aí perde a vontade de sair de casa,

08:15daqui a pouco não quer mais ir ver os amigos,

08:17vai estar indo trabalhar,

08:19daqui a pouco dorme pior,

08:20mas consegue se virar bem,

08:22aí perde o apetite,

08:24passa um, dois, três anos,

08:26está uma pessoa diferente.

08:27O nosso corpo, ele é muito forte,

08:29vai se adaptando, né?

08:30Como que eu vou diferenciar um quadro de tristeza,

08:33que é normal,

08:34ao longo da vida você vai passar por vários momentos ali de tristeza,

08:37de uma depressão leve?

08:41Rapaz, sabe que nesses meus 31 anos

08:44e mais de 110 mil consultas realizadas,

08:47o que eu acho mais difícil até hoje

08:49são os quadros leves.

08:52Quando o paciente vem com sintomas depressivos perceptíveis,

08:57a gente vai criando um olho clínico, né?

09:00E não é tão difícil assim de diagnosticar

09:02e estabelecer o tratamento.

09:05Os quadros leves,

09:06muitas vezes eles vão exigir

09:08acompanhamento do paciente,

09:11o que eu faço pelo menos, né?

09:12Porque, como médico,

09:15eu não posso errar nem por medicar desnecessariamente

09:19e nem por deixar de medicar um paciente

09:24que precisa ser medicado,

09:25porque o prejuízo é muito grande.

09:27Quando eu fico na dúvida,

09:29eu observo o paciente,

09:31vejo ele dali a duas semanas em outra consulta,

09:34depois dali a outra,

09:34mas, veja,

09:37tristeza, gente,

09:39todo mundo tem

09:39uma emoção

09:41que faz parte da vida.

09:45A questão é,

09:47uma tristeza normal,

09:49ela é proporcional

09:51à sua causa,

09:53tanto na duração,

09:55quanto na intensidade.

09:57E depois que passa o motivo,

09:58passa a tristeza.

10:00Agora, a depressão,

10:01ela inclui

10:03um humor triste,

10:05um entristecimento

10:06na maior parte dos dias

10:09por algumas semanas consecutivas.

10:12Agora, num quadro leve,

10:14a gente tem muito estudo

10:16mostrando o poder

10:17da atividade física, né?

10:19Ele consegue fazer

10:21com que a pessoa

10:22produza mais

10:23algumas substâncias relacionadas

10:24ao bem-estar,

10:25ao prazer.

10:26Ela, quando faz mais

10:27atividade física,

10:28ela normalmente tem

10:29uma facilidade maior

10:31em ter um sono de qualidade.

10:34Como que a atividade física

10:35pode ajudar

10:36nesses quadros?

10:37E depois eu quero puxar

10:38em relação

10:39ao envelhecimento, né?

10:41A atividade física,

10:43por exemplo,

10:44diminuindo a chance

10:45de você ter

10:46alguns quadros

10:47de demência

10:48e até Alzheimer.

10:51Quadros leves

10:52de depressão,

10:53é claro que isso depende

10:54do caso,

10:55em causas, etc.,

10:56mas, em grande maioria,

10:58eles podem ser tratados

11:00e revertidos

11:01com ajuda de rotina.

11:03Atividade física,

11:05regulação do sono,

11:06boa alimentação,

11:08socialização positiva,

11:11gestão de estresse,

11:13em geral, reverte.

11:15Atividade física,

11:17antigamente,

11:18a gente fazia

11:19atividade física

11:19porque faz bem

11:20pro coração,

11:21porque faz bem

11:21pro pulmão,

11:22porque faz bem

11:22pro músculo.

11:23Hoje tem aí

11:24sem número de estudos

11:27comprovando

11:28que a atividade física

11:29também faz bem

11:30pro cérebro.

11:32O nosso cérebro,

11:33ele foi feito

11:33para ter um corpo

11:34com boa massa muscular,

11:36por exemplo.

11:37Massa muscular

11:38tá relacionado

11:39com o menor índice

11:39de depressão,

11:40o menor índice

11:41de Alzheimer

11:42também,

11:42se salvo engano.

11:44Atividade física,

11:45gente,

11:46aumenta áreas cerebrais

11:47como hipocampo,

11:48por exemplo,

11:49que tá diretamente

11:51relacionado com memória

11:53para o sistema

11:53de formação

11:54e emoções.

11:55Você sabe que

11:56um documentário

11:58que eu fiz,

11:59que eu visitei

12:00a Wendy Susu,

12:02que é a chefe

12:02do departamento

12:03de neurociência

12:04da Universidade

12:04de Nova York,

12:05e ela tem uma frase

12:07que eu gosto,

12:08que ela fala o seguinte,

12:08se ela pudesse

12:09escolher um órgão

12:11só no corpo humano

12:12como mais beneficiado

12:13com o movimento,

12:14ela escolheria

12:15o cérebro.

12:16E ela fala isso,

12:17que você estava falando,

12:18que em 12 semanas

12:19você tem neurogênese,

12:20você produz novos neurônios,

12:22você melhora

12:22a sua memória,

12:23você melhora

12:24a sua aprendizagem,

12:25seu estado de alerta,

12:26isso com três meses

12:28de atividade física regular.

12:29E no longo prazo,

12:30como você falou,

12:31você tem a diminuição

12:33de ocorrência

12:34de quadros de demência

12:35e também de Alzheimer.

12:38E aí eu queria

12:38te perguntar,

12:39doutor Guido,

12:40a gente tem ali no cérebro

12:41o nosso sistema límbico,

12:43então aquilo que dá prazer

12:44eu tenho vontade

12:45de fazer novamente,

12:46aquilo que eu tive

12:47uma experiência negativa

12:48eu não quero fazer tanto,

12:49só que hoje

12:50a gente está numa geração

12:51que quer tudo

12:52muito imediato.

12:54Então,

12:54sempre a opção

12:55é por uma dieta restritiva

12:56que não vai te dar

12:57muito prazer,

12:58por uma atividade física

12:59extenuante

13:00que acaba que

13:02você fica muito dolorido

13:04e você não mantém

13:05a regularidade.

13:06Qual seria o segredo

13:07para as pessoas

13:07manterem a regularidade

13:09e incorporar

13:10a atividade física?

13:11Bom,

13:12a boa notícia

13:13é que o nosso cérebro

13:14ele tanto se habitua,

13:16se acostuma

13:17com maus hábitos

13:18quanto com bons hábitos.

13:21Então,

13:22quem faz atividade física

13:23regularmente sabe,

13:25lá no começo

13:25pra botar a roda

13:26pra girar

13:27tu sofre um pouco

13:28e demora um tempinho

13:29e depois que se acostuma

13:30quando tu falta academia

13:31ou falta corrida

13:32se sente mal.

13:35A ideia é ter um programa

13:37sustentável

13:38que se adapte

13:40à minha percepção

13:42e ao que eu faço comigo.

13:44O teu programa

13:45de alimentação,

13:46de atividade física

13:47e de sono

13:48ele tem que se adaptar

13:49à tua vida

13:49e não à tua vida

13:50se adaptar ao programa.

13:52Eu acho que

13:52essa é a chave do negócio.

13:55É como um tratamento.

13:56Um tratamento farmacológico

13:57também

13:57e de toda ordem, né?

14:00A consciência é importante

14:02porque depois que a gente

14:02se acostuma

14:03a comer direito

14:05e a dormir bem

14:06e a fazer atividade física

14:08a gente sente falta.

14:09A gente logo sente

14:10quando deixa de praticar.

14:13Outra questão importante

14:14e aí eu acho que

14:16a turminha mais nova aí

14:18tá carente

14:20desse equipamento psicológico

14:22é o limiar de tolerância

14:25à frustração.

14:26Então, hoje

14:27eu sei disso como médico

14:28e como empresário

14:29porque a gente

14:30contrata

14:31pessoal lá

14:32de todas as idades

14:33e o que a gente tá vendo

14:34com a turminha mais nova ali?

14:36Tá difícil

14:36porque a turma quer

14:37pouco esforço

14:40muito ganho

14:41não se engaja

14:42e isso não é todo mundo

14:43tá gente?

14:44Eu tenho uma filha

14:44de 25 anos

14:45que aprendedor

14:46com as amigas dela

14:47resiliente

14:48não quero generalizar

14:49todo mundo

14:50que sabe de si

14:52mas a ideia é

14:53pessoal

14:54construir coisas na vida

14:56não é aquela foto

14:57no Instagram lá

14:58a gente sabe

14:58quantos anos?

15:00Eu tô 30 anos

15:02como médico

15:03a minha empresa

15:04tem 11 anos

15:05tudo demora

15:06tudo dá trabalho

15:07você sabe que eu tava

15:08fazendo uma reflexão

15:09em relação a isso

15:10e tem uma música

15:12da Elis Regina

15:13com os nossos pais

15:15e tem uma frase dela

15:17que ela fala assim

15:17o novo sempre vem

15:20e eu fico imaginando

15:21aqui meu pai

15:22quando eu tinha 20

15:2418 anos

15:2521 anos

15:26ele

15:27e eu fico ouvindo ele

15:29com meu tio

15:30com as pessoas

15:30falando assim

15:31pô essa geração

15:32tá perdida

15:33o cara usa uma calça rosa

15:35com uma camisa amarela

15:36ou eles não têm

15:38o mesmo esforço

15:39que a nossa geração tem

15:41e será que a gente também

15:44não tá querendo cobrar

15:46dessa geração

15:47que tem um ambiente

15:48completamente diferente

15:50do que a gente cresceu

15:51as mesmas respostas

15:53que a gente

15:54obteve no passado

15:56com meio ambiente diferente

15:57eu tenho sempre

15:58muita dificuldade

15:59de generalizar

16:00porque

16:01eu vejo

16:02garotos e garotas

16:04dessa nova geração

16:05extremamente

16:06comprometidos

16:07resilientes

16:08empreendedores

16:10mas tem uma média

16:13não tem

16:14e aí tem a média

16:15eu tendo

16:17a achar

16:18que os grandes valores

16:20eles vêm

16:21de dentro de casa

16:22da família

16:22então

16:24garotos jovens

16:26que tem famílias

16:27que transmitem

16:28esses valores

16:29eles tendem

16:31a desenvolver

16:33essas habilidades

16:35eu acho

16:37essa geração

16:37nova

16:38eu vejo

16:39pela minha filha

16:39de 25 anos

16:40lá a gente tem

16:41uma de 25

16:42e uma de 8

16:42teve oportunidades

16:44ao longo de toda

16:45a infância

16:46e adolescência

16:46dela

16:47que eu não tive

16:47de fazer intercâmbio

16:48fora

16:49de fazer curso

16:49no exterior

16:50de ter acesso

16:51a

16:52enfim

16:52aprendei

16:53um montão

16:54de coisa

16:54gente

16:54então

16:55o mundo

16:55hoje oferece

16:56oportunidades

16:57maravilhosas

16:59a questão é saber

17:00aprender

17:00hoje

17:01existe essa cultura

17:02do imediatismo

17:03de olhar ali

17:05aquela foto

17:06do instagram

17:06ou aquele vídeo

17:07de youtube

17:08e aquilo que eu quero

17:10e é lá que está

17:11o cara bacana

17:13é ali que eu quero

17:14ter aquele sucesso

17:15então

17:16linear de tolerância

17:18à frustração

17:19significa

17:20a gente poder lidar

17:21com as frustrações

17:22inevitáveis

17:23da vida

17:23de qualquer processo

17:25de construção

17:26de alguma coisa

17:27que deu certo

17:27de qualquer processo

17:29de aprendizado

17:30de qualquer processo

17:32de construir

17:32um corpo

17:33saudável

17:33em forma

17:34e aí tu vê

17:35os caras lá

17:36médicos hormonizados

17:38pregando saúde

17:39e criando aquele

17:41tem as pessoas

17:42buscando o atalho

17:43e aí os atalhos

17:44pouco saudáveis

17:45são atalhos

17:46uma coisa eu aprendi

17:48na vida

17:48tudo tem seu preço

17:49hoje mudou

17:50a realidade

17:51não é mais essa

17:52mas hoje

17:53eu acho que é pior ainda

17:54porque a cultura

17:54do imediatismo

17:55e do sucesso rápido

17:56ela cria uma falsa

17:58sensação

17:59de que é fácil

17:59de conseguir as coisas

18:00e se eu não consigo

18:02como dizem lá

18:03em Florianópolis

18:03é porque eu sou um tanso

18:05é porque eu não tenho

18:07capacidade

18:08é porque eu sou incompetente

18:09e aí eu começo

18:10a me sentir

18:10frustrado

18:11desvalorizado

18:13diminuído

18:14ansioso

18:15deprimido

18:16e aí eu vou

18:17né

18:18então mas eu

18:18eu assisti

18:19uma entrevista

18:20do SEO

18:21da Google

18:23e ele falando

18:24o seguinte

18:24a gente tem

18:26matemáticos

18:27maravilhosos

18:28engenheiros

18:28maravilhosos

18:29programadores

18:29maravilhosos

18:30mas em um

18:31dois anos

18:3220%

18:33de tudo que a gente

18:33usar no nosso

18:34computador

18:35no nosso celular

18:35já vai ter sido

18:36feito pela inteligência

18:37artificial

18:38e daqui cinco anos

18:40qualquer pessoa

18:41no seu celular

18:42vai ter

18:43a resposta imediata

18:45para qualquer tema

18:46com a qualidade

18:47dos melhores

18:48especialistas

18:49sobre aquele tema

18:50e aí eu fico

18:52imaginando

18:53que vai ter

18:54muita

18:54mudança

18:56no mercado

18:57de trabalho

18:58porque você

18:58vai ter

18:59me parece

19:00menos profissionais

19:02empregados

19:03e isso pode gerar

19:05daqui a um tempo

19:05um problema

19:07de propósito

19:08não sei o que você

19:09pensa em relação

19:09a isso

19:10nessa mesma entrevista

19:12ele diz que

19:13não é possível

19:14prever as consequências

19:15disso

19:16né

19:16exato

19:17então

19:17eu tendo

19:19às vezes

19:20a pecar

19:20por ser

19:22um otimista

19:23na maioria

19:24das situações

19:25né

19:25então

19:25é claro

19:27que isso é

19:27imprevisível

19:29tem os seus riscos

19:30não vou entrar

19:31na discussão

19:31do que vai acontecer

19:32no mercado de trabalho

19:33porque não tenho

19:34expertise

19:34para isso

19:35mas

19:36o que eu sinto

19:37hoje com a

19:38inteligência artificial

19:39é

19:40da maneira

19:41que eu

19:41a utilizo

19:42se eu quero

19:43ler um livro

19:44e

19:45eu consigo

19:46o resumo

19:47daquele livro

19:48e aprofundar

19:48os artigos

19:49que eu quero

19:49e complementar

19:50com outro livro

19:51e assim por diante

19:52para mim

19:53eu adoro

19:55o meu cérebro

19:56fica mais estimulado

19:57é

19:57o nosso cérebro

19:58é poupador

19:59aí tá

20:00aí

20:01para que a gente

20:02vai gastar

20:02espaço nobre

20:04que é o espaço

20:05do nosso

20:06do nosso cérebro

20:07aquele limitado

20:08né

20:08se a gente

20:09está pensando assim

20:10imagina o garoto

20:11que já nasceu

20:11com essa tecnologia

20:12na mão

20:13aí tu imagina

20:13um garoto

20:14que usa bem

20:14porque a questão

20:15é o quanto

20:16de insight

20:17mais legal

20:18tu consegue ter

20:20com mais informação

20:21de qualidade

20:21e tudo bem gente

20:22não quero parecer

20:23ingênuo aqui

20:24nem otimista

20:25em excesso

20:26mas

20:26isso é o que eu vivo

20:28hoje

20:28hoje eu consigo

20:29antes eu tinha

20:31ali na Genitec

20:33nossa

20:33empresa de biotecnologia

20:35de teste genético

20:36tem acho que umas

20:3760, 70 pessoas lá

20:38tem um time inteiro

20:40lá só para fazer

20:41pesquisa

20:42analisar artigo

20:43científico e tal

20:43eu como médico

20:45tinha duas itagiárias

20:46só para fazer

20:47revisão bibliográfica

20:47para mim

20:48elas estão lá ainda

20:50aliás tem uma

20:51só hoje

20:51mas a velocidade

20:52com que eu consigo

20:54aprender

20:54e produzir

20:56e multiplicar

20:57esse conhecimento

20:58e usar

20:59aumentou muito

21:00então eu sou

21:01entusiasta

21:02nesse sentido

21:02eu acho que

21:04tudo tem sempre

21:05o lado positivo

21:06e o lado negativo

21:07a moeda

21:08sempre tem duas faces

21:09para tudo

21:10né

21:10então

21:11eu acho que a gente

21:13só com o tempo

21:14e a nossa espécie

21:15ela é maravilhosa

21:16ela evoluiu

21:18em centenas de milhares

21:19de anos

21:19e não é agora

21:20que ela vai colapsar

21:21você pode ter certeza

21:22que os mais adaptados

21:23vão sobreviver

21:23e a gente só está

21:25aqui de passagem

21:26e a gente tem que viver

21:27da melhor maneira possível

21:29e claro

21:30cuidar da nossa saúde

21:31da mente

21:31é fundamental

21:32queria que você deixasse

21:33um grande recado

21:34para a nossa audiência

21:35aqui doutor Guida

21:36não tenha medo

21:38de cuidar

21:39da sua saúde mental

21:40conheça

21:42o que que significa

21:44estar com a saúde mental

21:46em dia

21:47que nada mais é

21:48do que

21:48viver bem

21:49viver bem

21:50com o nosso corpo

21:51viver bem

21:52com as pessoas

21:53viver bem

21:55com o nosso trabalho

21:56com a família

21:57com o dinheiro

21:58e

21:59lá no fundo

22:01no fundo

22:01ter aquele sentimento

22:03de que a vida

22:04verdadeiramente

22:05vale a pena

22:06do jeito

22:07que ela é

22:07então

22:09é isso que é saúde mental

22:11não tem perfeição

22:12aprenda

22:14e se cuide

22:15boa

22:16é aquilo né

22:18o

22:18o ótimo inimigo

22:20do bom

22:21a gente vai vivendo

22:22a vida

22:22tem seus supercalços

22:24mas é assim

22:24obrigado viu

22:25doutor Guido

Como diferenciar a tristeza de um quadro de depressão leve? | VIVA BEM

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