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Doença que atinge o presidente dos Estados Unidos causa dor e inchaço.
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Transcrição
00:00Gente, vamos falar de saúde, vamos falar de insuficiência venosa, que na verdade é um alerta.
00:06Insuficiência venosa crônica, uma condição que afeta milhões de pessoas, incluindo figuras públicas,
00:13como o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
00:16A doença causada por problemas nas válvulas das veias das pernas pode levar a sintomas como dor,
00:22inchaço, varizes e sensação de peso, impactando diretamente na qualidade de vida,
00:29especialmente em idosos.
00:31Os especialistas destacam a importância do diagnóstico precoce e de mudanças no estilo de vida
00:37para controlar essa condição.
00:39Vamos entender melhor com o doutor Carlos André Dyer, que é angiologista e cirurgião vascular.
00:47Doutor, boa tarde para o senhor, obrigado pela presença.
00:49Boa tarde, hoje. Gostaria de agradecer o convite em nome do Hospital Santa Rita.
00:53Doutor, vamos falar sobre a doença que agora ganhou repercussão mundial,
00:58tudo que ele fala acaba ganhando, mas na doença da insuficiência crônica do presidente dos Estados Unidos,
01:04Donald Trump. O que significa essa insuficiência, doutor?
01:09A insuficiência venosa crônica é uma doença em que acomete as válvulas das veias.
01:14Então, para que o nosso sangue consiga circular de forma adequada, as nossas artérias, que é a outra parte da circulação,
01:22joga sangue para todas as partes do corpo e as veias são as responsáveis pelo retorno venoso,
01:29por retornar esse sangue ao coração.
01:33E essas válvulas que tem dentro das veias, elas fazem um trabalho de impedir que esse sangue retorne para as pernas.
01:39E devido a algumas falhas, principalmente as varizes e uma sequela de uma trombose,
01:46pode ocasionar uma insuficiência, uma falha nessas válvulas,
01:49e o sangue consegue refluir para as pernas, causando os vários sintomas.
01:54Quais são os primeiros sintomas de uma pessoa que está começando a ter um problema de circulação nas pernas, doutor?
02:01A sociedade brasileira de cirurgia vascular, ela estima que quase 40% da população tenha um grau de insuficiência venosa.
02:12Quando a gente vai para populações mais idosas, chega a 70% na idade de 70 anos, por exemplo.
02:18E os primeiros sintomas são o edema vespertino, o inchaço ao fim do dia.
02:25O que a gente sempre pergunta para esses pacientes que sentem essas dores?
02:29A sua perna incha no começo do dia ou incha no final do dia?
02:34Normalmente, a insuficiência venosa crônica, ela vai estar relacionada com o edema ao final do dia.
02:40Agora, são as duas pernas que apresentam, por exemplo, um inchaço ou o inchaço em uma delas, já é um sinal de alerta?
02:47A grande maioria das vezes, essa doença é genética.
02:50Então, como essa doença é genética, ela acomete todas as veias das pernas.
02:55Então, normalmente, o edema é bilateral e o que é comum a gente ver é o sintoma pior em uma perna.
03:04Mas, normalmente, esse inchaço vai sendo bilateral.
03:07Agora, quais são os fatores de risco, doutor, além da idade, como estilo de vida ou histórico familiar?
03:13A gente tem aí o tabagismo, gravidez, que vai aumentar a pressão dentro do abdômen, dificultando o retorno venoso.
03:22Sedentarismo, passar muito tempo sentado.
03:25Profissões que passam muito tempo em pé, fica a dica aí para os repórteres, que passam horas e horas em pé, parado.
03:32São fatores de risco importantes para o desenvolvimento da insuficiência venosa crônica.
03:36Roupa apertada e sapato apertado também pode desenvolver um problema venoso ou não?
03:41O sapato apertado nem tanto, mas roupas apertadas podem dificultar a circulação nas pernas
03:47e, a longo prazo, causar, sim, os sintomas da insuficiência venosa crônica.
03:53Como o diagnóstico é feito, doutor?
03:54Que exames a pessoa pode buscar para saber se realmente tem um problema?
03:58Eu costumo dizer que, dentro da investigação médica,
04:01quando a gente conversa com o paciente e examina o paciente,
04:04a gente consegue dar diagnóstico na grande maioria das vezes.
04:07Mas o principal exame complementar à nossa avaliação é o ultrassom Doppler.
04:15É um ultrassom que é capaz de visualizar o sentido do fluxo do sangue nas pernas,
04:21identificando, assim, quando há um refluxo,
04:23quando há uma inversão do fluxo nas veias das pernas.
04:27Vamos falar aqui quais são os principais fatores de perigo, assim,
04:31que a gente já pode ficar atento e ligar a chave e falar
04:33opa, eu preciso de ir ao médico, tanto para idosos, quanto para as pessoas mais jovens.
04:40A insuficiência venosa crônica, ela é uma doença progressiva, né?
04:44Então, quando os primeiros sintomas aparecem,
04:47isso é sinal de que essa doença pode ir progredindo ao longo da sua vida.
04:51Em termos estatísticos, um em cada quatro pacientes,
04:5525% dos pacientes que têm sintomas e não são tratados,
04:59eles vão progredir na escala de gravidade da doença.
05:03A escala de gravidade vai de um até seis.
05:06E eu diria aí que quando há o edema ou uma sensação de peso e cansaço nas pernas
05:11ao fim do dia, seria o momento ideal de procurar um cirurgião vascular para investigação.
05:17Agora, muita gente está falando assim,
05:18ah, estou com minha perna cansada, mas eu não tenho varizes.
05:21Isso é um sinal, por exemplo, a perna muito cansada, né?
05:25Não estou conseguindo mais andar ou quer ficar com a perna para cima?
05:29Sim, é um primeiro sinal.
05:32E na grande maioria das vezes, a gente pode ter uma insuficiência venosa da veia safena,
05:38que é a maior veia que a gente tem na perna, e ainda assim não ter varizes aparentes.
05:43Imagine que a gente tem, eu costumo dizer sempre isso no consultório,
05:46para ficar mais fácil de entender.
05:48Imagina que a gente tem um rio principal e os seus afluentes.
05:51O rio principal é a safena e os afluentes são os rios que se conectam a essa veia.
05:56Quando existe uma doença na safena, ela pode transmitir a doença para esses afluentes,
06:01e são esses afluentes que aparecem na perna,
06:04como essas bolinhas altas e compressíveis que a gente sente na perna dos pacientes.
06:08Agora, vamos falar de tratamento para a gente finalizar, doutor.
06:11É fácil o tratamento?
06:13Em que momento esse tratamento vai ter um sucesso?
06:17Ou assim, nossa, deixou passar demais? Tem isso?
06:21O tratamento pode ser dividido em um tratamento clínico e um tratamento cirúrgico.
06:25O tratamento clínico, ele vai ser por meio de medicações que favorecem,
06:29melhoram a circulação das pernas, ou através de meias elásticas compressivas graduadas,
06:35que fazem uma compressão maior nos pés e menor ao nível do tornozelo,
06:39e assim progressivamente, favorecendo o retorno venoso.
06:42E os tratamentos cirúrgicos, eu diria que o tratamento evoluiu muito,
06:47de alguns anos para cá, que a gente consegue fazer tratamentos minimamente invasivos,
06:51com respostas muito rápidas e um retorno às atividades do paciente muito rápido,
06:58sem precisar que ele fique de repouso, como era feito antigamente.
07:00Tem até algumas aplicações, né, que a gente vê aí na internet,
07:03que você coloca e rapidamente tira as veias, né, mata as veias.
07:07Como que é esse tratamento?
07:09Popularmente, a aplicação, o nome científico é escleroterapia,
07:13mas popularmente a gente fala em aplicação porque é uma aplicação,
07:16é uma injeção de um medicamento na veia.
07:18Essa injeção causa uma reação inflamatória na veia,
07:21que ao longo do tempo faz com que essa veia desapareça.
07:26Isso pode ser feito tanto para veias pequenininhas, veias aparentes na pele,
07:30quanto para veias de maior calibre, que são aquelas mais saltadas na perna.
07:35Ok. Dr. Carlos André Dair, angiologista e cirurgião vascular,
07:39muito obrigado pela sua presença.
07:40Eu agradeço o convite, em nome do Hospital Santa Rita, muito obrigado.
07:43Valeu, doutor, obrigado.
07:46Obrigado.

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