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Economistas consultados pelo Banco Central reduziram as projeções de inflação para os próximos anos. A estimativa para 2025 caiu de 5,17% para 5,10%, enquanto a de 2026 passou de 4,50% para 4,45%. Alan Ghani e Nelson Kobayashi analisaram.
Apresentadores: Roberto Nonato e Soraya Lauand
Comentaristas: Alan Ghani e Nelson Kobayashi

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Transcrição
00:00As projeções do mercado para a inflação em 2025 recuaram pela oitava semana seguida, segundo o relatório Focus, divulgado pelo Banco Central.
00:10A estimativa para o IPCA no ano passado passou de 5,17% para 5,10%.
00:19O Alan Gani está de volta para explicar para a gente esses dados.
00:23O Gani, o pessimismo tomou conta dos agentes econômicos de mercado?
00:27Pior que não. Achei o pessoal muito tímido nas projeções, muito pé no freio para falar a verdade.
00:33Por quê? Com todo esse problema com os Estados Unidos, mantiveram a projeção do dólar em 5,65%.
00:40Não faz muito sentido. A inflação reduzindo de 5,17% para 5,10%, sendo que a gente vê o dólar subindo, o dólar pressionado.
00:49E o crescimento econômico em 2,23%, dado que a gente pode ter dificuldade de exportação para os Estados Unidos.
00:57Então, estou achando aí os analistas, meus colegas aí, economistas, foram muito cautelosos nessas projeções.
01:05Acredito que eles estejam esperando uma maior clareza do cenário para daí recalibrar as projeções do Focus.
01:15Mas, por enquanto, a única boa notícia, entre aspas, foi a redução da previsão de inflação de 5,17% para 5,10%,
01:24mas ainda acima do teto da meta, 4,5%, lembrando que a meta é 3%.
01:31Agora, O Gani, se mantiver essas expectativas e essas perspectivas, não será tão ruim assim diante daquilo que a gente imaginava, não?
01:39Perfeito, perfeito.
01:41Se esse cenário for concretizado, ou seja, dólar a 5,65%, um crescimento aí próximo de 2,20% e uma inflação próxima de 5%,
01:54dado todo esse cenário, todo esse embate com os Estados Unidos, é até, entre aspas, uma vitória.
02:02Agora, se escalar a guerra tarifária, aí eu acho muito improvável, Nonato, que esse cenário do relatório Focus, infelizmente, acabe se sustentando.
02:13O Gani, você acha que não fosse ainda a expectativa de Donald Trump voltar atrás, como ele acabou fazendo com outros países?
02:22O dólar poderia até ter uma alta maior?
02:25Sim, poderia ter uma alta maior.
02:26Veja, você tem toda essa questão tarifária, né, que tem impulsionado o dólar a curto prazo, e tem toda a incerteza fiscal aqui no Brasil também, né?
02:38A gente viu toda a novela do IOF, e isso traz também insegurança jurídica.
02:44O que tem contido uma alta ainda maior do dólar, Soraya, é que a taxa de juros aqui no Brasil está em 15%, é uma taxa de juros muito elevada.
02:55Isso é a taxa Selic. Se a gente olhar os títulos pré-fixados, aqueles atrelados à inflação, IPCA mais taxa, próximo de 8%, né, então é um juro real de 8%, isso atrai muitos investimentos na renda fixa brasileira.
03:11Aí aumenta a demanda por real.
03:14Então isso tem ajudado a conter uma alta do dólar.
03:18Se não fosse isso, se a taxa de juros aqui no Brasil estivesse num patamar menor, o dólar estaria ainda maior.
03:27Por quê?
03:28Porque você tem toda a incerteza da guerra tarifária somada a toda a incerteza fiscal.
03:35Gani, quando a gente fala da questão da inflação e essa perspectiva aí caindo para 5,10% no fim do ano,
03:43até pouco tempo atrás a gente falava que era a principal pedra no sapato do governo, a inflação que não parava de subir.
03:49Isso é sazonal ou faz parte aí de algum conjunto de medidas que a gente não está sabendo ler?
03:56O que a gente observa, Nonato, é que a taxa Selic já está fazendo efeito na economia real.
04:03Geralmente a taxa Selic demora uns nove meses para começar a fazer efeito, ou seja, para conter uma alta dos preços.
04:11No pós-pandemia saíram alguns estudos dizendo que agora esse efeito da taxa Selic demora até de um ano a um ano e meio,
04:20ou seja, é mais retardado ainda este efeito.
04:23Mas o patamar restritivo da Selic há um ano atrás começa a fazer efeito agora e começa a desacelerar a atividade econômica e conter a alta dos preços.
04:33Agora, muita gente na audiência deve estar se perguntando,
04:35pô, peraí, Alan, você está falando que a inflação está arrefecendo, mas eu vou no supermercado e eu sinto os preços lá muito elevados,
04:44dói no meu bolso, o azeite, o café, enfim, etc.
04:47A gente não pode confundir inflação com custo de vida.
04:51Então, o custo de vida do brasileiro está muito alto.
04:54A inflação é o aumento do preço, é o aumento generalizado do preço, ou seja, é esse custo de vida se tornar cada vez maior.
05:04Então, eu digo o seguinte, olha, o custo de vida está elevado, mas os preços agora estão subindo um pouco menos, né?
05:12Mas continua um custo de vida muito elevado.
05:15O café até deu uma quedinha em zero, deu uma quedinha.
05:17Alguma coisa.
05:18É, mas é marginal, né?
05:20Sobe que nem um foguete, mas padece.
05:23O preço dos ovos, a Beatriz trouxe mais cedo também, que deu uma diminuída.
05:28Ô, Coba, a geopolítica está mandando na economia?
05:32Ah, tem muita influência, né?
05:33Você acabou de falar dos ovos, por exemplo.
05:35A gente tem que se lembrar que, recentemente, a gente teve o caso da gripe aviária no sul do país,
05:39que impactou a exportação de frangos e de ovos.
05:42Isso, de alguma maneira, de acordo com muita oferta para a demanda natural do dia a dia aqui,
05:48já era, de alguma maneira, uma diminuição do preço e o acesso mais fácil com o valor das pessoas.
05:54Só que isso tem prazo curto, né?
05:56Porque logo a oferta se adequa à nova demanda.
05:59A gente tem alguns frigoríficos de carne também que exportavam muito para a China,
06:02três praças em específico, uma delas, inclusive, da JBS,
06:05que estão com as suas exportações suspensas por questões sanitárias.
06:10Isso também, no curto prazo, de imediato, também ajuda a diminuir um pouco o valor dos alimentos,
06:17a inflação dos alimentos, né?
06:19Só que é péssimo no médio e no longo prazo, porque à medida que isso vai se estendendo,
06:23a oferta vai se adequando à demanda e aí, lá na frente, é natural que também as coisas voltem ao normal.
06:32Ou seja, o governo, de alguma maneira, ele se vale desses acidentes, desses eventos,
06:38que é ruim para a população a longo prazo, mas que, por enquanto, para a sua popularidade, tem feito bem.
06:44Aliás, pegando carona nisso que está dizendo o Koba, a Langane,
06:47parece que, por governo, a situação, até certo ponto, ficou um pouco menos ruim, vamos dizer assim, nos últimos dias.
06:54Primeiro que a popularidade deu uma aumentada em relação aos problemas relacionados com o Donald Trump.
07:00E outra, essa questão da inflação, que, como a gente citou anteriormente,
07:04era um problema muito sério para o governo e para a equipe econômica.
07:07Há tendências de redução a partir de agora, ou seja, é um momento de notícias, até certo ponto,
07:12razoáveis para um governo que vinha cabaleante, não?
07:15É, e o governo sabe capitalizar muito bem isso, Nonato,
07:18porque agora você tem uma espécie de uma narrativa pronta.
07:22Então, todos os problemas econômicos do Brasil e que são gerados pela nossa própria condução da política econômica
07:32são agora creditados aos Estados Unidos, né?
07:37Mesmo que essa justificativa não seja verdadeira, porque a inflação já vem de um tempo,
07:42a taxa Selic de 15% é reflexo dessa inflação elevada, do fiscal também piorado.
07:48Então, esses problemas são nossos, mas não importa.
07:51Agora o presidente vai ter quem culpar, vai falar, olha, tudo isso está acontecendo,
07:56a tarifa, o dólar mais alto que pega na inflação, o menor crescimento econômico que se deve a Donald Trump.
08:03Resta saber se a população vai comprar ou não este discurso.
08:08Num primeiro momento, teve um efeito positivo, de fato, nas pesquisas.
08:13Comprou, né? Teve uma espécie aí de um nacionalismo e tal.
08:17Agora, eu vejo que a médio e longo prazo, na hora que começam a piorar os fundamentos econômicos
08:23por conta de toda uma guerra tarifária, se ela escalar,
08:28aí é natural que a população acabe culpando o governo de turno,
08:33independentemente se é Bolsonaro, Trump, Lula, quem quer que seja, Nonato.
08:39Tá certo, Gani. Obrigada. Daqui a pouquinho você volta.

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