A projeção da inflação oficial brasileira para 2025 caiu pela sétima semana consecutiva, passando de 5,18% para 5,17%, de acordo com o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (14) pelo Banco Central. A leve queda reflete as expectativas dos analistas do mercado sobre o cenário econômico do país. Alan Ghani analisou. Apresentadores: Roberto Nonato e Soraya Lauand Comentarista: Alan Ghani
Assista ao Jornal da Manhã completo: https://youtube.com/live/D0L8YJ-tN3Y
Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/
Inscreva-se no nosso canal: https://www.youtube.com/c/jovempannews
Siga o canal "Jovem Pan News" no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S
00:00Os economistas do mercado financeiro reduziram a estimativa de inflação deste ano pela sétima semana seguida.
00:06Para o IPCA de 2025, a estimativa do mercado recuou de 5,18% para 5,17%.
00:13Só que mesmo assim, continua bem acima do teto da meta, que é de 4,5%.
00:18Alan Gani está de volta aqui no estúdio do Jornal da Manhã para analisar esse assunto.
00:24Vai meio a conta-gotas aí essa redução, né, Gani?
00:26Você usou uma boa expressão, exatamente isso. É uma redução muito lenta.
00:31Vamos lembrar que o teto da meta é 4,5%, mas a meta, aliás, como frisou bem o Gabriel Galipo, o presidente do Banco Central, é 3%.
00:40A gente deve mirar lá no 3%.
00:42Agora, o que chama atenção nesse relatório Fox é que provavelmente ele não captou o anúncio do tarifácio de 50% contra o Brasil pelo presidente Donald Trump.
00:54Por quê? Porque houve uma redução na projeção do dólar, passando de 5,70% para 5,65% no final do ano.
01:03E é natural, porque os economistas, eles vão colocando ali as suas projeções ao longo da semana.
01:10E a gente viu que, se eu não me engano, foi quarta ou quinta-feira o anúncio do tarifácio.
01:14Então, muita gente já tinha enviado as suas projeções.
01:18Provavelmente, na semana que vem, quando a gente der aqui o relatório Fox na próxima segunda,
01:25é possível que o dólar, a projeção do dólar tenha aumentado, aumente, e também a de inflação.
01:32Porque se aumenta a projeção do dólar, aumenta também a inflação,
01:36na medida que um dólar mais alto encarece o processo produtivo e acaba trazendo mais inflação.
01:41Então, todo mundo de olho no relatório Fox da próxima segunda.
01:45Agora, Gani, o Brasil não está sozinho nesse desafio de trazer a inflação para a meta.
01:50Outros países também enfrentam essa situação?
01:52Com certeza. Aliás, é um fenômeno, Soraya, que a gente viu no mundo pós-pandemia.
01:58Uma inflação muito mais resiliente, principalmente aquela relacionada à inflação de serviços.
02:06Isso a gente viu tanto no mundo desenvolvido, também quanto lá no mundo emergente.
02:13Ou seja, é uma inflação global.
02:16Isso é explicado porque houve uma demanda reprimida durante a pandemia,
02:20e quando reabriu tudo, todo mundo foi principalmente consumir serviços.
02:25Há um efeito ainda residual da disrupção das cadeias produtivas,
02:30mas o fato é que também durante a pandemia,
02:32os bancos centrais colocaram as taxas de juros lá embaixo,
02:36às vezes até a zero ou mesmo negativa, como na Europa,
02:39e isso inundou o mercado com muito dinheiro,
02:43acima do que a economia conseguia absorver.
02:46E aí, é claro que um crédito muito barato gerou um processo inflacionário.
02:52Além do que, também aumentou muito o gasto público no mundo inteiro,
02:55o que também pressiona a inflação.
02:58Além disso, tarifas protecionistas, guerras,
03:02conflito entre Rússia e Ucrânia,
03:05também colocaram mais gasolina nesta fogueira da inflação.
03:12Portanto, é um desafio mundial,
03:15e que aqui no Brasil ele é mais intenso.
03:18A gente tem um histórico inflacionário,
03:20tem um problema fiscal,
03:22e é por isso que a inflação ronda na casa de 5%.