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Murillo de Aragão, doutor em Sociologia, analisa o clima político tenso em Brasília após a condenação de Jair Bolsonaro pela PGR. Ele atribui erros ao governo Lula em suas últimas decisões de política externa, principalmente sobre o "tarifaço" imposto por Donald Trump, e comenta as reações dos americanos à situação do ex-presidente. Aragão ainda alerta para os riscos da polarização no país, especialmente com as eleições de 2026 se aproximando.

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Transcrição
00:00A decisão da Polícia Federal e a determinação para Jair Bolsonaro usar tornozeleira eletrônica
00:05ampliam a temperatura institucional aqui no país.
00:08O nosso entrevistado agora é o advogado e doutor em sociologia, Murilo de Aragão.
00:13Doutor, como vai? Muito obrigado sempre pela atenção, pela gentileza.
00:17Bem-vindo, boa noite.
00:19Boa noite, Jair. Tempos quentes, hein? Vamos lá.
00:23Pois é, eu pergunto para o senhor já direto.
00:25Os últimos dias já estavam com esses ânimos exaltados por causa do tarifácio de Donald Trump,
00:31mas agora vem essa decisão contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
00:36Nós já demos aqui a informação também que o secretário de Estado americano cancelou o visto de Alexandre de Moraes,
00:43numa possibilidade, se ele quisesse, entrar nos Estados Unidos.
00:46E eu pergunto, o senhor fala em tempos quentes, tempos estranhos, né?
00:50De que forma há essa escalada política que a gente estava conversando agora há pouco com a Dora
00:54em relação à politização e à polarização aqui no Brasil?
00:59Jair, eu não vejo a curtíssimo prazo a temperatura caindo.
01:06Eu acho que nós vamos viver um período ainda de escalada.
01:11As narrativas vão continuar muito fortes.
01:14A decisão hoje do governo americano de suspender o visto de Alexandre de Moraes é muito séria,
01:24como também a declaração há pouco do Eduardo Bolsonaro de dizer que sem Bolsonaro não haveria eleição em 2026.
01:31Então nós vamos viver em uma fase de lacrações, de declarações duras, fortes,
01:39e não vejo a possibilidade de recuo agora, porque está faltando água,
01:44as mangueiras são curtas e os bombeiros escassos para trabalhar em favor da pacificação.
01:50Então é preciso, claro, ter juízo nessa hora.
01:56Acho que houve, não acho não, tenho certeza que houve muito amadorismo da parte do Brasil nos últimos meses,
02:03com um mundo muito volátil, com uma questão comercial muito tensa.
02:08Esse evento da moeda única foi um equívoco, até porque o Brasil ficou sozinho na chuva.
02:14Índia, Rússia, China e África do Sul deixaram o Brasil sozinho nessa história.
02:20Enfim, então é um momento onde nós temos que ter juízo, calma,
02:24mas infelizmente eu não vejo uma desescalada, assim dizendo, no curtíssimo prazo.
02:30Tiago.
02:31Murilo, vou trazer os comentaristas, a Dora Kramer e o Cristiano Virela.
02:34Próxima pergunta é da Dora.
02:35Boa.
02:37Oi, Murilo, tudo bem? Não vou te chamar de doutor, né?
02:40Tudo, Dora. Não, não te chama, não.
02:42Claro que não, nos conhecemos de carnavais muito antigos.
02:48O Murilo, o seu artigo hoje na Veja, que aliás está ótimo, adorei o artigo.
02:54Obrigado.
02:55Você disse que o que é ruim pode piorar, e que vai piorar, que combina com o que você acabou de falar, né?
03:03Agora, e aí você disse, agora você usou a palavra juízo,
03:08no final do seu artigo, você disse que, olha, é preciso ser pragmático, ser consistente.
03:16Você usa outros adjetivos que vão nessa linha.
03:19Mas como ser racional, pragmático, numa cena em que tudo acontece, acaba de acontecer, cancelamento de visto,
03:30e essa história que você lembrou muito bem do Eduardo Bolsonaro, dizendo que sem Bolsonaro, sem anistia, sem sei lá o que, não tem eleição em 26.
03:39Como se colocar racionalidade nesse ambiente?
03:45Quando os bombeiros entrarem em campo?
03:47Porque, evidentemente, tem muita gente prejudicada pela essa história.
03:52Eu não estou apenas falando do mel, do Piauí, que em parte conseguiu embarcar,
03:58ou das peças de aviões da Embraer, ou do minério que exportamos, importamos muito dos Estados Unidos.
04:06Enfim, o que pode acontecer é que essas retaliações, elas prossigam, elas se materializam, podem até aumentar,
04:15e com isso muitos vão ser prejudicados.
04:17E os prejudicados têm poder também, têm poder de influência.
04:21É evidente que alguns dos prejudicados vão a Washington dizer, olha, a gente não pode ficar sem os aviões da Embraer.
04:28A aviação regional americana precisa desses aviões.
04:31Além do mais, a própria Embraer já fabrica parte dos seus aviões nos Estados Unidos.
04:34Então, esses aspectos pragmáticos, eles vão começar a surgir e podem fazer a diferença.
04:41Agora, por outro lado, o Brasil tem que deixar de ser amador.
04:44Porque não adianta ficar escalando, não adianta fazer ironias com a 25 de março,
04:50como foi dito pelo ministro Rui Costa.
04:52É evidente que a questão da propriedade intelectual importa sim,
04:55porque 25 de março tem muito contrabando,
04:58muito produto falsificado sendo vendido.
05:02Isso afeta a dinâmica do capitalismo no mundo inteiro.
05:05Então, nós temos que ter pragmatismo e acho que ainda não chegou a hora desse pragmatismo.
05:10Como eu disse, tem que piorar ainda um pouco, infelizmente, para poder a situação melhorar.
05:15Dora.
05:16A sua pergunta é a Cristiano Villela.
05:19Murilo, boa noite.
05:20Murilo, está ficando claro, talvez, para todos nós, agora nos últimos tempos,
05:26que quem imaginava que talvez pudéssemos ter um cenário de menor polarização nas eleições de 2026,
05:33isso passou longe, porque, para o meu ver, está ficando cada vez mais claro isso.
05:38Nesse sentido, é essa a sua visão e, nesse sentido, como fica o papel, talvez, do governador Tarcísio, por exemplo,
05:45que talvez seja o nome hoje que, de alguma forma, se equilibra entre o bolsonarismo
05:51e, talvez, os setores mais ao centro da política brasileira.
05:57Cristiano, ainda é cedo dizer se os episódios de hoje vão inviabilizar algumas candidaturas.
06:05Eu acho que é cedo.
06:06Eu acho que também é cedo o lulismo comemorar, achando que tudo que aconteceu
06:11pode garantir um desempenho espetacular nas eleições.
06:15Tanto o bolsonarismo quanto o lulismo vão precisar dos eleitores de centro.
06:23E esses eleitores de centro estão insatisfeitos com ambos os lados.
06:27Ninguém gosta do populismo demagógico do nós contra eles
06:33e, também, tampouco, o Brasil ficar chantageado,
06:37sofrendo um estelionato das nossas justiças por conta do julgamento do Bolsonaro.
06:43Essa situação é péssima para esse eleitorado de centro que terminará arbitrando a eleição,
06:50porque os polos não têm maioria no Brasil, nem o lulismo, nem o bolsonarismo.
06:55Enfim, então os desdobramentos, e principalmente entra a economia também no cálculo,
06:59podem afetar o desempenho desses candidatos.
07:03Sem dúvida, o Tarcísio é o nome que...
07:05Há uma abrangência política dentro da direita, da centro-direita.
07:12E ele pode, sem dúvida, se viabilizar e ser um candidato forte adiante.
07:18Ainda falta tempo para a eleição.
07:19E como os acontecimentos estão se sucedendo, um sobre o outro,
07:23a gente não sabe direito o que vai acontecer semana que vem.
07:26Então isso pode piorar ou melhorar a situação.
07:28Agora, acho que ninguém vai sair em colo desse lado, dessa confusão.
07:33Nem o Lula, nem o governo, nem o bolsonarismo.
07:36Ô Murilo, você diz que o governo tem sido amador em muitos momentos da negociação com os Estados Unidos
07:43e dessa crise do tarifácio.
07:45Mas em relação, de novo eu volto à nossa questão,
07:48sobre esse veto à entrada de Archer de Moraes nos Estados Unidos,
07:52o veto ao visto.
07:53Isso não tem diplomacia que dê jeito, você concorda?
07:58Porque é uma decisão interna que eles não vão mudar, não vão alterar.
08:02Pode haver qualquer manifestação de organismos internacionais em relação a isso,
08:07mas é uma decisão do governo de Donald Trump, né?
08:11Sem dúvida, eles têm o direito de fazer isso.
08:13Agora, quando eu digo amadorismo,
08:15é que as condições de confusão estavam postas desde a eleição do Trump.
08:21pelas escolhas que ele fez em relação ao relacionamento comercial com os países.
08:27O Brasil entrou nesse jogo sem ter figurinha para trocar.
08:32E assumiu a liderança de um tema que é altamente delicado para os Estados Unidos
08:37como potência econômica e potência militar,
08:41que é a questão da moeda única.
08:42O Brasil ficou liderando esse debate,
08:44teve atitudes consideradas anti-americanas
08:49sem condição de dialogar,
08:52porque enquanto o Brasil adotava uma postura belicosa,
08:57a Rússia até está negociando hoje com os Estados Unidos,
09:00a China está negociando também.
09:01Então, e o que nós temos para negociar?
09:03A nossa balança já é deficitária em relação aos Estados Unidos,
09:07então a gente não tem nem muito o que fazer,
09:10a não ser sanção às importações americanas.
09:15Pode ser, mas isso também é altamente prejudicial para o Brasil.
09:19Por exemplo, no setor de mineração,
09:20na balança, 3% é mineração que são exportadas nos Estados Unidos,
09:26mas a gente importa, na balança, 20% de produtos minerais nos Estados Unidos.
09:31Então, não é fácil essa própria ruptura comercial que existe.
09:35E tem outro ponto também, que eu acho até a favor dessa situação,
09:39que pode trabalhar de maneira positiva.
09:42É que o Brasil tem bom relacionamento em outros campos,
09:45no campo financeiro, no campo militar, no campo da segurança,
09:48e esses atores podem, em algum momento,
09:51interferirem a favor de amenizar a crise
09:54ou dessas sanções serem limitadas ou seletivas.
09:59Agora, com relação à questão do Alexandre de Moraes, não.
10:02Esse é um problema que vai ter que se resolver de judiciário para judiciário,
10:07de diplomacia para diplomacia,
10:09e nesse quadro e nesse caldo que nós estamos vendo aí,
10:13eu não vejo uma solução a curto prazo para essa questão.

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