Tecnologia substituirá médicos e profissionais de saúde? CIO do Sírio opina | SOCIEDADE DIGITAL - Vídeo Dailymotion

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Em entrevista ao Sociedade Digital, o CIO do hospital Sírio-Libanês, Alex Julian, debateu se a tecnologia pode substituir médicos e profissionais de saúde e explicou por que a integração entre pessoas e inovação é o futuro da medicina.  Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/  Inscreva-se no nosso canal: https://www.youtube.com/c/jovempannews  Siga o canal "Jovem Pan News" no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S  Entre no nosso site: http://jovempan.com.br/  Facebook: https://www.facebook.com/jovempannews  Siga no Twitter: https://twitter.com/JovemPanNews  Instagram: https://www.instagram.com/jovempannews/  TikTok:  https://www.tiktok.com/@jovempannews   Kwai: https://www.kwai.com/@jovempannews  #JovemPan  #SociedadeDigital

Transcript

00:00Alex, o Hospital Sírio-Libanês está entre os mais importantes do mundo.

00:05A tecnologia, como a gente já falou aqui ao longo do programa,

00:09é uma ferramenta fundamental sobre diversos aspectos

00:12e, obviamente, planejar o futuro faz parte do dia a dia de um profissional como você.

00:19Como você está criando os roadmaps de inovação?

00:22O que dá para esperar nos próximos anos?

00:24E também quero te ouvir sobre as falhas.

00:27De que maneira vocês lidam num contexto tão sensível como esse

00:31com as falhas que são inerentes ao processo de inovação?

00:35Bom, a gente está mirando muito no cuidado do paciente com predição.

00:40Como é que a gente analisa o histórico do paciente

00:42para ver se a gente consegue capturar algum tipo de sintoma ou imagem

00:47que possa trazer ele para um cuidado que seja inesperado naquele momento?

00:51Acho que o mercado de saúde inteiro está mirando isso.

00:53Como é que a gente consegue olhar para uma base estabelecida

00:56e tornar a vida desse paciente melhor a partir de um diagnóstico precoce?

01:01A partir de um achado, que eles chamam de achado crítico.

01:05Pensando em inovação, esse é o caminho que a gente está tomando.

01:08Obviamente, a gente também está pensando agora em fazer o básico

01:11muito bem feito, como sempre foi feito.

01:13Então, olhar o nosso paciente, cuidar do nosso paciente,

01:15trazer as informações na palma da mão do médico,

01:17disponibilizar aquilo que ele precisa tomar da decisão rápida.

01:20E para que a gente possa não engessar, é a pergunta que ele fez.

01:25Como é que a gente faz com esse mito do erro?

01:28Eu sempre digo que o problema nunca foi errar.

01:30O problema é a surpresa.

01:31Então, a gente precisa estar preparado, alinhado para que quando o erro aconteça,

01:35a gente está preparado para responder de forma rápida.

01:37Porque erro na tecnologia é muito fácil de acontecer.

01:40Agora, o que a gente vai fazer no momento de crise?

01:42Então, é isso que a gente está trabalhando agora.

01:44É interessante essa ideia do erro, porque dentro do contexto da área da saúde,

01:50se a gente for perguntar para o médico sobre isso,

01:53ele vai dizer que um erro custa uma vida.

01:54É.

01:55E no limite, vocês estão trazendo uma cultura

02:00que é absolutamente disruptiva, para usar um termo também desse universo,

02:06para um ambiente em que isso não é aceitável

02:09e que esse conservadorismo, muitas vezes nas escolhas,

02:12se faz justamente porque a premissa é essa orientada pelo médico.

02:15Eu não posso errar.

02:16Errar aqui implica em um custo de vida.

02:19Eu tenho uma vida perdida por um erro.

02:22Ou seja, os cálculos todos que vocês fazem

02:24também são tangibilizados pela decisão final

02:27que, na ponta, ela é orientada pelo médico,

02:30que é quem vai definir ali esse papel.

02:33Esse processo de construir essa cultura

02:37envolve também trazer essas lideranças médicas

02:41para essa visão de que, olha, não,

02:43não estamos entrando em uma zona de risco à vida aqui.

02:47Nós estamos entrando em uma zona

02:48em que a gente vai errar, tecnologicamente falando,

02:52com dado, mas no limite eu estou protegendo o paciente.

02:55Continuo protegendo o paciente.

02:57Por isso que eu tenho uma crença do Alex

02:59que a gente nunca vai substituir o profissional na ponta.

03:02Nunca vai.

03:03Que a gente vai fornecer ferramentas e informações

03:06para que ele possa tomar a melhor decisão.

03:09Porque a hora da decisão é médio.

03:10É ele.

03:11Na ponta.

03:11Então, a tecnologia, ela vai dar a melhor visão,

03:15trazer o melhor dado.

03:16E quando eu falo em errar,

03:17por exemplo, a gente está trabalhando muito

03:19com linguagem de máquina.

03:20Isso é treino.

03:21Sim.

03:21Ele vai errar duas vezes

03:22e o grau de acuidade vai aumentar cada vez mais

03:24nesse nível de erro.

03:26A gente não pode errar no momento decisivo.

03:29Então, como é que a gente cerca isso de layers

03:32que consigam garantir a alta disponibilidade

03:35e o menor impacto com o cuidado do paciente,

03:37sempre tendo a atenção do médico.

03:38A tecnologia, ela não deveria,

03:41em nenhum mercado, decidir nada sozinha.

03:43Sim.

03:43Ela não é a ponta.

03:44Exatamente.

03:45Ela é o meio.

03:45Então, construir, eu tenho a super crença

03:48de que construir junto é o caminho correto.

03:51Validar, entender.

03:53Ó, isso aqui que foi entregue como resultado,

03:54realmente é um resultado válido?

03:56Isso aqui traz a diferença?

03:57Não, mas peraí, vamos dar um passo atrás?

03:58Vamos replanejar?

04:00Então, construção a quatro, a seis, a dez mãos

04:02é o caminho que, para mim, traz mais valor.

04:04Sim.

04:04Porque, como tecnologia,

04:05quem sou eu para direcionar alguma coisa

04:07dentro de uma equipe médica?

04:09E o médico vai precisar também o apoio

04:10para que a coisa que é manual

04:11se torne mais ágil e rápida.

04:13Então, esse trabalho integrado

04:15é mandatório para que a coisa funcione.

04:18Voltando ao tópico que você dizia

04:19sobre a prevenção,

04:21o trabalho preventivo,

04:23ele não só salva vidas,

04:25como ele reduz custos.

04:27Mas o pressuposto é que vocês passem a ter também

04:31uma capacidade de gestão dos dados

04:33e de centralização dessas informações

04:37muito maior.

04:39Como que é isso hoje para vocês?

04:41Porque a base de uma boa IA

04:44é o dado que você imputa lá,

04:46é a informação.

04:47Como é isso hoje para vocês?

04:50Porque são, sem dúvida nenhuma,

04:51dados sensíveis

04:52com diferentes fontes.

04:55Vocês têm os dados

04:56do histórico do paciente lá de dentro.

04:58Eu não sei se o laboratório é de vocês

05:00ou se ele é terceirizado,

05:02mas também há uma outra fonte.

05:04Enfim, vocês têm uma infinidade

05:06de origens desses dados.

05:10Vocês estão centralizando,

05:12estão modelando uma IA própria.

05:13Como que é essa jornada?

05:15O principal desafio em tecnologia em geral

05:17é esse tipo de integração.

05:19Como é que você pega dados

05:20de sistemas diferentes,

05:22com informações diferentes,

05:23normatiza e trabalha isso.

05:25Como é que você constrói

05:26desde a integração

05:28até um depara da informação,

05:30porque aqui às vezes é qualquer coisa,

05:32místere, aqui é senhor.

05:34Como é que você faz essa conjunção

05:35de informações para que você tenha o dado?

05:37E até o tipo do dado.

05:39Você vai ter, por exemplo,

05:39uma tomografia, ela é uma imagem.

05:41Você vai ter um histórico por escrito

05:43de um laudo que foi lançado,

05:46sei lá,

05:46um paciente que está há 30 anos

05:47passando com vocês.

05:48Sim, sim.

05:48A gente vai no laboratório

05:49e tem um histórico de exames.

05:50Como é que você pega e condensa

05:52todas as informações.

05:53E esse continua sendo

05:53nosso principal desafio

05:54que está sendo melhorado

05:57e integrado através de,

05:58obviamente,

05:58o uso de inteligência artificial.

05:59Sim.

06:00Mas também a captação

06:01da forma correta da informação.

06:03Quando eu estou atendendo alguém,

06:05como é que eu coloco coisas padrões

06:06para que em vez de escrever

06:07rua, R ponto,

06:10ave, avenida,

06:11como é que a gente concentra

06:12nesses pontos de captura

06:15de informações

06:16uma maior padronização

06:18da informação.

06:19Senão fica mais fácil.

06:20Então, como é que a gente,

06:20na captura,

06:21consegue deixar

06:22essa informação

06:23mais padronizada

06:24de forma estruturada,

06:26porque o dado estruturado

06:27é muito mais fácil

06:27de ser trabalhado.

06:28Sim.

06:28Então, não é só

06:29uma vez capturado,

06:30como é que eu integro isso

06:31dentro de um lake gigantesco.

06:32Você tem que ir lá na ponta

06:33ou no médico e falar assim,

06:34olha,

06:34a hora que você for fazer

06:35o prontuário,

06:38este é o protocolo

06:39para você escrever.

06:40Exatamente.

06:40Essa é a terminologia.

06:41É um trabalho

06:42de tecnologia,

06:43processos e procedimentos.

06:45Então, assim,

06:46o cara vai ter um procedimento

06:47que ele vai seguir,

06:48que vai delimitar

06:48para ele escolher de A a Z.

06:50E dentro desse A a Z

06:51ele tem campos

06:51que são estruturados

06:52e aí o dado lá na frente

06:53fica mais fácil

06:54de se integrar,

06:55que é o principal desafio,

06:56de se conectar.

06:57Porque, por exemplo,

06:58vou dar um exemplo qualquer.

06:59Você pode digitar,

07:00eu tinha um filho

07:01que hoje tem 12 anos,

07:02uma filha de 15,

07:02mas eles eram recém-nascidos

07:03e não tinham CPF.

07:04Eram cadastros do meu CPF

07:05em qualquer hospital que eu ia.

07:07Então, como é que o Alex,

07:08que o CPF é,

07:09quando vai puxar,

07:10aparece o João Pedro,

07:13como é que a gente estrutura

07:14isso de forma correta.

07:15Então, o principal desafio

07:16está entre a integração,

07:17porque hoje,

07:18todo dia,

07:18você coloca um dado no Lake,

07:20você trabalha com o Lake,

07:21os inteligentes...

07:22É um universo infinito.

07:23O nosso trabalho

07:23tem que ser prévio.

07:24Como é que a informação

07:25previamente imputada

07:28consegue ser melhor

07:29para que a gente consiga

07:30integrar e entregar a informação.

07:32Até porque hoje,

07:33esse Data Lake

07:34é um passivo gigantesco

07:36para as empresas.

07:36Sim, sim.

07:37Vocês estão pagando

07:38para manter aqueles dados lá

07:39sem muitas vezes

07:40conseguir saber

07:40o que está na...

07:41Exatamente.

07:42Abaixo da superfície.

07:43E foi o movimento

07:44que muita gente fez

07:44indo para a nuvem

07:45e agora está questionando

07:46esse movimento

07:47do ponto de vista financeiro.

07:48Voltando para o legado físico.

07:49É, porque às vezes,

07:50é o que tu disse,

07:51a gente está com a informação

07:51gigantesca, disponível,

07:53só que está tão embaralhado

07:54que você sabe

07:55o que eu faço com isso?

07:55O que eu vou fazer com isso?

07:56Onde eu estou com isso?

07:57Então, é um conjunto

07:58de trabalhos

07:59que a gente tem que fazer

07:59para que a informação,

08:00para que o dado,

08:01que é o novo petróleo,

08:02que ele realmente tenha valor.

08:03Porque senão vai ficar

08:04um fio de lã

08:06que você não consegue

08:06achar a ponta

08:07e para puxar

08:07e tentar trazer

08:09um bom suco disso.

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