Pular para o playerIr para o conteúdo principalPular para o rodapé
  • 15/07/2025
O governo Lula oficializou nesta terça-feira (15), por meio do Diário Oficial da União, o decreto que regulamenta a Lei da Reciprocidade Econômica. A medida foi tomada após a polêmica envolvendo as tarifas ameaçadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O texto já havia sido assinado na segunda-feira (14). Para falar sobre o assunto, a Jovem Pan entrevista o deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP).
Apresentadores: Roberto Nonato e Soraya Lauand
Entrevistado: Arnaldo Jardim

Assista ao Jornal da Manhã completo: https://youtube.com/live/eagrbQvnJU0

Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/

Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/c/jovempannews

Siga o canal "Jovem Pan News" no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S

Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/

Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews

Siga no Twitter:
https://twitter.com/JovemPanNews

Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/

TikTok:
https://www.tiktok.com/@jovempannews

Kwai:
https://www.kwai.com/@jovempannews

#JovemPan
#JornalDaManhã

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00Voltamos a falar do tarifácio de Donald Trump sobre produtos brasileiros.
00:04O presidente Lula assinou o decreto que estabelece as diretrizes da Lei da Reciprocidade.
00:10A medida é considerada uma opção para o Brasil responder ao aumento de tarifas
00:15anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
00:19Sobre este assunto, recebemos o relator da Lei da Reciprocidade no Congresso,
00:23o deputado federal do Cidadania de São Paulo, Arnaldo Jardim,
00:27a quem eu já agradeço a gentileza da entrevista.
00:30Deputado, um bom dia para o senhor.
00:33Muito obrigado, Soraya. Eu que agradeço a oportunidade.
00:37Nós tivemos uma discussão muito rica sobre essa lei realmente no Congresso Nacional.
00:43Aconteceu em abril.
00:45No Senado foi relatora da matéria a nossa querida senadora Tereza Cristina.
00:51Eu fui o relator na Câmara dos Deputados.
00:53Nós conseguimos, numa convergência importante, aprovar esta legislação por unanimidade.
01:01Eu destaco isso porque muitas vezes se pensa que ela pode ser usada politicamente em uma alternativa
01:09e nós queremos preservá-la como um instrumento de defesa do interesse nacional.
01:15E é isso que ficou muito claro durante o debate da Lei de Reciprocidade que o Congresso aprovou.
01:23O que houve no Diário Oficial de hoje, anunciado ontem, foi que o governo regulamentou todo o procedimento
01:31para que isso possa ser utilizado.
01:34Nós temos regras.
01:36As regras, no meu entender, que o governo ontem anunciou, publicada hoje no Diário Oficial,
01:43vêm de acordo com o espírito da lei.
01:45Ou seja, para que ela possa ser usada, tem que ter um fato motivador que deve ser apresentado.
01:53Esse fato tem que ser analisado por um comitê de ministros dentro do Executivo.
01:59tem que se ouvir os setores diretamente vinculados àquela matéria
02:05e daí o governo pode realmente acionar um conjunto de normas.
02:11Essas normas passam aí, por isso o nome Reciprocidade, Soraya e todos que nos acompanham aí pela Jovem Pan,
02:19passa por ser uma alteração de tarifa de importações.
02:23Passa por ser sanções comerciais.
02:26Pode se incluir, entre as medidas, a possibilidade de sustar algum acordo comercial que esteja em vigor.
02:37E, além disso, ela pode também preconizar você sustar regras de propriedade intelectual,
02:46coisa que, entre o conjunto de nações, é cada vez mais uma das ferramentas
02:52para se discutir equilíbrio diante de sanções tarifárias.
02:56Então, hoje nós temos isso realmente agora regulamentado, podemos ser usado.
03:03Agora, deputado, justamente sobre isso, já é o momento de colocar na prática a lei da reciprocidade
03:09ou ainda é preciso esperar um gesto até do governo americano?
03:14Olha, eu vou responder com fatos.
03:17Eu estou nesse instante aqui na sede da FPA em Brasília.
03:20Já temos aqui hoje lideranças as mais importantes do setor do café, do setor de suco de laranja,
03:29do setor de carne, para mencionar aqueles que, em termos de volume,
03:34são os que mais concentram as negociações com os Estados Unidos.
03:38Nós vamos discutir agora com essas lideranças.
03:41Temos conversado informalmente, mas hoje é uma reunião formal.
03:44O executivo, hoje à tarde, também reúne lideranças, não só dos segmentos do agro,
03:52mas da indústria, para discutir.
03:54E o governador Tarciso toma uma medida importante, que é em São Paulo também,
03:59que é o estado mais afetado, mais impactado, por conta de não só ter o impacto no agro,
04:05mas ter impacto, por exemplo, na Embraer, no setor de exportação industrial também,
04:11para discutir essas medidas.
04:14O que nós vamos, Soraya, discutir com essas lideranças?
04:18Primeiro, estimulá-los para que o que estão fazendo seja feito mais intensamente,
04:24é buscar contraparte dos importadores dos Estados Unidos.
04:29Eu estou mencionando, por exemplo, vou pegar o caso do café.
04:33Ah, por coincidência, dez dias atrás, foi lá em Campinas, se reuniu,
04:37o C-Café, o Conselho Exportador do Café, reuniu 35 países.
04:43Eu participei lá do encontro.
04:45Várias lideranças tiveram do Brasil, desses países todos que compram no Brasil.
04:51Então, acionaremos aqueles que compram o café, que processam lá nos Estados Unidos
04:57e distribuem.
04:58A mesma coisa do suco de laranja, que tem uma cadeia toda no próprio Estados Unidos,
05:04em que o nosso suco seca lá, a granel, em navios tanques, são empacotados,
05:13algumas adições são feitas, customizado, se distribui no mercado americano.
05:19E assim por diante.
05:21Esses contrapartes que fazem negócios, que têm uma estrutura de pessoas contratadas,
05:28que processam as exportações que lá chegam, nossas, devem ser partícipes nesse esforço
05:35para buscar negociação.
05:37Então, você me fez uma pergunta, desculpe estar me estendendo, mas é só pela importância
05:42do tema?
05:43E a resposta é, ainda não é hora de acionar a lei de reciprocidade.
05:48É bom tê-la regulamentada, mas antes precedê-la de intensas buscas de negociações, nós
05:56estamos empenhados nesse sentido.
05:59Deputado, bom dia, muito obrigado por atender aqui a Jovem Pan.
06:02Eu vou trazer uma pergunta, eu queria que o senhor respondesse também de uma maneira
06:06mais breve, porque a gente tem outras para fazer também.
06:09O governador do Espírito Santo, agora há pouco a gente ouviu uma sonora dele, ele dizendo
06:14precisa ver como é que isso vai funcionar, não pode ser um duelo de tarifas, ele disse,
06:20manda uma de 40%, a gente manda outra de 40%.
06:24E se é estudado caso a caso, como é que funciona, já aproveitando até uma pergunta dele, deputado?
06:30Primeiro, acho que tem razão o Renato Casagrande, quando eu ouvi as entrevistas que vocês colocaram
06:37por ele, porque, imagina, então, reciprocidade, 50, agora a gente replica 50, mais 60, não
06:44seria cabível, né?
06:46Então, a ideia é realmente esgotar a negociação.
06:50Você dá um passo, Roberto, quando você pergunta se essa negociação deve ser em bloco
06:56ou deve ser por segmento.
06:58Eu considero que deve ser por segmentos.
07:01São realidades muito distintas.
07:04Não dá para unificar isso de uma forma geral.
07:07Tem características diferenciadas.
07:10Por exemplo, nós temos a exportação de aços planos nos Estados Unidos.
07:15O próprio presidente Trump denuncia que quer os carros americanos concorrendo com os carros
07:22importados da Ásia, da Coreia, da China, que ele está taxando.
07:27Para que os carros americanos tenham competitividade, precisa ter menor custo.
07:33O nosso aço, taxado em 50%, está certo?
07:38Vai aumentar o custo de fabricação do automóvel americano.
07:44Então, você veja que a resposta me parece correta, caso a caso, produto por produto, com
07:51suas peculiaridades.
07:55Alan Gani, a sua pergunta, Gani.
07:57Bom dia, deputado.
08:00Aplicar a reciprocidade não seria aplicar uma arma que se volta contra a gente mesmo,
08:07à medida que traz mais inflação internamente, encarece o processo produtivo das indústrias?
08:14E esse raciocínio, inclusive, vale para os Estados Unidos?
08:17Ou seja, a tarifa protecionista, ela atinge mais quem a aplica?
08:23O senhor concorda?
08:24Eu concordo, Alan, e não gosto de...
08:28Não fico feliz por ter que reconhecer isso.
08:32Você veja só que os próprios Estados Unidos, quando determinam essa tarifa, vão ter um impacto...
08:39Nós brincavamos ontem aqui, estou dizendo, para usar uma expressão mais coloquial,
08:45no breakfast americano.
08:47O americano senta de manhã, come lá o seu bacon, a nossa carne, o hambúrguer, está certo?
08:53Toma o suco de laranja, a maior parte dele vem do Brasil, toma o café,
08:58e o Brasil é o grande supridor também do mercado americano.
09:02Vai ter um impacto ali na inflação americana.
09:06E nós escalarmos também importações.
09:09Vamos relembrar, todos já sabem isso,
09:11mas que nós somos deficitários.
09:15Os Estados Unidos vendem mais para nós do que importa do Brasil.
09:21Ou seja, nosso saldo é negativo para o Brasil, é positivo para os Estados Unidos,
09:26diferente do saldo que o governo, que os Estados Unidos tem com relação ao resto do mundo.
09:31O Trump se motivou e argumentou toda a sua narrativa,
09:37consistiu ela com base num déficit americano que ele quer evitar.
09:42No nosso caso, eles têm superávit.
09:44Então, acho que nós taxarmos a importação de máquinas, equipamentos,
09:50terá impacto aqui no Brasil.
09:52Não é a melhor escalada.
09:55Então, esgotar exaustivamente toda a negociação,
10:00você tem toda a razão, no meu entender.
10:04Conversamos com o relator da Lei de Resprocidade no Congresso,
10:08o deputado federal de Cidadania aqui de São Paulo, Arnaldo Jardim,
10:11a quem eu agradeço mais uma vez a entrevista.
10:13Deputado, um bom dia para o senhor.
10:16Muito bom dia, um abraço a todos.

Recomendado