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  • 14/07/2025
Especialistas analisam os possíveis impactos da tarifa de 50% imposta por Donald Trump sobre produtos brasileiros. A medida, que entra em vigor em 1º de agosto, pode gerar sérios prejuízos para a economia nacional e afetar setores estratégicos do país.
Reportagem: Teresa Morrone

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Transcrição
00:00Especialistas projetam os efeitos após o anúncio da taxação imposta por Donald Trump aos produtos brasileiros,
00:07que pode trazer muitos problemas à economia do país.
00:11A reportagem é de Tereza Morrone.
00:14A imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros,
00:19anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump,
00:23representa um severo golpe para o comércio exterior do Brasil.
00:27Os Estados Unidos são o segundo maior comprador de produtos brasileiros,
00:32ficando atrás somente da China.
00:34Caso entre em vigor em 1º de agosto,
00:37essa medida tem o potencial de reduzir as exportações de diversos setores.
00:42É o que explica o economista-chefe da análise econômica, André Gagliardo.
00:47Um dos grandes impactos vem no agronegócio.
00:50Nós já tivemos um posicionamento de setores como o produtor de laranja,
00:59que disse que as tarifas inviabilizariam as exportações brasileiras aos Estados Unidos.
01:05A gente já tinha uma tarifa sobre o aço,
01:09embora a gente tinha, mesmo com essa tarifa,
01:13nós tínhamos preservado a nossa competitividade.
01:17A produção de aço plano no Brasil é muito competitiva,
01:20mas com um acréscimo de 50%, certamente inviabilizaria essa exportação.
01:26A possível imposição de tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras
01:31representa um desafio significativo,
01:34mas também pode ser um acelerador para o replanejamento do comércio exterior do Brasil.
01:39Empresas e governos seriam impulsionados a diversificar mercados,
01:44buscando destinos alternativos para seus produtos.
01:48A gente pode e deve buscar alternativas,
01:50porque os próximos três anos, quatro anos,
01:53serão anos turbulentos,
01:55da mesma forma que foi no primeiro mandato do Donald Trump.
01:59Mas não é tão simples quanto parece.
02:01Eu tenho dúvidas quanto à capacidade da China, por exemplo.
02:04Não capacidade financeira,
02:05porque a China tem bastante dinheiro, tem bastante reserva,
02:08a economia cresce 5% ao ano,
02:10mas capacidade de coincidir oferta com demanda.
02:15Tem uma grande oportunidade no radar.
02:17A Europa está muito ressentida,
02:19alguns países europeus estão muito ressentidos
02:22com as decisões recentes do Donald Trump,
02:25e acho que um bom ponto de partida
02:27é estreitar as relações comerciais do Brasil
02:30com a União Europeia, com a zona do euro.
02:33Mas quais as respostas que o Brasil pode dar aos Estados Unidos
02:37por meio da Lei da Reciprocidade Econômica,
02:41sancionada pelo presidente Lula em abril de 2025,
02:45que autoriza o governo a retalhar países ou blocos econômicos
02:49que impuserem barreiras comerciais a produtos brasileiros?
02:53Quem relata sobre isso é o professor de Ciência Política,
02:57Carlos Podio.
02:58O que o Brasil pode fazer é buscar retaliação,
03:01aquilo que a gente chama, no linguajar da OMC,
03:04Organização Mundial do Comércio, de retaliação cruzada.
03:06Ou seja, você busca retaliar em outros setores.
03:09Por exemplo, setores de patentes.
03:12Se você retalia na parte de serviços,
03:14que é uma parte que os Estados Unidos exporta bastante.
03:16Então, patentes farmacêuticas, por exemplo,
03:19pode ser um setor que o Brasil pode buscar retaliação.
03:21Se os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump
03:32não chegarem a um acordo até 1º de agosto,
03:36setores importantes da economia brasileira
03:38terão que buscar novos mercados para seus produtos.
03:42No entanto, essa mudança pode não ser o suficiente
03:44para compensar as perdas,
03:46já que apenas alguns países conseguiriam absorver
03:50parte do excedente de produtos brasileiros.

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