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Em entrevista ao Jornal da Manhã deste sábado (12), o ex-vice-presidente do Banco Mundial Otaviano Canuto analisou as consequências da pior semana do Ibovespa em três anos, devido ao tarifaço de Donald Trump sobre produtos brasileiros.

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Transcrição
00:00A isso recebemos o ex-vice-presidente do Banco Mundial, Otaviano Canuto, que gentilmente atende aqui a Jovem Pan.
00:07Sr. Otaviano, bom dia, muito obrigado por nos atenderem.
00:10Bom dia para vocês.
00:12São as consequências que a gente vai continuar acompanhando.
00:15Essa questão da Bolsa de Valores apresentando um desempenho de queda nessa semana, mais a subida do dólar,
00:24é algo que a gente vai continuar acompanhando nos próximos dias, à medida em que esse tarifácio segue previsto para entrar no começo de agosto, o senhor Otaviano?
00:35Eu creio que sim.
00:37Quer dizer, não em determinado momento para o ajuste, porque a gente assistiu um ajuste de preços dos ativos na Bolsa,
00:49refletindo o provável impacto negativo que ocorrerá sobre a rentabilidade e sobre os ativos subjacentes,
01:02e a mesma coisa, quer dizer, na mesma direção, o impacto sobre a taxa real de câmbio,
01:10porque o impacto das tarifas será inevitavelmente negativo.
01:16Não existem margens grandes para trocar vendas para os Estados Unidos por outros mercados,
01:26a não ser que houvesse baixa de preço nos outros mercados.
01:32Quer dizer, não é uma coisa assim que é simples,
01:35senão as exportações para os outros mercados já estariam maiores do que aqui estão.
01:40Então, o efeito é um efeito negativo.
01:42A dificuldade é que, o problema é que não apenas essas tarifas sobre o Brasil
01:51vieram bem mais altas do que as que o Trump está jogando em cima dos outros países,
02:01como ela não tem, digamos assim, uma mínima fundamentação econômica,
02:09como aquela presente nas cartas que enviou para os outros países.
02:14Ou seja, o Brasil está naqueles casos, entre aqueles casos de países que têm
02:20um déficit comercial com os Estados Unidos.
02:24por isso que lá em 2 de abril, quando ele anunciou as tarifas recíprocas,
02:30o Brasil ficou naquela faixa dos 10%, da menor possível.
02:35Enquanto que os demais países, os que têm superávit com os Estados Unidos,
02:41o Trump foi colocando tarifas ali mais altas
02:45por conta do sentido comercial do objetivo dele.
02:54Mesmo depois nas negociações, uma coisa importante a levar em conta
02:59é que todos os acordos, os poucos acordos que chegaram a ser concluídos pelo Trump
03:06como países, como foi o caso do Reino Unido, como o acordo com a China,
03:12o acordo com o Vietnã, em todos eles, as tarifas americanas
03:20continuaram bem mais altas do que aquelas que eram, que existiam antes da era Trump.
03:26Então, tem um sentido, realmente, de proteção comercial presente
03:30mesmo com a história de negociação pelo Trump.
03:35Pois bem, mas no caso do Brasil, a carta não tem nada disso.
03:40A carta não alude...
03:43Aliás, quando a carta faz alguma alusão a assaltos comerciais,
03:48dá a entender um erro.
03:51Porque o Brasil não tem superávit comercial com os Estados Unidos, tem a déficit.
03:57Então, o que torna mais difícil antever por onde seria uma tentativa de negociação.
04:09Então, realmente, não surpreende o efeito sobre as bolsas e o efeito sobre a taxa de câmbio.
04:20Otaviano, bom dia.
04:23O senhor comentou que não há muita tentativa de expandir nessas exportações para outros países,
04:30não há ali muita saída.
04:32Então, imagino que o melhor meio seja mesmo a negociação.
04:35Com base em negociações de outros países, já com outras tarifas de Donald Trump,
04:40o que o Brasil pode fazer nesse momento?
04:43Olha, evidentemente que pode bater na porta e tentar estabelecer alguma negociação comercial.
04:57Mas é muito pouco provável de ter um sinal positivo.
05:04É importante esse negócio da diversificação.
05:06Os outros países estão fazendo essa tentativa de redirecionamento de exportações.
05:13A China está fazendo isso.
05:14Só que isso tem um preço para esses outros países,
05:17porque a China não pode aumentar as suas exportações para a União Europeia,
05:26para o Japão, ou para o Brasil, ou para qualquer outro,
05:29sem dar um pouquinho de desconto de preço,
05:33porque senão tem como aumentar.
05:36Não é tão simples.
05:37Ah, vamos substituir.
05:38Agora, a expectativa de ter uma pauta de conversa
05:47tem que ser baixa,
05:52porque visivelmente não é prioridade para o Trump.
05:58Vejam, ele deu aquele prazo lá em abril, na pós-tergação,
06:04e desde então, Siquef chegou a fechar algum tipo de acordo com a União Europeia
06:10ou com outros parceiros de tamanho maior para a economia americana.
06:16E quando vem fazer alguma coisa concreta sobre o Brasil,
06:20é essa carta com 50%.
06:23E fazendo alusões, não principalmente a comércio,
06:28mas há alusões políticas,
06:33a coisa do Bolsonaro e da Corte Suprema
06:40em relação às multas sobre as empresas de serviços digitais e assim por diante.
06:51Então, não tem sequer mesmo a expectativa
06:57de que haja uma pauta econômica que possa ser conversada entre as duas partes.
07:03É uma pena.
07:04Por isso que, ao mesmo tempo, também é que se levar em conta
07:09que uma eventual resposta,
07:13em termos de retagação brasileira,
07:17contemple outras coisas que não sejam simplesmente também por tarifa de volta.
07:25Porque uma diferença importante é a importância, inclusive,
07:30para o nosso processo produtivo,
07:32das importações brasileiras em relação ao que vindo dos Estados Unidos.
07:38Então, tarifas sobre o que a gente importa sobre os Estados Unidos
07:43têm um impacto negativo sobre a nossa própria produção.
07:46Então, eu quero crer que qualquer retagação que venha a ocorrer
07:51vai, provavelmente, ocorrer por outras vias.
07:55Vai ocorrer via algum tipo de relaxamento
08:00na aplicação das leis de propriedade intelectual,
08:05alguma, talvez,
08:08algum tipo de medida contra remessa de lucros e dividendos e assim por diante.
08:13Ou seja, a margem de manobra de retaliação brasileira
08:18é desproporcional ao que faz o Trump.
08:20Eu vi a matéria,
08:22a referência, a importância de suco laranja brasileiro e tal.
08:26Escuta, bom, primeiro, o pessoal da Flórida lá que faz suco laranja
08:32não vai estar achando ruim.
08:34Segundo, o Trump botou tarifa em abacate mexicano sem nenhuma hesitação.
08:43Eu não creio que o Trump esteja considerando como relevante
08:54o impacto sobre preços.
08:56Ele chama de dano temporário,
08:58chama de problema temporário,
09:02mas ele, mesmo assim, botou e deve subir o nível de preços aqui,
09:07ao consumidor.
09:08Se, pelo andar da carruagem,
09:12se, digamos assim, a estimativa que os modelos mostram
09:17é de que se a tarifa média, média, ponderada,
09:22a tarifa média ponderada, ou seja, de tudo,
09:25caminhar na direção dos 17%,
09:28o que parece ser o andar da carruagem
09:31a partir das cartas,
09:33o que é uma enorme diferença em relação
09:35aos 2, 2,5% diante do Trump,
09:38isso vai ter um impacto sobre o nível de preços,
09:42mas, ao mesmo tempo, é uma coisa
09:43que na cesta do consumidor americano
09:45vai chegar algo como um aumento de 2%,
09:50porque os produtos ponderaturais
09:53não são uma proporção tão grande
09:56da cesta de consumo.

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