Cerca de 600 ônibus foram depredados em São Paulo em uma onda de violência que atinge os transportes públicos. A Polícia Civil investiga a possível ligação de sindicatos com os ataques, levantando sérias preocupações sobre a segurança dos passageiros e a atuação de grupos organizados por trás dos atos de vandalismo.
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00:00A Polícia Civil ainda investiga as motivações que estão levando criminosos a atacarem ônibus aqui na capital paulista.
00:08A apuração da Jovem Pan indica que uma das linhas de investigação tem a ver com os sindicatos.
00:14Repórter Misael Mainetti.
00:16Pelo menos 338 ônibus que atendem o transporte público na capital paulista foram vandalizados.
00:24Na última segunda-feira, 59 veículos. Dia considerado até agora como o mais alarmante em relação à quantidade de ataques.
00:34Nesta terça-feira foram oito. Os dados são da SP Trans, empresa responsável pela gestão de ônibus na cidade de São Paulo.
00:44De acordo com a coluna do jornalista da Jovem Pan, David de Tarso, a principal linha de investigação é que os ataques tenham a ver com os sindicatos.
00:53As investigações começaram com três linhas.
00:57Envolvimento do crime organizado, desafios da internet e agora, de acordo com o jornalista,
01:04entre os depoimentos das pessoas já detidas envolvidas nos apedrejamentos,
01:09a Polícia Civil avançou sobre a possibilidade de ligação dos ataques a sindicatos vinculados ao setor.
01:17Ainda de acordo com a coluna, o motivo seriam disputas internas e empresas que não teriam apoiado candidatos nas eleições internas dessas entidades,
01:28além de rixas entre grupos sindicais rivais.
01:32As investigações, conforme fontes ouvidas pela coluna, estão em busca de provas para confirmar essas conexões.
01:40Os ataques também aconteceram em cidades do ABC Paulista, na Grande São Paulo e na Baixada Santista.
01:47Pelo menos 579 ônibus foram atacados em todo o estado de São Paulo.
01:53Até agora, três pessoas foram presas, entre elas, um homem suspeito de atacar um ônibus com uma pedra
01:59e deixar uma passageira ferida na zona sul de São Paulo, região onde acontece o maior número de ataques.
02:06O suspeito de 26 anos é filho de um motorista que atua na mesma linha em que ocorreu o ataque.
02:12A polícia descarta a ligação do pai no episódio.
02:16De acordo com a polícia militar, o homem sofre de distúrbios mentais.
02:20Roberto Teixeira Leite, advogado que representa a empresa de ônibus A2 Transportes,
02:27que presta serviços nas regiões periféricas da zona sul, diz que já foram dez ataques aos coletivos da aviação.
02:36A pior coisa que tem é um ônibus sair da operação.
02:40Porque, por incrível que pareça, toda a operação de uma empresa de ônibus é extremamente milimétrica.
02:46Ela tem ali um funcionamento que depende de uma série de engrenagens que precisam estar funcionando corretamente
02:53para todo aquele planejamento que existe operar corretamente e atender ao contrato que a gente tem com a prefeitura,
03:01que é o ponto mais complexo de todos.
03:04Quando um ônibus sai de operação, se for um veículo quebrado, se for um veículo, infelizmente, nesses casos, depredado,
03:13é a pior coisa para a empresa porque ali você imagina, existem, por exemplo, dez ônibus em determinada linha.
03:19Você tirou um ônibus que foi depredado para poder reparar dentro da garagem,
03:25100% das pessoas que utilizariam aquela linha vão ter que ser comportadas em 90% dos coletivos.
03:32A Secretaria de Segurança não detalhou os novos passos da investigação
03:37e informou que a Polícia Civil realiza monitoramento via plataformas digitais
03:43porque existe suspeita de que os ataques estejam sendo articulados pela internet.
