Aviões parados e a falta de verba para o abastecimento das aeronaves estão entre as consequências da crise financeira nas Forças Aéreas Brasileiras, o que tem assustado os militares e integrantes do governo, que não estão conseguindo voar. O órgão prevê menos voos, missões canceladas e o fim de eventos. Comentaristas: José Maria Trindade e Fábio Piperno. Reportagem: Bruno Pinheiro.
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00:00Já temos o Bruno Pinheiro conosco aqui de volta no 3 em 1 para falar agora sobre outro assunto, Bruno Pinheiro, que tem chamado a atenção, que é a crise financeira na Força Aérea Brasileira.
00:10Avião parado, sem dinheiro para abastecer, alguns outros impactos aí da falta do orçamento na Força Aérea. Explica pra gente, Bruno Pinheiro.
00:21Exatamente, viu Nelson Kobayashi. Ótima tarde novamente aqui quem nos acompanha.
00:25Isso tem assustado os militares, os homens da Força Aérea, na verdade, quem está acostumado a voar, mas não somente os integrantes, os militares, mas os ministros do governo que também não estão conseguindo voar mais nesses aviões da Força Aérea.
00:39Estive recentemente no aeroporto sentido São Paulo, inclusive, e um ministro voando em voo comercial, porque durante esses últimos dias esses voos estão suspensos.
00:51A não ser que estejam alguns ministros ou algumas pessoas viajando para o mesmo local, aí eles conseguem embarcar no mesmo sentido.
00:59O que acontece? Nas últimas horas eu conversei com militares e aviões não estão sofrendo somente a dificuldade para o abastecimento, até mesmo a documentação.
01:09Alguns valores de manutenções não estão conseguindo arcar.
01:13E aí o que está acontecendo? Se tornando o verdadeiro estoque de avião aqui na capital federal.
01:20O que acontece? Quando uma aeronave da Força Aérea vai para a manutenção, eles não conseguem, então, arcar com essa manutenção, realizar todo o procedimento,
01:30ela está ficando numa espécie de um estoque.
01:32Ou seja, não está voando, está sendo quase que aposentada por alguns dias e somente algumas aeronaves estão realizando esse atendimento.
01:40Claro que atendendo o executivo, atendendo por parte do governo federal, mas aqueles voos que atendiam justamente esses ministros e algumas missões estão sendo comprometidos.
01:50Até fiz contato para tentar entender quantas aeronaves foram retiradas, então, de circulação, do espaço aéreo.
01:57Não se tem um número exato, oficial, divulgado ainda, mas eles têm reclamado muito sobre os cortes.
02:02O contingenciamento feito para as Forças Armadas.
02:06E aí eu fiz um questionamento sobre o 7 de dia de setembro, Esquadrilha da Fumaça.
02:11A expectativa é de que esse evento vai acontecer, mas será muito menor do que o que nós já assistimos nos últimos anos,
02:18seja em São Paulo, aqui na capital federal ou em outros estados.
02:22Qual é a justificativa? Vai continuar porque é algo de rotina, algo que acontece há muitos anos,
02:27e até por conta de a importância dos pilotos continuarem voando, continuarem com essa experiência nas aeronaves da Força Aérea.
02:36Então, o que se tem neste momento?
02:38São voos que foram cancelados, que não estão sendo realizados,
02:41aeronaves que foram retiradas dessa circulação quase que diária,
02:46e até mesmo algumas atividades, como a Esquadrilha da Fumaça,
02:49ela vai acontecer, mas de forma muito menor.
02:52E aí isso é colocado na conta do governo federal, que alguns repasses foram realizados nos últimos anos,
02:58mas que no governo atual esse repasse foi muito menor,
03:02e acabaram sentindo diretamente que até as atividades estão sendo comprometidas.
03:07Nelson Kobayashi.
03:08Muito obrigado, Bruno Pinheiro, em cima da notícia diretamente de Brasília, aqui no 3 em 1.
03:13Deixa eu chamar o Fábio Piperno para entender como é que você avalia essa crise aí.
03:17É o que? É falta de planejamento?
03:19Não entenderam direito ali quanto que precisaria para fazer a Força Aérea Brasileira continuar funcionando
03:24durante o ano todo, com todas as suas aeronaves, com todos os seus pilotos em atividade?
03:29Explica para a gente essa crise aí, Piperno.
03:32Bom, primeiro que a gente tem que entender o que eles estão chamando exatamente de crise.
03:36Porque, veja, o fato da FAB ter que entrar num contingenciamento brabo de despesas e, por exemplo,
03:46não poder oferecer aeronaves para voos de ministros, ufa, que notícia bem-vinda.
03:52Quer dizer, está na hora de também acabar com esse tipo de mordomia.
03:56A gente viu, por exemplo, uma vez, a gente noticiou aqui,
03:59que o presidente da Câmara chegou a requisitar um avião da FAB
04:04para poder estar presente no desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro.
04:10Quer dizer, avião da FAB é para isso?
04:13Então, veja, se a FAB amanhã informar a nação o seguinte,
04:18olha, ficamos sem aeronaves para o essencial trabalho de patrulhamento de fronteiras,
04:27puxa vida, nós vamos ter que criticar demais o governo,
04:30falar o governo que se vire para arrumar dinheiro para isso.
04:33Agora, puxa, ficamos sem dinheiro para abastecer os aviões que transportam ministros?
04:38Ah, coitadinhos, paciência.
04:40Então, agora, essa também é uma oportunidade para a gente começar a sentir o que é a prioridade ou não.
04:46E isso tem que se espalhar por todas as pastas e não só pelo governo federal,
04:53por todas as esferas de governo.
04:55Então, quando a gente fala de excessos, a gente está se referindo a todo mundo.
05:02Acabamos de falar dos excessos que o Legislativo comete.
05:06Porque, por exemplo, um gabinete de deputados tem que ter tanta gente.
05:10Teve um dia que eu fui num gabinete de um vereador aqui em São Paulo,
05:15e aí, se todo mundo entrasse para trabalhar ao mesmo tempo, ia faltar lugar, ia faltar cadeira.
05:20Então, veja, eu ainda quero entender melhor qual é o tipo de sacrifício que a FAB, de fato, está fazendo.
05:29José Maria Trindade.
05:31Pois é, a crise fiscal, ela é séria.
05:36Eu ouvi aqui de vários especialistas políticos enumerando ali as grandes crises da história do Brasil,
05:44desde a República, que foi instaurada diante de uma grave crise fiscal na monarquia,
05:50aí veio o regime militar que entrou, exatamente porque o Brasil estava numa crise fiscal,
05:57o fim da ditadura militar foi exatamente diante de uma crise,
06:02aí fala-se do impeachment desse presidente Dilma, o Brasil estava indo para o brejo,
06:09e o impeachment era a única saída, além, evidentemente, das pedaladas fiscais,
06:15e a situação é grave.
06:18É grave porque um Estado não pode se canibalizar, e é o que está acontecendo.
06:25Quer dizer, toda arrecadação está indo para a sustentação do Estado,
06:31que não faz absolutamente nada, não faz investimentos, que é o chamado gasto bom,
06:37porque produz desenvolvimento, não faz nada, e a previsão para 2027, colapso,
06:43colapso total do orçamento.
06:44Quer dizer, a dívida aumentando, já é maior do que o orçamento,
06:48atingindo 80 e poucos por cento do PIB, né?
06:52Então, é uma situação grave.
06:54Eu entendo que, em momentos assim, o país deveria ser levado em frente
06:59e todos se unirem para fazer um entendimento e resolver o problema estrutural do Brasil,
07:07porque qualquer um presidente que assuma em 2027 vai enfrentar esse problema.
07:12Eu ouvi hoje de deputados que é o seguinte, quando chegar 2027,
07:16o então presidente eleito, batizado pelas urnas, terá autoridade, autonomia,
07:22para fazer esses ajustes, né?
07:25Mas eu temo que será tarde demais, em cima da hora, né?
07:29Será um teto de gastos ao contrário, né?
07:33Que é aquela PEC que o Lula aprovou ainda na fase de transição para o governo dele.
07:40Então, a história do Brasil é estrutural.
07:43Não adianta.
07:44É estrutural.
07:45E o governo atual não soube lidar com isso.
07:48Não soube melhorar.
07:49Está dizendo, apenas diagnosticando.
07:51Mas aí a oposição também sabe fazer esse diagnóstico.
07:55O que precisava era uma iniciativa para resolver estruturalmente o Brasil.
08:00Não adianta.
08:012027 será um terror para o que assumir o Palácio do Planalto por aqui.