- ontem
Mainha espera vocês no programa Agito, com @pew_martins ! Resenhas, convidados especiais e muito axé! E aí? Bora? Venha descobrir com a gente o que é que o baiano tem! Ao vivo no seu radinho e também no YouTube!
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00:00Legendas por TIAGO ANDERSON
00:30Legendas por TIAGO ANDERSON
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01:29Legendas por TIAGO ANDERSON
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04:59Legendas por TIAGO ANDERSON
05:29Legendas por TIAGO ANDERSON
05:59Quantas pessoas têm essa mesma ideia, essa mesma vontade e às vezes tem uma barreira na vida?
06:05Quantos adotados desistiram de vencer?
06:08Ou não tiveram o mesmo amor, a mesma oportunidade?
06:11Quantos professores com 20 anos de carreira não estão entusiasmados?
06:16Exatamente, exatamente, exatamente, quer dizer, essa questão do estigma, a ideia de ser adotado é aquele que vai crescer com trauma, com a carência do abandono, eu sou a prova viva de que isso não acontece.
06:29Quando Deus colocou na minha vida, quando Deus colocou na minha vida, que os médicos disseram que sua filha vai nascer morta porque ela não tem cérebro e ela tem 20 anos de idade, inclusive quando eu comecei a dar aula com 22 anos, ali foi a maior lição da minha vida, porque minha filha, ela não enxerga, ela não anda, ela não fala, ela se alimenta por um boto, mas só que a nossa comunicação é uma comunicação que transcende as percepções sensoriales.
06:55Além disso tudo, o amor, né?
06:56É o amor, e é o amor incondicional, é o amor que eu não espero nada dela, sabe? Sabe aquela coisa? Júlia nunca vai chegar pra mim e dizer assim, Igor, obrigado meu pai, eu te amo, obrigado pelo que você fez por mim.
07:07Não, eu faço sem esperar nada em troca, é por isso que eu digo que hoje eu não sou professor de história, eu sou um educador, a minha pedagogia é a pedagogia do afeto e a história potencializa isso.
07:19Com certeza, e o amor?
07:20E o amor.
07:21O amor, acho que ele é a parte principal de tudo, não só pra dentro de casa, com sua filha, com sua família, com sua história, mas também pra sala de aula.
07:29E aí a gente vai falando justamente disso, da questão de cuidar de pessoas, né?
07:34Voltando uns bons anos atrás, Igor, como foi o contato dos europeus aqui em Salvador?
07:39Pronto, então a gente sai da minha história para a cidade de Salvador.
07:43Você vê que o negócio aqui é um agito mesmo, né?
07:45Agito, você vê que a cidade de São Salvador, uma referência a Jesus Cristo.
07:51Mas é interessante, porque quando a gente fala da formação de Salvador, a gente pensa em Tomé de Souza, 29 de março de 1549, Salvador, primeira capital do Brasil.
08:01Mas acontece o seguinte, antes dessa chegada da política administrativa, porque tudo nasce aqui em Salvador,
08:07é aqui que a coisa começa a funcionar, em um lugar que muitas pessoas não conhecem, que é o Pelorinho.
08:12O pontapé inicial, né?
08:13O pontapé inicial é ali.
08:15Mas só que acontece o seguinte, a primeira figura emblemática nesse processo é um cara chamado Diogo Álvares Correia, o caramuru.
08:24Existe um estigma muito grande.
08:27Há quem diga que ele naufragou no Rio Vermelho, ele chegou ali no Porto da Barra e tinha os tupinambás, daquele jeito, sabe?
08:35Leve como veio ao mundo.
08:37E acontece o seguinte, ele foi o único que sobreviveu da questão do naufrágio.
08:42E é interessante que aqui tinha os tupiniquins e os tupinambás.
08:45Eram duas civilizações indígenas que viviam guerreando.
08:48Tem um livro muito bom de Florestan Fernandes que fala sobre isso.
08:52E ele chega lá e ele começa a ser tratado para o ato da antropofagia.
08:57Lembra da aula de história?
08:58Um pouco, viu?
08:59Era muito filão, assim, das aulas, mas eu fico encantado.
09:03Você está cantando e eu estou contando e eu estou viajando.
09:05Porque história é isso.
09:07Antropofagia é homem, fagia é comer.
09:10Ou seja, lá na Ilha Taparica tinha um índio que estava sendo também moldado para ser comido e fizeram isso.
09:19E nesse processo, que ele estava vagando ali pelo Porto da Barra, pelo Rio Vermelho,
09:23ele percebeu um paiol de pólvora e uma espingarda da embarcação que tinha naufragado.
09:29E ele levou lá para aquela região, você já deve ter ido ali no Pereira, aquela região que tem o Pereira no Porto da Barra.
09:34Sim, sim.
09:34Ali que tinha.
09:35E tinha um cacique chamado Taparica.
09:38Tinha a famosa Paraguaçu, tinha Moema, aquelas índias, aquelas índias.
09:43Maravilhosas.
09:45Aquela coisa.
09:46Fitness, correndo ali na Barra, aquela coisa toda.
09:50E o que acontece?
09:51Quando ele percebeu que estavam começando a fazer aquele ritual em relação a ele,
09:55ele pegou uma espingarda extintivamente e deu um tiro para cima.
09:57Ou seja, de comida, ele vira um deus.
10:01E eles começam a gritar, caramuru, caramuru.
10:05E aí o que acontece?
10:06O cacique oferta a sua filha.
10:08E começa aí o primeiro cruzamento.
10:11Os pais da nação brasileira.
10:14Estima-se que 50 milhões de pessoas estão diretamente ligadas a Diogo Álvares Correia e a Paraguaçu.
10:21E aí começa aí uma história linda de amor.
10:23Mas acontece o seguinte, ele fica entristecido.
10:25Ele quer voltar para a Europa.
10:27E quando ele volta para a Europa, com a outra embarcação que está aqui,
10:30desbravando a costa brasileira, ele leva a sua amada.
10:35E quando ela chega na Europa, as pessoas ficam fascinadas com a beleza dos nativos,
10:40dos donos da terra.
10:41Tanto que ela é batizada com o nome de quê?
10:43De Catarina.
10:45E ela fica conhecida na história como o quê?
10:47Catarina Paraguaçu.
10:49Só que tem um problema.
10:50Você lembra que os franceses queriam invadir o Brasil?
10:53Afinal de contas, surgiu Inglaterra, França, Holanda.
10:58Não era mais Portugal e Espanha que dominava o mundo com aquele tratado de...
11:02Como era o tratado?
11:03Eu não sei não.
11:04Você está me empregando aí.
11:05Tratado de Tordesilho.
11:07Eu sou famoso.
11:08Dividiu o mundo.
11:09Essa aí é da época de Priscila.
11:11Priscila, historiadora.
11:13É, século XV, tá?
11:15E aí sabe o que acontece?
11:17O rei de Portugal fala, a gente vai perder o Brasil, é preciso povoar aquela costa.
11:22E aí surge o quê?
11:24A primeira divisão do Brasil, que é conhecida como capitanias hereditárias.
11:29E aí vem pra cá um fidalgo.
11:32Sabe o que significa fidalgo?
11:33Não, vai me contar.
11:34Filho de...
11:35Tem muitos filhos de...
11:37Você sabe de quem eu sou filho?
11:39Ah, aqueles que ficam dizendo que era...
11:41É, fidalgo.
11:41Mas não era.
11:42Mas no caso, é uma questão da nobreza lá, porque ainda é aquela herança medieval.
11:47Moral da história, o rei de Portugal manda pra aqui, pra Salvador, pra capitania da Baía
11:53de Todos os Santos, um homem chamado Francisco Pereira Coutinho.
11:59Tanto que tem o restaurante Pereira, né?
12:01Tem aquele restaurante...
12:02Foi justamente ali que ele criou a chamada Vila do Pereira.
12:06Ou seja, a vila, antes de se tornar Salvador, começa naquele contexto.
12:12Mas acontece o seguinte, os índios, inclusive o próprio Caramuru, que já tinha virado índio,
12:17ele foi escravizado e mandado pra capitania de Ilhéus.
12:20E os índios, à noite, faziam emboscadas.
12:23Onde tem o hospital espanhol?
12:24Sim.
12:24E os europeus, meu Deus do céu, velho, esses índios são loucos.
12:27Os caras vão invatar.
12:28A gente tem que pedir uma ajuda pra quem?
12:30Pra Caramuru.
12:30Porque Caramuru já falava, inclusive, a língua dos nativos.
12:33Já conseguia...
12:34Já conseguia se comunicar.
12:35Os dois lados.
12:36Mas o que aconteceu quando o donatário, Francisco Pereira Coutinho, tava voltando, teve um problema
12:43na embarcação dele e ele foi ancorar na ilha de Itaparica, a linda ilha de Itaparica.
12:49Estava cantando na ilha eu, semana passada, puxando um triozinho.
12:53É?
12:53Segura o triozinho, voltou.
12:54Eita, que delícia!
12:56Sabe o que acontece?
12:57Sabe o que aconteceu?
12:58Aconteceu o seguinte, quando ele desembarcou, onde tem ali Barra do Gil, Conceição, Coroa,
13:04a Penha, os índios, os índios tupiniquins saíram com sangue no olho.
13:09Eu quero a coxa, eu quero o dedão do pé.
13:12E simplesmente destroçaram ele.
13:15Ou seja, o primeiro, o primeiro donatário da Baiton dos Santos foi morto pelos índios
13:21na ilha de Itaparica.
13:22E aí o que é que o rei de Portugal fala?
13:23Não deu certo as capitanias.
13:25Nós precisamos centralizar o poder.
13:28Senão a gente perde o Brasil pra França, pra Inglaterra.
13:31A gente poderia estar falando inglês agora.
13:33Já pensou?
13:34Ou francês.
13:35Já pensou, gente?
13:36Já que eu estou falando inglês?
13:37E aí, Pelo, pra fechar essa primeira pergunta, o que é que o rechegue faz?
13:41Chama um fio d'água chamado Tomé de Souza.
13:44Se você perguntar pra 100% dos baianos, apenas uns 10% vai saber quem foi Tomé de Souza.
13:50Tomé de Souza?
13:51Você sabe, Fernanda?
13:52Fernandinha?
13:53Você sabe quem foi Tomé de Souza?
13:54Quem foi Tomé de Souza?
13:57Corre pro dúbido!
13:58Quem foi o professor de história dessa menina?
14:01Aí ela sabe.
14:03Mas me diga quem foi Tomé de Souza.
14:05Tomé de Souza foi o homem responsável por encontrar um local pra criar a primeira capital do Brasil.
14:13E acontece o seguinte, existe uma baía chamada Baía de Todos os Santos, que você conhece.
14:18Inclusive foi batizada por Américo Vespúcio, aquele que teve a convicção de que aqui era o novo mundo.
14:23Sim, sim.
14:23E ele veio aqui no dia 1º de novembro, tanto que é o dia de Todos os Santos e ganhou o nome Baía de Todos os Santos.
14:30Então já se sabia que geograficamente existia uma baía que ela era em Acrópole.
14:37Acrópole significa cidade com cabeça.
14:39E eles falaram, ali é o local pra criar a primeira sede administrativa do Brasil.
14:46Eles vieram pra cá e fizeram o quê?
14:49A cidade de Salvador.
14:50Uma cidade planejada, uma cidade murada, que surge ali na cabeça do elevador Lacerda.
14:57Não existia elevador Lacerda, porque é século XIX.
14:59Então ali, onde tem a Câmara Municipal, ali tem um memorial, eu levo muitos alunos meus, chamado Memorial da Câmara dos Homens Bons.
15:07E ele vem pra cá com aproximadamente mil pessoas, ouvidor mor, capitão mor, provedor mor.
15:14E começa a partir daí esse processo de política administrativa do Brasil.
15:20Então tudo nasce aqui em Salvador.
15:23A nossa história, o nosso Brasil nasce em Salvador.
15:26Salvador já nasce com caráter cosmopolita.
15:29A segunda cidade mais importante para os portugueses, sendo que Portugal era o país mais poderoso do mundo, era Salvador.
15:36Perdi apenas pra Lisboa.
15:38É nossa cidade.
15:39E assim ela nasceu.
15:40Verdade.
15:41Salvador só dá orgulho, viu?
15:43Ó, teve também a Revolta dos Males.
15:45Conta algumas curiosidades pra gente.
15:47Pronto.
15:48A Revolta dos Males, ela aconteceu num período muito delicado da nossa história.
15:52Sim.
15:52A Revolta dos Males, ela foi a segunda maior revolta negra da América.
15:57Ela só perde pra Revolta do Haiti.
16:00Quer ver uma coisa?
16:01Você, como negro, não se orgulha...
16:04Muito.
16:04...da sua história, da sua resistência.
16:06Ave Maria.
16:07Eu sou tão apaixonado por isso, Pêl, que meu TCC ia ser em cima do bloco Malê de Balê.
16:11Mas eu acabei me apaixonando pela ditadura militar.
16:14Ou melhor, pra combater a ditadura militar que eu acabei indo pro outro viés.
16:17Sim.
16:18Mas acontece o seguinte.
16:19É até interessante.
16:20Você conhece o Jardim de Alá?
16:21Sim.
16:22Muito.
16:22Jardim de Alá, aquela coisa toda.
16:24Inclusive...
16:24Jair, você já me levou lá.
16:25Jardim de Alá.
16:26Você sabe por que o nome Jardim de Alá?
16:28Não.
16:28Não tem ideia?
16:30Jardim de Alá.
16:30Eu nunca parei pra pensar.
16:32Porque tudo tem um porquê.
16:33É, é verdade.
16:34E a história explica tudo.
16:35O que acontece?
16:36Naquela época estavam vindo negros do norte da África.
16:39E o norte da África é islamizado.
16:42Porque quando o Malmé morreu, o islamismo se expandiu.
16:45Alá!
16:45Alá!
16:46E aí o que acontece?
16:48Esses negros escravizados vieram pra cá.
16:51E como eles eram devotos de Alá, ficou conhecido como o quê?
16:56Como o Jardim de Alá.
16:58Tanto que ali tem um restaurante famoso, que eu não vou dizer o nome, porque é concorrência
17:04de um restaurante fantástico de comida baiana.
17:07E nós temos aqui a nossa Masterchef.
17:09Sim, Deline.
17:10Maravilhosa.
17:10Ali do lado tem a chamada Casa de Pedra, que as pessoas não conhecem.
17:14Onde os negros escravizados ficavam engordando para serem vendidos.
17:18Mas tem um problema.
17:19Não se preserva a memória.
17:21Então as pessoas não sabem do passado.
17:23Ali na praia de armação, o nome da praia era Praia do Chega Negro.
17:27Por quê?
17:28Era onde chegavam.
17:29Porque chegavam os negros, eles iam pra aquela região ali do mercado modelo, e ali eles
17:34iam engordando pra poder serem vendidos.
17:37Mas acontece o seguinte.
17:38Num período de muita instabilidade, que foi um período onde o Brasil quase se desmembrou,
17:43porque Dom Pedro I voltou pra Portugal, deixou o filhinho dele aqui, Pedrinho de Alcântara,
17:47papai, papai, você vai crescer, Pedrinho, e tudo isso aqui vai ser seu.
17:53Tanto que tiveram que antecipar a maioridade dele, e ele com 14 pra 15 anos assumiu o poder.
17:58Ficou durante 49 anos até a proclamação da república.
18:01Mas sabe o que aconteceu?
18:02Os negros não aguentavam mais.
18:07E esses negros islamizados, eles disseram o seguinte, a gente vai se revoltar.
18:12Ou melhor, a gente vai revolucionar.
18:14E simplesmente eles se mobilizaram e tentaram transformar a Bahia em um califado islâmico.
18:21O movimento não durou nem dois dias.
18:23Mas ele foi tão marcante e tão pulsante.
18:26Ele teve uma força, né?
18:27Ele teve uma força tão grande que um dia de movimento marcou toda a história do Brasil.
18:35E as pessoas não sabem disso.
18:37As pessoas não entendem como os negros lutaram e resistiram.
18:43Quando você pega, por exemplo, o zumbi, o rei dos palmares...
18:46Zumbi, rei dos palmares...
18:49Tem um historiador aí que diz que o zumbi era escravocrata.
18:53Eu falo, historiador, estude mais.
18:55Sabe por quê?
18:56O modelo de escravização é o modelo africano.
18:59Onde existia uma certa servidão, mas existia autonomia entre eles.
19:05Então existe uma história muito deturpada e uma história mentirosa.
19:09Porque o que me fez fazer a história foi reescrever a história.
19:13Porque a história, eu sempre fui contada pelo vencedor.
19:14Na verdade, é ser curioso, né?
19:16É ser curioso.
19:17É querer entender muito mais além da história.
19:19É ir na fonte.
19:20Isso.
19:20É reescrever.
19:21Hoje a mulher tem voz.
19:23Hoje o negro tem voz.
19:25Aqueles que eram calados, hoje podem falar.
19:28Verdade.
19:28E eu, como historiador, o meu papel na sociedade é fazer com que as pessoas saibam.
19:35Não é verdade absoluta.
19:37Porque tem vários olhares.
19:38Hoje eu estava dando aula sobre Segunda Guerra Mundial.
19:40Existe o olhar do japonês.
19:41Existe o olhar do britânico.
19:43Existe o olhar do alemão.
19:44Existem múltiplas interpretações.
19:47E a história, ela trabalha muito dentro desse sentido.
19:50É por isso que a gente tem que ter muito cuidado, viu?
19:52Sim.
19:52A produção botou mais uma pergunta aqui.
19:54Tem esses 200 anos de independência.
19:56200 anos.
19:57Isso mesmo?
19:57200?
19:58Bicentenário.
19:59Cara.
20:00Bicentenário.
20:00E qual é a importância da independência da Bahia?
20:03Pronto.
20:04Você aprendeu a independência do Brasil.
20:07Sim.
20:077 de setembro de 1822.
20:11Independência ou morte?
20:14Eu pedo pra você.
20:14O Brasil se torna independente no 7 de setembro?
20:17Não.
20:17Não?
20:18Não.
20:19Não.
20:20É.
20:21É.
20:21É.
20:21É.
20:22É.
20:22É.
20:22É.
20:22Não.
20:22É.
20:22É.
20:23Não.
20:23Não.
20:23Não.
20:24Diga assim.
20:25Não.
20:25Não.
20:25Não.
20:26Não é 7 de setembro.
20:26Não é 7 de setembro.
20:27Primeiro que um grito.
20:27Naquela época eu não sabia, ia dizer minha professora.
20:297 de setembro de 1822.
20:30Essa é a história mentirosa.
20:32Essa é a história contada pelo vencedor.
20:34Hum.
20:35Porque tinham muitas tropas portuguesas ainda no Brasil.
20:38Sabe o que acontece?
20:38Hum.
20:39A historiografia brasileira escondeu durante muito tempo.
20:43Hoje a história já prova que a independência se consolida aqui na Bahia.
20:49No 2 de julho de 1823.
20:52Olha aí.
20:53Porque o caboclo, ele é tão simbólico, porque o caboclo representa o quê?
20:57O negro, o indígena, o branco pobre.
21:02Ou seja, houve mobilização.
21:04Sim.
21:05Você lembra da Ilha de Itaparica?
21:06Hum.
21:06Maria Filipa, uma negra que seduzia os portugueses.
21:10Vem, português.
21:12Vem, português.
21:13Quando os portugueses descem, eles levam surra de cansanção de várias negras escravizadas.
21:19Você lembra de Joana Angélica, Maria Quitéria, Joana Dark brasileira, Corneteiro Lopes.
21:25Ao invés de dar cornetada pra recuar, ele fala, avança.
21:30Olha que coisa linda.
21:31A gente voltando do recôncavo, gritando, liberdade, liberdade.
21:37Tanto que aí surge o que?
21:38O bairro da liberdade.
21:40E é muito importante.
21:41O Curuzu.
21:42O Curuzu, a liberdade.
21:43Eu sou negão, meu coração é a liberdade.
21:48Lindo demais.
21:49É muito bom, Pedro, quando a gente para pra pensar na história de Salvador.
21:52a gente poderia ficar aqui, velho.
21:54Velho, não, eu tô aqui tomando uma sua de aula maravilhosa de história.
21:59E voltando à sala de aula, eu acho que quem tá ouvindo a Gito também,
22:02porque é muito importante a gente sempre relembrar
22:04de onde tudo começou, a nossa realidade, a nossa história,
22:08e desafiar a história.
22:09Reescrever, como você falou.
22:10Reconstruir a história.
22:11Reconstruir, né?
22:12É importante a gente ver de outra forma, de outro lado, né?
22:16Mas assim a gente poderia ficar mais tempo, viu?
22:18Mas vamos mudar da história de Salvador, do Brasil,
22:21pra história de Igor, encerrar esse quadro maravilhoso, cantando.
22:26Cantando?
22:27Sim, me dessa honra.
22:28Agora foi, você me pegou no improviso.
22:30Claro, em cima da hora.
22:32São dez aulas hoje, então a minha voz não tá muito boa.
22:35Dá aquela palinha pra gente encerrar.
22:36Você deixou gravado o seu cheiro
22:41E agora ele não sai do travesseiro
22:46E o quê?
22:46E o que é que eu vou fazer com essa saudade
22:52Saudade
22:54Oh, saudade
22:56E eu já tô com saudade desse clima aqui, viu?
22:58Meu amigo Igor, muito obrigado pela presença.
23:01Foi uma entrevista rápida.
23:03Espero que você volte mais vezes,
23:04porque a gente precisa entrar mais nas histórias.
23:08Eu quero aprender mais, eu quero relembrar.
23:10E sua história é linda, bacana, maravilhosa.
23:13Parabéns pelo cara incrível que você é.
23:15Vinte anos de profissão,
23:17passando amor, transmitindo amor.
23:19Com essa história linda, você com o cara adotado,
23:21tem a sua filha com diversas coisas
23:23e mesmo assim tem um amor que é acima de tudo.
23:26E vontade de viver, sabe?
23:27Isso é importante.
23:28Eu acho que o grande ensinamento que eu passo pras pessoas é isso.
23:31Eu não tenho que levar os meus problemas pra ninguém.
23:34E outra, o que foge do meu controle, eu tenho que aceitar.
23:39E isso me torna uma pessoa muito mais leve.
23:41E a gente tem que viver de uma forma leve.
23:43Nesse mundo pesado, nessas relações atrofiadas.
23:47Tem um pensador que eu estudo muito, chamado Emmanuel Levinas,
23:51que ele trabalha, terminou no curso de filosofia agora.
23:53E a minha tese é a alteridade.
23:55Alteridade, sabe o que é?
23:56Eu olhar nos seus olhos, eu olhar na sua face,
23:59e a emoção começa e termina na face,
24:01e eu entender que você precisa de mim, entendeu, irmão?
24:04Você precisa de uma escuta sincera, você precisa de um abraço.
24:08Esse sou eu.
24:09E eu entendo que hoje eu sou a melhor edição de mim mesmo,
24:12mas amanhã eu serei ainda melhor.
24:14Sabe por quê?
24:15Porque eu faço por onde e eu faço tudo com amor.
24:18Você é um cara incrível.
24:20Estamos juntos.
24:21E tenho certeza que essa entrevista não só rebobinou o P.O. aqui,
24:24mas com certeza quem está em casa.
24:26Porque a gente precisa olhar para as histórias do outro,
24:29e às vezes a gente reclama tanto da vida,
24:31reclama tanto das coisas,
24:32e não valoriza o nosso dia a dia.
24:34Isso.
24:34Então, obrigado.
24:35Continue brilhando e volte mais vezes, viu?
24:37Tamo junto.
24:38Tamo junto.
24:39Tony, vamos de música.
24:41A gente volta com o quadro Dendê.
24:44Oi.
24:45Valeu, P.O.
24:46E você já deu seu sorriso hoje?
25:12Se ligue na 88.7 e sorria.
25:15Você está na Bahia FM.
25:17Tchau, tchau, tchau.
25:37E aí
26:07E aí
26:37E aí
26:44E aí
26:49E aí
26:56E aí
27:03E aí
27:10E aí
27:17E aí
27:24E aí
27:31E aí
27:38E aí
27:45E aí
27:52E aí
27:59E aí
28:06E aí
28:13E aí
28:43E aí
28:50E aí
29:20E aí
29:50E aí
30:20E aí
30:50E aí
30:57E aí
31:27E aí
31:57E aí
32:27E aí
32:57E aí
33:27E aí
33:57E aí
34:04E aí
34:05E aí
34:06E aí
34:07E aí
34:14E aí
34:15E aí
34:16E aí
34:17E aí
34:18E aí
34:19E aí
34:20E aí
34:21E aí
34:23E aí
34:24Ó, tô aqui com ela maravilhosa
34:26Já veio aqui
34:27A gente já tava batendo um papo
34:29Antes de ligar o microfone
34:30Eu pensei que eu tava vivo já
34:31Seja bem-vinda, Adeline
34:33Obrigada
34:34Como é que tá, meu amor
34:36Tudo maravilhoso, tudo ótimo
34:37Tudo lindo
34:38Tudo lindo
34:39E o Encantos da Maré
34:40Ah, cada dia mais maravilhoso
34:42Né?
34:43Velho, a gente tava falando aqui
34:44O que que você preparou pra gente hoje?
34:45A gente já tava já me deliciando
34:47Hoje eu preparei um mix da Rimar pra vocês experimentarem
34:50Que é um dos carro-chefes e um dos primeiros pratos do Encantos da Maré
34:54O que que tem nesse prato?
34:55Ele tem o purê de empim
34:57Ó
34:58Com queijo coalho maçaricado
35:00Carne do sol acebolada na manteiga de garrafa
35:03Garrafa
35:04E o camarão
35:05O que é manteiga de garrafa?
35:06Manteiga de garrafa
35:08Garrafa, garrafa?
35:09Garrafa, garrafa
35:10Nunca vi não
35:11Ela é manteiga derretida, né?
35:12Ah
35:13Então fica mais gostosa a comida
35:16DLN, meu amor
35:19No nosso último encontro a gente conversou um pouquinho
35:21Né?
35:22Sobre as influências e o restaurante Encantos da Maré
35:24Então assim, apresenta pra gente novamente
35:26Né?
35:27O Encantos, as influências
35:29E o que que tem lá de maravilhoso?
35:31O Encantos da Maré é minha vida, é meu sonho
35:34É a minha realização de vida
35:37Estava fazendo aniversário amanhã de 4 anos
35:39É?
35:40Oh, parabéns pra você
35:42Cadê as palmas?
35:43Pra você e pra toda a turma do Encantos
35:46Um lindos, um beijo
35:48Assim, eu já sinto
35:49Já te conheço
35:50Já sinto o carinho, o amor, o detalhe
35:52Eu acredito que sua equipe é do mesmo jeito
35:55Né?
35:56Né, Dely?
35:57É verdade
35:58Minha equipe é maravilhosa
35:59Onde é que tudo começou?
36:00Por que montar o Encantos da Maré?
36:03O Encantos da Maré começou na Beira Mar
36:05Sim
36:06Na Ribeira
36:07E em 2019
36:09Né?
36:10Na verdade, dia 2 de fevereiro de 2019
36:12Mas eu não poderia concorrer com o Iemanjá
36:14Então eu coloquei
36:16Né?
36:17É uma concorrência justa
36:20É, coloquei dia 9 de fevereiro
36:22O Encantos da Maré foi o meu sonho
36:24Trabalhei a minha vida toda
36:2518 anos trabalhando com eventos
36:27Né?
36:28Então
36:29Eu tinha um sonho
36:30De montar meu próprio negócio
36:32E aí
36:33Meus pais ficaram doentes
36:36E depois que eu perdi os dois
36:38Pra mim não fazia mais sentido
36:39Perder tanta noite
36:40Né?
36:41Trabalhando com evento
36:42Porque
36:43Já tinha passado tudo, né?
36:44Não fazia
36:45Não tinha mais por que
36:46Eu ficar
36:47Naquela noite
36:48Não tinha mais aquela vontade
36:49De ficar
36:50E aí
36:51Num belo dia
36:52Caminhando na Orla da Ribeira
36:54Eu vi uma zoada
36:56Era uma aula de zumba
36:57Era uma aula de zumba
36:58Ó
36:59E eu fui lá
37:00Eu adoro dança
37:01Eu fui lá
37:02E comecei
37:03A fazer as aulas de zumba
37:04E num belo dia
37:06Eu fui lá
37:07Falei com a professora
37:08Ela chorava muito, né?
37:09Com muita
37:10Sentindo muita falta dos meus pais
37:11Sim
37:12Dela, o que que você tem?
37:13Eu disse, ah, porque eu não quero mais trabalhar com evento
37:15Eu tô com saudade de minha mãe, meu pai
37:16E eu quero montar meu negócio
37:18Ah, você faz o que?
37:19Eu disse, ah, eu cozinho
37:20Simples, né?
37:21Eu cozinho
37:22Eu não sei fritar um ovo, gente
37:24Se eu fritar eu queimo a frigideira
37:26Simples
37:27Eu cozinho
37:28E aí ela disse, eu tenho aqui o espaço de meu marido
37:32Que funcionava o Observatório da Baía de Todos os Santos
37:34Sim
37:35Quando eu subi, que eu vi a vista
37:37O encanto
37:38É
37:39Você se encantou
37:40O encanto
37:41O encanto
37:42E por isso o encanto da maré
37:43É
37:44Eu chorava, achando
37:45Quando eu vi aquela vista
37:46É
37:47Hoje eu já consigo falar, né?
37:48Vlad, sem chorar
37:50Na verdade, tudo tem um motivo, né?
37:52É
37:53Não é só
37:54É como a gente tava falando antes de ligar o microfone, gente
37:56Não é só cozinhar
37:57Não é só vender comida
37:59Não é só ter um estabelecimento
38:01Não
38:02É a questão da cozinha afetiva
38:03É o que eu tava falando com o Jorge Washington, né?
38:05Na minha última entrevista
38:06Referente onde a gente tem
38:08Tudo tem uma história
38:09É
38:10Quando as pessoas vão em um lugar desse
38:12Que comem aquele prato
38:13E comem aquele baião
38:15Ele lembra não só do prato
38:17Mas do tratamento
38:18Do ambiente
38:19Da história
38:20Do carinho
38:21Do aconchego
38:22Que a gente tem
38:23É
38:24Então acho que por isso te emocionou muito, né?
38:26É
38:27Demais
38:28E aí eu me apaixonei pela vista
38:29Pelo lugar
38:30E fiquei
38:31No outro dia
38:32Eu disse
38:33Vou pedir minha demissão
38:35Velho
38:36É uma pessoa que
38:37Não já é convicta dessas coisas assim
38:38Vou abrir hoje
38:39E hoje a manjava lá
38:40Batei a minha carteira
38:41E pediu
38:42Aí eu pedi
38:43Aí eu disse ao Bet
38:44E foi a melhor escolha que você fez na sua vida?
38:46Foi
38:47Que bom
38:48Assim eu amava
38:49Assim eu abraço tudo que eu vou fazer
38:51E eu trabalhei também com muito amor
38:53Muita paixão
38:54Nas festas que eu fazia, né?
38:56E
38:58Depois vem, né?
38:59A
39:00A influência mística
39:02Depois eu conto essa outra parte da história
39:04Que bom
39:05As paixões que vão e voltam
39:06Sim
39:07E eu sempre fui apaixonada pelo meu trabalho
39:08Amava trabalhar nas festas
39:10Era muito cansativo
39:11Mas você realizar o sonho de uma pessoa
39:13Verdade
39:14Você
39:15Independente do tamanho do evento
39:16Era maravilhoso estar ali
39:18Eu era apaixonada pelas festas
39:20Mas
39:21Chegou o momento, né?
39:22Que tudo foi mudando
39:23Tudo foi passando
39:24Aconteceu tudo que aconteceu na minha vida
39:26E veio
39:27Uma nova paixão
39:28É, veio a nova paixão
39:29Que foi o Encantos da Maré
39:30E aí aquela coisa de nome
39:32E vai colocar que nome
39:34E vai ser como
39:35E Delícia da Adele
39:36E ah, não
39:37Tá muito batido
39:38Ai, vai ser como
39:39Restaurante
39:40Que delícia
39:41Não
39:42Aí eu cheguei naquela vista
39:43E eu
39:44Meu Deus
39:45Que nome
39:46Quando eu olho pra aquele mar
39:48Gente, Encantos da Maré
39:49A gente tava falando aqui
39:50Que a gente precisa ir lá, velho
39:52Quarta-feira de cinza
39:54Pelo amor de Deus
39:55É
39:56Porque a gente precisa sentir essa energia
39:57Da forma como você apresenta
39:58Como você fala
39:59Dessa história
40:00Dessa criação
40:01Né?
40:02A gente sente aqui a emoção
40:03Né?
40:04Na sua fala
40:05No seu olhar
40:06Eu sinto essa emoção
40:07E acredito que
40:08De perto a gente vai sentir mais ainda
40:10E é
40:11É a ideia
40:12Eu volto a falar
40:13Do aconchego
40:14De tá em um lugar
40:15Onde a gente se sente bem
40:17Onde a gente é bem tratado
40:18Onde mais do que um prato
40:20Né?
40:21Porque claro que a comida
40:22É importantíssima
40:23Né?
40:24Mas é um conjunto
40:25De emoções
40:26Sabe?
40:27Quando explode aquela emoção
40:28De comer algo gostoso
40:29Mas também
40:30Velho
40:31Falar de coisa gostosa
40:32É você que faz as criações
40:33Do cardápio
40:34Como é que você busca
40:35Essas inspirações
40:36Me conte um pouco assim
40:37Assim
40:38Quando eu comecei a sonhar
40:39Né?
40:40Que veio essa
40:41De eu pedir minha demissão
40:42Sair do trabalho
40:44E surgir
40:45Vim realmente
40:46Concretizar o Encanto da Maré
40:48Foram oito meses
40:49Então eu começava
40:51Eu ia pra Ribeira
40:52Lá pra Penha
40:53Ó
40:55Rael me dei meio quilo de camarão
40:58Como é o nome dele? Rael?
41:00Rael!
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