- anteontem
Em entrevista a José Maria Trindade no JP Ponto Final, o deputado federal Carlos Zarattini (PT) comentou a atual disputa entre os Poderes no Congresso Nacional e o avanço da direita no cenário político.
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NotíciasTranscrição
00:00Salve! Olha, nós vamos falar de política. Você sabe que política mexe com a sua vida, né?
00:11A escola do seu filho, a casa que você mora e a projeção de futuro.
00:15Diretamente dos estúdios da Jovem Pan, aqui no Planalto Central do país,
00:19o ponto final vai mexer ali nas entranhas da política e mostrar como funciona tudo por aqui.
00:25Hoje, a nossa conversa é com o deputado Carlos Zaratini.
00:30Ele é do PT de São Paulo, vice-líder do PT na Câmara dos Deputados,
00:33e está no quinto mandato, ou seja, uma larga experiência em política
00:38e o jeito de fazer política aqui que muda, de acordo com o momento, de acordo com o debate.
00:44Deputado, muito obrigado por estar aqui nos estúdios da Jovem Pan.
00:48Obrigado, Zé. Te agradeço aí o convite e agradeço a audiência aí de todos.
00:53Pois é, deputado, nós estamos vivendo um momento muito tenso ali na política, né?
00:57O senhor passou por várias fases do Congresso Nacional e eu também, sempre acompanhando ali,
01:03desde a Constituinte. Eu cobri a Constituinte ali com Ulisses Guimarães,
01:07Mário Covas e outros grandes políticos.
01:12Existem hoje também grandes políticos, mas a gente acostuma e tende a achar que a situação piorou.
01:19Mas é o seguinte, é porque o clima está muito mais tenso, os debates estão muito mais acirrados.
01:26Isso é natural?
01:27Olha, nós estamos vivendo um momento diferente, né?
01:31O que ocorreu no Congresso Nacional foi um fortalecimento da extrema-direita,
01:36que era muito pequena, hoje se tornou grande, tem um partido grande que é o PL,
01:42cuja maioria dos membros, nem todos, mas a maioria é mais alinhada aí com o bolsonarismo,
01:49e se formou esse centro, o chamado Centrão.
01:53É bom lembrar, você falou da época da Constituinte, mas o Centrão surgiu,
01:57esse nome surgiu lá na Constituinte.
01:59Foi.
02:00Com o Roberto Cardoso Alves, o famoso Robertão.
02:03Isso.
02:03Ele que organizou o primeiro Centrão.
02:06Ele é o autor, ele é dando o que se recebe, a oração de São Francisco, aplicada no Congresso.
02:10Isso.
02:11E agora a gente tem aí o Arthur Lira, esse pessoal, que organizou esse Centrão,
02:16de forma que ele se movimenta politicamente de uma forma blocada.
02:22Então isso, para o governo, é uma situação de operação, vamos dizer assim, mais complicada.
02:29Mas o Centrão, ele ajusta governos, né?
02:31Me disse uma certa vez um líder de que o Centrão é como um aplicativo.
02:36Ele pega um presidente, um governo de um lado e leva até o outro, mas cobra.
02:42Então o Centrão acaba ajustando e sendo um regulador do Congresso, né?
02:47É, não tenha dúvida.
02:48Tanto é verdade isso que você está falando, que nós aprovamos todos os projetos do governo.
02:54Logicamente, com modificações, nenhum projeto saiu do jeito que entrou.
02:59Mas aprovamos todos.
03:02E isso, a participação do Centrão foi fundamental, porque eles deram os votos para essa aprovação.
03:08É engraçado que o Centrão não existe.
03:10Eu costumo dizer que é como a mula sem cabeça.
03:13Muita gente jura que já viu, ninguém viu foto da mula sem cabeça.
03:17O Centrão é assim.
03:18Não tem líder, não tem escritório, não tem registro.
03:21Mas existe.
03:23Existe, existe.
03:24Existe e tem uma palavra forte.
03:25E tem uma força grande.
03:26Tem uma força muito grande.
03:28O senhor vai relatar um projeto importante para o governo, que é esse pacote fiscal, né?
03:33A impressão que eu tenho é de que esse aumento do IOF não passa ali.
03:37Parece que há uma barreira no Congresso.
03:40Veja bem, o governo fez um primeiro decreto que reajustou as alíquotas do IOF.
03:46Houve uma reação muito grande.
03:49O governo resolveu negociar com o Congresso.
03:53Tiveram várias reuniões, inclusive com a participação do presidente Lula, o presidente da Câmara, o presidente do Senado.
04:00E isso chegou a uma nova proposta.
04:02O que é essa nova proposta?
04:03O governo reduziu aquelas alíquotas do IOF em 80%.
04:09Teve um segundo decreto que reduz essas alíquotas.
04:13Enviou uma medida provisória, essa que eu sou relator, que é a 1303, que ajusta alíquotas de imposto de renda sobre investimentos.
04:24E reajusta também sobre as BETs.
04:26E um terceiro projeto, que ainda não chegou, que trata das chamadas isenções tributárias.
04:34Ele reduz em 10% essas isenções tributárias, mantém 90% da isenção, para poder fazer um ajuste que seja para 2025 e 2026.
04:48Deputado, eu, para ser honesto intelectualmente, eu tenho que dizer que o problema do Brasil é estrutural.
04:55Qualquer presidente da República que assumir 2027 vai ter problemas estruturais, problemas de caixa.
05:03E a crise fiscal é séria.
05:07A República foi instaurada exatamente diante de uma crise fiscal.
05:11A ditadura militar, da mesma forma, o Brasil estava numa crise militar.
05:15E caiu o governo militar porque estava em crise.
05:19O impeachment da ex-presidente Dilma foi diante de uma crise.
05:24Ou seja, uma crise fiscal como essa que estamos vivendo, assusta e ameaça.
05:30Olha, eu vou dizer para você que nós não temos crise fiscal, na minha opinião.
05:35Então, para que aumenta o imposto?
05:37Nós temos um ajuste fiscal, diferente de uma crise.
05:41O governo aprovou, no primeiro ano de governo, o chamado arcabouço fiscal.
05:46São as regras de execução do orçamento.
05:49Para substituir o teto lá do Michel Temer.
05:50Para substituir o teto.
05:51Na verdade, o governo criou um teto móvel.
05:55É um teto que não é fixo.
05:56Ele movimenta conforme o crescimento da economia.
06:01Nós cumprimos esse teto em 2023, 2024.
06:05Nós cumprimos a meta de déficit em 2023, 2024.
06:11Nós cumprimos a meta da inflação em 2023, 2024.
06:15Então, o governo não tem nenhuma expectativa de crise financeira.
06:21Nós pagamos dívidas do governo anterior, como, por exemplo, mais de 90 bilhões em precatórios.
06:30Mais de 60 bilhões que o governo anterior deixou de dívida com os governadores.
06:35Porque ele isentou de ICMS a gasolina, isentou de ICMS a eletricidade.
06:43E isso causou um rombo nos estados, que deveria ser reposto para frente.
06:48Quer dizer, ele resolveu o problema dele na época e jogou para o próximo governo.
06:53E o nosso governo resolveu.
06:55Pagou os governadores.
06:56Então, nós botamos a casa em ordem.
06:59Agora, lógico que você tem momentos de ajuste.
07:02Nós estamos trabalhando ali no fio da navalha.
07:05E está dando certo.
07:06Então, o Haddad fez esse projeto agora, esse novo projeto de ajuste.
07:12E buscando o quê?
07:13Cobrar mais de quem tem mais.
07:16Certo?
07:17Nós temos também um outro projeto, que é o do imposto de renda da pessoa física.
07:21Que isenta quem ganha até 5 mil reais.
07:24E diminui o imposto de quem ganha de 5 a 7 mil reais.
07:28E aumenta o imposto de quem ganha mais de 50 mil reais por mês.
07:33Então, nós estamos ajustando de forma que quem tem mais, paga mais.
07:38Imagina você.
07:40Nós temos aplicações em letras do crédito agrícola, letras de crédito imobiliário,
07:46que não pagam nenhum imposto.
07:49Tem 2 trilhões de reais aplicados nessas letras.
07:54Não paga nada.
07:55É correto isso?
07:57É justo isso?
07:58Então, o que nós estamos fazendo é passar a tributar essas letras com 5%.
08:04A maioria das aplicações são cobrados o imposto de renda de 17%.
08:09Essas vão pagar 5%.
08:11Então, nós estamos fazendo um ajuste que mantém essas letras incentivadas,
08:17porém cobra um pouquinho de imposto.
08:19Quem é que aplica nisso?
08:21Só os mais ricos.
08:21O deputado Zaratini está falando de renúncia fiscal.
08:26A renúncia é um gasto de dinheiro, porque o governo deixa de arrecadar.
08:35O governo não, o país deixa de arrecadar.
08:38E há cálculos diferentes, mas a ideia é que seja uma renúncia acima de 600 bilhões de reais.
08:45Olha, vou te dizer, Zé, o estimado pela LDO e pela lei de orçamento era 550 bilhões esse ano.
08:55A Rio Haddad adotou a seguinte política.
08:58Olha, quero que cada empresa declare quanto é que está deixando de pagar imposto por conta de alguma lei que o beneficia.
09:08Então, a sua empresa, a empresa do outro, fala, olha, estou deixando de pagar tanto por causa da lei e tal.
09:13Somando isso, sabe quanto deu?
09:16800 bilhões.
09:17750 bilhões e vai chegar em 800.
09:21Ou seja, um aumento de 50%.
09:24Então, vê bem, se você somar Bolsa Família, BPC, Pé de Meia, Farmácia Popular, Mais Médicos,
09:34se você somar todos esses programas sociais, não chega em 750 bilhões.
09:39É, Bolsa Família, eu acho que é 160 bilhões.
09:42160 bilhões, né?
09:43É muito dinheiro.
09:45A gente fala um monte de cifras e de índices e tal, mas é porque é através do dinheiro que se faz um governo.
09:54O ministro Fernando Haddad está pegando uma fama ali de taxa, taxa de aumentar impostos.
10:01É o discurso da oposição que está pegando, isso não preocupa, não?
10:04Olha, mas essas taxas, elas são taxas cobradas dos ricos, dos muito ricos.
10:11Até agora, o nosso governo não implantou uma única taxa para os mais pobres, zero.
10:16Criaram lá, falaram, não, vai ter a taxa das blusinhas.
10:19O governo não queria, foi o Congresso que impôs uma taxa que acabou sendo bem pequena em relação ao proposto.
10:27Quem criou não foi o governo, foi o Congresso.
10:29Então, o Haddad, ele não quer cobrar, não.
10:33Ele quer cobrar de quem tem muito.
10:35E não é justo, por exemplo, que uma empresa, aliás, que um capitalista que ganha muito, milhões de reais,
10:43ele não pague nenhum imposto sobre o lucro.
10:46O engenheiro que trabalha na empresa dele tem que pagar 27,5% do imposto de renda.
10:52E o dono da empresa que fica com o lucro não paga nada.
10:56Está errado isso.
10:57A distribuição tem que ser mais igual.
10:59O senhor é a favor de acabar com isenção, todo mundo pagar e pronto?
11:03Olha, esse projeto do imposto de renda, que isenta quem ganha até 5 mil,
11:08ele propõe que quem ganha mais de 50 mil pague 10%.
11:13Essa declaração de imposto de renda que a gente fez aí, que entregou...
11:17Não, é mais 10%, né?
11:18Não, 10%.
11:20Você vai pegar, vamos dizer que você ganha em 60 mil reais por mês, você vai pagar 10%, 6 mil reais.
11:26Mas não é 30% a tabela de imposto de renda?
11:29Eu sei, mas a taxa efetiva...
11:31Porque quando você declara lá, tem as alíquotas, 27,5%.
11:37Mas a efetiva, porque você tem uma escadinha, você tem abatimentos, você tem uma série de mecânicas do imposto de renda,
11:47que na verdade não é 27,5%, é menos que você paga.
11:51Se você pegar a declaração de imposto de renda, que nós fizemos, todo mundo fez, todo mundo que ganha mais fez,
11:58essa declaração tem um lugarzinho lá que está escrito taxa efetiva.
12:04E você vê quanto efetivamente você pagou de imposto sobre o seu rendimento.
12:09Está lá na declaração de imposto de renda.
12:11Geralmente, quem ganha na faixa de 30, 40 mil reais, paga por volta de 17, 16%, certo?
12:21O que nós estamos propondo?
12:23Que quem ganha mais de 50, pague pelo menos 10.
12:27É isso só.
12:28Então veja bem, é para tirar um pouco desses muito ricos.
12:33O simples também será preservado, você não vai mexer.
12:35O simples é um regime para a pessoa jurídica, certo?
12:39O simples ninguém vai mexer.
12:40Está previsto na Constituição.
12:42Então nós não vamos mexer com isenção das pequenas empresas.
12:46Isso não absolutamente...
12:47Na zona franca, tudo isso é constitucionalizado.
12:49Está na Constituição.
12:50Está na Constituição, não vamos mexer.
12:53E, deputado, eu tenho conversado com presidentes das frentes parlamentares,
12:58e o que eu escuto é que elas fecharam ali um acordão,
13:01e as frentes hoje são muito fortes, a gente pode até falar em seguida sobre as frentes,
13:06mas não há essa barreira?
13:08Olha, lógico que tem barreira.
13:09Jogos tem reclamação.
13:11Quem é atingido busca fazer um lobby para reagir, né?
13:16Essas frentes, elas são porta-vozes de lobbies empresariais.
13:21Então, logicamente, que elas expõem ali.
13:23Mas, veja bem, a gente precisa fazer o ajuste.
13:27Tem muito empresário, muito economista, que fala, precisa cortar, precisa cortar, precisa cortar.
13:33Só que ele não fala onde cortar.
13:36Ele não diz onde cortar.
13:37Alguns falam, não, vamos cortar o aumento do imposto, desculpa, o aumento do salário mínimo.
13:44Vamos cortar na saúde e na educação.
13:47Vamos cortar no funcionalismo público.
13:50O funcionalismo público, o governo está gastando menos do que dois anos atrás.
13:55Na saúde e na educação, nós vamos mexer como?
13:59A saúde.
14:00O Padilha criou um programa agora de especialidades, que é para contratar médico especialista,
14:07contratar exames, que muita gente está na fila esperando fazer exame, e cirurgias.
14:13A fila é enorme.
14:16Então, o governo está contratando mais médicos, mais exames e mais cirurgias para poder a fila andar.
14:23Isso tem custo.
14:25A educação, nós precisamos melhorar a educação pública do país.
14:30Certo?
14:30Precisamos de mais universidades.
14:31Como é que você vai colocar essa juventude no mundo que está se falando de inteligência artificial,
14:38está se falando de tecnologia?
14:39Se o camarada não fizer um curso universitário, um curso tecnológico,
14:44nós precisamos garantir que o jovem tenha esse conhecimento, Zé.
14:49Porque senão ele está fora da produção.
14:51E o Brasil não pode ficar com a sua juventude fora.
14:55Então, o governo precisa investir na educação.
14:57Não só para que o jovem, pessoalmente, individualmente, esteja inserido no mercado de trabalho,
15:03mas como o próprio país possa se desenvolver.
15:05As duas coisas importantes para o desenvolvimento é capital e o fator humano.
15:14Se você tiver só capital e não tiver o fator humano, não tem desenvolvimento.
15:19Se você só tiver o fator humano e não tiver capital, também não tem.
15:22Então, você precisa juntar os dois.
15:24Então, nós precisamos de conhecimento.
15:27Agora, você vai me dizer, vai cortar na educação?
15:29Vai cortar na saúde?
15:30Vai cortar dos aposentados?
15:33Eu acho que não é possível.
15:34Então, o que nós precisamos?
15:36É fazer um ajuste.
15:37E quem deve ajudar nesse ajuste?
15:40Os milionários, os que ganham mais, os que não pagam imposto.
15:44É esse o objetivo do governo.
15:46Nós falamos aqui das frentes parlamentares.
15:49Isso é a fruta da estação, ou seja, tomaram conta do Congresso.
15:53A última vez que eu contei já tinha mais de 250 frentes parlamentares.
15:58Mas existem as principais, da agropecuária, livre iniciativa, enfim, são frentes fortes.
16:05São lobbies empresariais e vamos desmistificar essa palavra lobby.
16:11Não é compra de deputado, não é nada disso.
16:13É assessoria.
16:15Essas frentes têm assessorias e fazem uma defesa de setores.
16:20Isso é positivo?
16:21Hoje elas estão acima dos partidos?
16:23Ó, Zé, eu fiz o projeto de regulamentação do lobby.
16:28Esse projeto eu apresentei em 2007, foi aprovado na Câmara em 2022 e está no Senado esperando ser votado.
16:37O relator é o Efraim de Moraes.
16:41E olha só, eu sou a favor da regulamentação do lobby.
16:44Eu quero que o empresário se apresente e fale, olha, esse empresário apoia essa frente.
16:51Esse empresário apoia esse deputado.
16:54Esse empresário conversou com o deputado.
16:56Vamos registrar as conversas para que fique explícito cada deputado, quem é que ele representa.
17:04As frentes são importantes, mas eu diria para você, elas não são tudo.
17:10Tem os seus líderes e tal, mas nem todo mundo acompanha a frente.
17:14A maior parte acompanha a orientação do partido.
17:17Quais as frentes que o senhor participa?
17:18Olha, eu participo de tantas, viu?
17:21Eu sou presidente da Frente Parlamentar da Dança, que incentiva o pessoal da dança.
17:28Fui presidente da Frente Parlamentar do Hip Hop.
17:31Essas duas eu fui presidente e criador.
17:33Eu criei, e agora não existe mais, a Frente Parlamentar da Indústria de Defesa.
17:39Nós trabalhamos muito para modernizar as Forças Armadas no Brasil.
17:43E participo de outras frentes aí que tem inúmeras, né?
17:47Mas essas aí eu me envolvi mais diretamente.
17:50Pois é, e o lobby, deputado, ele não é aprovado nunca no Congresso Nacional.
17:56Eu até falei isso com o ministro Wagner Rosário, né?
17:59Da controladoria, de que não seria aprovado.
18:02Porque quem é o lobista do Congresso Nacional?
18:05É o deputado e o ex-deputado, né?
18:07Então, assim, eles ocupam muito essa função dos grandes lobbies.
18:11É, mas na verdade, o que a gente quer? Transparência.
18:14Qual é o problema?
18:15Porque não é só o Congresso, né?
18:16O lobby também vai ir ao palácio.
18:18Vai ao executivo, exato.
18:20O nosso projeto, ele abrange o executivo e o legislativo.
18:24Não abrange o judiciário, porque no judiciário, quem é o lobista?
18:28É o advogado.
18:29É o advogado.
18:29O advogado constituído.
18:31Então, ele está lá em nome de uma determinada pessoa.
18:34E faz uma defesa de uma causa.
18:36Isso. Então, ali não tem problema.
18:37Está claro quem faz o quê.
18:39Mas no executivo e no legislativo, nós precisamos regulamentar
18:44para que todas essas relações entre empresários e setor público
18:49sejam transparentes, que as pessoas possam saber.
18:52Olha, o ministro se reuniu com empresários do setor tal, né?
18:58E para que o outro lado, vamos dizer, empresários que são contra aqueles empresários...
19:04Por exemplo, no setor elétrico, tem muita briga, muita disputa.
19:08O empresário do setor de energia solar, o empresário do setor do carvão,
19:15o empresário da hidrelétrica, tem muita disputa ali.
19:19O ministro, na minha opinião, tem que receber todos, mas é preciso que haja transparência.
19:24Que registre, né?
19:25Que seja registrado, documentado.
19:26Que seja oficialmente na agenda, né?
19:28Exato.
19:29E se ele encontrar, por exemplo, com um lobista num acontecimento social, ele deve registrar?
19:35Não, aí é um encontro social.
19:36Eu estou falando mais do ponto de vista de uma reunião.
19:39Mas se ele conversar sobre o assunto da...
19:42Pelo projeto do Wagner Rosário, que está no Congresso Nacional também, ele é obrigado a registrar no dia seguinte.
19:47Eu tenho até um prazo.
19:47Eu acho o seguinte, o que eu estou defendendo?
19:49Que a gente aprove o projeto de lobby, que o projeto que está no Senado é bem diferente do que eu mandei originalmente.
19:57É bem mais, vamos dizer, maneiro.
19:59Mas eu prefiro que aprove do jeito que está e a gente faça um teste e ver o que deu certo, o que deu errado.
20:08E aí a gente aperfeiçoa esse projeto, essa lei, do que ficar sem ter lei nenhuma.
20:14É melhor ter a lei, ter a transparência.
20:16Aí a gente vai saber, está piorando, está melhorando.
20:18Vamos ver o que acontece.
20:19Exatamente.
20:20O senhor falou sobre a defesa de advogado do judiciário.
20:26Aqui o Judiciário Supremo, o Tribunal Federal.
20:28Antes a gente dizia que aqui em Brasília a mania era de que tudo acabava em pizza.
20:34Hoje parece que tudo acaba no Supremo Tribunal Federal.
20:38É verdade.
20:39Tudo.
20:40O Sarney, na sapiência dos seus 95 anos, me falou uma frase muito interessante.
20:47De que o Congresso está judicializado e o Supremo parlamentarizado.
20:52Como é que o senhor está vendo esse relacionamento?
20:55O PL ali reclama muito e fala até que já existe uma ditadura no Brasil, a ditadura da toga.
21:02O senhor acredita nisso?
21:03Não, não é verdade isso, absolutamente.
21:06Existe uma situação em que políticos e extremistas de direita e militares, alguns,
21:15tentaram dar um golpe, tentaram impedir que o Lula assumisse e governasse.
21:21Existiu uma trama, existiu uma armação.
21:24Isso redundou na invasão da Praça dos Três Poderes no dia 8 de janeiro de 2023.
21:30Aquela destruição que todo mundo viu.
21:32Mas aquilo foi claramente incentivado por algumas pessoas, entre elas o Bolsonaro,
21:39que sustentaram aqueles acampamentos, que era ali o lugar onde se reunia e fermentava esse movimento golpista.
21:48Então, agora tem um processo.
21:51Tentativa de golpe é crime.
21:53Tentativa de golpe contra a democracia é crime.
21:55Você acha que houve tentativa de golpe?
21:57Não tenho dúvida nenhuma.
21:58Está aí as provas.
21:59E você acha que eles serão condenados?
22:01Eu acho que vários serão condenados.
22:04É, processo muito polêmico, diretamente no Supremo, né?
22:09E pessoas pegando as penas bem altas, né?
22:14É, você está falando em relação às penas daqueles que fizeram, vamos dizer, foram a bucha de canhão.
22:20Porque, para mim, aquele povo que foi lá para a Praça dos Três Poderes era a bucha de canhão...
22:24Sabia o que estava acontecendo.
22:25Para fazer uma agitação, para que as forças armadas entrassem em campo.
22:30E o que aconteceu?
22:31As forças armadas não entraram, né?
22:35Então, porque se elas entrassem, haveria o golpe de Estado.
22:38Elas acabaram não entrando, aquele povo foi bucha de canhão e pegou penas altas mesmo, né?
22:44Agora, o Supremo também já aliviou muitas dessas penas.
22:48Tem vários termos de ajustamento de conduta, vários acordos de persecução penal que foram feitos e a maioria daqueles presos estão soltos.
22:57Se deu bem.
22:57A maioria está solta.
22:59Deputado, um dos grandes temas hoje da política é a segurança pública, né?
23:03Isso ficou muito evidente nas eleições municipais.
23:07Surpreendentemente, o prefeito do Brasil não cuida de segurança pública.
23:12O senhor acha que tem que mudar alguma coisa na segurança pública?
23:16Olha, eu acho que nós temos três questões fundamentais na segurança pública.
23:20Primeiro, o combate ao crime organizado.
23:23O governo enviou uma PEC para reorganizar o sistema de segurança pública no Brasil,
23:29colocando uma articulação entre polícias federais, polícia federal e polícia rodoviária federal,
23:37as polícias estaduais, polícia civil, polícia militar e as guardas municipais.
23:42E reforçando, né?
23:44E articulando tudo isso.
23:45Isso é poder para o prefeito, né?
23:46Não, o prefeito está.
23:48Agora ele pode, inclusive, ter a guarda dele, a armada.
23:51Isso aí evoluiu muito.
23:53Então, existe uma proposta que é para enfrentar o chamado crime organizado.
23:58E eu acho que nisso a gente está caminhando.
24:00A polícia federal, articulada já com polícias estaduais,
24:04tem feito várias ações importantes para combater o crime organizado.
24:09Nós temos o crime difuso, que é aquele cara que rouba celular, agora estão roubando anel, aliança lá em São Paulo.
24:19Esse crime de assalto, pequenos assaltos, pequeno tráfico de drogas, esse crime é o mais difícil de combater.
24:26E aí, quem tem que ter responsabilidade são as polícias estaduais.
24:31Não tenho dúvida nenhuma.
24:33A principal responsabilidade é delas.
24:35Certo?
24:36E tem o crime cibernético.
24:38O crime cibernético é uma novidade que a internet nos trouxe.
24:42Que é aquele sistema onde camaradas que conhecem muito de internet invadem a sua conta, invadem o seu sistema.
24:50Você acaba, às vezes, cedendo, passando senha, passando uma coisa, passando outra, e é roubado.
24:58O sistema financeiro informou que o combate a fraudes no sistema financeiro evitou um prejuízo de 8 bilhões de reais.
25:09Imaginem o que eles não evitaram.
25:11Eles não contaram.
25:12Na verdade, a impressão que eu tenho é que, com o fim do uso do dinheiro em papel, poucos hoje usam o dinheiro em papel,
25:20aí a criminalidade migrou.
25:22É mais fácil dar um golpe pela internet, é menos perigoso e mais lucrativo.
25:28Se houver um assalto hoje num restaurante, eu imagino que não leva nada.
25:32Ninguém paga mais em dinheiro vivo.
25:36E isso acabou levando o bandido, que ele sempre vai correr atrás, para outro setor.
25:41No meio disso tudo que a gente conversou, existe um meio, que é a plataforma digital.
25:48As plataformas são empresas que não querem ter a responsabilidade de nada.
25:56Como é que você acha que elas devem ser tratadas, doutor?
25:59Olha, eu sou a favor de que as plataformas tenham responsabilidade sobre aquilo que é publicado.
26:05Então, se você tem crimes de ódio, crimes contra a democracia, gente propagando violência,
26:15gente propagando ações violentas contra crianças, contra jovens, estimulando ações violentas,
26:23isso tem que ser punido.
26:25Agora, isso é a responsabilidade só de quem está fazendo?
26:28No meu modo de ver, não.
26:29É a responsabilidade das plataformas também.
26:31Porque elas têm as condições técnicas de identificar e de tirar do ar aquilo que é violento.
26:38Então, está na hora delas assumirem essa responsabilidade.
26:42Nós estamos vendo criança aí, aqui em Brasília, uma criança morreu com o teste lá do aerosol.
26:49O desafio, né?
26:49O desafio do aerosol.
26:51E por aí vai, quer dizer, é um crime.
26:53E aí, nós vamos deixar isso continuar acontecendo?
26:56Então, eu acho que tem que haver uma decisão que coloque a responsabilidade nas plataformas.
27:05O perigo de correr para a censura?
27:10Olha, sempre pode ter um limite que ultrapassa.
27:13É ultrapassado, certo?
27:15Nós não estamos falando aqui de censura às opiniões políticas.
27:19Mas se, por exemplo, você começa a estimular ataque contra a democracia,
27:25contra o sistema político instaurado no país, que é democrático.
27:30Então, realmente você está organizando um crime, organizando uma tentativa de golpe.
27:36Aí não é discurso político de crítica ao governo, de crítica ao parlamento, ou quem quer que seja.
27:42Você está estimulando uma deposição do governo.
27:45E essas empresas ficaram poderosas, né? Mundialmente.
27:48São as empresas mais poderosas do mundo, né?
27:51Você viu na posse do Trump, quem estava atrás dele?
27:54Os magnatas, donos do Google, do X, o Elon Musk, do Facebook, estavam todos lá.
28:04Por quê?
28:04Porque o Trump falou, não, eu vou proteger vocês.
28:09E eles, que alguns até tinham sistemas de verificação,
28:14abandonaram esses sistemas de verificação e falaram,
28:17bom, deixa, agora cada um publica o que quer, porque o Trump está nos dando retaguarda.
28:22Eu acho que a saída nem é muito, assim, controle, mas a possibilidade de concorrência, pelo menos.
28:28E não há, né?
28:29Não tem dois Instagram, não tem dois Facebook.
28:32É, não existe. É muito difícil.
28:34A China tem, né?
28:35Os seus sistemas separados.
28:37Mas aí é uma outra realidade, né?
28:40E realmente é descolado do, vamos dizer, desse chamado mundo ocidental,
28:45é, é, capitaneado aí pelos Estados Unidos, né?
28:49É, é, o caminho da tecnologia é se equiparar a uma empresa.
28:54É uma empresa e deve ser regulamentada, não censurada.
28:59A Constituição não permite censura, mas, por exemplo, diz que é vetado o anonimato.
29:05E a gente não sabe com quem está lidando nas redes sociais.
29:09É, nós temos que ter a responsabilização, quer dizer,
29:11nós não estamos propondo aqui censurar as redes sociais.
29:15Nós estamos propondo que as plataformas, as grandes empresas que controlam essas redes sociais
29:22tenham responsabilidade sobre o que é publicado.
29:25Não é nada mais do que isso.
29:26Muito bem, deputado Carlos Saratini, muito obrigado por estar aqui nos estúdios da Jovem Pan,
29:32no Ponto Final, que traz aqui exatamente o que é cada parlamentar.
29:37Obrigado.
29:37Te agradeço, Zé.
29:38Obrigado você, obrigado a todos que nos ouviram hoje.
29:41Muito bem.
29:42É assim que se fala da política daqui de Brasília.
29:45Muito obrigado por você ter acompanhado aqui o Ponto Final.
29:47Até mais.
29:48A opinião dos nossos comentaristas não reflete necessariamente a opinião do Grupo Jovem Pan de Comunicação.
30:05Realização Jovem Pan News.
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