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Como uma estrela morreu duas vezes
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00:00
Claro, vamos repercutir esse assunto e entender melhor com ele o astrônomo
00:06
Marcelo Zurita, que é colunista aqui do Olhar Digital News.
00:10
Vamos receber o Marcelo Zurita em participação especial hoje aqui para falar com a gente.
00:15
Vamos lá.
00:17
Olá, boa noite Marcelo Zurita, seja muito bem-vindo.
00:22
Boa noite Marisa, boa noite aí à comunidade do Olhar Digital.
00:26
Marcelo Zurita hoje em participação especial aqui para explicar para a gente esse fenômeno, não é?
00:32
Marcelo Zurita, em primeiro lugar, por que essa estrela morreu duas vezes?
00:39
Pois é, eu estive lendo esse artigo e ele é bastante denso e é um pouquinho chato da gente entender isso,
00:46
mas vamos tentar colocar de uma maneira simples.
00:49
Essa estrela, ela já tinha morrido pela primeira vez quando ela se tornou uma anã branca.
01:00
O certo aí seria a gente dizer que ela morreu três vezes.
01:03
Então, quando ela se tornou uma anã branca, estrelas da massa semelhante à do Sol,
01:09
elas perdem as camadas externas e aí ela não tem mais gravidade suficiente para a fusão nuclear.
01:17
Então, ela cria um núcleo bastante denso, geralmente de carbono, de oxigênio,
01:26
e ela vai esfriando aos poucos.
01:29
Ela não produz mais fusão nuclear, ela não produz mais luz, ela só vai esfriando
01:33
e aí ela vai apagando aos pouquinhos, mas isso dura vários bilhões, até trilhões de anos.
01:39
Aí o que acontece?
01:41
Existe um processo que é conhecido, onde uma anã branca, que tem uma companheira orbitando muito próximo,
01:49
uma outra estrela orbitando próxima, ela acaba roubando massa, roubando matéria dessa outra estrela.
01:56
E aí, numa condição muito especial, no caso dela roubar não o hidrogênio,
02:02
que é a matéria mais comum nas estrelas, mas sim hélio.
02:05
Então, ela roubando hélio, ela forma uma casca de hélio em torno daquela estrela morta,
02:11
daquela anã branca, e essa casca de hélio chega a um ponto em que ela acaba se tornando instável.
02:17
A pressão na parte mais interna dessa casca é muito grande e isso acaba detonando uma explosão.
02:25
Aí é que vem a dupla explosão desta anã branca.
02:29
Quando essa explosão ocorre na superfície, imagina que todo esse hélio que está formando uma casca ali em torno
02:34
vai explodir, vai gerar uma força para fora e vai gerar uma força para dentro.
02:40
Essa força para dentro vai se propagar na forma de onda de choque
02:44
e quando chega no núcleo dessa estrela, essa força, essa onda de choque acaba se somando
02:51
e isso gera uma segunda explosão.
02:53
Isso é coisa de segundos, após a primeira explosão, vem essa segunda explosão
02:59
e essa sim aniquila completamente o que ainda havia de anã branca,
03:05
o que ainda havia desse cadáver estelar jogando toda a sua matéria para o espaço.
03:10
Então, são duas explosões para acabar definitivamente com essa estrela.
03:15
Agora, Zurita, qual é a diferença?
03:19
Essa nova descoberta trouxe novas informações sobre o que já se sabia
03:23
sobre as explosões das anãs brancas?
03:28
Pois é, criou-se uma dúvida.
03:30
Na verdade, já existia essa dúvida se todas elas iriam sempre gerar essa explosão,
03:37
sempre gerar essa supernova quando elas atingiam o chamado limite de Chandra Sika,
03:42
que é o limite de 1,44 massas solares.
03:46
Toda anã branca que consome matéria de uma estrela vizinha,
03:51
de uma estrela que está ali próximo da sua órbita,
03:57
ela vai ganhando massa até ela atingir esse limite de 1,44 massas solares.
04:03
Quando ela chega nesse limite, ela colapsa.
04:06
Então, isso era o que a gente tinha antes.
04:07
Ela sempre esperava esse limite de 1,44 massas solares para ela colapsar
04:12
e, a partir daí, gerar uma supernova do tipo 1A.
04:16
Isso é o que a gente tinha antes,
04:17
que todas as explosões de supernova do tipo 1A ocorreriam nesse critério,
04:24
atingir o limite de Chandra Sika.
04:26
O que foi colocado agora é que isso pode ocorrer muito antes desse limite de Chandra Sika,
04:31
desde que o material acumulado sobre essa anã branca seja o hélio,
04:37
que o hidrogênio vai, vamos dizer assim,
04:41
ele vai detonar, ele vai iniciar essa queima,
04:44
essa fusão nuclear muito mais cedo,
04:47
e aí essa energia é espalhada sobre a superfície de uma maneira mais suave.
04:51
Isso vai fazendo com que a estrela acumule mais massa
04:54
sem chegar num ponto de instabilidade.
04:57
Com o hélio, não.
04:58
Um hélio, quando ele atinge um limite que é cerca de entre 1% e 5% da massa solar,
05:06
da casca de hélio, não desconsidere a anã branca no meio.
05:10
Quando essa casca atinge entre 1% e 5% da massa solar,
05:15
esse hélio se torna instável,
05:17
essa casca de hélio se torna instável,
05:20
e isso provoca essa dupla explosão.
05:22
Então, o que esse estudo mostra
05:26
é que nem sempre as supernovas do tipo 1A
05:29
ocorrem a partir de 1,44 massas solares.
05:33
Curioso.
05:33
Agora, Zurita,
05:35
essa descoberta foi muito comemorada,
05:38
teve muita repercussão.
05:39
Por que conhecer as anãs brancas
05:42
é tão importante para a astronomia?
05:45
Isso é interessante.
05:47
A gente fez agora, alguns meses atrás,
05:51
uma série de colunas, olhar espacial,
05:55
onde a gente contava justamente a história da expansão do universo
05:59
e como que essas anãs brancas foram fundamentais para descobrir isso.
06:03
Quando Chandra Sika descobriu essa relação,
06:07
que as anãs brancas explodiriam quando elas atingissem 1,44 massas solares,
06:13
isso lá nos anos 30 do século passado,
06:17
essa história ficou pendente de confirmação durante alguns anos,
06:21
até que quase 50 anos depois,
06:24
ele foi reconhecido por aquela descoberta
06:26
e chegou a ganhar um prêmio Nobel.
06:28
Então, o que acontece?
06:30
As anãs brancas ajudam a gente a contar a história do universo,
06:34
porque a partir do momento em que essas explosões ocorreriam sempre,
06:38
quando ela atingisse essa massa de 1,44 massas solares,
06:43
isso significa que o brilho das anãs brancas do tipo 1A
06:46
seria sempre o mesmo, a luminosidade seria sempre a mesma.
06:50
Então, a partir da observação do brilho de uma anã branca,
06:55
se a luminosidade emitida por ela,
06:57
se a quantidade de luz emitida por uma anã branca do tipo 1A é a mesma,
07:01
a partir do brilho que a gente observa aqui da Terra,
07:04
a gente consegue calcular a distância até essa estrela.
07:07
Então, elas eram usadas como uma vela padrão.
07:10
A partir do brilho dela, a gente calcula a distância até essa estrela
07:15
e isso foi usado para medir a distância de galáxias muito distantes.
07:22
Então, basicamente, a gente ficou monitorando o céu por alguns anos,
07:28
por vários anos, na verdade,
07:30
esperando essas explosões de supernova do tipo 1A
07:33
para medir a distância de uma determinada galáxia.
07:36
E a partir da distância e do redshift,
07:41
do deslocamento para o vermelho,
07:43
que dá a velocidade de deslocamento dessa galáxia,
07:46
a gente consegue medir a velocidade de expansão do universo
07:50
em diferentes momentos do tempo,
07:52
já que essas galáxias mais distantes,
07:55
elas estão distantes não só no espaço,
07:57
mas também no tempo.
07:58
Então, elas foram fundamentais, as supernovas 1A,
08:01
para medir justamente essa velocidade de expansão
08:05
e a aceleração da expansão do universo.
08:09
Então, a gente conhecer essa segunda faceta das supernovas 1A
08:13
vai ajudar a gente a tornar essas medições ainda mais precisas
08:16
e aí, quem sabe, a gente consegue encaixar todas as pecinhas do quebra-cabeça
08:21
da história do cosmos.
08:24
Agora, Zurita, e qual é a sequência desse estudo?
08:27
E mais, assim, quais são os destinos possíveis, digamos assim,
08:31
para além das anãs brancas?
08:34
Então, são basicamente duas perguntas.
08:37
A sequência desse estudo, que ele vai ajudar, o que ele revela,
08:41
e quais são as outras possíveis alternativas para as anãs brancas?
08:44
Pois é.
08:48
Bom, a continuidade do estudo, a principal é refinar esses modelos
08:52
de explosões de supernovas do tipo 1A,
08:54
inclusive fazendo simulação tridimensional,
08:57
ver se existe alguma diferença no espectro de emissão
09:03
dessas supernovas do tipo 1A,
09:06
e a partir daí, determinar quais sistemas,
09:09
quais tipos de sistemas binários vão dar origem a esse tipo de supernova,
09:13
para, com esses dados, a gente conseguir fazer um refinamento também
09:19
nas nossas medições de distâncias extra-galácticas,
09:22
ou seja, de galáxias distantes,
09:25
e verificar se elas batem com o modelo cosmológico atual,
09:30
de expansão acelerada do universo,
09:33
naquelas taxas da chamada constante de Hubble,
09:38
que é esperado para a expansão do universo.
09:40
Isso é a sequência desse estudo, você vê que dá muita coisa a partir daí.
09:46
E com relação aos outros destinos possíveis para as estrelas,
09:51
além das anãs brancas,
09:53
o destino final, a forma como as estrelas vão morrer,
09:57
depende justamente da massa dessa estrela.
10:00
Se ela tem uma massa semelhante à do Sol,
10:03
ou menor do que a do Sol,
10:05
ela vai viver por vários bilhões de anos,
10:07
até esgotar o seu combustível,
10:11
principalmente o hidrogênio e o hélio,
10:14
no seu núcleo,
10:15
e a partir daí ela começa a inflar,
10:17
vai expulsar os gases das suas camadas mais externas,
10:22
e vai se tornar uma anã branca.
10:24
Esse é o destino de estrelas com massas semelhantes à do Sol.
10:28
Estrelas com massa entre 8 e 20 massas solares, aproximadamente,
10:36
elas acabam explodindo como uma supernova,
10:39
isso ocorre bem mais rápido do que acontece com as estrelas menores,
10:44
então alguns milhões, talvez poucos bilhões de anos de existência,
10:49
elas acabam explodindo numa supernova,
10:51
uma explosão muito brilhante,
10:54
e deixa para trás a chamada estrela de nêutrons,
10:56
que é uma estrela muito densa, muito massiva,
10:59
que gira rapidamente,
11:01
e que também pode,
11:03
dependendo da posição do campo magnético,
11:07
ela pode ser enxergada aqui na Terra como um quasar,
11:11
aliás, como um quasar não, desculpa, como um pulsar.
11:14
Agora, estrelas mais massivas do que isso,
11:17
mais de 20 massas solares,
11:19
quando elas chegam no final da sua vida,
11:21
a gravidade é tão intensa que elas acabam colapsando
11:25
num ponto infinitamente pequeno,
11:28
que nós chamamos de...
11:32
esqueci o nome,
11:37
mas elas acabam colapsando num ponto muito pequeno
11:40
e se tornam um buraco negro.
11:42
Então,
11:44
esse é o destino das estrelas maiores,
11:47
acabar se tornando realmente um buraco negro.
11:49
Muito curioso, não?
11:51
É muito...
11:52
Realmente é um estudo de paciência,
11:55
de longo tempo,
11:56
de observação,
11:57
muito curioso.
11:58
Marcelo Zurita,
11:59
muitíssimo obrigada por participar aqui,
12:01
para ajudar a gente a entender um pouco mais
12:03
sobre esses segredos do cosmos
12:06
e essas estrelas anãs brancas
12:08
que trazem tantas informações
12:10
para vocês que trabalham tão de perto
12:12
com a astronomia.
12:13
Muitíssimo obrigada pela sua participação, Marcelo.
12:17
Nada, Marisa.
12:18
Olha, caiu aqui na minha cabeça agora,
12:20
ali o nome que eu tinha esquecido,
12:21
que estava voando.
12:22
É singularidade, tá?
12:23
Aquele ponto muito pequenininho
12:24
que concentra toda a massa da estrela que colapsou, tá?
12:29
Então, singularidade.
12:30
E boa noite e até a próxima.
12:33
Boa noite, Marcelo Zurita.
12:34
Muito obrigada e até sexta-feira.
12:36
Um beijo.
12:37
Até mais.
12:39
É isso aí, pessoal.
12:40
Tá aí, Marcelo Zurita,
12:42
trazendo informações para a gente,
12:43
ajudando a gente a entender
12:45
essa magia do universo.
12:47
É sensacional, não?
12:48
Incrível.
12:48
Tá aí, Marcelo Zurita,
12:50
que é astrônomo e colunista aqui
12:51
do Olhar Digital News
12:53
e uma participação especial.
12:55
Tá aí, Marcelo Zurita.
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