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A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira (1º) o reajuste tarifário anual de 2025 da Enel em São Paulo. Em média, a conta de luz ficará 13,94% mais cara para os consumidores. A Jovem Pan entrevista a professora e economista, Juliana Inhasz, que analisou como as contas públicas podem afetar o bolso do brasileiro.
Apresentador: André Marinho
Entrevistada: Juliana Inhasz

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Transcrição
00:00Eu vou acionar agora aqui a professora e economista Juliana Inhazes, que vai poder também dar a visão dela sobre o panorama econômico.
00:08E da forma mais didática aqui, Juliana, a gente tem muita gente nos ouvindo nesse momento e nos assistindo.
00:13E como o atual estado de coisas, os fundamentos, os indicadores econômicos, macroeconômicos,
00:18como que isso está e pode seguir afetando o povo brasileiro, cidadão comum, povo trabalhador na ponta, no dia a dia.
00:24Vai que é sua. Bom dia.
00:25Oi, André. Bom dia. Bom dia a todos que estão aí com você, a todos que nos assistem ou nos ouvem.
00:32A gente realmente hoje tem uma situação, e a gente já tem discutido ela há um tempo, uma situação que não é simples.
00:38A população, claro, ela sofre direto ou indiretamente os impactos desse contexto como um todo.
00:45Primeiro porque, como vocês bem falaram há pouco, o governo gasta mais do que arrecada.
00:51Quando ele gasta mais do que arrecada, ele precisa, de alguma forma, se financiar.
00:56E o financiamento, via dívida pública, pressiona juros para cima.
01:00Então, essa situação que a gente vive, e não é desse governo, não é desse último ano,
01:06na verdade é uma situação que a gente sabe que é estrutural dentro da economia brasileira,
01:11se acentua mais em alguns momentos do que em outros.
01:13Mas, de fato, esse governo tem, a gente tem visto nesses últimos tempos um aumento de dívida pública,
01:19essa dívida pública alta pressiona juros para cima.
01:23Então, a população já sofre diretamente um primeiro impacto, que é um custo de se financiar mais alto.
01:29Brasileiro não tem grande poupança, não tem muito hábito de guardar,
01:34e isso faz com que, dentro de um cenário de uma economia com renda relativamente baixa,
01:40as pessoas precisem bastante, muitas vezes, desse tipo de financiamento.
01:44Se quiserem comprar uma casa, um carro, às vezes até para pagar as dívidas do dia a dia.
01:49Então, quanto maior a taxa de juros, mais as pessoas pagam com serviços de dívida,
01:54e isso faz com que elas tenham menos dinheiro sobrando no bolso.
01:59Mas existem outros desdobramentos dessa situação que vão ficar evidentes,
02:03mesmo que a gente não precise se financiar.
02:07É uma taxa de inflação mais alta.
02:10Então, a gente vê, dado que o governo gasta bastante, que ele não fecha a conta,
02:13ele acaba tendo, primeiro, que repassar, muitas vezes, os custos disso,
02:17com aumentos de arrecadação.
02:20Então, ele aumenta tributos.
02:21Esse aumento de tributos, quando acontece lá do lado produtivo da economia,
02:25gera repasses para os preços.
02:27Então, a gente começa a ver preços mais altos.
02:30Ainda que não aconteça só no setor produtivo,
02:33se acontecer diretamente para a pessoa física,
02:36isso vai reduzir o poder de compra dessa sociedade.
02:39Então, novamente, a gente paga o preço disso, indiretamente, ainda que seja.
02:44Mais do que isso, a gente também tem um cenário,
02:47e isso é muito específico desse momento que a gente vive,
02:50de um governo que está gastando mais, não está conseguindo fechar a conta,
02:54colocou uma meta que é uma armadilha no final do dia para ele,
02:58porque ele não consegue chegar nessa meta.
03:01Para chegar próximo dela, ele vai ter que apertar aqueles gastos
03:04que a gente chama de discricionários,
03:06que são aqueles gastos onde o governo tem margem de manobra.
03:09É onde ele consegue remanejar um pouco dos seus gastos,
03:13tentar, de alguma forma, trazer um pouco, algumas prioridades à tona.
03:17E aí, o que acontece é que a gente está vendo que a situação fiscal
03:21está levando a gente para, ou em 2026, ou em 2027,
03:25ter que ter uma parcela ridiculamente pequena de gastos discricionários.
03:30E a população vai sentir novamente o impacto,
03:33porque ela vai ver serviços que ela tem,
03:36geralmente, à disposição, deixarem de existir,
03:38ou, eventualmente, ficarem muito mais difíceis.
03:40Então, aqui, só nessa rápida fala,
03:44a gente já tem três ou quatro possibilidades de impacto
03:47que são diretos para a sociedade.
03:49E, claro, sem contar toda a sensação de insegurança,
03:53incerteza que faz a economia brasileira crescer menos.
03:56E se a gente cresce menos, é menos emprego,
03:58é menos possibilidade de consumo,
04:01é uma população que vive pior.
04:03Então, a gente acaba sentindo o impacto, infelizmente, de vários lados.
04:07Se fosse só por um canal, a gente ainda, talvez, poderia falar,
04:11bom, os outros estão preservados.
04:13Não é o que acontece.
04:14A gente tem impactos que se generalizam, infelizmente.
04:17É claro que tem a baixa afluência das chuvas
04:21e também tendo que acionar algumas hidrelétricas,
04:24mas nós somos o país das hidrelétricas
04:25que tem que ficar sucessivamente lidando com crise hídrica para lá,
04:29um plano de gestão eficiente, contingenciamento
04:33e também um mínimo de previsibilidade,
04:35a gente simplesmente não vê.
04:36E aí acaba sendo uma grande gestão falha
04:38e passando essa conta cada vez mais para o consumidor.
04:41Na ponta, a gente viu em Belo Horizonte, em junho,
04:43um aumento de 6,82% na conta,
04:47com a inflação sendo pressionada no valor da energia residencial.
04:51Então, o problema estrutural é geral
04:53e lamentável, para dizer o mínimo.
04:55E é isso.
04:56Enquanto segue decretando gastos e ignorando, enfim, cortes,
05:01a conta vai ficando cada vez mais salgada
05:02e sobrando no nosso bolso enquanto consumidores e cidadãos.
05:05Você colocou muito bem, claro,
05:06essa irresponsabilidade primordialmente vindo do Planalto.
05:09Eu vou seguir aqui trazendo agora a Marcela Munhoz,
05:12Juliana, para a próxima pergunta.
05:14Vamos lá.
05:15Pois é.
05:15O que chama bastante atenção em relação a isso,
05:17André e toda a bancada,
05:19é que há essa discussão,
05:22principalmente os noticiários,
05:23têm falado muito sobre como economizar energia elétrica.
05:26Então, para que o cidadão tome banho mais rápido,
05:29para que ele deixe de acender as luzes,
05:32para que ele sempre, de alguma forma,
05:35deixe de fazer alguma determinada atividade
05:37para economizar energia.
05:38Mas a gente não vê a discussão sobre, por exemplo,
05:41incentivo de energia limpa,
05:44sobre, então, a taxação da energia solar.
05:46Isso não se tem discussão,
05:48não se tem um debate,
05:49principalmente relacionado ao governo,
05:51sobre isso,
05:53para fazer com que, de fato,
05:54o Brasil consiga economizar energia.
05:57Então, isso é claro,
05:59acaba deixando as pessoas cada vez mais sem esperança,
06:03infelizmente.
06:04É por aí, Juliana?
06:06Fica à vontade.
06:07Eu concordo, sim, com você, Marcela.
06:10Acho que, quando a gente olha,
06:12acho que a questão da energia em específico,
06:15esse é um ponto aí,
06:16um calcanhar de Aquiles da economia brasileira,
06:19como de outras economias,
06:20a gente carece muito de investimentos nessa área.
06:25E eu não consigo enxergar a questão desse setor e de outros
06:30sem olhar, claro, para esse grande desajuste
06:33que a gente tem do lado fiscal.
06:35Quando a gente tem um governo
06:36que gasta muito mais do que arrecada,
06:38que tem que ficar ali negociando,
06:41o governo, de uma forma ou de outra,
06:43cedeu bastante do seu orçamento
06:46para conseguir uma governabilidade
06:48nos primeiros dois anos.
06:50que agora está se mostrando bem difícil,
06:52porque o dinheiro acabou,
06:53a verdade é essa.
06:55Então, quando a gente olha governos como esse,
06:57a gente entende o tamanho também da dificuldade
07:00de conseguir progredir
07:02para questões que sejam mais estruturais.
07:05E, novamente, não é uma exclusividade desse governo,
07:07a gente vê já há um bom tempo
07:09as medidas aqui no Brasil acontecendo no curto prazo.
07:12E planejamentos em alguns setores vão acontecer ao longo do tempo.
07:16Então, o setor de energia é um setor que pede um planejamento
07:19e uma infraestrutura,
07:21que são muito difíceis de se fazer
07:23quando você tem que ficar apagando os incêndios ali de curto prazo.
07:26E aí, infelizmente, a gente chega nesse cenário que a gente tem hoje.
07:29É muito difícil a gente falar,
07:32muitas vezes,
07:33para a população cortar gastos,
07:35porque a população já cortou.
07:37A gente está vendo aí uma fragilização social relativamente elevada.
07:42Acho que é difícil a gente dizer
07:43nos momentos aí nos últimos anos
07:45quando a gente teve uma fragilidade social tão grande,
07:48economicamente falando, tão grande.
07:51Então, é muito difícil realmente a gente pedir
07:54para que a sociedade, muitas vezes,
07:55faça os cortes como se a responsabilidade fosse só dela.
07:59Na verdade, não.
08:00É óbvio, a gente tem uma parcela de responsabilidade,
08:03e cada um pode fazer a sua parte,
08:06mas existe o outro lado dessa história,
08:08que é fomentar investimentos,
08:10e como a Marcela muito bem falou,
08:12investimentos em energia limpa e energia renovável,
08:15que podem gerar progressos ao longo do tempo.
08:20Podem gerar aí uma herança bendita para essa sociedade,
08:25mudando a matriz energética,
08:27tentando resolver problemas que nunca foram resolvidos.
08:30Agora, é aquela coisa, o cobertor é curto.
08:34Então, o que a gente está vendo aí
08:35desde ali de 2023, mais ou menos,
08:40um pouquinho adiante, talvez, ali no meio do ano de 2023,
08:44é que o cobertor ficou bem curto.
08:46Então, se você quer cobrir de um lado,
08:48você está tendo que descobrir do outro,
08:49e essa questão ambiental, em específico,
08:52apesar de todas as críticas que se faz,
08:55como ela talvez tenha ficado de lado
08:57ao longo dos últimos tempos,
08:58ela continua muito pouco protagonista.
09:02Ela continua sendo uma coadjuvante,
09:05e as outras questões continuam sobrepondo
09:07a esse ponto que é tão importante.
09:11A gente vai ter que, uma hora, falar sobre isso.
09:13Acho, honestamente, que dificilmente
09:14conseguiremos progredir muito
09:16nesse tipo de pauta, nesse momento.
09:19A gente, hoje, talvez, continua aí
09:22tentando cobrir, né?
09:24Quando cobre a cabeça, descobre os pés.
09:27Infelizmente, a gente continua
09:28deixando de lado um ponto
09:30que é tão essencial.
09:32Mas só vai sair do papel
09:33se o governo conseguir colocar
09:35a sua situação fiscal em ordem
09:36pra sobrar dinheiro pra isso.
09:38Pelo menos, antes, no passado,
09:41a gente tinha o mínimo de esperança
09:42de ver uma luz no fim do túnel.
09:44Agora, nem isso, pelo visto,
09:45dado que a luz está ficando
09:46até artigo de luxo pra alguns.
09:48Lamentável.
09:49Um diagnóstico amargo, brutal,
09:51que você acabou de trazer, Juliana.
09:53Juliana Inhaz aqui com a gente,
09:54baita economista.
09:55Mas, enfim, só não resta esperar
09:57por dias melhores.
09:58Eu só queria fazer uma breve correção aqui
10:00que, pela situação atual,
10:01a NEL mantendo, sim,
10:02a bandeira vermelha nesse momento,
10:05a partir do fato de que, sim,
10:07houve menos chuvas,
10:08assim, as hidrelétricas
10:09não conseguindo providenciar
10:11a carga necessária
10:12e, assim, acionando as termelétricas
10:14que, claro, tem um custo maior
10:15e isso, naturalmente,
10:16é repassado pra mim,
10:17pra você, pra todos assistindo aqui
10:19e acompanhando o Morning Show.
10:20Obrigado, Juliana.
10:21A gente volta com você em breve.
10:22Assim, a gente espera.
10:25Até.
10:25Ótimo dia pra vocês, pessoal.

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